domingo, 15 de janeiro de 2012

COOPERATIVA DO PARANÁ RECBE CERTICAÇÃO DE COMÉRCIO JUSTO

Após dois anos de trabalho, a Cooperativa de Café Especiais e Certificados do Norte Pioneiro do Paraná (Cocenpp) conquistou permissão para comercializar sua produção de café especial com o selo Fair Trade, que significa comércio justo. A modalidade agrega valor ao produto e ajuda a estabelecer preços justos e padrões sociais e ambientais equilibrados. O grupo tem agora como meta adquirir o selo de Indicação Geográfica.

O certificado foi expedido pela empresa certificadora alemã Flo-Cert Fair Trrade, depois da análise dos aspectos produtivos, ambientais e sociais e inspeção nas propriedades. O documento vale até 2012, mas anualmente há nova inspeção para autorizar a continuidade da certificação.

O fair trade abre oportunidades de negócios, principalmente no mercado externo. Duas semanas após a conquista, a cooperativa fechou negócio com os Estados Unidos. No início de 2012, os 42 produtores da cooperativa, que adquiriram o reconhecimento, irão exportar dois contêineres (640 sacas) de café verde para os EUA. O valor normal de mercado da saca é R$ 440. Com o fair trade, sobe para R$ 590.

A certificação foi resultado do emprenho dos produtores da Cocenpp, somado ao apoio técnico do Sebrae. Há dois anos, a instituição encabeçou o processo por meio do projeto Café Especiais do Norte Pioneiro do Paraná. “A grande preocupação foi investir na qualidade e na segurança alimentar. Para isso, foram trabalhados aspectos como gestão, inovação e comercialização”, explica o responsável pelo projeto no Sebrae no Paraná, Odemir Capello. A iniciativa atende diretamente 300 cafeicultores e beneficia toda a região, que conta com 7,5 mil produtores de café.

A valorização do preço da saca se deve à própria característica do café que leva o selo de comércio justo e ao prêmio social que o comprador paga para o fornecedor. “Esse prêmio é pago por se tratar de produção sustentável. O valor não é individual, por produtor, e sim, da cooperativa. Deve ser revertido para o bem coletivo, como na compra de máquinas e assistência técnica”, observa Odemir.

Para o produtor e vice-presidente da Cocenpp, Ronaldo Casado Figueiredo, a conquista da certificação representa a valorização do grupo e da comercialização do café. “O fair trade é reconhecido em todo o mundo. Ele promove a organização da comunidade. Antes, o trabalho dos produtores de café era pulverizado. Cada cafeicultor comercializava individualmente. Muitas vezes, o preço ficava abaixo do gasto com a produção. Agora, recebemos o valor justo”, ressalta Ronaldo.

sábado, 14 de janeiro de 2012

CERTIFICAÇÃO DE COMERCIO JUSTO AJUDA NA QUALIDADE DAS FRUTAS DO SUL DA BAHIA

O reconhecimento pelo trabalho persistente dos últimos sete anos começa a aparecer. É essa a sensação que têm os integrantes da Associação de Produtores Orgânicos da Adutora de Carnaíba (Aproac), com sede em Juazeiro, na Bahia. Eles receberam a certificação da Fairtrade Labelling Organisation (FLO).

A organização internacional estabelece um conjunto de padrões seguidos por produtores e comerciantes para obter o selo de Comércio Justo (fairtrade) - movimento mundial que apoia produtores de pequeno porte, estabelecendo melhores preços para produtos frutos de práticas saudáveis.

Para atribuir a certificação a um grupo de produtores, a FLO avalia uma série de exigências nas categorias social, econômica, ambiental e padrões para o trabalho contratado. São considerados, por exemplo, a democracia por meio da participação e da transparência na instituição, a capacidade de exportação, as condições de trabalho, a não utilização de mão de obra infantil e o respeito ao meio ambiente.

Durante o processo para a conquista da certificação fairtrade, a Aproac contou com a consultoria do Sebrae, que orientou quanto às práticas avaliadas. A presidente da Associação, Letícia Paim, reconhece que "sem esse apoio, a associação não teria conquistado a vitória”. Para a consultora, Diana Passos, “o desafio agora é manter a certificação, melhorando inclusive o que já foi avaliado como bom”.

Os associados da Aproac já tinham certificação orgânica - frutas e verduras cultivadas por eles são produzidas naturalmente, sem nenhuma intervenção química. No entanto, o mercado nacional não reconheceu esse diferencial e muitas safras foram comercializadas ao preço de safras convencionais, que carregam, por exemplo, vestígios de agrotóxicos. Agora, com a certificação, conquistada há menos de um mês, a comercialização deve melhorar.

