sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Peças da Economia Solidária podem ser encontradas em loja de presentes

 

Quem pensa que a economia solidária só produz peças artesanais e trabalhos manuais simples está muito enganado. Esta semana, mais de 300 jogos americanos, produzidos pelo grupo “Arte com Atitude”, atendido pelo projeto de Economia Solidária da Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes), passou a ocupar as prateleiras de uma das lojas mais elegantes e requintadas da cidade, a Madu Presentes.
Jogos americanos em crochê com juta, crochê puro e linho com grepee, que agradam desde o estilo clássico ao moderno foram a base desta primeira encomenda.
A empresária Leninha Lyra ficou encantada com a qualidade e o acabamento das peças. Para ela, encontrar fornecedor neste nível em Maceió significa economia, praticidade e valorização do que é produzido aqui em Alagoas.
“Estou encantada com todo o trabalho e aproveito para parabenizar toda a equipe da Semtabes, principalmente, Solange Jurema, que vem em toda sua trajetória preocupada em valorizar o trabalho local e oferecer mais oportunidades às pessoas. O olhar de ajudar grupos como este e oferecer a chance de comercializar no mercado é de um cuidado e sensibilidade enormes. Pra mim, encontrar arte que eu ia buscar fora na minha terra é muito bom! Agora é trabalhar junto aos grupos para que eles possam atender à demanda”, destacou Leninha, que garantiu, outras encomendas já estão sendo fechadas.
Para dona Ana Vitória Mendonça, uma das empreendedoras solidárias do grupo “Arte com Atitude”, ocupar espaços para comercializar em lojas como a Madu é uma ação inovadora que permitirá dar mais visibilidade ao trabalho, desenvolvido pelo grupo há anos.
“Sempre produzimos peças como esta, mas o apoio da Semtabes, o acompanhamento da assessora técnica da secretaria, dando as dicas para um design diferenciado fez toda a diferença. Esta é uma oportunidade muito boa e esperamos com isso, incentivar os outros grupos a persistirem e ouvirem as orientações. Que eles possam acreditar que isso é possível”, disse a artesã.
De acordo com Michelli Larissa do Nascimento, diretora de Economia Solidária da Semtabes, esta é uma conquista de um trabalho em equipe que vem sendo feito com o intuito de capacitar os grupos para fornecerem peças de qualidade e que tenham maior comercialização para que elas conquistem mais espaço no mercado.
“Esta é uma das ações. Estamos conseguindo diversos espaços para que os produtos da economia solidária conquistem o mercado e tenham mais visibilidade. Conseguimos um espaço no Maceió Shopping, que estará comercializando os produtos de novembro a janeiro, e outro no Parque Shopping Maceió, que contará com a exposição Eu Amo Maceió, de dezembro a março de 2015. A ideia é fomentar a economia solidária em Maceió”, explicou Michelli.
Durante alguns meses, a assessora técnica da Semtabes, Maria Thereza Coutinho, acompanhou os grupos, conheceu o que já era produzido e trabalhou com eles como aprimorar cada peça. “Respeitamos o potencial dos grupos e demos sugestões para que as peças tivessem mais requinte e mais valor agregado para serem mais aceitas, inclusive para um público mais requintado e exigente. O grupo Arte com Atitude foi o primeiro que ficou pronto, mas a ideia é fazer isso com os outros grupos atendidos pela Semtabes”, acrescentou Thereza.
Os mais de 70 grupos de Economia Solidária da Semtabes são beneficiados com ações de capacitação e acesso a mercado. Eles já comercializam aos domingos na Rua Fechada da Ponta Verde e na Praça Centenário, além do Mercado do Jaraguá e em outras parcerias fechadas pela secretaria.
“Nossa intenção é fomentar a economia solidária de Maceió para que ela seja uma atividade reconhecida, que gera renda e dá novas condições a centenas de famílias. A economia solidária é um dos instrumentos para melhoria de vida das pessoas e trabalhar a melhoria nos produtos é um dos nossos focos. Outros espaços serão conquistados, o trabalho está só começando”, finalizou Solange Jurema, secretária Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária.

