sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

INFORMAÇÕES NAS SACOLAS PLASTICAS SOBRE RECICLAGEM

Tramita Câmara o Projeto de Lei, do deputado Edmar Moreira (PR-MG), que obriga os estabelecimentos comerciais com área superior a 1.000m², localizados em cidades onde haja coleta seletiva de lixo e que utilizam sacolas plásticas para embalagem de mercadorias, a imprimir nas sacolas as seguintes informações:

- o lixo seco ou resíduo reciclável é composto de metais, plásticos, vidros, papéis, embalagens longa vida e isopor;
- o lixo orgânico é composto de sobras de alimentos, cascas de frutas e verduras, borra de café, cigarros, papel higiênico, papel toalha, guardanapos, absorventes e fraldas usadas;

- o lixo especial ou resíduo especial é composto de pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, retalhos de couro, latas de tinta, venenos e solventes, que deverão ser encaminhados ao órgão municipal responsável pela coleta e destino final de resíduos da cidade.

Conforme a proposta, o informativo deverá ocupar no mínimo 30% da face externa de um dos lados da sacola plástica. As penalidades serão regulamentadas pelo Executivo, no prazo de 60 dias após a aprovação da lei.

Moreira afirmou que o objetivo principal é alertar a população sobre os produtos plásticos que vão para o lixo diariamente, contribuindo para a degradação do ambiente.

TRIBUNAL DO MARANHÃO TAMBÉM RECICLA

A empresa de reciclagem Ripel Ecoambiental está recolhendo o papel usado durante o expediente do Tribunal de Justiça do Maranhão para ser reutilizado, por meio do processo de reciclagem.

A medida, determinada pela presidência do TJMA, visa cumprir a Meta 6 do Judiciário nacional, que estabelece a redução, pelos tribunais, a pelo menos 2%, o consumo per capita de energia elétrica, telefone, papel, água e combustível.

A Diretoria Geral designou o serviço de apoio do TJ para recolher todo o material, às sextas-feiras, a partir das 14 horas. A Ripel é responsável em separar e destinar para a reciclagem. A empresa vai informar ao Tribunal todo o quantitativo processado.

Além do papel utilizado durante o expediente no TJ, o servidor também poderá encaminhar para a reciclagem o material utilizado de casa, que será destinado ao reaproveitamento e uso pela clientela dos projetos sociais. “Estimulando o comportamento ambiental correto entre os servidores, poderemos diminuir o desperdício de materiais e racionalizar o uso dos recursos”, explicou a diretora-geral, Alessandra Darub.

LIXO SELETIVO

A promessa está feita. No dia 3 de agosto de 2014, o Brasil estará livre dos lixões a céu aberto, presentes em quase todos os municípios brasileiros. Pelo menos é isso que define, no papel, o artigo nº 54 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada por Decreto Presidencial no finalzinho do ano passado.

No mesmo 2014 também ficará proibido colocar em aterros sanitários qualquer tipo de resíduo que seja passível de reciclagem ou reutilização. Teoricamente todos os municípios brasileiros terão que se adequar à nova legislação e criar leis específicas para a implantação da coleta seletiva.

Não é só isso. A partir da assinatura do decreto (23/12/2010), a União, por meio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem prazo de 180 dias para elaborar a proposta preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 anos, devendo ser atualizado a cada quatro.

A proposta do plano será submetida à consulta pública, pelo prazo mínimo de 60 dias.

Atualmente, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece, por meio de Resolução, os procedimentos para o descarte ambientalmente correto de quatro grupos de resíduos: os pneus (Resolução 362/2005); pilhas e baterias (Resolução 257/1999); óleos lubrificantes (Resolução 258/1999); e embalagens de agrotóxicos (Resolução 334/2003 e Lei nº 9.974/2000).

Os acordos setoriais ou os termos de compromisso servirão para revalidar ou refazer os que estão definidos nas resoluções e leis em vigor.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em agosto de 2010, contém as diretrizes para a gestão, o gerenciamento e o manejo dos resíduos sólidos.

Ela também incentiva os fabricantes a adotar procedimentos adequados à produção de produtos não agressivos ao ambiente e à saúde humana e à destinação final correta dos rejeitos da produção.

Contra a corrente

Apesar dos avanços, o decreto assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, traz alguns pontos vagos. Este é o caso das metas para a reciclagem de embalagens e outros itens, como lâmpadas e eletroeletrônicos, que não foram impostas e nem tampouco definidas como vão funcionar.

O plano deve ser elaborado até junho por um grupo de técnicos e dirigentes de 12 ministérios, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Mas a nomeação deste grupo só deve sair em fevereiro. Para um projeto (lei 1991/07), que ficou parado no Congresso Nacional por 18 anos (e agora institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos), antes tarde do que nunca

RECICLAGEM NO CEARÁ

Com isenção de impostos, espaço do setor agregaria todas as empresas que lidam com resíduos sólidos

O mercado de reciclagem cearense, que movimenta cerca de R$ 39 milhões mensalmente, quer viabilizar agora a criação de um Polo Verde no Estado. O espaço agregaria todas as empresas que trabalham com resíduos sólidos, onde teriam completa isenção de impostos. Assim, empresas de reciclagem, de transformação e de equipamentos para o trabalho poderiam negociar livre de tributos. "Tenho o reciclador, que vende para o transformador, que negocia com o comércio.

Além disso, tem as fábricas de máquinas e equipamentos. Eles trabalhariam em forma de condomínios, reduzindo a despesa comum das empresas. Com tudo isso, podemos trazer ainda mais indústrias e fortalecer a economia do Estado", explica o presidente do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais no Estado do Ceará (Sindiverde), Marcos Augusto Albuquerque.

A ideia ainda está em fase de elaboração, portanto não há previsão do valor que deverá ser aportado para a realização do empreendimento, mas as discussões para efetivação do Polo terão continuidade na primeira reunião do ano da Câmara Setorial de Resíduos Sólidos da Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado), que deve ocorrer no próximo mês.

Caso avancem as negociações com o Governo Estadual, a expectativa é de que a área industrial de reciclagem comece a operar até meados do quarto trimestre, antes da próxima edição do Recicla Nordeste, marcada para os dias 3, 4 e 5 de novembro, no Centro de Convenções de Fortaleza. "O objetivo do sindicato é começar a funcionar ainda neste ano, antes da próxima feira. Ainda temos que adquirir terreno e fazer galpões", afirma

RECICLAGEM NA EUROPA

Num relatório recente sobre o desempenho dos Estados-Membros no domínio da prevenção e reciclagem de resíduos, a Comissão mostra que se registaram excelentes progressos em alguns Estados-Membros, mas que ainda estamos a uma certa distância do objectivo a longo prazo de tornar a UE numa «sociedade da reciclagem» - não se limitando a evitar a produção de resíduos mas transformando-os também em recursos utilizáveis. Por exemplo nos telemóveis já fora de uso há ouro, platina, paládio e cobre, recursos escassos na Europa. Uma tonelada destes aparelhos poderá conter cerca de 280 gramas de ouro, 140 gramas de platina e paládio. Não se trata apenas de reduzir impactos negativos no ambiente e emissões de gases com efeito de estufa, mas também de criar empregos; só no sector da reciclagem dos resíduos, seria possível criar meio milhão de postos de trabalho.




Segundo o relatório, a produção geral de resíduos parece estar a aumentar (ou, na melhor das hipóteses, a estabilizar-se) na maioria dos Estados-Membros, mas a um ritmo inferior ao do crescimento económico. Nos últimos 10 anos, a produção de resíduos urbanos estabilizou-se em cerca de 524 kg por ano e por pessoa, embora o consumo doméstico tenha registado um aumento de cerca de 16% ao longo do mesmo período. Seria, contudo, possível fazer mais para reduzir em termos absolutos a produção de resíduos. Por exemplo, deitam-se fora na UE 25% dos alimentos adquiridos pelos agregados familiares. Poderiam ser evitados cerca de 60% destes resíduos, poupando a cada família cerca de 500 euros por ano.



Continuam a existir grandes disparidades entre os Estados-Membros. As taxas de reciclagem vão desde alguns pontos percentuais até 70%. Em certos Estados Membros, desapareceu praticamente a deposição em aterro, enquanto noutros mais de 90% dos resíduos continuam a ser enterrados. Observa-se assim uma considerável margem para progressos para além dos actuais objectivos mínimos da UE de recolha e reciclagem. Deve ser encorajada a introdução de uma combinação de instrumentos jurídicos e económicos como a utilizada pelos Estados-Membros com o melhor desempenho, incluindo a proibição do depósito em aterro e aplicando o princípio da responsabilidade do produtor aos fluxos adicionais de resíduos em toda a UE. Para incentivar a reciclagem, é necessária maior coerência entre a concepção dos produtos e as políticas em matéria de resíduos. Dado que o cumprimento de objectivos ambiciosos de reciclagem e prevenção requer a participação de toda a sociedade, o relatório insiste em que sejam desenvolvidos esforços contínuos para melhorar a participação das partes interessadas e aumentar a sensibilização do público.



Os resíduos continuam a representar cerca de 20% dos processos por infracção em matéria ambiental. Como foi demonstrado por recentes acontecimentos na Hungria e em Itália, a plena aplicação da legislação em matéria de resíduos é vital para a protecção do ambiente e da saúde humana.



A nova Directiva-Quadro Resíduos, cuja transposição estava prevista até 12 de Dezembro de 2010, ainda não foi transposta para a legislação nacional em muitos Estados-Membros da UE. Estes dispunham de um período transitório de dois anos para adoptar as medidas necessárias para dar cumprimento à nova directiva. Foram, contudo, poucos os que notificaram até agora a transposição da legislação à Comissão. Esta está a acompanhar de perto a situação e poderá, se necessário, proceder judicialmente contra os Estados-Membros em falta.



A nova directiva moderniza e simplifica a nossa abordagem da política de resíduos em torno do conceito de «ciclo de vida». Introduz uma hierarquia de resíduos, com carácter vinculativo, que define a ordem de prioridades para o tratamento dos resíduos. No topo da lista está a prevenção dos resíduos, seguida da reutilização, reciclagem e outras operações de recuperação, sendo a eliminação (p. ex. em aterro) praticada só em último recurso. A directiva obriga os Estados-Membros a modernizarem os seus planos de gestão dos resíduos e a estabelecerem programas de prevenção dos resíduos até 2013. Devem também reciclar 50% dos seus resíduos urbanos e 70% dos resíduos de construção e demolição até 2020.