Além de preços justos, os produtores recebem um prêmio social oferecido por compradores internacionais que adquirem produtos desse mercado. A maioria dos 11 associados da Aproac tem a manga como principal cultura. Para cada quilo da fruta vendido, o Comércio Justo paga mais 14 centavos de dólar como prêmio, que deve ser usado em benefícios para a Associação.

Práticas saudáveis

Basta visitar qualquer área de cultivo da Aproac para perceber o respeito às regras do Comércio Justo. Às margens da BR 235, na zona rural de Casa Nova, a 540 km de Salvador, a produtora e presidente da associação, Letícia Paim, mantém 18 hectares de manga com a ajuda de três funcionários fixos, com carteira assinada. Tudo o que é feito na propriedade é devidamente anotado, do início do cultivo até a colheita.

Entre as anotações da produtora está uma receita que é frequentemente consultada. Nela estão as medidas para fazer um biofertilizante. A receita inclui urina de vaca, esterco fresco, rapadura, leite, vegetais picados. “Até água de coco minhas lindas árvores bebem”, brinca Letícia, mostrando o carinho que tem pela plantação. O resultado é uma calda aplicada cuidadosamente que fortalece e protege as mangueiras do ataque de pragas e doenças.

As árvores da plantação de Letícia estão em fase de floração. A colheita está programada para outubro e a venda de grande parte da sua produção e dos demais associados está praticamente assegurada.

ECONOMIA SOLIDÁRIA MOVIMENTA O COMÉRCIOJUSTO EM MINAS GERAIS

Em 2011, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Trabalho e Emprego, buscou fomentar e fortalecer os empreendimentos econômicos solidários e suas redes e cadeias de produção, comercialização e consumo, com base nas diretrizes e princípios do comércio justo e solidário.

O apoio à comercialização foi empreendido por meio da realização de 12 feiras regionais da Economia Popular Solidária, que funcionam como espaços de geração de trabalho e renda e de exercício de autonomia para seus integrantes.

Para a artesã de Tiradentes, Luzia Batista da Silva, as feiras, muito além de aumentar a visibilidade do empreendimento e as vendas dos produtos, proporcionam o intercâmbio de informações e o convívio com as mais diversas representações culturais. “Essa não é somente uma forma de economia, é um conjunto de descobertas de talentos e a oportunidade de conhecer pessoas, municípios e diferentes tipos de arte”, considera.

Essa opinião é compartilhada com o facilitador estadual do Projeto Rede de Desenvolvimento, da ONG Visão Mundial, Najane Pinheiro. Para ele, as feiras também são oportunidades para obter a valorização do público, que é apresentado a novas técnicas e produtos. “Trabalhamos com grupos de mulheres que se sustentam com o artesanato. Por meio de oficinas, elas aprendem novas técnicas, resgatam outras bem antigas e trocam experiências. A exposição na feira é a consolidação, a apresentação do produto final do nosso trabalho e o reconhecimento do público que compra nossos artigos”, afirma.

Os empreendimentos de Economia Popular Solidária são iniciativas da sociedade civil que visam à geração de produto ou serviço, por meio da organização, cooperação, gestão democrática, solidariedade, distribuição equitativa das riquezas produzidas coletivamente, autogestão, desenvolvimento local integrado e sustentável, respeito ao equilíbrio dos ecossistemas, valorização do ser humano e do trabalho e do estabelecimento de relações igualitárias entre homens e mulheres. Fazem parte dessa prática os empreendimentos econômicos solidários organizados coletivamente por trabalhadores em diversos ramos de atividades, como alimentação, artesanato, confecção e calçados.

O secretário Adjunto de Estado de Trabalho e Emprego, Hélio Rabelo, destaca que o Governo de Minas está investindo na formação e assistência técnica dos empreendedores, além de liberação de crédito com baixa tributação. “O que vemos aqui são produtos especiais, diferentes e únicos de cada região. Não estamos trabalhando apenas pelas feiras, mas também pela certificação dos produtos e qualificação dos artesãos”, declara.

A Política Estadual de Fomento à Economia Popular Solidária é desenvolvida pela Sete, em parceria com o Conselho Estadual de Economia Popular Solidária, o Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária e as prefeituras.

As feiras em números
Em 2011, foram realizadas feiras nas cidades de Araçuaí, Alfenas, Almenara, Belo Horizonte, Governador Valadares, Janaúba, Juiz de Fora, Lavras, Montes Claros, Paracatu, Teófilo Otoni e Uberlândia, com investimentos do governo mineiro, da ordem de R$ 886.042,31. No total, participaram das feiras 462 empreendimentos de 167 municípios, com média de ganho por empreendimento de R$ 368,24, com a maior renda em Lavras (R$ 773,20).

