terça-feira, 7 de junho de 2016

Em reunião da CEPAL, autoridades defendem igualdade no centro do desenvolvimento sustentável

 


O 36º Período de Sessões — reunião bienal mais importante da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) — foi encerrado no sábado (28) na Cidade do México, com chanceleres e autoridades dos países da região destacando a relevância das propostas da comissão para um novo estilo de desenvolvimento baseado em mudanças estruturais e impulso ambiental.
As autoridades aprovaram as propostas apresentadas pela CEPAL em seu documento “Horizontes 2030: a igualdade no centro do desenvolvimento sustentável”, cujas principais diretrizes são reduzir os desequilíbrios econômicos, sociais e ambientais que hoje afetam a região, de modo a alcançar um desenvolvimento baseado na igualdade e na sustentabilidade.
Os chanceleres também celebraram a criação de um fórum regional para tratar de questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável. O fórum será um mecanismo para acompanhar a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, e a Agenda de Ação de Adis Abeba sobre o Financiamento para o Desenvolvimento.
O encerramento do encontro teve a participação de ministros de Relações Exteriores e de Comércio, além de autoridades de oito países — Colômbia, Cuba, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru e São Cristóvão e Névis —, assim como da secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena.
Na ocasião, a secretária de Relações Exteriores do México, Claudia Ruiz Massieu, assumiu formalmente em nome de seu país a presidência da CEPAL pelos próximos dois anos.
“Os objetivos da Agenda 2030 são ambiciosos e, por isso, os esforços para consegui-los devem ser enormes. Mas podemos ficar otimistas com os acordos alcançados, pois há concordância e compromisso dos distintos países e objetivos que todos compartilhamos. Devemos fazer de 2016 um ano em que tenhamos resultados concretos desta Agenda”, declarou Ruiz-Massieu.
Já Alicia Bárcena lembrou que a Agenda 2030 é uma agenda universal. “É a primeira vez que a ONU gera algo desta natureza. Tem propostas civilizatórias que reconhecem a igualdade e a sustentabilidade como princípios orientadores”, disse.
Outras autoridades que participaram do evento incluem a vice-presidente e ministra de Relações Exteriores do Panamá, Isabel de Saint Malo; o ministro de Comércio Exterior e de Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca; a ministra de Relações Exteriores da Colômbia, María Ángela Holguín; o ministro de Relações Exteriores da Guatemala, Carlos Raúl Morales; a ministra de Relações Exteriores do Peru, Ana María Sánchez; o ministro de Relações Exteriores e Aviação de São Cristóvão e Névis, Mark Brantley; e a vice-ministra hondurenha María Andrea Matamoros.

Modelos de desenvolvimento do passado estão esgotados

As autoridades latino-americanas presentes concordaram que o novo estilo de desenvolvimento sustentável com igualdade proposto pela CEPAL é uma necessidade inevitável de ordem prática na atualidade, já que os modelos do passado estão esgotados.
“O capítulo que estamos escrevendo neste período de sessões na Cidade do México semeará sementes poderosas, sementes de mudança, de justiça social e de igualdade. Apropriamo-nos de uma Agenda global, com horizonte para 2030, para torná-la nossa, latino-americana e caribenha”, declarou Alicia Bárcena.
A secretária-executiva da CEPAL também agradeceu o povo e o governo mexicano, liderado pelo presidente Enrique Peña Nieto, por ter acolhido o evento, do qual participaram 41 delegações de países-membros, 13 organismos, fundos e programas internacionais da ONU, mais de 135 organizações não governamentais, duas vice-presidentes, mais de 30 ministros e ministras, 16 vice-ministros e sub-secretários, além de embaixadores e diretores de cooperação de várias nações.
Em sua exposição, o ministro cubano Rodrigo Malmierca propôs que seu país seja a sede do próximo período de sessões da CEPAL, a ser realizado em 2018, sugestão que foi aprovada posteriormente por todos os delegados.