LIXO ORGÂNICO

Na casa da Engenheira Ambiental Adriana Galbiat, as palavras de ordem são reciclagem, reaproveitamento e preservação. Ela é adepta as coleta seletiva. A vantagem, segundo Adriana, foi a diminuição do lixo produzido, além de reciclar as matérias-primas que serão usadas em outros processos. ”O consumo aumento e nós não temos aonde colocar o lixo“, disse.

De acordo com a engenheira, é importante separar os materiais orgânicos dos inorgânicos antes de enviar à reciclagem para não inviabilizar os dois processos. Os materiais recicláveis são facilmente encontrados em casa. “Separamos os materiais de acordo com a destinação que ele vai ter depois”, afirmou.

O envelope da correspondência e a caixa de sabão em pó, por exemplo, podem ser reaproveitados na reciclagem ou como alternativa para a reutilização doméstica. “O saco que vem a ração é muito bom para fazer mudas, colocar terra. É mais resistente”, explicou. Todo o material que Adriana separa é encaminhado a uma cooperativa de catadores.

Reaproveitamento na cozinha

O lixo da cozinha também é reutilizado pela engenheira. A casca e a semente do mamão, assim como outros materiais orgânicos são guardados em uma lixeira separado dos materiais recicláveis. O lixo úmido tem destino certo: O quinta da casa. Ela transforma o material em adubo orgânico por meio da compostagem.

Compostagem

Para fazer compostagem é preciso reservar um pequeno espaço com terra, ter um caixote de madeira, gramas ou folhas secas. “O lixo orgânico tem chorume; São líquidos que saem e que se nós deixarmos escorrer pode manchar o piso e causar mau cheiro. O ideal é ter um espaço com terra para colocar o caixote em cima”, explica.

O próximo passo é fazer uma camada espessa de folhas secas ou grama em baixo do caixote para absorver o excesso de líquido que escorre. Se não tiver uma boa drenagem, os restos orgânicos ficaram embebidos no chorume e causarão mau cheiro do mesmo jeito.

Depois, é preciso depositar o lixo em cima da camada de criada com pelas folhas ou grama. Restos de comida também são permitido, mas o cuidado deve ser maior, colocando mais palha e espalhando o material, não deixar acumulado. No caso de verdura e cascas de frutas o volume pode ser maior.

O passo final é cobrir o material com mais uma camada de grama ou folhas secas para evitar a presença de moscas. “A palha equilibra a composição entre carbono e nitrogênio necessário para a fermentação acontecer”, explicou Adriana.

Essa foi a primeira camada de um processo de compostagem que pode durar seis meses. Durante esse período, os materiais orgânicos que serão adicionados ao caixote devem ser feitos da mesma maneira. Encerrado o processo, o material depositado vira adubo quando misturado com a terra.

Além das vantagens do adubo gerado pela compostagem, o material reaproveitado pode eliminar problemas nos lixões. “O acúmulo de matéria orgânica no lixão gera problemas com insetos, roedores, transmissão de doenças, além de produzir o metano, um gás de efeito estufa que é inflamável

NOVELIS

A Novelis, líder mundial em laminados e em reciclagem de alumínio, dá mais um passo para fortalecer ainda mais sua participação no mercado da reciclagem.

A empresa acaba de criar uma nova unidade de negócios que será responsável por expandir a compra de sucata de latas de alumínio e para isso contará, ainda este ano, com novos centros de coleta no País.

Os centros permitirão à Novelis ter uma presença geográfica maior - uma vez que hoje as compras são concentradas em algumas regiões específicas - e estar mais próxima dos pequenos fornecedores do material, tais como cooperativas, pequenos depósitos e sucateiros de menor porte. A previsão inicial é de que sejam seis centros de coleta, nas seguintes localidades: Florianópolis, Salvador, Recife e São Paulo (Presidente Prudente, Vale do Paraíba e São Paulo capital). A expectativa é que os centros entrem em operação em julho deste ano.

“Cada galpão terá capacidade de trabalhar com 700 toneladas por mês, contará com cerca de 10 pessoas e nos dará a oportunidade de comprar latas soltas e material prensado em pequenos volumes, o que não acontece hoje”, destaca Roberta Soares, gerente de Negócios de Reciclagem da Novelis. Nos centros serão feitos os trabalhos preliminares de limpeza inicial, prensagem e paletização (montagem dos fardos).

A Novelis manterá as compras regulares com os fornecedores com quem já trabalha atualmente sem nenhuma alteração. “Essas unidades complementarão o trabalho já realizado, uma vez que criam uma nova abordagem de compra, permitindo à companhia ter mais proximidade com o início da cadeia da reciclagem”, explica Roberta. A partir dessa aproximação serão desenvolvidas ações sociais e trabalhos conjuntos que se traduzirão em benefícios para os pequenos fornecedores.

A Novelis participa do mercado de reciclagem de latas no Brasil por meio da compra de latas usadas e de alumínio reciclado proveniente de outros recicladores. O volume total de alumínio reciclado proveniente de latas em 2010 foi equivalente a 8,5 bilhões de unidades enquanto o mercado é estimado em cerca de 18 bilhões de latas. Todo esse trabalho é feito na fábrica de Pindamonhangaba, a maior planta de reciclagem do material na América do Sul.

Sobre a Novelis

A Novelis é líder global em laminados e reciclagem de alumínio. Com 34 instalações operacionais em 11 países, conta com 12 mil colaboradores. No Brasil sua principal atividade é a laminação, com unidades em Pindamonhangaba e Santo André (SP), mas também produz alumínio primário em Ouro Preto (MG) e tem o maior centro de reciclagem da América do Sul. Além disso, preocupa-se com a disponibilidade de energia para sua atividade e possui nove centrais hidrelétricas, todas em Minas Gerais, que produzem mais de 60% de toda energia que utiliza. Em 2007, tornou-se parte da Hindalco Industries Limited, a maior companhia de laminados de alumínio do mundo e uma das maiores produtoras de alumínio primário na Ásia. Com sede em Mumbai, na Índia, a Hindalco é a principal companhia do conglomerado indiano Aditya Birla.

SALTO E TETRA PAK FIRMAM ACORDO

Prefeitura de Salto e a Tetra Pak firmaram parceria para melhorar o processo de reciclagem na cidade. A empresa desenvolve diversos projetos nessa área, sendo que um deles é disponibilizar materiais para auxiliar as cidades em seus programas de reciclagem. Na ação são sempre selecionadas prefeituras de locais estratégicos e com mais de 100 mil habitantes.

A responsável pela engenharia de Desenvolvimento Ambiental da Tetra Pak, Luana Pinheiro, esteve em Salto, no dia 17 de janeiro, e fez questão de conhecer o trabalho da Cooperativa da Boa Esperança (Corbes) e do Espaço VerDeNovo.

Os investimentos da cidade nas áreas de meio ambiente e reciclagem foram elogiados pela engenheira. Na ocasião, o prefeito Geraldo Garcia falou sobre a próxima meta da prefeitura. “O nosso grande desafio é ampliar a coleta seletiva para 100% da cidade”, declarou.

Na reunião realizada entre a prefeitura e empresa estavam presentes, além do prefeito, o vice Juvenil Cirelli, a assessora da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Vanessa Vitorino, representantes da Corbes e da Secretaria da Educação.

Ainda não foram definidas quais ações e materiais da Tetra Pak serão utilizados em Salto, tanto pela Cooperativa como pelas escolas municipais.

TSE DOA PAPAL PARA COOPERATIVA DE CATADORES

Já no primeiro mês de 2011, o Tribunal Superior Eleitoral realizará um descarte de documentos administrativos que resultará na doação de três toneladas de papel a serem reciclados pela cooperativa de catadores. A destinação do papel reciclado será usufruída em favor da cooperativa, que poderá vender o material e utilizar o valor arrecadado em benefício dos cooperados.


A reciclagem das 526 caixas-arquivo, que somam três toneladas de documentos, também cumpre função ambiental ao evitar a derrubada de 20 árvores de eucalipto para confecção de novos papéis.


Este será o segundo descarte oficial de documentos administrativos do TSE. Todo o processo é acompanhado por um servidor da seção de arquivo do Tribunal que, ao final do processo, elabora o termo de eliminação de documentos.


A avaliação e a destinação dos documentos do Tribunal Superior Eleitoral são regidas pelo Plano de Classificação das Informações e Documentos do TSE e pelo Plano de Avaliação e Destinação das Informações e Documentos do TSE, instituídos pela Portaria nº 370, de 1º de dezembro de 2003, em conformidade com a Lei nº 8.159/1991.


A eliminação é o procedimento de destruição física dos documentos descartados, com o objetivo de aumentar o espaço físico disponível e, consequentemente, otimizar a organização e a utilização de recursos no ambiente organizacional.


Os documentos indicados para a eliminação são aqueles constantes na Listagem de Documentos Descartados, disponível no endereço: http://intranet.tse.gov.br/unidades/sgi/informa.html, e se referem ao Controle de Tramitação de Documentos do período de 1945 a 2006.

ISRAEL TEM QUE RECICLAR A ÁGUA

Actualmente, quase metade da irrigação de Israel provém da utilização de águas residuais, uma medida iniciada em 1995, por uma comunidade agrícola do sul do país. O objectivo foi arranjar alternativas à escassez de água, provocada pela exploração e saturação do mar da Galileia e dois aquíferos subterrâneos.

Na altura, o tratamento de águas era uma tecnologia ainda pouco conhecida e havia o receio de que o público rejeitasse a ideia de utilizar água “suja” para cultivar os alimentos. Hoje em dia, a reciclagem daquele recurso natural faz parte do quotidiano dos israelitas, tendo-se tornado uma política nacional.

No virar do século, avança o portal Ambiente Online, Israel ainda era o único país a reciclar água residual, numa altura em que a população estava a crescer e não havia água suficiente para a agricultura. Actualmente, 80% das águas residuais domésticas são recicladas, totalizando 400 milhões de metros cúbicos por ano, quatro vezes mais do que em qualquer outro país.

A água chega a ser reutilizada quatro vezes, de diversas formas, recorrendo a técnicas de purificação e reaproveitamento. As principais cidades de Israel possuem sistemas automatizados de irrigação para parques e jardins “gota-a-gota”, com economia de 50 a 60% da água proveniente dos sistemas de tratamento de

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

FAMILIA BRITÂNICA RECICLA TUDO

Uma família britânica reclama ter conseguido produzir apenas um saco de lixo no ano de 2010.
O casal Richard e Rachelle Strauss e a filha Verona, de 9 anos, reciclam praticamente tudo, plantam grande parte da própria comida e transformam restos em adubo.