Os produtos mais ofertados foram no setor de confecção (34%), seguidos pelos do setor de artesanatos (32%). Entre os mais procurados, estão os produtos alimentícios (40%), também seguidos pelos artesanatos (33%).

Durante os eventos, foi realizada pesquisa com os empreendedores e consumidores sobre a efetividade e resultado das feiras. Dos empreendedores participantes, 67% disseram que as suas expectativas foram atendidas e 86% ficaram satisfeitos com sua organização. Entre os visitantes, 84% disseram ter tido as expectativas atendidas e 72% encontraram os produtos que desejavam.

CAFEICULTORES MINEIROS RECEBEM CERFICAÇÃO DE COMÉRCIO JUSTO

A certificação Comércio Justo foi conferida pela primeira vez a cafeicultores no Triângulo Mineiro, vinculados à Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado (APPCER). Nesse modelo de venda, os cafeicultores têm a garantia do pagamento de um preço mínimo pela saca, além de não ter a figura do atravessador. Espera-se que duas mil sacas sejam comercializadas ainda em 2011.

Entre os benefícios decorrentes dessa ação, destacam-se o aumento do lucro para os produtores, a redução do impacto ambiental provocado pelo cultivo do grão e a melhoria na gestão do negócio. A certificação garante a rastreabilidade do produto, consistência das negociações e certeza do pagamento do preço mínimo e prêmio.

De acordo com o presidente da APPCER, José da Cruz Pereira, a saca de café com essa certificação custa em média R$ 100 a mais que a comum. Com isso, os agricultores têm um aumento nos ganhos de até R$ 70. Os outros R$ 30 são destinados à Associação, que deve decidir, em assembléia, a melhor maneira de empregar o dinheiro em benefício da comunidade

A APPCER possui 39 produtores filiados e 27 deles foram certificados. Isso significa que a maior parte dos produtores amadureceu a gestão de seus negócios – melhoraram significativamente as práticas comerciais, fazem uso controlado de agrotóxicos e observam as leis ambientais e trabalhistas.

O Sebrae em Minas Gerais teve participação preponderante para que esse objetivo fosse alcançado. Para o responsável técnico pelo Projeto Café do Cerrado Fairtrade, Marcos Antônio dos Reis Teixeira, ao longo de um ano foram realizadas diversas consultorias e cursos, além de intercâmbios com associações que já têm experiência em vender o café certificado.

O cerrado mineiro, com apoio do Sebrae, tornou-se também a primeira região produtora de café do país a conquistar a Indicação de Procedência, em 2005. A parceria da instituição com as entidades representativas dos produtores resultou em mais uma conquista: o pedido de Denominação de Origem junto ao Instituto Brasileiro de Propriedade Industrial (INPI).

COOPAVAM TRABALHA TAMBÉM NO COMÉRCIO JUSTO

A Cooperativa de Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam), do assentamento Vale do Amanhecer, em Juruena (880 Km a noroeste de Cuiabá), é uma das finalistas do Prêmio Objetivos do Milênio Brasil. O prêmio, que está em sua quarta edição, é uma iniciativa do Governo Federal com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade.

Com a proposta apresentada pelo Poço de Carbono Juruena, intitulada Amazônia viva: Plantando e colhendo frutos para um mundo melhor, a Coopavam está alcançando um reconhecimento internacional ao trabalhar com uma economia solidária florestal, que está ajudando a mudar a realidade de dezenas de pessoas envolvidas direta e indiretamente. Criada em 2008, exclusivamente por agricultores assentados, a cooperativa contou com apoio do governo de Mato Grosso e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por meio do Projeto de Conservação e Uso Sustentável das Florestas no Noroeste do Mato Grosso.

Com o esforço dos cooperados e funcionários, que hoje gira em torno de 27 pessoas e pode chegar a 45 em 2012, a cooperativa atraiu novas parcerias como os projetos Pacto das Águas e Poço de Carbono Juruena, ambos patrocinados pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. Atualmente a cooperativa produz castanha-do-Brasil em amêndoas, farinha e óleo de castanha, vendidos para empresas alimentícias, de cosméticos e para a Conab, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Para garantir a produção, além das castanhas que são coletadas na reserva legal do assentamento, de 7 mil hectares, foram firmadas parcerias para coleta de sementes em áreas privadas. Outra parte da produção é adquirida de povos indígenas, como os Apiacás-Kaiaby, Mundurucus e Zoró. Por trabalharem sob a ótica do comércio justo, a Coopavam ajudou a melhorar o preço pago pela castanha-do-Brasil na região noroeste, saindo de 1 real por quilo em 2008 para 3 reais por quilo em 2011.