Fórum para o Desenvolvimento Sustentável

As autoridades reunidas no evento da CEPAL no México decidiram estabelecer o espaço criado pela comissão como um mecanismo regional para o acompanhamento da implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas na região.
O Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre o Desenvolvimento Sustentável foi aprovado na sexta-feira (27) e será dirigido pelos Estados, sendo aberto à participação de todos os países da região.
Segundo sua resolução de criação, o fórum emitirá um relatório semanas antes de sua reunião anual, que será uma contribuição regional para o Fórum Político de Alto Nível sobre o Desenvolvimento Sustentável, realizado pelo Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC) e pelo Fórum do Conselho Econômico e Social sobre o Seguimento de Financiamento para o Desenvolvimento.
Neste relatório, serão avaliados progressos e desafios regionais na implementação da Agenda 2030, com base nos indicadores acordados, de outras contribuições dos órgãos subsidiários da CEPAL e dos exames nacionais, e serão feitas recomendações.
A intenção do novo espaço é dar a chance de aprendizagem entre pares por meio de exames voluntários, pela troca de boas práticas e pela discussão de metas comuns, assim como se beneficiar da cooperação das comissões e das organizações regionais e sub-regionais para orientar um processo regional inclusivo.
A ênfase será dada na erradicação da pobreza em todas suas formas e dimensões, no fomento de um crescimento inclusivo, equitativo e duradouro — incluindo padrões de consumo e produção sustentáveis —, na redução da desigualdade e na promoção da inclusão social, no reconhecimento da diversidade cultural e do papel crucial da cultura para facilitar o desenvolvimento sustentável, na proteção e uso sustentável do ambiente, e no favorecimento do bem viver em harmonia com a natureza.

AL/MT: Governo busca parceria com banco alemão KfW

 

Esta é a primeira vez que ela vem a Mato Grosso conhecer as políticas públicas de controle do desmatamento e desenvolvimento sustentável implantadas no Estado e que têm a proposta de valorizar a floresta em pé.
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Uma comitiva do Governo do Estado de Mato Grosso recebeu a representante do banco de desenvolvimento alemão KfW (Kreditanstalt für Wiederaufbau), Christiane Ehringhaus, na quinta-feira (02), no Palácio Paiaguás.

Esta é a primeira vez que ela vem a Mato Grosso conhecer as políticas públicas de controle do desmatamento e desenvolvimento sustentável implantadas no Estado e que têm a proposta de valorizar a floresta em pé. Também veio para apresentar o Programa Global REDD Early Movers (REDD para Pioneiros - REM) e sondar possibilidades para uma potencial parceria com o Mato Grosso.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e vice-governador, Carlos Fávaro, mostrou-se impressionado com a clareza e objetividade da proposta do programa apresentado pela representante do KfW.

Ele ressaltou que a estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI), apresentado na Conferência do Clima (COP 21) de Paris, tem o desafio de criar uma nova cultura que aliará a expansão da produção com a conservação ambiental e ainda promoverá a inclusão social, mas a nova estratégia requer de apoio de parceiros internacionais para ser colocada em prática.

“Nós trouxemos representantes de todas as secretarias para mostrar que a atual gestão trata o tema meio ambiente com uma questão estratégica e transversal, pois entendemos que o nosso principal ativo para expansão da produção com sustentabilidade não é a terra e sim a manutenção das condições climáticas. Criar um mecanismo que remunere a população por esses ativos é hoje um grande desafio”, disse Carlos Fávaro.  

Para Christiane, que estará em visita técnica em Mato Grosso entre os dias 2 e 7 de junho, a proposta da visita é identificar possibilidades e opções para um potencial programa de pagamentos por resultados de emissões reduzidas pelo desmatamento evitado, similar ao que está em andamento no Acre, com ações desenvolvidas a partir da política estadual de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento, Degradação florestal, Conservação, Manejo Florestal Sustentável e Aumento dos Estoques de Carbono Florestal) que incluam a agricultura familiar, as populações tradicionais e povos indígenas. 

“O objetivo do Programa REM é premiar países ou estados que tem investido na conservação da floresta e na produção sustentável e apoiar uma agenda positiva que promova equidade social, em um contexto de redução de desmatamento, especialmente na fronteira agrícola, como também mais oportunidades de renda à quem protege a floresta em pé.” 

O secretário do Gabinete de Assuntos Estratégicos (GAE), Gustavo Oliveira, que faz a coordenação geral do PCI, pontuou à visitante que ter 60% do território de 905 mil km² de extensão territorial, o terceiro maior do país, significa ter uma área de floresta do tamanho da Espanha ou da França, o que exige esforços significativos do Estado para administrar.

“Estarmos relativamente atrasados em relação ao desenvolvimento do Sul e Sudeste do país não deixa de ser uma oportunidade para que Mato Grosso possa implantar um novo modelo que seja sustentável.”