Além disso, eles compram os produtos directamente a produtores locais para evitar embalagens em excesso e quando vão ao talho, por exemplo, levam recipientes próprios e conseguiram assim reduzir a sua produção de lixo para apenas um saco durante o ano de 2009.

Para 2010, os Strauss, que vivem em Longhope, no condado de Gloucestershire, decidiram aumentar o desafio e esperam conseguir não produzir lixo nenhum.

«Estamos muito felizes com o resultado. Nós sabíamos que produção zero de lixo seria impossível, mas para se alcançar qualquer coisa é preciso colocar metas elevadas», afirma Rachelle Strauss.

A BBC avança que, o pequeno saco de lixo continha apenas alguns brinquedos partidos, lâminas de barbear, canetas e negativos fotográficos.

A ideia de reduzir drasticamente a produção de lixo da família surgiu em 2008, mas quando Rachelle falou com o marido sobre a sua ideia. Inicialmente Richard não se mostrou interessado, Rachel conta que este só «resolveu avançar com a ideia depois de ler uma série de artigos sobre os danos causados à vida marinha pela contaminação por plástico. Aí sim, ficou muito impressionado».

Os Strauss começaram o desafio reduzindo o consumo de plástico. A partir daí passaram a reciclar e reaproveitar cada vez mais, além de terem começado a utilizar baterias recarregáveis e painéis solares para gerar energia.

A experiência está relatada num site, o http://myzerowaste.com/, que se tornou uma referência sobre reciclagem e tem mais de 70 mil visitantes por mês.

«Para quem quer reduzir a produção de lixo, a minha primeira dica é que deve pensar no que compra antes de o fazer e escolher produtos com menos embalagem e com invólucros que sejam recicláveis. Em segundo lugar, aconselho que evitem o desperdício de alimentos. Aqui na Grã-Bretanha, um terço da comida que compramos vai para o lixo. Em terceiro lugar, devem tentar reciclar o máximo que puderem», aconselha Rachelle

Reciclagem no Mato Grosso

Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) lança um novo serviço que vai contribuir para ampliar a coleta de embalagens de PET pós-consumo e melhorar ainda mais a posição que o Brasil já ocupa entre os maiores recicladores do material no mundo. Disponível pela Internet, o LevPet, que pode ser acessado a partir do endereço www.levpet.org.br, fornece a localização exata dos pontos onde é possível fazer o descarte correto do PET.

O novo serviço da Abipet utiliza o sistema Google Maps, para fornecer uma lista de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), cooperativa de catadores, postos de coleta, comerciantes de recicláveis, ONGs, entidades assistenciais e recicladores que recebem o material reciclado de forma pulverizada nas cidades. Para encontrar o local mais próximo, basta a digitação do número do CEP.

Com o novo serviço, a Associação reforça a sua atuação para viabilizar o retorno dos materiais para a reciclagem. Também inova no sentido de permitir o crescimento da rede de coleta e de aperfeiçoar a atualização dos pontos de coleta que eram, até agora, uma das grandes dificuldades desses sistemas.

O banco de dados do LevPet é composto por informações de pesquisa da própria Abipet e seus associados, outras associações, empresas, prefeituras e redes do varejo, que permitiram a inauguração do sistema com quase mil pontos de coleta espalhados por todo o país. Além disso, seu conteúdo terá caráter colaborativo: poderá ser ampliado e/ou atualizado a partir de informações enviadas pelos próprios usuários. Para isso, o sistema oferece um campo específico para envio de mensagens que serão checadas pela Associação antes de ficarem disponíveis para o público.

“Com o lançamento do LevPet, a indústria se antecipa à regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e coloca à disposição da população um serviço que facilitará o descarte adequado e, consequentemente, ampliará o reaproveitamento de embalagens pós-consumo”, afirma Auri Marçon, presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET.

Campo Grande

Em Mato Grosso do Sul, 13 pontos aparecem no mapa; dois em Dourados, um em Maracaju, um em Brasilândia, um em Aquidauana e oito em Campo Grande (mapa). Destes oito, quatro são pontos de entrega, três são comércio de reciclagem e um trata-se de entidade não-governamental.

Localizam-se nos bairros Vila Cidade Morena, Piratininga, Jardim América, Chácara Cachoeira, Cruzeiro, Monte Castelo, Autonomista e Vila Guanabara.

reciclagem de material de construção civil

A empresa de engenharia acaba de receber mais uma unidade do reciclador móvel de resíduos da construção, que se junta à primeira máquina que entrou em operação em 2007. Com características idênticas ao primeiro, o novo reciclador tem a capacidade de processar 200 toneladas de concreto armado/hora, transformando-as em agregado reciclado, com características que se assemelham as da brita, no próprio canteiro de obra.

A aquisição do segundo equipamento é fruto da demanda do mercado, no esforço pela sustentabilidade e para se adequar a legislação ambiental, que determina o descarte de resíduos sólidos da construção civil em áreas pré-determinadas para posterior reciclagem. Adiantando-se a esta exigência, a Craft Engenharia - empresa brasileira especializada em construção pesada, demolições, terraplenagem e pavimentação - trouxe para o Brasil em 2007 o primeiro reciclador móvel, único no país capaz de efetuar a reciclagem no próprio local da obra.

O segundo equipamento também é de origem austríaca e trabalha em conjunto com outra máquina, que tem a função de alimentá-lo, preparando os resíduos de demolição.

O resultado da reciclagem é um material que pode, em muitos casos, cumprir as funções da brita, sendo reutilizado na própria obra para aterros, reforço de sub-leito e construção de sub-base de pavimentação. A economia para o construtor vai mais além, uma vez que se elimina o custo de transporte do entulho para as áreas de descarte. Outra vantagem do equipamento é a sua agilidade, que não exige nenhum tipo de montagem especial, podendo ser movido, colocado ou retirado do canteiro de obra em qualquer momento, oferecendo, portanto, o benefício de ser utilizado em obras das mais diversas dimensões.

Em seus três anos de operação, o primeiro reciclador móvel de resíduos da construção da CRAFT ENGENHARIA já comprovou sua eficiência em mais de uma dezena de obras de grande porte, cujo volume total chega a 250.000 m3 de material reciclado, dos quais 85% foram utilizadas nas próprias obras.

Pioneirismo e preocupação ambiental - Os resíduos da construção civil e demolições representam 61% do lixo produzido nas cidades brasileiras, segundo dados da Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades. De acordo com a pesquisa, este percentual corresponde a 90 milhões de toneladas de lixo/ano, que deve ser depositado em áreas previamente estabelecidas, obedecendo a regras e normas ambientais criadas pelos estados e municípios, de acordo com as leis que tratam do tema.

Pioneira em soluções para construção pesada e demolição, detentora de diversos recordes de rapidez na execução de grandes obras no país, a Craft Engenharia sempre dedicou grande atenção à questão do meio ambiente, particularmente à reciclagem. Os dois recicladores móveis vêm se juntar ao reciclador estacionário, desenvolvido pela própria CRAFT como solução ecologicamente correta e econômica para as obras das quais participa.

Craft Engenharia - Agilidade, rapidez e vanguarda é a fórmula com que a Craft Engenharia vem, há mais de trinta anos, consolidando sua reputação de excelência no mercado de construção civil brasileiro. Adiantando-se as demandas de seus clientes, prognosticando as tendências da indústria de construção civil, principalmente no que se refere aos equipamentos e legislação ambiental, apoiando e patrocinando a pesquisa de novos métodos e materiais, a empresa consolidou reputação de excelência em todas as suas áreas de atuação: construção pesada, terraplenagem, pavimentação, locação de equipamentos e demolições especializadas.

É, também, a primeira empresa brasileira a aplicar a técnica para estabilização de solos moles por vibrocompactação. Na área de pesquisa a Craft mantém longa parceria com o Setor de Pavimentos e Geotécnica da COOPE/UFRJ, disponibilizando sua usina de asfalto e sua tecnologia para testes de campo dos pesquisadores da universidade. |

USINA DE RECICLAGEM DE ENTULHO

O processo de reciclagem basicamente é o de moagem, através de trituradores de restos de concreto, telhas, blocos e tijolos. Outros materiais como aço, madeira serão segregados antes. O material produzido servirá de base para pavimentação, mistura em argamassa, regularização de pisos, entre outros.

O volume estimado de entulho produzido pelo município é de 150 metros cúbicos por dia, que são depositados em aterro particular, de acordo com o secretário muitas vezes sem o devido cuidado ou destinado em áreas onde a prefeitura tem interesse em regularização de erosões.

Despesas
No entanto, a prefeitura Catanduvas não tem despesas com o entulho atualmente. “A forma de operação da usina ainda está em estudo, pois poderá ser administrado diretamente pela prefeitura ou concessão. A usina é uma antiga pretensão da administração, porém o valor de implantá-la e como administrá-la são dificuldades a serem vencidas”

Em agosto de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que cria Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que deve começar a valer em quatro anos e prevê, entre outras coisas, que todas as prefeituras terão que construir aterros sanitários ambientalmente sustentáveis, onde só poderão ser depositados resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento.

RECICLAGEM ENTRE MULTINACIONAIS

Fabricantes de impressoras, como a HP e Lexmark, reforçam conceito de sustentabilidade e reciclagem de seus produtos no processo de fabricação.

A norte-americana HP conta com produtos que são fabricados com até 50% de plástico reciclado. No caso dos cartuchos, a taxa de material reutilizado chega a 70%.

Para a também multinacional norte-americana Lexmark, a reciclagem mundialmente chega a cerca de 50% do total de toners produzidos pela empresa. De acordo com o diretor-geral da Lexmark, Carlos Bretos, mais de 90% do peso de cada cartucho de toner é reciclado e transformados em novas matérias primas, sendo dividido em plástico (37%), alumínio (4%), metal ferroso (33%) e papel corrugado para embalagem (26%).

Segundo ele, a estratégia mundial da companhia é de agregar tecnologia para que os produtos passem a ter mais funções, além da impressão convencional. "Nosso negócio para o público corporativo representa 50% da nossa receita, por isso fazemos constantes investimentos para aprimorar nossa atuação", afirma Bretos.

A Lexmark, que atingiu mais de US$ 1 bilhão de receita no terceiro trimestre do ano passado, aposta em crescer duas vezes acima do mercado em 2011. Para isso, a empresa ainda analisa a possibilidade de exportar os produtos fabricados no Brasil para toda a América Latina.