Os objetivos do milênio foram definidos em 2000 durante a reunião da Cúpula do Milênio, realizada em Nova Iorque. Líderes de 191 nações oficializaram um pacto para tornar o mundo mais solidário e mais justo, até 2015.

SÃO BERNARDO TENTA AJUDAR O COMÉRCIOJUSTO

- A Câmara de São Bernardo aprovou, na semana passada o projeto do Executivo que modificará a expedição de alvarás de funcionamento para o comércio e outros setores. A alteração ocorre para beneficiar vários setores de atividades comerciais, que sofriam com a burocracia, demora e, em muitos casos, obstrução do prosseguimento na expedição dos documentos.

A modificação ocorre pelo fato de o Departamento de Obras Particulares (SPU-2), da Secretaria de Planejamento Urbano e Ação Regional, ter detectado que a atual legislação necessitava de urgentes aprimoramentos. "Este processo é comum em cidades de grande porte, já estava na hora de São Bernardo se adequar", afirmou Raimundo Leite, professor de Política Econômica da USP.

De acordo com o projeto aprovado, agora o processo conta com várias modificações, três delas muito importantes. A primeira é a mudança dos prazos de validade dos alvarás de funcionamento expedidos. O alvará com tempo mínimo passa a ser de um ano e, no máximo, de três anos, acompanhando e ressalvando as validades dos demais documentos estaduais e federais. Já o alvará provisório passaria a ser de um ano e não de apenas seis meses. "Hoje é necessário que a força da economia, seja varejista ou industrial, caminhe lado a lado com o poder da prefeitura. Vemos o ABC investir bastante em industria, em benefícios fiscais para mantê-las e não se via muita movimentação para o pequeno comércio. Agora se vê", continua.

Outra mudança significativa do projeto diz respeito à legislação sobre Laudos Técnicos de Segurança e Estabilidade. Com a aprovação da lei, os laudos poderão variar entre um e três anos, igualando com o prazo do alvará, e serão exigidos para todas as atividades.

A mudança será realizada para dar maior segurança e estabilidade da edificação.

Santo André também

Quem também luta para tentar melhorar a condição do pequeno empresário é a cidade de Santo André, que esta semana abriu 550 vagas para empreendimentos sociais interessados em receber suporte da Incubadora Popular de Economia Solidária (IPEPS), vinculada ao Departamento de Geração de Emprego, Trabalho, Qualificação e Renda (DGETQR) da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SDET). Este chamamento público visa preencher até 550 vagas disponíveis para empreendedores com atividade nas áreas de reciclagem, têxtil-confecção, saúde, turismo, agricultura urbana, artesanato e alimentação. Interessados devem ir ao Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda (CPETR) localizado na Avenida Artur de Queirós, nº 720, bairro Casa Branca, de segunda a sexta, das 9h às 11h e das 14h às 16h.

De acordo com Mônica Mandarino, diretora do DGETQR, a ação é voltada para empreendimentos individuais ou em grupo, formalizados ou não, e que tenham interesse em participar do processo de incubação. "Incubação, no caso, é sinônimo de formação, fomento, desenvolvimento e aperfeiçoamento de novos modelos de organizações econômicas e socioprodutivas, com base nos princípios e valores da economia solidária", afirma.

No último mês a Prefeitura de Santo André promoveu o lançamento do programa Comércio Justo e Solidário com a abertura de três barracas destinadas à comercialização de produtos de empreendimentos populares localizadas na Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (Craisa), mais especificamente no local que acolhe o Mercado de Flores e o Mercado de Peixes Ornamentais.

"É a primeira vez na história que a Prefeitura de Santo André dispõe de postos fixos à disposição dos empreendedores que fazem parte da economia solidária", destaca a diretora Mônica Mandarino

PROJETO MALATESTA

projeto Café Malatesta nasceu em Lecco em janeiro de 2010 quando se abriu a possibilidade para um grupo de jovens, provenientes de diversas experiências (seja do ativismo, de projetos de autogestão, seja de quem veio de anos de estudos ou de trabalhos precários), de utilizar gratuitamente uma máquina de torrefação de café em desuso, na sede da G.A.S. de Lecco.

De uma atividade experimental nasceu em um tempo curto um coletivo com vontade de criar uma realidade de trabalho autogestionada e baseada em dinâmicas decisórias antiautoritárias, com a convicção de que um modo diferente de viver a produção e o consumo pudesse ser seguido por uma mudança social no sentido solidário, como alternativa a uma economia capitalista predadora de culturas, territórios, tempos e espaço de nossas vidas.