O governador Pedro Taques, que participou brevemente da agenda, deu boas-vindas à representante internacional dizendo que o atual espírito da gestão estadual é querer fazer diferente, buscar inovações, é admitir que há problemas e desafios a serem superados, mas trabalhar para buscar meios inteligentes e eficientes de equacioná-los.

“Sozinhos nós não conseguiremos, por isso valorizamos tanto o relacionamento internacional com quem pode e quer nos auxiliar a cumprir o nosso dever de casa.”, disse.

Também participaram desta agenda: Gabinete de Desenvolvimento Regional (GDR), Secretarias de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), de Desenvolvimento Econômico (Sedec), de Cidades (Secid), de Planejamento (Seplan), de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Casa Militar, Fórum Mato-grossense de Mudanças Climáticas (FMMC) e Conselho Gestor de REDD+, Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Arefloresta, Instituto Nacional de Coloniza ção e Reforma Agrária (Incra), Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Fundação Nacional do Índio (Funai) e ONF Brasil.

Inclusão social produtiva

Com o desafio de incluir 762 assentamentos rurais e 102 famílias que vivem hoje nessas pequenas propriedades, o secretário de Agricultura Familiar e Regularização Fundiária, Suelme Fernandes, frisou que embora o Estado se orgulhe de ser um grande produtor de commodities, definiu como prioridade reparar a contradição que vigora quanto à produção de alimentos que vão à mesa da população, já que 80% é importado de outros estados.

“Estamos em busca da soberania alimentar e também da inclusão produtiva das famílias com políticas sérias, com qualificação, assistência técnica, tecnologia e empreendedorismo, porque política de agricultura familiar não significa assistencialismo.”, afirmou.

Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) 

É um dos bancos de fomento líderes e mais experientes do mundo e está comprometido com a melhoria sustentável das condições de vida, focando nos âmbitos econômico, social e ambiental, contribuindo, especialmente, com ações voltadas para o clima e biodiversidade, que é a área para qual destina boa parte dos financiamentos. 

A representante do KfW também visitará as secretarias envolvidas na execução dessas ações e conhecerá os projetos desenvolvidos. Além disso, apresentará o Programa REM - REDD+ Early Movers, por meio do qual o Governo da Alemanha, por meio do KfW apoia países/estados pioneiros em iniciativas de redução de emissões de gases do efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal (REDD), que tenham adotado iniciativas voluntárias de conservação florestal visando à mitigação da mudança climática. 

O Programa recompensa o desempenho desses países/estados na redução do desmatamento e da degradação, além de promover o desenvolvimento sustentável para o benefício dos pequenos agricultores, das comunidades extrativistas e indígenas por meio da repartição justa dos benefícios.

Brasil pode cumprir metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030 com agricultura orgânica nas políticas públicas


 
 
 
Maior feira de produtos orgânicos da América Latina, a Bio Brazil Fair recebe na próxima quarta-feira, 8 de junho, às 9h, a coletiva de imprensa “Como a Agricultura Orgânica ajudará o Brasil a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU?”

A coletiva de imprensa “Como a Agricultura Orgânica ajudará o Brasil a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU?” é uma iniciativa da AAO - Associação de Agricultura Orgânica e do Instituto Kairós, em parceria com a Bio Brazil Fair – 12ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial com 17 objetivos e 169 metas, definidos a partir dos resultados dos Objetivos do Milênio (ODM) estabelecidos no ano 2000, e têm início em 2013, com o Brasil participando do processo de negociação mundial (*).
Representantes de iniciativas da sociedade civil que atuam em prol dos ODS, de agricultores familiares, do setor público e área acadêmica apresentam dados e informações apontando como as políticas públicas de apoio ao desenvolvimento da agricultura orgânica podem atender várias metas dos novos objetivos da ONU – Organização das Nações Unidas, para uma agenda mundial de sustentabilidade até 2030. A agroecologia destaca-se entre os objetivos como caminho para “acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável".
Os ODS também possuem um papel mobilizador ao se colocarem como agenda positiva e de oportunidades, favorecendo uma maior articulação entre os diferentes setores da sociedade, além de permitir a sociedade civil e governos trabalharem conjuntamente na busca por políticas públicas para o desenvolvimento sustentável.
Agricultura orgânica como política pública
Apesar do crescimento médio de 30% a 40% ao ano do mercado de produtos orgânicos no Brasil e no mundo e no Brasil, há um grande potencial de crescimento da agricultura orgânica brasileira, principalmente por meio de políticas de apoio às compras públicas que possibilitam o estimulo à transição agroecológica. Atualmente há cerca de 14 mil agricultores orgânicos cadastrados no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o que significa pouco frente à dimensão do país e de sua atividade agrícola.