No Brasil, a Lexmark tem uma parceria com a Oxil, empresa especializada no gerenciamento ambiental e no desenvolvimento de tecnologia de descaracterização de produtos, o que garante a segurança e evita os riscos da exposição negativa de marcas.



"Todo ano, investimos milhões de dólares com objetivo de encontrar soluções para melhorar não só a funcionalidade dos nossos produtos, mas também seus atributos ambientais. "Estamos sempre selecionando materiais que são recicláveis, reduzindo o número de partes e componentes, limitando a variedade de materiais usados e de fácil desmontagem", explica o executivo da Lexmark.

Reduzir, reutilizar e reciclar são verbos conjugados à exaustão pela HP Brasil há tempos, afirma a empresa. Segundo ela, a estes deve-se acrescentar um quarto "erre": repensar, em referência aos processos de produção, de forma que se tornem mais eficientes e tenham menor impacto sobre o meio ambiente. "Como líder mundial, queremos reforçar o compromisso com a sustentabilidade, além de lançar produtos inovadores", afirmou o vice-presidente do grupo de Imagem e Impressão da HP, Fernando Lewis.

LiXO ELETRÔNICO

Lixo eletrônico é todo material descartado, resultado da rápida obsolência de equipamentos eletrônicos que são lançados diariamente no mercado. Computadores, geladeiras, celulares, televisores e outros aparelhos acumulam-se nos lixões do país gerando sérios riscos para o meio ambiente. Isso porque, alguns deles, possuem na composição metais tóxicos que, em contato com o solo, causam a contaminação do lençol freático.

A lei nº 12.305, referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil, obriga fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos eletroeletrônicos e seus componentes a estruturar e implementar sistemas de retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público. No entanto, na prática, não é isso que ocorre e, segundo relatório da ONU divulgado em 2010, o Brasil abandona 96,8 mil toneladas métricas de PCs por ano. O país é também o mercado emergente que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano.

Paralelamente, existem hoje diversas empresas que trabalham com reciclagem de lixo eletrônico. Na região, a empresa InfoReciclagem de Piracaia, oferece uma opção para a destinação correta desses resíduos. Mediante agendamento, ela coteta gratuitamente e assume o compromisso de buscar alternativas que torne viável a reciclagem dos equipamentos obsoletos.

RECICLAGEM DE ISOPOR

Central de Recebimento de Pneus e Resíduos Eletrônicos (Crepel) de Santa Cruz do Sul está disponibilizando à comunidade espaço gratuito para armazenagem de isopor. O produto será destinado à Venax Eletrodomésticos, de Venâncio Aires, para reaproveitamento.

O poliestireno expandido, popularmente conhecido por isopor, é utilizado em embalagens de alimentos (carne, frios, legumes e outros), de eletrodomésticos e de aparelhos eletrônicos. Depois de usado, costuma ir para o lixo e ocasiona problemas ambientais. Por causa do seu volume, entulha com rapidez os aterros sanitários, onde leva 200 anos ou mais para se decompor. Quando entra nos esgotos, provoca entupimentos e, nos rios e mares, as partículas são ingeridas por peixes e cetáceos, que acabam morrendo. Se for queimado, libera gás carbônico, contribuindo para o aquecimento global.

Segundo o secretário do Meio Ambiente de Santa Cruz, Alberto Heck, a maioria das cooperativas e empresas do setor de reciclagem não têm interesse em receber o produto que, por isso, é rejeitado pelos catadores. “Temos visto muitas lojas colocando essas embalagens nas calçadas. Elas acabam espalhadas pelo vento, carregadas pela chuva ou chutadas por desocupados, causando poluição ambiental e visual na cidade.”

Para tentar diminuir o problema, a secretaria fez acordo com a Venax, fabricante de refrigeradores, freezers e fogões. A empresa tem tecnologia para triturar o isopor, prensá-lo e produzir novas chapas, que são usadas para embalar seus produtos. Para viabilizar o projeto, os resíduos serão armazenados na Crepel, e a indústria, regularmente, virá buscá-los.

PELO RESPONABILIDADE AMBIENTAL

A responsabilidade socioambiental da Agenda Ambiental na Administração Pública também vem sendo confirmada dentro do próprio Ministério do Meio Ambiente (MMA), onde 94,54% dos servidores apontaram que as ações da A3P vêm contribuindo de alguma forma para influenciar as atitudes no cotidiano, além do ambiente de trabalho.

Em 2010, o Ministério realizou a campanha interna "De Quem é a Responsabilidade?" com o objetivo de sensibilizar os gestores e mobilizar os servidores sobre os princípios da A3P. A ideia era incentivá-los a adotar práticas socioambientais em suas atividades cotidianas, como gestão adequada dos resíduos, uso racional dos recursos naturais e combate ao desperdício.

Com a campanha, realizada pela Comissão da A3P no MMA, as lixeiras individuais foram substituídas por pontos de coleta nas salas (plástico, não-reutilizável, papel reciclável e papel reutilizável); foram distribuídas canecas para os servidores adotarem copos duráveis; e as impressoras foram configuradas no modo frente/verso.

Além disso, a campanha de comunicação passou a incentivar a reciclagem e a reutilização do papel, a redução do desperdício de água e de energia com adesivos nas salas e nos banheiros e a coleta seletiva com cartazes informativos sobre a separação adequada dos materiais.

Depois dessas ações, com visita às salas de trabalho e aplicação de questionários, foi possível avaliar de que forma as ações da A3P no MMA têm influenciado mudanças de comportamento dos servidores e funcionários em geral para a adoção de práticas de sustentabilidade ambiental.

Os dados mostram que, no do edifício sede do MMA (Esplanada), 66% das salas conseguiram conceito "Ótimo" ou "É nesse caminho"; 91% delas colaboram com a reciclagem de papel; 66% reutilizam o papel antes de descartá-lo na caixa de reciclagem; 63% separam plástico no coletor específico; 56% separam o resíduo não reciclável; 98% têm preferência por canecas e copos duráveis em vez dos descartáveis; 86% mantêm as janelas fechadas enquanto o ar- condicionado está ligado; e 60% dos usuários desligam os monitores quando se ausentam da sala.

As respostas demonstraram que os servidores estão de acordo com a linha de atuação da A3P no MMA e dispostos a apoiar as medidas, mesmo que signifiquem revisão de padrões de consumo e de hábitos no cotidiano das atividades de trabalho.

A coleta seletiva também recebeu aprovação de 98,15% dos entrevistados e 84,91% respondeu que a substituição das lixeiras individuais por pontos de coleta seletiva nas salas contribuiu para a destinação adequada dos resíduos (papel, plástico e não recicláveis).

Reforma da estrutura - Com soluções simples e utilizando conceitos de arquitetura sustentável o prédio do MMA vem, ao longo dos últimos seis anos, conseguiu reduzir o consumo de energia elétrica e de água sem prejudicar o conforto dos servidores.

Em 2008 o Ministério investiu em mudanças na estrutura do prédio para reduzir o consumo de energia e água. Foi feita a instalação dos novos sistemas de ar-condicionado, gerando uma economia de 30% a 50% de energia.

A instalação de sensor de temperatura por sala e o uso racional de água e gás nocivo foram responsáveis pela economia mensal de até 70% de energia, comparada aos prédios vizinhos na Esplanada.

Também foi instalado um sistema pioneiro na Esplanada de aproveitamento de águas das chuvas. Para isso, o telhado do prédio foi reformado e a água captada vai direto para um reservatório de 120 mil litros, a fim de ser utilizada nas descargas e nas torneiras do jardim e da garagem. Além disso, em todos os banheiros foram instaladas válvulas redutoras de pressão e temporizadores.

Para diminuir a irradiação solar foram colocadas películas nos vidros das salas da fachada leste e telhas termoacústicas para otimizar o uso dos aparelhos de ar-condicionado. Os brises (aquelas lâminas de ferro verdes que ficam nas janelas) também foram reformados e as cortinas colocadas para aumentar a produção de sombras, diminuir a incidência solar.

As luminárias das salas e dos corredores ganharam calhas refletoras, o que permitiu diminuir a quantidade de lâmpadas nas áreas de circulação em aproximadamente 75% e em 50% nos ambientes de escritório, usando luminária de 40W e individualização dos interruptores.

O próximo passo o reaproveitamento das águas cinzas (aquelas que contêm sabão e matéria orgânica). Também está prevista a construção de central de tratamento de esgoto, utilização de energia solar e adoção de piso táctil para melhorar o deslocamento dos deficientes visuais.

Coleta Seletiva - Desde 2007, os órgãos públicos da Administração Pública Federal Direta e Indireta devem separar os resíduos recicláveis descartados e fazer a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, como determina o decreto 5.940/2006.

Em 2010, o MMA destinou mais de 420 mil copos de plástico de 200ml e outros 220 mil copos de café (50ml) à cooperativa que recolhe os resíduos do Ministério. Além disso, foram encaminhadas para reciclagem aproximadamente 21 toneladas de papel; 4,8 toneladas de papelão; 3,36 toneladas de jornal; e 1,44 toneladas de papel misto. A cooperativa que recolhe o material reciclável do MMA tem 82 associados e eles recebem quinzenalmente remuneração pelo material recolhido, que chega a um salário mínimo.

No País existem aproximadamente 600 mil funcionários públicos, distribuídos por 10 mil prédios em 1.400 municípios, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pela coordenação da Comissão estabelecida no decreto.

A CGU, outro órgão do Executivo federal, é um bom exemplo de coleta seletiva solidária. Nos últimos dois anos, período que vêm destinando os resíduos à coleta seletiva solidária, já encaminhou 45,58 toneladas às cooperativas de catadores e deixou de despejar 136 m³ de resíduos nos aterros sanitários de Brasília, que foram convertidos em renda para 178 catadores associados às três cooperativas com as quais a CGU firmou parceria.

Fórum e Prêmio A3P - Em 2010, o MMA realizou o 5º Fórum da A3P, cujo tema foi resíduo eletroeletrônico na Administração Pública. Desde que o Fórum começou, em 2005, os gestores já debateram grandes temas sustentáveis, como licitações, construções, consumo e sensibilização de servidores.

"Fazemos sempre o Fórum sobre temas estruturantes para que eles abram portas sobre o assunto, levantando temas fortes da Agenda, mostrando o que está sendo feito e provocando o debate sobre soluções possíveis", explica Geraldo Abreu, o diretor-substituto de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do Ministério.

Em relação ao último Fórum, a expectativa era avançar na busca de soluções para os resíduos eletroeletrônicos na Administração Pública, tendo em vista que no Brasil não existe nenhuma forma que trate o pós-uso de resíduo de forma mais resolutiva.