Em quase dois anos de trabalho crescente e de numerosas relações com grupos de compradores, círculos sociais, associações, companheiros e amigos, o coletivo se encontrou de frente a importantes escolhas para a direção e as práticas do projeto, apesar da natureza ainda embrionária da atividade e da falta absoluta de capital inicial ter levado e continuar levando a uma grande dificuldade, entre pesar a vontade de decisões éticas radicais por um lado, com a premente necessidade de liquidez para se alcançar o objetivo mínimo da autonomia (constituição de um sujeito econômico autônomo).

O manifesto do Coletivo

O grupo constitui atualmente um ?Coletivo de Trabalho? autogestionado que quer articular a sua atividade em 5 pontos fundamentais:

1. Criação de renda a partir de trabalho manual e intelectual e em nenhum caso de lucro ou retiradas incoerentes com a participação e o empenho no projeto coletivo.

2. Trabalhar com matérias primas produzidas em condições de trabalho dignas, com particular atenção às pequenas realidades privadas de acesso à certificação internacional Fair Trade.

3. Trabalhar com matérias primas produzidas com respeito ao meio ambiente e ao território com métodos de cultivo biológicos, procurando relações de confiança com pequenos produtores privados do acesso à certificação reconhecida Organic/Bio.

4. Divisão comum, mediante uma prática constante de assembléias, das escolhas e dos percursos que o projeto empreenderá, rechaçando a formação de dinâmicas verticalizadas e autoritárias.

5. Procura constante de relações e trocas com aquelas comunidades que tem a intenção de promover a cultura e a prática da solidariedade, do mutualismo e da autogestão.

O projeto nasce com a vontade de rebater uma lógica de ?Comércio Justo? voltada para a caridade e para a beneficência, contrapondo uma solidariedade horizontal entre trabalhadores organizados em realidades autogestionadas, no norte e no sul do mundo.

A torrefação autogestionada é pensada como um instrumento de emancipação do trabalho precário e das condições de exploração, com o objetivo de desvincular os cultivadores das imposições esfomeadas das grandes companhias de comércio de café e de criar junto com outras comunidades e grupos no território, locais e nacionais, uma rede de produção e consumo paralela e autogestionada, baseada na auto-subsistência ao invés do lucro, na solidariedade ao invés da competição.

A proveniência do café verde

A vontade expressa desde as primeiras fases do projeto foi aquela de desenvolver os contatos mais diretos possíveis com os cultivadores, de modo a retirar o lucro dos intermediários e de restituir dignidade e reconhecimento aos trabalhadores. Assim, no arco de dois anos o grupo conseguiu fazer com que a maior parte do café trabalhado proviesse de projetos de solidariedade com as comunidades de camponeses (na Guatemala e em Honduras), enquanto o restante é certificado FairTrade.

A colaboração com a Coordinadora (coordinadora.noblogs.org), rede libertária nacional que sustenta diversos projetos de cooperação com as comunidades zapatistas de Chiapas, vai exatamente nessa direção: construir redes de solidariedade externas e estruturalmente conflituosas em confronto com os interesses do mercado oficial.

Desde abril de 2011, a assembléia da Coordinadora decidiu confiar ao Coletivo Café Malatesta o trabalho com o Café Durito provindo das cooperativas zapatistas, que antes vinha importado da cooperativa libertária Café Libertad de Hamburgo.

A escolha de trabalhar com uma matéria prima eqüitativamente retribuída aos produtores fora das lógicas intensivas da agroindústria e torrada artesanalmente leva inevitavelmente a um custo e, portanto, a preços mais elevados em relação ao café comercializado pelas grandes corporações. O coletivo, consciente de que o preço de venda seja um fator delicado e importante, procura manter custos no mesmo nível de outros cafés solidários e biológicos, para aproximar aqueles sujeitos (trabalhadores mal pagos, precários, desocupados, estudantes e aposentados) que se encontram na posição de ter de consumir mercadorias economicamente produzidas através da exploração de outros trabalhadores e de outros territórios, mas que teriam somente a ganhar com a difusão de redes mutualistas, de produção e de trocas alternativas.

O Coletivo promoveu uma Campanha Extraordinária de Doações para sustentar os custos relativos à adequação do laboratório, à compra de uma balança e a outros itens necessários para desenvolver a atividade. É possível participar de modo individual ou coletivo, com doações, empréstimos solidários, iniciativas beneficentes, distribuição do café ou promoção do projeto.