Os impactos positivos da atividade vão da fixação do homem no campo e manutenção das comunidades rurais, preservação dos recursos naturais, aumento da produtividade do solo e conservação e produção de água, além de alimentos de maior valor nutritivo, mais saborosos, sem contaminação por agroquímicos, entre tantos outros.
“Cada vez mais há uma compreensão do tema pela população e a agroecologia já está na pauta da sociedade, desmistificando a ideia de que orgânicos são produtos inacessíveis e caros. Os agricultores orgânicos, em geral pequenos produtores familiares, vêm mostrando ser possível produzir em escala, com modelos que trabalham a favor da natureza e do desenvolvimento sustentável”, diz Maluh Barciotte, presidente da AAO.
A programação da coletiva traz uma visão dos impactos socioambientais da agricultura convencional, a necessária consolidação de políticas de subsídios para a agricultura orgânica se ampliar por todo o país, de modo mais efetivo, assim como o poder indutor das compras públicas para o maior desenvolvimento do setor.
Neste contexto, o coordenador de agroecologia do MAPA, Rogério Dias, mostrará como Programas de Alimentação Escolar Orgânica, a exemplo da lei da cidade de São Paulo, reconhecida internacionalmente e em consonância com os ODS, são políticas fundamentais no estímulo à cadeia produtiva. No caso da lei paulista (16.140/2015), deverá ser cumprida a meta de que 2 milhões de refeições servidas ao dia no município sejam com 100% de alimentos orgânicos em 11 anos. O que reforça a possibilidade do plantio em larga escala associado à meta da alimentação saudável

PNUD TRABALHA NO RIO GRANDE DO SUL

 

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e entidades do Rio Grande do Sul firmaram na terça-feira (24) um acordo para garantir o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável a níveis municipal e estadual. A iniciativa envolverá o governo do estado, as prefeituras, a sociedade civil e o setor privado na implementação dos Objetivos Globais da ONU.
O Rio Grande do Sul já conta com um núcleo próprio dedicado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Este organismo – representado pela organização não governamental Moradia e Cidadania – se juntou ao PNUD e à Federação das Associações de Municípios do estado (FAMURS) para definir indicadores locais de monitoramento da Agenda 2030 em cidades e regiões do estado.

Engajamento social e gestão participativa
serão fator-chave para a construção,
a implementação e o monitoramento
de soluções para o alcance dos ODS.

O plano de ação também prevê o apoio ao desenvolvimento do “Portal RSustentável”, que dará suporte ao trabalho do núcleo na municipalização dos ODS.
O representante do organismo, Dilmar Sittoni, destacou que a cooperação com diversos segmentos é essencial, principalmente porque algumas temáticas específicas, como a eficiência energética e o acompanhamento dos ODS, requerem apoio técnico.
“A atuação da sociedade civil foi essencial para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a formulação da Agenda 2030. Portanto, o engajamento social e a gestão participativa serão fator-chave para a construção, a implementação e o monitoramento de soluções para o alcance dos ODS. O resultado dessa abordagem é mais criatividade, participação e transparência”, explicou o diretor de país do PNUD no Brasil, Didier Trebucq.
Após a assinatura do acordo de entendimento, foi discutida a formação de novas parcerias com empresários e representantes do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). Trebucq participou ainda de uma audiência com o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, para debater a Agenda 2030.
Também participaram dos eventos representantes da Caixa Econômica Federal e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) — parceiros do projeto Brasil ODS 2030.

sábado, 4 de junho de 2016

Comissão aprova projeto sobre reciclagem de entulhos da construção civil

 

  A Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Acompanhamento de Fenômenos Naturais aprovou, nesta terça-feira (31), Projeto de Lei do deputado Rubem Martins (PSB) que determina a Política de Reciclagem de Entulhos da Construção Civil e Demolição no Estado e visa melhorias efetivas no gerenciamento e controle das obras, além atenuar o impacto ambiental e reduzir o desperdício.  
De acordo com a matéria, o Executivo está autorizado a regular e disciplinar o sistema de coleta; firmar convênios de colaboração com órgãos ou entidades da administração federal, estadual e municipal que estejam desenvolvendo ou implementando programas na área ambiental e de reciclagem na construção sustentável, bem como conceder isenção de tributos. 
 