Existem casos de remontagem de equipamentos e doação a entidades mais pobres da estrutura do governo. Há também o reaproveitamento energético, mas o MMA não recomenda, porque a incineração acaba gerando outros problemas como as emissões de gases do efeito estufa.

A exemplo do que acontece na Holanda e em Cingapura, uma solução para o Brasil seria ter uma planta industrial que faça toda a separação dos recursos naturais presentes nos resíduos eletroeletrônicos. Com a regulamentação da Política de Resíduos Sólidos é um tópico que tem possibilidades de avançar.

Durante o Fórum, ainda foi realizada a premiação dos bons projetos de A3P nas áreas de gestão de água, energia, inovação e resíduos, implementados pelos órgãos que possuem termo de adesão.

Os bancos públicos vêm se destacando, como Caixa Econômica Federal, principalmente pelo estágio avançado que estão em termo de projetos de sustentabilidade.

Política de resíduos sólidos

A coleta seletiva será impulsionada nos próximos anos em todo o país. Isso porque a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê que até agosto de 2014 o Brasil estará livre dos lixões a céu aberto, espaço existente em quase todos os municípios brasileiros. Em Mato Grosso este tipo de trabalho com os dejetos caminha a passos lentos e vai ganhar força com a iniciativa tomada em âmbito nacional. No fim das contas quem ganha são as pessoas e o ambiente, já que a contaminação do solo e dos rios tende a diminuir.

De acordo com a PNRS, também ficará proibido colocar em aterros sanitários qualquer tipo de resíduo que seja passível de reciclagem ou reutilização, como plásticos, papelão, eletrônicos e outros. Para se adequar à legislação, publicada em dezembro do ano passado, os municípios brasileiros terão que criar leis para a implantação da coleta seletiva na sua localidade.

As ações serão realizadas em parceria. Municípios, empresas, cooperativas de catadores e a população em geral deverão unir forças para que as regras sejam cumpridas e o ambiente torne-se livre do excesso de lixo. Para tanto, um plano nacional terá que ser elaborado até junho deste ano e ficará sob consulta pública por um período de 60 dias. Caso seja aprovado e regulamentado, esse plano terá vigência de 20 anos e passará por atualização a cada quatro anos.

Ainda de acordo com a política nacional, será realizada a logística reversa, uma prática implementada junto às empresas para o recolhimento de resíduos sólidos para o reaproveitamento, em seu meio ou em outros, que acarretará na destinação final dos produtos de forma ambientalmente correta. A responsabilidade compartilhada, prevista na logística reversa, valerá inicialmente para o tratamento de seis produtos: pneus; pilhas e baterias; embalagens de agrotóxicos e óleos lubrificantes além das lâmpadas fluorescentes e dos eletroeletrônicos.

A iniciativa do governo federal, que será coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e outros nove ministérios, além da Casa Civil, é relevante, uma vez que o lixo está tomando conta das cidades, independentemente da região. A maioria das pessoas não se preocupa com o descarte correto dos materiais e o lixo toma conta das ruas, terrenos baldios, rios e até mesmo áreas de preservação permanente. Basta andar pelas cidades e observar que isso ocorre com mais frequência do que se imagina. Uma das graves consequência do lixo acumulado é a proliferação de insetos, entre eles o mosquito da dengue.

O resultado do descaso da população com o lixo é o acúmulo de sujeira, que com o período chuvoso só traz transtorno, como o entupimento de bueiros, córregos o que contribui com os alagamentos nas cidades, fatos que ocorrem todos os anos, mas que nem por isso são suficientes para modificar a conduta das pessoas. Sem contar a poluição de rios, lagos que compromete a oferta de água potável.

Se o comportamento da população não mudar imediatamente, seja pela conscientização ou por meio de legislação, o meio ambiente continuará sendo destruído. Quanto mais tarde for realizado o trabalho de educação ambiental, mais difícil será a recuperação.

Reciclagem de embalagem

A Suzano Papel e Celulose iniciou uma parceria com a TerraCycle, empresa internacional de upcycling – reciclagem de materiais e conversão em produtos acessíveis. Foi criada a Brigada Report, um programa de recuperação das embalagens de papel cut-size, garantindo novos usos para as embalagens de papel que são descartadas.

Através da Brigada Report, as pessoas podem coletar embalagens usadas de papel, independente do tamanho e marca, e enviar gratuitamente para a TerraCycle para serem reutilizadas e transformadas em produtos eco-amigáveis. A iniciativa amplia o ciclo de vida de uma embalagem do dia-a-dia já que diminui a necessidade de extrair novos recursos e matéria-prima do planeta e evita o descarte inapropriado.

Para cada embalagem enviada através do programa, a Suzano e a TerraCycle pagam dois centavos a uma organização sem fins lucrativos.

Desde o começo das atividades do TerraCycle no Brasil, no início de 2010, os programas de Brigada da TerraCycle já arrecadaram em torno de 17 mil reais em doações para escolas e ONGs em todo o Brasil, e a coleta atingiu mais de um milhão de unidades de resíduos pós-consumo difíceis de reciclar.

Além da Suzano, a TerraCycle tem parcerias com Kraft Foods, Nestlé, Perdigão e PepsiCo.

usina de tragem em Venâncio

Após 17 meses de negociações e sucessivos processos licitatórios realizados sem sucesso, a Administração Municipal de Venâncio Aires assinou ontem, 11, contrato com a Cooperativa dos Trabalhadores em Triagem e Reciclagem de Resíduos Sólidos Urbanos de Paraíso do Sul Ltda. (COORECIPAS), que será responsável pela reativação dos trabalhos na Usina de Triagem de Linha Estrela.

Nos próximos dias, a cooperativa, que já atua nos municípios de São Borja e São Gabriel, selecionará interessados de Venâncio Aires para associarem-se e iniciar o trabalho na Capital do Chimarrão. A expectativa, no primeiro momento, é reciclar cerca de 8% das 753 toneladas de lixo produzidos mensalmente pela população de Venâncio Aires. No futuro, com a instalação de uma usina de compostagem no mesmo local, será possível reciclar até 20% do lixo doméstico do município.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

diagnóstico da economia solidária em Rio Claro .

Em parceria com a Unesp, o município de Rio Claro realizará um amplo trabalho de mapeamento e diagnóstico de ações sociais e de atividades de economia solidária. “Isto permitirá a execução de estudos que deverão resultar em políticas públicas para o setor”, afirma o professor adjunto Auro Aparecido Mendes, do Departamento de Geografia da Unesp, que participou na manhã desta quinta-feira (23), no gabinete do prefeito Du Altimari, da cerimônia de assinatura do convênio que oficializou a parceria.

“Certamente Rio Claro ganhará muito com este trabalho que a Prefeitura e a Unesp realizarão, com o objetivo de estabelecer novos caminhos para os empreendimentos solidários”, ressaltou Altimari ao assinar o documento. “Atualmente o município conta com apenas uma cooperativa, a de coletores de recicláveis, mas já estamos organizando o sistema também para outros profissionais, como costureiras e panificadores”, anunciou Luci Helena Wendel Ferreira, secretária municipal de Ação Social.

A Prefeitura está providenciando a implantação da Incubadora Social de Economia Solidária que dará suporte jurídico, contábil e administrativo para as cooperativas e empresas, além de oferecer cursos e treinamentos. A iniciativa também teve a colaboração da Unesp, que cedeu o prédio onde funcionava algumas de suas faculdades, no bairro Alto de Santana. “Iniciamos a ocupação do prédio, inclusive com a utilização de móveis cedidos pela Unesp”, informou Luci.

Auro Mendes lembrou que o desenvolvimento da economia solidária no município é um sonho antigo que agora começa a se concretizar graças à sensibilidade do prefeito, reitoria e diretores da Unesp. “Consiste em um dos maiores e mais importantes projetos de extensão da universidade, que vai ao encontro da comunidade, oferecendo pesquisa e suporte técnico”, destacou Mendes.

O trabalho será feito por docentes e alunos da Geografia a partir de janeiro e por um período de dois anos, consistindo basicamente num diagnóstico que indicará quais são, onde se localizam e quais as características dos empreendimentos solidários, sempre com a perspectiva de fortalecer as ações locais.

Participaram também do ato de oficialização da parceria outros membros da Secretaria de Ação Social – Marta Ceccato, Valdemir dos Santos de Lima e Antonio Carlos Riani Costa.

BANCO COMUNITÁRIO

Porto Velho será contemplado com o projeto Bancos Comunitários na Amazônia, uma iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego, via Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), que na região Norte é coordenado pelo Instituto Capital Social, de Belém (PA). O projeto está sendo viabilizado pela prefeitura da capital, por meio da secretaria municipal de Desenvolvimento Socioeconômico e Turismo (Semdestur).


Os bancos comunitários são uma nova modalidade de instituição financeira que consistem em oferecer serviços financeiros em rede de natureza associativa e comunitária. Estão voltados à geração de emprego e renda, na perspectiva de reorganizar as economias locais tendo por base os princípios da economia solidária, como: autogestão, solidariedade, cooperação e sustentação econômica. É uma iniciativa que visa a democratização do crédito.

Reunião

Para discutir a implantação do banco em Porto Velho, o coordenador do projeto na região Norte, Gilvam Cléber Nascimento, reuniu com o secretário Jaime Gazola, da Semdestur, técnicos da secretaria e representantes da comunidade, em um encontro ocorrido nesta terça-feira, 11, na sala Cuniã, no Centro de Formação dos Profissionais da Educação. Foi a primeira de uma série das reuniões que serão realizadas até a inauguração do banco, previsto para julho.


“Esses encontros tem por objetivo formar e preparar lideranças comunitárias e multiplicadores no desenvolvimento da metodologia de organização de finanças solidárias com base no projeto dos bancos comunitários. Nosso trabalho é articular, acompanhar e oferecer assessoria técnica para a organização desses bancos, por meio da participação popular, gestão compartilhada, uso de moeda social, desenvolvimento institucional e mapeamento da produção e consumo local”, explicou o coordenador do projeto.