Para informações e contatos: spazialtri@autoproduzioni.net

Cristiano ? 328 0069751
Jacopo ? 340 5367035

Para informações sobre o café zapatista Durito: spazialtri@autoproduzioni.ne

goias orgãnico é pelo comercio justo

O mercado de alimentos orgânicos em Goiás ainda é tímido, mas registra crescimento na oferta e demanda nos últimos dez anos. Um dado do Sebrae em Goiás mostra o interesse do trabalhador em produzir alimentos sem o uso de agrotóxicos. O número de produtores cadastrados para comercializar orgânicos no estado quase quadruplicou de 2002 a 2011: passou de 20 para 68. A estimativa de área plantada, atualmente, é de 200 hectares, considerando hortaliças, frutas e raízes.

Para manter o quadro de progresso, cooperativas e entidades foram criadas no estado para auxiliar o produtor, do cultivo ao comércio de orgânicos. Elas também mostram os benefícios ambientais, sociais e nutricionais desse tipo de alimento. Um exemplo é o trabalho desenvolvido pela Associação para o Desenvolvimento dos Alimentos Orgânicos de Goiás (Adao Goiás). Criada em 1999, a entidade baseou suas atividades numa experiência de sucesso desenvolvida em Fortaleza, onde existe uma associação com o mesmo nome e voltada para o estímulo e a prática da agricultura orgânica.

A Adao Goiás possui cerca de 60 associados ativos, formada por produtores e consumidores. Segundo seu presidente, Mariano Alejandro Parejo, atende pessoas conscientes do impacto da agricultura no meio ambiente. A meta da entidade é desenvolver canais de comercialização, aproximando os associados, e promover comércio justo entre consumidores e produtores.

Mariano considera que a Adao deve vencer desafios por ser uma corrente ainda pequena na agricultura geral. “Existem dificuldades, desde a falta de técnicos na área até na hora de financiar projetos, pois alguns planos não se encaixam nos padrões da agricultura convencional”, enfatiza.

Projeto Goiás Orgânico

Em 2008, o Sebrae realizou evento em Goiânia para assinatura de um pacto chamado Projeto Goiás Orgânico, que estabeleceu objetivos como aumentar a produtividade e a qualidade do orgânico no estado. Nessa época, a Cooperativa Goiás Orgânico foi idealizada. Nasceu da união de propostas de produtores para comercializar conjuntamente e trocar informações.

“Formamos um conjunto composto por pessoas de perfis diversos, mas com interesses similares, preocupadas com a qualidade de vida, com o meio ambiente, com a sustentabilidade e com os princípios que norteiam quem produz alimentos orgânicos”, ressalta Ester Galvão, da diretoria da cooperativa.

rio a porter trabalha o comércio justo

Nesta edição do Rio-à-Porter, as diversas vertentes da Moda e do Design ganham força, reafirmando o papel do salão de ajudar a propagar no mercado as tendências lançadas nos desfiles e promover marcas e polos criativos. Assim, terão espaço diversos nichos como: a Moda Sustentável e a Moda Social, além de destaque para iniciativas de empreendedorismo.

Sustentabilidade-A sustentabilidade, assunto cada vez mais importante em nosso dia-a-dia, permeiam o trabalho de diversos expositores. É o caso do Natural Cotton Color. O grupo da Paraíba é reconhecido mundialmente por seu trabalho com peças feitas de algodão naturalmente colorido. A matéria-prima utilizada pela marca é desenvolvida pela Embrapa, o que significa uma economia de 70% de água que seria utilizada no processo convencional de acabamento da malha ou algodão. Nesta edição, o Natural Cotton Color está apresentando roupas e acessórios em ponto filé, uma renda aberta tradicional do Nordeste. As peças foram produzidas por artesãs da Região do Brejo Paraibano.

A marca de bijuterias Zoia, do polo Jóia Carioca, também terá como tema a questão ambiental. A grife, que nasceu há seis anos no Instituto Gênesis da PUC-Rio, apresenta no Rio-à-Porter a coleção Rio+40, em alusão à Rio+20 – conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável que será realizada no Rio de Janeiro em junho. A coleção é focada em materiais alternativos e inspiradores como alumínios de nespresso reciclados, sacos de lixo crochetados, tampinhas de refrigerante banhadas e cerâmica plástica.

Quem também investe no reaproveitamento é a designer Silvia Blumberg. Sua marca lança no salão a linha Horta Carioca de prata reciclada misturada a resíduos garimpados em canteiros de obras como cimento, pirita e pó de tijolo e tingidas naturalmente com sumo de espinafre e beterraba.