O relator da matéria foi o deputado Antônio Félix (PSD). A Comissão também aprovou o Projeto de Lei nº 20 de autoria do Executivo que obriga as empresas operadoras do serviço móvel a instalar bloqueadores de sinais de celulares, internet e de radiocomunicações nos interiores dos estabelecimentos penais do Piauí.

Reciclagem de vidro pode movimentar R$ 220 milhões por ano no Brasil

  




 
Na Alemanha, o sistema de gerenciamento instituído em 1991 elevou as taxas de reciclagem de 37% para 87% , correspondendo a 2,6 milhões de toneladas; na Suíça é de 95%.
São Paulo - Tudo o que é vidro vira vidro. A expressão comum na indústria vidreira resume bem o potencial de reaproveitamento desse material, que é 100% reciclável. Entretanto, trata-se de um produto pouco coletado e subaproveitado no Brasil. Mas isso deve mudar.  Buscando se adequar às novas exigências legislativas para gestão de resíduos sólidos e otimizar a reciclagem no setor, a Abividro (Associação Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro) propõs ao Ministério de Meio Ambiente um modelo de gerenciamento inspirado em experiências europeias.
A ideia é instalar no Brasil uma instituição gerenciadora responsável por intermediar as relações entre municípios, cooperativas de catadores, beneficiadoras, fabricantes de vidro e envasadoras. Além disso, o órgão iria negociar operações de compra e venda de recicláveis triados, gerir a logística reversa e promover campanhas de conscientização sobre reciclagem.
"O modelo que propomos atende a todos os pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, ao implementar a responsabilidade compartilhada, criar um sistema de logística reversa e assegurar a destinação adequada dos materiais recicláveis", afirma o superintendente da Abividro, Lucien Belmonte, reforçando a necessidade de cooperação de outros setores de embalagens. "É preciso uma larga discussão entre todos os envolvidos", diz. "Sozinho ninguém resolve esse problema".
Segundo ele, a estimativa é que após quatro anos de sua instalação no país, a gerenciadora fará com que o índice de reciclagem do setor vidreiro atinja 50%. Em termos financeiros, equivale a passar dos atuais R$ 60 milhões movimentados por ano pelo setor para R$ 120 milhões/ano. De acordo com a Abividro, se os esforços resultarem na adesão de todos os envasadores existentes no país e de todos os municípios brasileiros, é possível que o setor de reciclagem de vidro movimente cerca de R$ 220 milhões/ano.
Wikimedia Commons
Na Europa, caçambas de lixo seletivas para vidro são comuns.
Exemplo que  vem de fora 
Na Alemanha, o sistema de gerenciamento instituído em 1991 elevou as taxas de reciclagem de 37% para 87% , correspondendo a 2,6 milhões de toneladas, e na Suíça de 95%. Nesses países, é comum encontrar caçambas de lixo especiais para o descarte de embalagens de vidro de acordo com a cor (transparente, verde e marrom). Segundo o superintendente da Abividro, os vidros devem ser preferencialmente separados por cor para evitar alterações de padrão visual do produto final e agregar valor.
Os índices de reciclagem de vidro no Brasil passam por uma atualização. Até o 2008, falava-se em 47% de aproveitamento de todo material produzido, algo em torno de 470 mil toneladas. Mas, desde a criação, no ano passado, de um novo modelo de medição definido pela ABNT, ainda não se tem um dado mais atualizado. Segundo o superintendente da Abividro, é provável que reciclemos bem menos do que a metade. São embalagens de vidro usadas para bebidas, produtos alimentícios, medicamentos, perfumes, cosméticos e outros artigos que vão parar direto no lixo, correspondendo em média a 3% dos resíduos urbanos. "Um desperdício para um material que poderia ser totalmente reaproveitado", argumenta Belmonte.