O secretário municipal de Desenvolvimento Socioeconômico e Turismo, Jaime Gazola, esclareceu que o Banco Comunitário ainda não é o Banco do Povo, projeto que também está em estudo para implantação em Porto Velho, mas está dentro das políticas públicas do prefeito Roberto Sobrinho, para assegurar a sustentabilidade econômica das famílias de baixa renda. “O grande diferencial dos Bancos Comunitários é que por usar uma moeda própria, a chamada moeda social, eles contribuem para o desenvolvimento local e inclusão social na região onde ele está instalado. Em Porto Velho, o levantamento feito pelo Instituto Capital Social apontou a zona Leste como local de instalação da unidade na capital. Ele atenderá as comunidades dos bairros Agenor de Carvalho, Airton Senna, Ulysses Guimarães e Marco Freire”, adiantou o secretário.

Funcionamento

Ao contrário das instituições financeiras convencionais, os bancos comunitários possuem algumas características próprias. É a própria comunidade quem decide se o banco será ou não criado. E ao ser instalado, a comunidade é a proprietária e gestora do banco que atua sempre com duas linhas de crédito: uma em real e outra em moeda social circulante, apenas nas comunidades de sua área de abrangência. “Por meio desse sistema, os bancos comunitários apóiam os empreendimentos em suas estratégias de comercialização, criando feiras, lojas solidárias e outras atividades. Atuam ainda em comunidades caracterizadas pela desigualdade social”, disse Gilvam Nascimento, coordenador do projeto.


Eles também podem oferecer empréstimos de consumo e produtivo em moeda social e nacional (real), com juros abaixo do mercado, sem consulta ao SPC e Serasa. Quem avaliza o empréstimo é a própria comunidade. Estão também entre os serviços, a abertura de conta corrente, recebimento de convênios, boletos bancários, pagamentos de aposentadorias e outros benefícios. Mas para fazer todas essas operações o Banco Comunitário precisa estar conveniado com um Banco Oficial.

Moeda social

A moeda social (moeda circulante social) é complementar ao real e é criada pelo próprio Banco Comunitário com o objetivo de fazer com que o dinheiro circule na própria comunidade, aumentando o poder de comercialização, a riqueza e gerando emprego e renda no local. “Trata-se, portanto, de uma estratégia para incentivar o consumo local”, lembrou o secretário da Semdestur.


A moeda social também tem algumas características como própria, lastros em moeda nacional (o real), que garante para cada moeda social emitida, um correspondente em real. É confeccionada com componentes de segurança (papel moeda, marca d’água, código de barra e número serial) para evitar falsificação e poder ser utilizada em todo o comércio local.

Comunidades de ex-escravos promovem Economia Solidária

Movimentos sociais ligados a antigos escravos realizam pesquisas entre si para fomentar a ideia da economia solidária. Etnodesenvolvimento e Economia Solidária é o nome do projecto. Os moradores das próprias comunidades [de ex-escravos] irão pesquisar outras 105 comunidades em 11 estados brasileiros. Estas comunidades são denominadas «Quilombolas».

O objectivo é contribuir para um maior desenvolvimento das comunidades para poder transformá-las em território étnicos solidários, promovendo a economia solidária. E, ainda, fortalecer 100 empreendimentos existentes nos territórios étnicos solidários. O projecto foi lançado, no último 27 de Dezembro na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A primeira fase da pesquisa vai decorrer até Fevereiro de 2011.

Sandra Veiga, coordenadora do projecto, diz que aproximadamente oito mil casas serão visitadas pelos pesquisadores. «Eles que sempre foram objectos de pesquisa, hoje serão eles os próprios pesquisadores», lê-se na agência Adital. Os pesquisadores vão usar uma nova metodologia, chamada «pesquisa – acção», através da qual pretendem pesquisar a sua própria realidade, com base na própria experiência.

Centro Público de Economia Solidária consolida sucesso em 2010

Criado com o propósito de articular oportunidades de geração, fortalecimento e promoção do trabalho coletivo, o Centro Público Estadual de Economia Solidária - Cesol atendeu, este ano, quase dois mil empreendimentos solidários, beneficiando mais de 25,9 mil pessoas em Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, onde está instalado. “É uma política inédita no Brasil. Não há centros públicos vinculados a governos estaduais”, pontuou o secretário do Trabalho - Setre, Nilton Vasconcelos.
A pasta está à frente da gestão dos Centros, através da Superintendência de Economia Solidária – Sesol/Setre e, inclusive, estão em andamento negociações para instalação de uma nova unidade, em Juazeiro, ao norte do estado, ainda este ano. A prioridade, entretanto, é investir em melhorias de infra-estrutura e condições de trabalho, tanto em Feira quanto em Conquista, para consolidar os projetos já iniciados.

A unidade de Salvador é a pioneira. Inaugurado em dezembro de 2008, o espaço promove atividades de qualificação, associativismo e cooperativismo, fundamentados nos preceitos da economia solidária, através da organização coletiva da produção e da adoção de práticas justas e igualitárias no âmbito do trabalho. O Centro também serve como base de financiamento aos empreendimentos ou seus associados. E os diversos grupos cooperados ainda podem contar, gratuitamente, com consultoria nas áreas administrativa, jurídica, contábil, pedagógica, comercial, de assistência social, design e comunicação.

A sede, situada no bairro do Comércio, conta com o Espaço Solidário, onde estão instaladas 17 cooperativas, selecionadas por meio de chamada pública, realizada anualmente. No local, são comercializadas peças diversas, a preços populares, para todos os públicos, desde roupas e acessórios, a artesanato e utilidades do lar. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. “Um elemento importante é que o Centro é, por um lado, espaço de convivência, no sentido de integração das organizações e do Estado, e também um espaço de comercialização de produtos e de articulação das políticas e dos serviços”, ratifica Vasconcelos.

O titular da Setre ainda destaca os investimentos na construção de incubadoras e cooperativas vinculadas a universidades ou ONGS. Atualmente, são 32 implantadas em diversas regiões da Bahia, promovendo ações de qualificação e capacitação profissional nas comunidades, sob a supervisão do próprio Centro Estadual de Economia Solidária. “Elas desempenham um papel complementar aos Cesols, que, por sua vez, acompanham a sua atuação”, completou.

DEMOCRATIZAR O CRÉDITO

Os incentivos ao micro e pequeno empreendedorismoSetor até então pouco incentivado pelo poder público, o micro e pequeno empreendedorismo passará a ter atenção e apoio do Governo do Estado. "É decisão do governador Tarso Genro", afirmou o secretário de Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa, Maurício Dziedricki, após reunião no Palácio Piratini nesta terça-feira (11). Para democratizar o crédito aos pequenos negócios, um grupo de trabalho será criado com representantes do Banrisul, CaixaRS, BRDE e Banco do Brasil para atender à demanda. Isso significa que serão adotados procedimentos para desburocratizar o processo de concessão do crédito ao micro e pequeno empreendedor, adiantou Dziedricki.

De acordo com o secretário, o principal desafio deste ano na gestão pública da economia solidária no Rio Grande do Sul será o de estabelecer uma nova política de crédito e microcrédito. No cenário atual da economia brasileira, reproduzido no RS, a micro e pequena empresa, conforme Dziedricki, oferece a quase totalidade dos empregos gerados. "Isso é algo próximo a 99% dos postos de trabalho, vindos de um segmento que participa com 20% do Produto Interno Bruto nacional", observou o secretário. Devido à importância do segmento, o Estado dedicará esforços para reduzir também o fechamento das micro e pequenas empresas.

Conforme informação do secretário, 70% das microempresas encerram suas atividades nos seus primeiros três anos de operações. "Então, pretendemos estabelecer a economia solidária como um novo vetor para a economia gaúcha, de inclusão de milhares de pessoas que exercitam práticas econômicas sem grande expressão financeira, mas com grande importância social. Haverá, portanto, investimento e apoio do poder público. Essa é porta de entrada para o desenvolvimento social com justiça", analisou Dziedricki. Outra meta de ação governamental é estimular a formação de redes de cooperação entre pequenos produtores no Estado.

O secretário destacou, ainda, que a economia solidária é uma vertente mundial. "O que queremos no Rio Grande do Sul é estabelecer uma marca dessa economia e garantir que ela tenha bons reflexos na produção e protagonismo nacional". Os micro e pequenos produtores, disse Dziedricki, têm grande importância na economia não apenas pela geração de trabalho e renda, mas também pela sua participação na redução dos impactos das injustiças, muitas vezes decorrentes da própria da atividade econômica. Por isso, o Governo do Estado vai investir nesse setor

VERDE VIDA

O Projeto “Verde Vida”, da Gerência de Desenvolvimento Social e Economia Solidária de Aquidauana, desenvolvido no Núcleo de Qualificação da Mão-de-Obra e Geração de Emprego e Renda continua sendo executado no ano de 2001 por famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. O projeto foi iniciado em abril de 2009.

No total, cinco famílias são responsáveis pela execução do projeto, onde as mesmas adubam, plantam, colhem e comercializam hortaliças que são cultivadas em uma horta localizada no núcleo de Geração de Renda, situado em frente à Escola Caic – Antônio Pace.

Produtos como alface, rúcula, cheiro-verde, pepino japonês, repolho, pimenta, almeirão, pimentão, dentre outros, todos orgânicos são podem ser adquiridos no local no período matutino e no vespertino a partir das 16 horas. Como resultado desse trabalho, o grupo comercializa seus produtos para os maiores restaurantes de Aquidauana, gerando renda familiar segura.

“Também temos na nossa horta mandioca de excelente qualidade e que cozinha rapidinho. Comprando aqui todos estarão ajudando estas famílias”, afirmou Cida Lemos, diretora do Núcleo. “Tudo isso é resultado da política pública de geração de renda do prefeito Fauzi, o maior entusiasta desse trabalho”, finalizou Cida Lemos.

As famílias que trabalham no local, bem como outras que produzem em outras localidades, foram capacitadas profissionalmente no Geração de Renda. Este setor da Administração Fauzi Suleiman capacitou somente nos anos de 2009 e 2010 cerca de 1500 aquidauanenses que vivem em risco de vulnerabilidade social.

Rede Asta leva estande móvel para o SENAC Rio Fashion Business

Primeira rede de venda direta de produtos de economia solidária do país, a Rede Asta estreia como expositora no SENAC Rio Fashion Business, maior bolsa de negócios de moda da América Latina, que acontece de 10 a 13 de janeiro, na Marina da Glória. No espaço dedicado à Moda Sustentável, que também reunirá a Grife Providência, projeto de inclusão social na moda do Banco da Providência, e a ONG As Charmosas, entidade que incentiva a produção de moda, artesanato e cultura da comunidade do Engenho da Rainha, a Rede Asta montará seu estande móvel.