ROTERDÃO É VERDE

 ROTERDÃO é o coração industrial da Holanda, mas a cidade tem vindo a ramificar-se em direção à cultura, design e turismo. Também se concentra na importância do meio ambiente. Acolheu a cimeira Cleantech 2014.
Fred van Beuningen é o Diretor Geral da Roterdão Partners: “Estamos a falar de indústria ecológica, eficiência energética ou de energia verde da pureza da água e do ar? Eu adoro verde, o verde é a cor dos dólares e, claro, no mundo dos negócios há que combinar uma boa tecnologia com modelos de negócio inovadores.”
Todos estes temas estão presentes em Roterdão e os responsáveis destes projetos vêm à procura de investidores.
Isabelle Schirmer, Investidora, explica: “É um setor que sofreu recentemente, porque muitos investidores perderam a confiança em Cleantech, mas este ano houve uma recuperação em termos de volume de investimento, nos dias de hoje a maioria das novas empresas que procuram financiamento são muito mais profissionais.”
Face ao grande júri financeiro cinquenta empresários procuram financiamento. Têm apenas seis minutos para explicar o potencial da empresa: “Há também muito dinheiro para poupar, aos clientes que prestamos serviços, muito para poupar em termos eficiência energética, novas formas de energia elétrica e novas tecnologias.”
Um elemento-chave da cimeira é a iniciativa da “Tech Tour” e “International Venture Club”, uma economia circular, em vez de linear. Uma economia verde, com recompensas.
“Na região de Roterdão, temos 2000 empresas de Cleantech, que dão 13.000 postos de trabalho. Temos um grande porto e uma grande indústria. Estamos à procura de novas atividades, para passar da economia fóssil à nova economia”, diz Fred van Beuningen.
O dia pode estar cinzento no porto de Roterdão, o maior da Europa, mas aqui a mensagem é verde. Narizes eletrónicos ou e-narizes que avaliam odores desagradáveis e potencialmente perigosos, num raio de 40 km. Barcos de patrulha também estão equipados.

Brasil é a 18ª economia verde do mundo

 


A quarta edição do Índice Global de Economias Verdes apresenta o Brasil na 18ª posição entre as 60 nações avaliadas pela performance na área de sustentabilidade.
O País está atrás da Costa Rica, do Peru e da Colômbia e à frente do Reino Unido, da Holanda e dos Estados Unidos. A lista foi divulgada nesta segunda-feira (20) pela consultoria Dual Citizens.
 Crise global deve atrasar desenvolvimento da economia verde
O índice, publicado desde 2010, utiliza 32 indicadores para medir a performance dos países analisados. Esses indicadores são divididos em quatro dimensões: liderança e mudanças climáticas; setores eficientes; mercados e investimento; e capital natural e ambiental.
Além da performance, o relatório também apresenta o ranking de percepção sobre o tema, captado por meio de uma pesquisa feita entre julho e agosto deste ano, com especialistas e pessoas que atuam na área em todos os continentes do mundo. Nesse quesito, o Brasil aparece em 15º lugar, uma posição atrás da Costa Rica, e uma à frente da Índia.
No relatório, o País é citado como um local atrativo para investimentos nas áreas de tecnologias limpas e energias renováveis. A consultoria aponta que, com a abundância em recursos naturais e o crescimento de seu poder econômico, o país poderia assumir uma liderança maior na promoção de um crescimento econômico mais sustentável, que permita o desenvolvimento futuro.
“Essa liderança será fundamental para o Brasil melhorar seu desempenho no relatório, especialmente na dimensão da gestão de seu capital natural e ambiental, particularmente no que diz respeito a florestas e água”, ressalta o documento.
Não é possível comparar os resultados do relatório deste ano com os de 2013, já que foram incluídas, nesta edição, 33 nações às 27 já analisadas. Mas no comentário específico sobre o Brasil, a consultoria responsável pelo índice observa que não houve grande alteração no desempenho do Brasil em relação ao período anterior.
Quando analisado globalmente, o relatório mostra a Suécia no primeiro lugar no ranking de performance, seguida da Noruega e da Costa Rica, país latino-americano incluído este ano na pesquisa e que surpreendeu pelo excelente desempenho. Já no ranking de percepção, a Alemanha assume a liderança, seguida pela Dinamarca e a Suécia.
Muitas das nações em desenvolvimento, de acordo com a consultoria, precisam reorientar suas economias para um crescimento mais sustentável. Entre elas estão a China, a Tailândia, o Vietnã, o Camboja, o Catar e os Emirados Árabes Unidos. O relatório enfatiza que em países desenvolvidos como a Austrália, o Japão, a Holanda e os Estados Unidos, a percepção sobre sustentabilidade é muito maior do que a performance no setor. “São países que parecem receber mais crédito do que merecem, uma falta de informação que requer uma análise mais profunda”.
A pesquisa também avaliou 70 cidades consideradas sustentáveis ao redor do mundo. Copenhague, capital da Dinamarca, manteve a posição apresentada no relatório anterior de cidade mais sustentável do mundo.