Regime Castrista tira amarras dos tempos da Guerra Fria. A queda do embargo pode ter efeito profundo no setor de tecnologia americano


 
Qual é sua opinião sobre um mercado praticamente inexplorado onde existem cerca de seis milhões de adultos com bom tempo de estudo? E se nesse local, a média salarial for entre US$ 20 e US$ 30 por mês? E, ainda, se as estatísticas das Nações Unidas revelassem que metade dessa força de trabalho possui diploma técnico? Esse lugar existe, e se chama Cuba.
Depois de décadas de isolamento e quase meio século de relações cortadas com os Estados Unidos, a ilha tenta se desvincular de seu passado nas mãos de Fidel Castro e luta para estabelecer diplomacia e romper o embargo estabelecido pelos “yankees”.
Em 2012, o regime Castrista começou a tirar um pouco das amarras econômicas remanescentes dos tempos da Guerra Fria. O processo contemplou os primeiros passos de um esforço para promover um enxugamento do setor público e criar uma economia mais compatível com o mundo globalizado e capitalista – sem, contudo, deixar de preservar a estrutura governamental socialista.
Aos poucos, as coisas avançam para beneficiar o setor privado. Em maio, o governo cubano anunciou que passaria a estimular/legalizar empresas de pequeno e médio porte. Nesse meio tempo, a ilha foi abrindo-se em outras frentes, como o avanço no acesso à Internet, por exemplo. A conexão à rede mundial, aliás, é um ponto crítico para o reestabelecimento do país no mundo global.
O aquecimento nas relações entre Cuba e os Estados Unidos pode ter um impacto profundo na indústria de tecnologia do continente americano, especialmente em terras do Tio Sam. Há uma luta de grandes vendors norte-americanos para contratar mão de obra altamente qualificada e barata. Logo, aquele contexto citado no primeiro parágrafo desse texto é como uma plantação cheia de frutas maduras prontas para serem colhidas!
Uma dezena de companhias de TI acompanhou o Barack Obama, que esteve na ilha em março. Entre as empresas, nomes como Google, PayPal, Airbnb e Stripe. Como resultado da visita, todas elas começaram a oferecer seus serviços no país.
O presidente dos Estados Unidos deixou claro que o aumento no acesso à tecnologia e a Internet é a forma mais poderosa para Cuba acabar com o embargo, solidificando benefícios mútuos entre as duas nações. “Se começarmos a ver esses acordos comerciais e os cubanos se beneficiarem do acesso à internet [...] isso ajudará a fomentar o fim do embargo”, pronunciou Obama.
O crescimento de uma comunidade de desenvolvimento de software, aplicações web e mobile na ilha, bem como o estabelecimento de um ambiente empreendedor é uma visão animadora. Muitos jovens cubanos, membros da Geração Y, já possuem dispositivos como smartphones, tablets e (até mesmo) produtos Apple, enviados para a ilha de outros países.
 