Projetado pelo Fibra Design Sustentável, o estande móvel da Asta é todo feito com guarda-sóis, placas de pet recicladas e tapete produzido com reaproveitamento de tecidos. Nesse espaço, a cada dia de evento um dos grupos produtivos que integram a Rede Asta estará presente, produzindo peças no local e mostrando como nasce cada um dos produtos Asta. Nesta edição do Fashion Business, a Asta dará destaque aos trabalhos feitos pelas costureiras, com muitos bordados e pespontos.

Criada em 2007, a Rede Asta é um projeto do Instituto Realice, organização que tem como objetivo a geração de renda em comunidades de baixo poder aquisitivo do estado do Rio de Janeiro. A Rede é formada por pequenos produtores de artesanato, moda e decoração, que criam peças exclusivas obtidas a partir da otimização de recursos, da reciclagem e do reaproveitamento de diferentes materiais. Os produtos da Rede Asta são vendidos por conselheiras que, munidas de catálogos, chegam diretamente aos consumidores finais, num processo parecido com o das grandes redes de cosméticos. As conselheiras da Asta vendem não só os produtos, como também o que trazem como valor agregado: a possibilidade de se gerar sustentabilidade através de uma justa distribuição de renda e um consumo consciente. “Um projeto como a Rede Asta existe para potencializar e estimular a geração de renda alternativa em comunidades de baixa renda. Esse é o nosso objetivo. Com a Rede conectamos esses pequenos produtores ao consumidor consciente e criamos uma corrente do bem”, explica Alice Freitas, idealizadora e coordenadora da Rede Asta.

A Rede Asta reúne, atualmente, 33 grupos produtivos (associações, cooperativas e grupos informais), beneficiando mais de 600 artesãos moradores de locais pobres do estado do Rio. É crescente também o número de conselheiras da Rede Asta. Hoje são mais de 600 revendedoras cadastradas

MESA BRASIL

Mais da metade dos comerciantes do Mercado da Produção está cadastrada no Programa Mesa Brasil, doando para famílias carentes frutas e verduras que, apesar de aptas para consumo, estão sem as condições ideais de comercialização.

Secom Maceió

O programa é desenvolvido por meio de uma parceria entre a Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes) e o Sesc.

Segundo o secretário Arnóbio Cavalcanti, qualquer fruta ou legume que apresente um machucado que a deixa pouco apresentável para a venda, mas em nada impede seu consumo, já é separada para ser coletada pelas equipes do Mesa Brasil. Alguns comerciantes chegam a doar mais de 100kg de alimentos por semana.

“O que percebemos é a satisfação dos permissionários em poder ajudar famílias que estejam passando alguma necessidade. A grande maioria faz questão de participar”, disse ele.

Periodicamente, equipes do Mesa Brasil vão ao Mercado da Produção para a coleta dos alimentos. Os feirantes que estão cadastrados no programa são identificados por placas.

Mesa Brasil

O Mesa Brasil é um programa de segurança alimentar e nutricional sustentável, idealizado pelo Sesc, que redistribui alimentos excedentes apropriados para consumo fora dos padrões de comercialização. O programa é uma ação permanente, que integra a institução, empresas, entidades e voluntários com o objetivo de reduzir carências alimentares e o desperdício de alimentos.

BANCO DA GENTE

Banco da Gente, instituição de microcrédito de Mato Grosso do Sul, comemora os resultados na área financeira. Desde 2007, o então “Banco do Povo” passou a ser o “Banco da Gente”, não houve apenas uma mudança de nome, foi o início de uma mudança de gestão, estrutura organizacional e comprometimento com o microcrédito. Tania Mara Garib, diretora presidente, ressalta os avanços da instituição: “O que antes era despesa operacional ou aplicação financeira passou a ter destino para o microcrédito”.

O Banco da Gente é uma instituição de microcrédito que tem a finalidade de facilitar o crescimento e consolidar os empreendimentos de pequeno porte, formais ou informais, as pessoas que não tenham acesso ao sistema bancário tradicional. Durante sua atuação o Banco cresceu tanto em novos postos de atendimento quanto a quantidade de novos empreendedores.

Os números alcançados comprovam a eficiência do trabalho da instituição. Outra mudança relevante foi a criação de um setor de cobrança específico para inadimplentes, que está renegociando as dívidas com isenção de encargos e refinanciamento do prazo original de negociação. Os juros que antes variavam de 2,6% a 3,5% hoje estão entre 1% a 2% em várias linhas de crédito.

A instituição trabalha com diversas linhas de créditos como: linhas de crédito aos apicultores, à agricultura familiar, aos mototaxistas, ao Camelódromo e ao MEI (Microempreendedor Individual) e em dezembro inaugurou sua mais nova unidade no município de Rio Verde.

O banco está presente em 29 municípios do Estado. A instituição está em constante crescimento, em 2006 quando ainda era o “Banco do Povo” gerenciado pelo governo anterior eram apenas 15 filiais, hoje esse número quase dobrou. De 2003 a 2006 o banco emprestou R$6.729.049,16 e gastou com despesas de custeio R$ 7.047.459,67, também no período de quatro anos (2007 a 2010) foram emprestados R$ 8.460.473,99 e o gasto com despesas foi de apenas R$ 3.660.353,08. Ou seja, diminuíram em 50% as despesas do banco e houve um aumento significativo nos valores cedidos para empréstimo.

Um destaque do banco é a linha de crédito da Agricultura Familiar, desenvolvida através da parceria entre Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) e Associações representativas dos pequenos empreendedores rurais. A taxa de juros é de 1% ao mês com prazo de pagamento de até 60 meses e podendo ser aprovado limite de até 10 mil em crédito.

O Banco da Gente realiza um trabalho em parceria com o Sebrae/MS de crédito e também de pós-crédito onde é feito o acompanhamento do desenvolvimento do empreendimento e, caso necessário, é proporcionado consultoria técnica aos empreendedores.

O empreendedor Adelson Pereira da Silva após participar de palestra no Sebrae, procurou o Banco da Gente para montar uma pizzaria e através do microcrédito adquirido conseguiu comprar equipamentos, materiais de construção e mercadorias. Atualmente, emprega dois funcionários com carteira registrada e trabalha em conjunto com a família. O empreendedor diz que seu negocio só se tornou realidade a partir de uma orientação adequada e do empréstimo da instituição.

Márcio Laabs, diretor geral da instituição, ressalta o comprometimento de toda a equipe para alcançar esses números. Após assumir a direção do banco houve uma reformulação e corte de despesas. Aumentaram as linhas de créditos, sendo criadas linhas específicas, o banco foi o pioneiro no centro-oeste a inserir o crédito da Agricultura Familiar. Além de ser a primeira instituição no país a lançar uma linha específica para o MEI (Microempreendedor Individual).

Márcio afirma a responsabilidade do governo com a população sul-mato-grossense. “O governo do estado está oportunizando vários empreendedores que antes não tinham créditos direcionados para sua área de atuação. Com trabalho em equipe conseguimos monitorar, recuperar investimentos e ainda dar uma chance aos pequenos empreendedores”, comemora.

Conheça as Linhas de Crédito do Banco

Agricultura Familiar: linha de microcrédito desenvolvida através da parceria entre Banco da Gente, Agraer e Associação Competente e tem como principal objetivo atender os associados em seus pequenos empreendimentos rurais em todo estado de Mato Grosso do Sul.

Apicultores: linha de microcrédito desenvolvida através da parceria entre Banco da Gente, Sebrae, Prefeituras Municipais e Associações de Apicultores e tem como principal objetivo atender os apicultores do Estado de Mato Grosso do Sul.

Camelódromo: É uma linha de crédito para investimentos nos pequenos negócios de permissionários de Centro Comercial Popular – Camelódromo, através de parceria com Associação de Classe correspondente.

Capital de Giro: Valor utilizado para aquisição de mercadorias para revenda ou matéria-prima para produção ou prestação de serviços.

Economia Solidária: A Linha de Crédito Economia Solidária é uma linha de microcrédito produtivo e orientado para os Empreendimentos de Economia Solidária do Estado de Mato Grosso do Sul, a ser desenvolvida em parceria com a Fundação do Trabalho (Funtrab) e Sebrae/MS.

Investimento Fixo: Valor utilizado para aquisição de máquinas ou equipamentos necessários à atividade, ou ainda para construção ou expansão física do negócio.

Investimento Misto: Crédito misto, sendo uma parte capital de giro e outra parte investimento fixo.

MEI – Micro Empreendedor Individual: é uma linha de microcrédito desenvolvida como apoio ao Microempreendedor Individual (MEI). Legalização da atividade informal.

REFORÇO INSTITUCIONAL DAS COOPERATIVAS

O movimento cooperativista brasileiro acaba de ganhar um significativo reforço institucional neste fim de ano. Cinco anos após sua constituição inicial, a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) obteve o registro sindical concedido pelo Ministério do Trabalho.

Mais do que o reconhecimento oficial a uma entidade patronal de terceiro grau, o registro amplia o poder político das 7,3 mil cooperativas do país ao garantir a representação, em âmbito nacional, dos "interesses gerais" da categoria econômica e de seus filiados em todas as esferas. "Essa foi uma das maiores conquistas institucionais das cooperativas desde o século XIX", afirma o presidente da CNCoop e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas.

Ao representar quase 300 mil empregados de cooperativas reunidos em 44 sindicatos estaduais e cinco federações regionais, a CNCoop passará a ter assento em conselhos importantes como o que comanda o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e seu orçamento recorde de R$ 50 bilhões. "Teremos acesso a outros conselhos de ministérios, ao fórum do sistema 'S', com mais legitimidade ao Sescoop", diz Freitas.

O registro da CNCoop também sepulta uma disputa de bastidores pela unicidade sindical entre as chamadas cooperativas de economia solidária e a OCB. Parte do governo apoiava uma solução negociada entre a OCB e a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes). "Agora, teremos unicidade de representação sindical na CNCoop. Ela é oficialmente a legítima representante das cooperativas em todos os ramos", afirma Márcio Freitas.

A OCB reúne 8,3 milhões de associados de 7,3 mil cooperativas distribuídas em 13 ramos. Somadas, faturaram R$ 90 bilhões em 2009 e responderam por 5,4% do PIB brasileiro. O ramo agropecuário tem maior peso. São 945 mil associados em 1.615 cooperativas, com 140 mil empregados. Neste ano, devem superar 40% do PIB agropecuário e US$ 4 bilhões em exportações.

Mesmo com a histórica vitória da representação sindical, as cooperativas ainda têm obstáculos a superar no Congresso Nacional. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, em regime extra-pauta, uma versão da nova Lei do Cooperativismo considerada contrária ao interesses do segmento. O texto, cuja relatoria ficou a cargo do senador Augusto Botelho (sem partido-RR), prevê a criação de organismos para "controlar" a atividade cooperativista no país.