Quem também investem o assunto são a JS Design Sustável e Mônica Krexa, marcas do Polo de Moda Praia de Cabo Frio, que lançam coleções e peças customizadas sob o tema mistura urbana. Com técnicas de reciclagem de papel, a JS aposta nas linhas ‘Locomia’, ‘Geometrik’ e ‘Básicos’. Num clima de revival dos anos 80, a primeira mescla cores vibrantes e tons pasteis com acabamentos em couro e algodão. A ‘Geometrik’ abusa das formas geométricas em seus conjuntos de três peças, inclusive bolsas. Há duas décadas seduzida pelo alumínio, a designer argentina Mônica Krexa apresenta bolsas-acessórios, com detalhes do metal e trabalhadas em lona, couro e camurça. Peças combinando alumínio e feltro em tiras tingidas artesanalmente em chá preto e beterraba traduzem a criatividade e elegância da marca de Búzios.

Empreendedorismo e Moda Social - A iniciativa empreendedora e o trabalho social também permeiam todo o evento e, muitas vezes, estão presentes em um mesmo expositor. É o caso da Retalhos Cariocas, marca da APL Moda Carioca, de São Cristóvão. Fruto da parceria de cinco jovens empreendedoras da Barreira do Vasco, comunidade do bairro imperial de São Cristóvão, a Retalhos cariocas participa pela segunda vez do Rio-à-Porter. A grife, que trabalha com retalhos de tecidos, levará para o salão a linha ‘Caçadores da Cor’. A marca trabalha ainda práticas de comércio justo e promove cursos de corte, costura e artesanato na comunidade, além de ter realizado o primeiro desfile de moda da Barreira do Vasco. Atualmente, a Retalhos Cariocas exporta para os Estados Unidos e deseja ampliar sua presença no cenário nacional.

Também integrante do APL Moda Carioca de São Cristóvão, a Complexo Composto abriu espaço em seu galpão para recebe jovens estilistas. O espaço funciona como uma espécie de incubadora temporária para aqueles que querem empreender, montar uma coleção, desenvolver produtos, modelar, comercializar ou distribuir. Um espaço de referência para atendimento, reuniões, encontros e principalmente troca de ideias. Um dos destaques é a Germana Palha. A marca trabalha com um tamanho único que se adapta a cada morfologia, moldando o corpo através de amarrações, que dá o nome à coleção.

Outro exemplo de empreendedorismo é a Vig Rio, que estreia no salão. A marca tem dois anos e produz bolsas, clutchs e acessórios. A estilista, Vivian Groisman, estudou no Instituto Marangoni, em Milão, e abriu recentemente seu ateliê na Barra da Tijuca. Ela investe em peças artesanais e exclusivas. Espera com o salão começar a exportar e reforçar a presença em praças como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Goiânia.

. [Rio-à-Porter, salão de negócios oficial do Fashion Rio até o dia 13 de janeiro (sexta-feira), na Casa Firjan Criativa, Rua São Clemente, 213-Botafogo, Rio de Janeiro. Mais, clique no banner lincado ao lado neste Canal de Moda & Beleza].

copa orgância e sustentável

A campanha Copa Orgânica e Sustentável será lançada no primeiro semestre de 2012. A proposta da campanha foi aprovada por unanimidade em jantar realizado no restaurante Quintal dos Orgânicos em São Paulo, durante reunião com mais de 60 representantes dos setores orgânico e sustentável.

O evento foi promovido pelo Núcleo Temático Copa Orgânica e Sustentável, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), pelo Planeta Orgânico e pelo IPD, que fazem parte deste Núcleo Temático. O diretor do Departamento de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA, Arnoldo de Campos, apresentou a proposta da Campanha Copa Orgânica e Sustentável, destacando que “a campanha vem se somar a outra iniciativa do Ministério, em que o programa Talentos do Brasil vai lançar coleções de moda feitas exclusivamente por artesãs da agricultura familiar para a Copa do Mundo da Fifa”.

A campanha tem por objetivo articular os diversos segmentos de alimentos e bebidas, serviços turísticos, amenities (cosméticos) e artesanato, para qualificar a oferta, ampliar a produção e o consumo consciente dos produtos com o selo da agricultura familiar, da sociobiodiversidade, do comércio justo e solidário e com indicação geográfica.

Uma associação nacional será criada para implementar um plano de trabalho e organizar a campanha Copa Orgânica e Sustentável.

Antes, durante e depois da Copa 2014-Após a execução de um vídeo sobre a Campanha Copa Organica e Sustentável, Maria Beatriz Martins Costa, diretora do Planeta Orgânico, disse que "a Copa Orgânica e Sustentável será um catalizador para o desenvolvimento de um círculo virtuoso, criando ofertas e demandas sustentadas. Por intermédio de seminários e ações estratégicas nas cidades sede, será promovida a aproximação dos produtores com hotéis, pousadas e restaurantes, antes, durante e depois da Copa 2014"

Segundo Claudio Langone, coordenador da Câmara Temática Nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa 2014 (CTMAS), vinculada ao Ministério do Esporte, “é importante que a população e os turistas, nacionais e estrangeiros, percebam esta oferta diferenciada e qualificada, associando a imagem do país ao consumo consciente.”