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Com uma infraestrutura de conexão à internet, esses aparelhos se tornam cada vez mais úteis para estimular um contexto tecnológico. Esse ponto parece que vai avançar também. O governo de Cuba começou a instalar pontos de conexão à rede em locais públicos, dando mais acessibilidade a um público aparentemente sedento por banda larga.
“O acesso à internet em um impacto imediato e dramático. É algo que puxa a demanda por uma infinidade de outros recursos, como aplicações, e estimula um modelo de economia compartilhada e digital”, comenta Pedro Freyre, professor da Universidade de Columbia e presidente de International Practice no escritório de advocacia Akerman LLP em Miami.
Mas, no momento, é tudo uma questão de estabelecer limites entre liberdade e controle. “O governo cubano é bastante preocupado com temas de segurança e mantém controle sobre o processo político, mas, ao mesmo tempo, acho que há uma ideia clara de que o país está avançando rumo ao século 21”, diz o expatriado, que visita a ilha com frequência. “Cuba necessita uma web robusta, precisa ter acesso ao mundo, e responder à instantaneidade dos negócios”, acrescenta.
Educação e censura
Atualmente, o acesso à internet está disponível para apenas 5% da população de Cuba. Em contrapartida, o alto nível de educação dos cubanos – ensino totalmente financiado pelo Estado – dá ao povo algumas ferramentas para que criem algumas de suas próprias tecnologias, frente a restrições massivas que o governo lhes impõe, afirma Martin Carnoy, professor na Universidade de Stanford e autor do livro Cuba's Academic Advantage.
Praticamente todo (99%) cubano adulto é alfabetizado. Além disso, o país tem 47 universidades, que abrigam 400 mil estudantes. Ainda, dados de 2009, das Nações Unidas 22% dos cubanos possui ou buscava curso superior em algum campo técnico.
Os moradores da ilha com conhecimentos técnicos frequentemente desempenham trabalhos remotos ou trocam serviços com vizinhos. Aqueles sem conhecimento técnico, com frequência, se tornam empreendedores informais, abrindo restaurantes ou hospedarias para turistas.
“O crescimento no número de pessoas com rendimento a partir de seus próprios negócios ou trabalhando com iniciativas de turismo significa um novo fôlego à economia”, avalia Jorge Duany, diretor do Cuban Research Institute na Florida International University.
A revolução digital
“Os cubanos que trabalham em áreas técnicas estão tendo que encontrar formas inovadoras de rodar seus sistemas”, afirma Alana Tummino, diretora de políticas e líder do Cuba Working Group. “Eles estão criando ofertas ‘não tão legais’ de conexões à internet”, comenta.
Um desses serviços “inovadores” criados é o El Paquete Semanal (Pacote Semanal, na tradução), um terabyte de conteúdo baixado da Internet e distribuído pelo país semanalmente pelo custo equivalente a US$ 2 por pessoa. Isso inclui tudo, desde novas aplicações para smartphones até programas de TV.
Combinado com os novos hotspots que estão sendo instalados, esses serviços já permitem que aficionados por tecnologia e a comunidade empreendedora fortaleça os laços entre si e com companhias norte-americanas.
“Já começam a aparecer as conexões entre cubanos e a comunidade global de engenheiros e desenvolvedores de apps”, explica Tummino. “A comunidade tecnológica de Miami e de Cuba já é capaz de superar as barreiras [impostas pelos governos] de certa maneira”, adiciona.
“Sob o ponto de vista de política e regulamentação norte-americanos, tudo é livre e pode ser feito contanto que você siga as regras e restrições”, adiciona Freyre. Isso significa pegar aprovações com dúzias de agências somente para assegurar que a pessoa que sua empresa pretende contratar já possui acesso à intenet, bem como conhecimento de regulamentações, padrões e áreas controladas pelo governo.
As rodas começam a girar
Em junho de 2015, o governo de Raul Castro publicou um plano de desenvolvimento da infraestrutura de telecom ao redor da ilha. O plano é oferecer acesso banda larga a pelos 50% dos lares cubanos a um preço equivalente a 5% (ou menos) do salário médio do país.
No mês seguinte, o governo instalou os primeiros 65 pontos de acesso, grande parte deles em Havana. Esses hotspots possibilitaram que os cidadãos tivessem acesso a recursos de videoconferência para conversar com parentes em outros países. Só que a tecnologia, também os coloca o povo da ilha em contato com empregadores em potencial.
“Os trabalhadores em Cuba são early adopters e o acesso à banda larga permitirá que recebam ofertas regulares de emprego”, diz Luis Mazorra, fundador do CiberCuba e atualmente vivendo na Espanha. “Esperamos que até o começo de 2017, teremos conexão rápida por todo o país. Planejamos abrir escritórios por todo país assim que isso for permitido”, projeta.
Em março, a Verizon Communications assinou um contrato para interconexão direta com a Etecsa, provedor de Telecom do governo cubano e detentora do monopólio no país. O Google anunciou, durante a visita do presidente Obama, que está nos primeiros estágios para fornecer internet de alta velocidade no país.
Além deles, a Sprint assinou um acordo de roaming de dados, em novembro, com um provedor de serviços de Cuba. Na mesma época, a chinesa Huawei estabeleceu uma parceria com a Etecsa para venda de smartphones.
A medida que Cuba avança, mais companhias dos Estados Unidos, viram seus olhos para a nação do Caribe. A Stripe Atlas revelou, também em meados de março, que entrará no país com uma oferta de "business-in-a-box", serviços que permitem que empreendedores incorporem, abram e recebam pagamentos em contas de bancos norte-americanos.
Os avanços recentes fazem Mazorra acreditar que o setor de tecnologia de Cuba está pronto para ingressar na economia global. Os Millenials, diz, aguardam ansiosos pela internet não apenas para saciar sua curiosidade como para melhorar sua qualidade de vida e expandir suas carreiras profissionais.
“Com milhares de cientistas da computação graduados e mais uma centena se formando todos os meses, além de um ecossistema criativo de designers e produtores de conteúdo, projetamos que atividades como freelancer passarão por um boom em Cuba”, anima-se o fundador da CiberCuba.