Economia verde requer mudança no consumidor, avaliam líderes do 3GF

 


 
A construção de uma economia verde só será possível quando houver mudança no modelo de produção adotado pela maioria das nações e no comportamento do consumidor de classe média. Essa foi a conclusão tirada da quarta edição do Fórum Global de Crescimento Sustentável (3GF), que reuniu cerca de 300 líderes de seis países ontem e nesta terça-feira (21), em Copenhague, na Dinamarca.
No último dia de evento, a primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning Schmidt, disse que “a construção de economias verdes não é uma tarefa fácil, e que as nações precisam trabalhar juntas”. Garantir essa conexão, disse ela, é o que o fórum buscou fazer.
Governos de países desenvolvidos e em desenvolvimento, empresários, instituições financeiras e organizações da sociedade civil se debruçaram sobre os principais desafios para a construção de uma economia verde. Copenhague, a cidade mais sustentável do mundo, serviu de inspiração para dois dias de debates, plenárias, rodadas de conversa e negociação, que resultaram em onze parcerias a serem aplicadas em diversas partes do mundo.
Na última plenária do evento, houve consenso de que o modelo econômico atual, centrado na produtividade a todo custo, precisa ser mudado. O ex-presidente do México e atual chefe da Comissão Global de Economia e Clima, Felipe Calderón, disse que quatro medidas precisam ser adotadas com urgência pelas nações: a redução na emissão de gases de efeito estufa, a busca de eficiência energética na indústria, o controle da urbanização e a proteção dos recursos naturais. “Não é uma alternativa, é algo que precisa ser feito imediatamente”, disse. A boa notícia, segundo ele, é que é possível garantir crescimento econômico e, ao mesmo tempo, frear as mudanças climáticas, mas “para isso, grandes mudanças precisam ser feitas”.
O comportamento do consumidor, especialmente o de classe média, foi alvo de preocupação no fórum. A ministra de Meio Ambiente do Quênia, Alice Kaudia, enfatizou que o crescimento da classe média e o aumento do consumo são tendências preocupantes. Ela disse que, “se o comportamento das pessoas não mudar, se elas não começarem a pensar em reaproveitamento, em uso racional e em reciclagem, em pouco tempo não vai haver recursos suficientes para todos”. O presidente do Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, Peter Bakker, ressaltou que, se quiserem garantir um mundo melhor para as futuras gerações, as pessoas terão que reconsiderar alguns hábitos comuns. “Ter um carro é mesmo a melhor opção? Ou dividir um carro é um modelo melhor? Os conceitos de propriedade, de compartilhamento, de viver bem, de felicidade, todos terão que ser reconsiderados”, ressaltou.
Criado em 2011, o Fórum Global de Crescimento Sustentável conta com a parceria de seis governos: Dinamarca, China, México, Etiópia, Quênia e Catar. Grandes empresas multinacionais, como Hyundai, Samsung e Siemens também são parceiras, além de organizações internacionais, como a Agência Internacional de Energia (IEA, da sigla em inglês), o Pacto Global das Nações Unidas e a Corporação Financeira Internacional do Banco Mundial (IFC, da sigla em inglês).
Com o encerramento do fórum, as atenções se voltam para o Conselho da União Europeia, que deve aprovar, na próxima quinta-feira (23), um pacote de medidas sobre clima e energia para os próximos 15 anos, com amplos efeitos sobre os governos dos 28 países-membros e sobre a indústria. Entre as metas estão a redução em 40% na emissão de gases de efeito estufa e o aumento da eficiência energética das empresas em no mínimo 30%.