Ming Liu, coordenador executivo do Projeto Organic Brasil do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD), acha que o Brasil deve ganhar com esta iniciativa que leva à formalização dos setores envolvidos. "Observando o que aconteceu na Europa e nos Estados Unidos, onde houve a regulamentação e o nível de investimento cresceu, esperamos que aqui ocorra o mesmo comportamento de crescimento".

Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do Ministerio de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente ressaltou a importância da Semana dos Orgânicos como formadora de opinião, lembrando que em 2012 e 2014 a Semana dos Orgânicos acontecerá em datas próximas a Rio+20 e Copa 2014.

Núcleo temático copa orgânica e sustentável articula apoio do governo e da iniciativa privada-O núcleo coordenado pelo MDA vem realizando reuniões com os Ministérios apresentando as iniciativas que farão parte da Copa Orgânica e Sustentável. Já foram realizadas reuniões nos ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Esporte, do Turismo, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Meio Ambiente, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Empresas com forte presença no setor orgânico como o Pão de Açúcar, Native, Mãe Terra, e certificadoras como IBD e Ecocert , mais a ABIS ( Associação Brasileira de Indústria de Sorvestes) apoiaram a proposta para a campanha Copa Orgânica e Sustentável.

Alexandre Borges, diretor da Mãe Terra declarou: “A Mãe Terra quer ajudar a viabilizar a milhares de consumidores a opção de se alimentarem com produtos orgânicos e saudáveis durante a Copa. Para tanto, nosso desafio será trazer produtos orgânicos de “pronto-consumo” e com muito sabor! Este jantar teve a função de lançar a pedra fundamental da mobilização em torno de um projeto relevante não apenas para o setor, mas para o Brasil na Copa. Saio do jantar otimista que daremos um “show de bola” com os produtos orgânicos e sustentáveis brasileiros.”

Luiz Mazzon, diretor da Ecocert, acha que a inclusão de produtos orgânicos e sustentáveis na Copa 2014 seria uma demonstração de maturidade do país quanto ao tipo de legado que os jogos podem deixar, que vão muito além da infra-estrutura. Principalmente por ser o Brasil um país em desenvolvimento, a inclusão de produtos orgânicos e sustentáveis traria um grande diferencial de imagem. É também uma oportunidade única para “colocar na vitrine” este tipo de produto para todo o mundo, e indiretamente, demonstrar aos brasileiros a importância da valorização destes produtos. Isso tudo, obviamente, depende também da boa organização do evento como um todo”, diz Luiz Mazzon.

O empresário Nardi Davidsohn, sócio proprietário do restaurante onde foi realizado o jantar, conversou com Arnoldo de Campos sobre seu interesse em levar o Quintal dos Orgânicos para outras cidades do Brasil.

O presidente da ABIS (Associação Brasileira de Indústria de Sorvetes) Eduardo Weisberg, também esteve presente neste jantar e manifestou seu apoio a iniciativa: “ Foi muito bom fazer parte do lançamento do Projeto Copa Orgânica e Sustentável. Percebo que o Governo está no caminho certo com a criação de uma Associação multidisciplinar que conduza a organização e as ações da Copa Orgânica e Sustentável. O Brasil é um país ímpar e tenho certeza que organizados, realizaremos um evento que deixará marcas positivas para o mundo.Sou um entusiasta e já me considero um parceiro nesta empreitada.Parabéns ao Governo Federal, ao IPD Orgânicos e ao Planeta Orgânico por esta iniciativa brilhante.”

Green Rio terá painel sobre copa orgânica e sustentável: Dias 19 e 20 de junho, na semana em que acontecerá no Rio de Janeiro a Conferência Rio+20, será realizado no Centro de Convenções Bolsa do Rio o evento Green Rio. Durante este evento haverá a Conferência Green Rio na qual serão discutidos diversos temas relacionados a Economia Verde, entre eles “Copa Orgânica e Sustentável”. O Green Rio conta com o apoio da GIZ, da BMF / Bovespa e da Bolsa Brasileira de Mercadorias.[www.greenrio.com.br].

O Planeta Orgânico é uma empresa de comunicação e marketing que realiza e promove eventos no Brasil e em outro países desde 2003, com destaque para os setores orgânico e sustentável. O Planeta Orgânico faz parte do Núcleo Temático Nacional da Copa Orgânica e Sustentável e do Núcleo Temático da Copa Orgânica do Estado do Rio de Janeiro. [www.planetaorganico.com.br].