Conter mudanças climáticas é corrida contra o tempo, diz chefe da ONU para o clima

 

 

Mesmo após o mundo ter chegado a um acordo histórico na COP-21, celebrada em dezembro, em Paris, a secretária-executiva da ONU para o clima, Christiana Figueres, teme que a humanidade não seja capaz de acabar com o consumo maciço de combustíveis fósseis a tempo de evitar uma catástrofe, disse à AFP em uma entrevista recente.
"Minha preocupação é se essa transformação vai acontecer rápido o suficiente para evitar os piores impactos", disse Figueres, referindo-se à transição global dos combustíveis fósseis poluentes para a energia verde.
"As emissões de gases do efeito de estufa têm de atingir o pico de forma rápida e começar a diminuir", afirmou Figueres na entrevista, realizada em 26 de maio em Bonn, na Alemanha, enquanto os diplomatas concluíam sua primeira sessão de negociações desde o acordo alcançado na COP-21.
"É uma corrida contra o relógio", completou Figueres, dez dias antes do Dia Mundial do Meio Ambiente, que se comemora anualmente em 5 de junho.
Figueres, da Costa Rica, assumiu o comando da ONU para as negociações sobre o clima após o fracasso da cúpula de Copenhague, em 2009, e desempenhou um papel fundamental na definição das bases para o primeiro acordo climático universal do mundo.
No Acordo de Paris, 195 nações prometeram manter o aquecimento global médio bem abaixo de 2º Celsius - ou até mesmo abaixo de 1,5º C, se possível.
O aumento de 1º C na temperatura média da Terra, registrado desde a Revolução Industrial, tem alimentado um número crescente de secas devastadoras, tempestades torrenciais e elevação do nível dos mares, ameaçando os lares e meios de subsistência de dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo.
Mas as medidas que os países firmantes do acordo devem adotar em âmbito nacional para reduzir a emissão de poluentes ainda está muito aquém do previsto, e os cientistas dizem que é necessário agir rápido para alcançar a meta definida em Paris.
As nações ricas também concordaram em investir trilhões de dólares nos países pobres nas próximas décadas para ajudá-los a lidar com os impactos climáticos e a reorganizar suas economias.
Os negociadores reunidos em Bonn durante dez dias analisaram medidas para converter o projeto político em um plano viável, e voltarão a se reunir com seus ministros em novembro, em Marrakech, Marrocos.
Figueres, que deixará o cargo em julho, foi homenageada pelos diplomatas durante uma sessão de trabalho conjunta em Bonn, quando eles cantaram uma versão modificada de um clássico dos anos 1970 do grupo sueco Abba, substituindo o termo "Dancing Queen" por "Climate Queen" (rainha do clima).
Conhecida por ser otimista - até demais, diriam alguns -, Figueres disse à AFP que seu mandato de seis anos foi também repleto de momento angustiantes e decisivos.
"Tomei a decisão de ser otimista desde o início. (...) Foi em resposta à situação que eu herdei, que era tudo, menos otimista", completou.
Após o fiasco de Copenhague, não se sabia se a ONU conseguiria botar as conversações sobre o clima de volta nos trilhos.
Figueres afirmou que todas as reuniões sobre o clima de que ela participou tiveram "momentos de crise".
Durante a cúpula de 2011 em Durban, África do Sul, onde o prazo de Paris de 2015 foi estabelecido, a imprensa informava que as negociações tinham falhado, lembrou.
"É aí que você tem que respirar fundo", completou a secretária-executiva.
O acordo de dezembro passado foi elaborado sob um novo espírito de cooperação entre as nações, tanto as ricas como as em desenvolvimento, que esteve ausente durante a maioria das negociações realizadas ao longo de 20 anos, acrescentou.
Hoje "há muito mais vontade de resolver este problema em conjunto", afirmou Figueres, ecoando a opinião de muitos dos diplomatas e observadores reunidos em Bonn.
Mas o pacto de Paris neste momento é apenas uma estrutura, que ainda precisa ser trabalhada.
"É como se mudar para uma casa muito grande e sem mobília" com 196 colegas, disse Figueres. "E todas as decisões têm de ser tomadas por consenso".
Figueres será sucedida como secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima pela ex-ministra mexicana Patricia Espinosa, atualmente embaixadora na Alemanha.