"O relatório está ruim. Certamente, os senadores imaginavam nos ajudar, mas houve um ruído no meio do caminho. Temos que voltar a discutir isso em 2011 em outras comissões ou no plenário", diz Márcio Freitas.

O relatório, segundo avaliação da OCB, deixa "em aberto" a representação das cooperativas e não dispensa tratamento diferente ao chamado ato cooperativo - as transações comerciais entre os associadas e suas cooperativas. O texto também não prevê a possibilidades de aporte externo de capital nas sociedades. Nem de empresas nacionais ou estrangeiras. "Esse é um ponto fundamental para dar mais vigor às cooperativas de crédito, por exemplo", afirma o presidente da OCB.

FABRICA DE CHOCOLATE

A Terra Santa, nome dado em Tupi ao município de Ibicaraí, localizado na região cacaueira, foi beneficiada no dia 18 de abril de 2010 com a implantação da primeira fábrica de chocolate do país fruto da agricultura familiar. O empreendimento, financiado com R$ 1,5 milhão, vai atender 300 famílias de pequenos produtores rurais. A indústria vai permitir o beneficiamento de 14,6 mil arrobas de amêndoas do cacau, desenvolvendo a Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Almada e Adjacências (Coafba), que vai administrar a unidade.

UNIFORJA EXXPERIÊNCIA BEM SUCEDIDA

"Estamos fazendo história", afirma João Luis Trofino, presidente da Uniforja. Foto: Mauricio Morais
Em 1998, época marcada pela fuga de empresas e falências, aquela que foi a maior forjaria da América Latina estava prestes a encerrar suas atividades e deixar na mão 600 trabalhadores. No entanto, com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos, uma parte deles arrendou a fábrica e, no ano seguinte, lutou até o fim para que as instalações da então Conforja, em Diadema, não fossem lacradas pela Justiça. Nascia assim a Uniforja, central composta por três cooperativas que atuam no tratamento térmico com laboratório próprio para ensaios metalúrgicos, mecânicos e de impactos; outra para a fabricação de anéis forjados sem costura e uma terceira para fabricar forjados automotivos. Passados pouco mais de 11 anos, não há, no Brasil, experiência mais bem-sucedida de trabalhadores que assumiram uma fábrica às portas da falência.

Recentemente, a Uniforja honrou todos os direitos trabalhistas aos 600 empregados da então Conforja, fato raro no país em caso de empresa que faliu. “Estamos fazendo história. A legislação não consegue fazer as empresas pagarem os trabalhadores”, ressalta o engenheiro João Luis Trofino, presidente da central.

Além dessa conquista, a cooperativa é a maior produtora de anéis, flanges e conexões de aço forjado. Seus trabalhadores recebem, em média, 30% a mais que os de outras empresas na região. E dentro do segmento de metalurgia primária, é o que mais recolhe ICMS no município, segundo a prefeitura. Não é à toa que, recentemente, durante uma plenária do Conselho Nacional de Economia Solidária, a iniciativa tenha sido mencionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como exemplo de cooperativismo.

“Em 10 anos, o faturamento saltou de pouco mais de R$ 1 milhão para R$ 250 milhões. E desenvolvemos tecnologia que nos permite produzir peças com o mesmo tamanho, qualidade e performance usando metade da quantidade de matéria prima”, afirma Trofino, admitido em 1995 pela Conforja já em pleno declínio. “Não peguei o tempo de auge da empresa, quando empregava mais que o dobro de trabalhadores que tem hoje. Mas comparando ao que vivenciei, garanto que a Uniforja dá de 10 a 0.”

Com 300 cooperados e 170 empregados com carteira assinada, a Uniforja fornece peças para a indústria petrolífera, petroquímica, aeroespacial, naval, sucroalcooleira, mineração, siderúrgica, ferroviária, agrícola, energia e automóveis. A história recente da forjaria pode ser comparada a um carro que deu solavancos. Só não morreu graças à ação dos cooperados – que não foi fácil, como lembra João Luis. “Embora não faltassem criatividade e força de vontade, começamos com uma mão na frente e outra atrás. Tivemos que convencer a Justiça, clientes e fornecedores, mas fizemos a lição de casa direitinho.”

TROCA SOLITÁRIA

A ideia, batizada de Troca Solidária, começou no ano passado com poucos participantes. O projeto ganhou força em 2010 e arrecadou cerca de 200 livros didáticos, 100 pastas além de uniformes infantis. Denise Durand Kremer, mãe dos alunos Rafael, de 6 anos, e Sofia, 9, é uma das organizadoras da Troca e conta que o projeto foi motivado “pelo momento que o planeta vive” e para recuperar o sentido do coletivo. “Todo ano compramos toda a lista de material e livros, muitas vezes sem necessidade. Há um glamour em ter todo o material novo que é pura falta de consciência”, avalia.


Com o apoio da escola, a Organização de Pais Solidários enviou e-mails, distribuiu cartazes e pontos de coleta de material nas unidades do Vera Cruz. Os pais também promoveram palestras e discussões com a preocupação de estimular em seus filhos uma visão mais econômica e sustentável do mundo.


Glayds Atchabahian soube da iniciativa ao buscar na escola o filho Caio, de 6 anos. “Reciclagem é comigo mesma. Sinto que as coisas não se perdem. O que não serve mais pra gente serve para outras pessoas ou pode ser reciclado”, lembra. Daniela Padilha, mãe de Maria Clara, de 8 anos, participa da Troca Solidária e conta que a prática é uma rotina em sua casa: “Minha filha entende e é super atuante. Não só com o material escolar, mas com roupas e brinquedos também. Se não usa mais, ela passa adiante”.


Para Fernanda Salles, membro da Organização de Pais Solidários e uma das responsáveis pelo plantão de arrecadação dos materiais, a família e a escola devem trabalhar o consumismo. “Consumir com consciência precisa ser ensinado. O que se ensina na porta da escola é tão importante quanto o que é passado dentro de sala de aula”, aponta.


Perdidos valiosos


Casacos de grife, aparelhos eletrônicos, estojos repletos de canetas novas, livros didáticos abandonados. Um achados e perdidos extremamente rico e cada vez mais encorpado. Diante do pequeno cômodo embaixo de uma escada, repleto de materiais valiosos, Vilma Martins percebeu que havia algo fora da ordem na Escola Nossa Senhora das Graças, no Itaim Bibi, onde seu filho estuda. “Não acho normal um livro de R$ 100 ficar largado, esquecido o ano inteiro. Levei essa reflexão para os pais, para que eles se conscientizassem e discutissem com os filhos sobre o valor dos pertences”, conta.


Da indignação diante do abarrotado achados e perdidos, surgiu o LivroLivre. A Organização dos Pais do Gracinha (como a escola é chamada) criou o projeto de arrecadação de livros didáticos e paradidáticos. “O foco é o consumo consciente e a economia que os pais farão é um acréscimo. O mais importante é a reflexão sobre a utilização do material”, completa Maria Cecília Cesar Schiesari, membro da associação.


A escolha do nome e do logo do projeto foram feitas pelos alunos do Gracinha. O projeto arrecadou 2.300 livros ao longo de 2010, que serão distribuídos gratuitamente em uma feira no próximo dia 11 de janeiro. Cerca de 800 livros que não estão na lista de material foram doados para uma biblioteca mantida pela escola no Jardim Angela, na periferia de São Paulo.


Parte do material arrecadado não poderá ser reutilizada, pois se trata de edições consumíveis, nas quais o estudante escreve diretamente no livro. Vilma conta que a Organização dos Pais do Gracinha pretende sensibilizar os professores para o problema. Para que deem preferência para livros não-consumíveis ou que apresentem alternativas para não inutilizar o livro, como escrever as resposta no caderno. As obras que farão parte do projeto receberão um selo e devem ser devolvidas ao final do ano letivo. “Os livros não têm dono. São livres”, explica Vilma.


Nesta primeira edição do LivroLivre cada aluno terá direito a retirar até três livros e terão prioridade na escolha os estudantes que tiverem contribuído com doações. Como os livros didáticos custam em média R$ 100, trata-se de uma economia de pelo menos R$ 300. “Precisamos quebrar essa cadeia do abandono dos pertences. Queremos despertar nas crianças a questão da solidariedade, da responsabilidade, de cuidar de um bem para o próximo”, resume Vilma.


Maria Cecília lembra que muitas crianças gostam de seguir a risca a lista da escola e começar o ano com o material totalmente novo. Suas duas filhas, que estão no 5º e no 8º ano, por exemplo, não têm o costume de usar cadernos do ano anterior, ao contrário das primas, que estudam em outro colégio. “Se a própria escola tiver um trabalho voltado para o coletivo e estimular a reutilização do material, acredito que os alunos vão começar a pensar diferente

PEQUENOS EMPREENDEDORES

Com um brilho nos olhos e a satisfação de quem realizou um grande sonho de infância a costureira, Maria Mariano da Silva, nos mostra as peças de roupas confeccionadas por ela, e conta o quanto sua vida mudou depois que montou seu próprio negócio. “Hoje me sinto realizada. Alcancei meu objetivo sou costureira e dona do meu próprio negócio. Quero continuar vivendo minha vida dignamente com muito trabalho”.

Assim como Maria Mariano outros 630 mil paraibanos já fizeram o empréstimo do Crediamigo, nos últimos 12 anos. O programa é do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e vem rendendo bons frutos para trabalhadores de todo o Estado. Todos esses pequenos empreendedores estão tentando montar, ou alavancar, seu pequeno negócio. Uma forma de melhorar a renda familiar e concretizar sonhos.

O diferencial desse programa é a união entre seus parceiros e a confiança do grupo de pessoas. Juntas elas adquirem o empréstimo para o capital de giro, aquisição de máquinas e equipamentos, além de reforma das instalações do local do empreendimento e da residência. Com dona Mariano não foi diferente, o programa foi apresentado por uma amiga há oito anos e com outras duas companheiras estão conseguindo dar andamento aos seus projetos empreendedores.

“Entrei no grupo eu e mais três amigas. Os empréstimos são feitos de quatro em quatro meses e com o dinheiro temos capital de giro e conseguimos comprar nossas mercadorias. Minhas amigas são sacoleiras, mas eu prefiro ter meu negócio fixo mesmo, sem sair de casa. Com o dinheiro compro o material para a confecção de minhas peças de roupas e garanto que os expositores da loja estejam sempre completos, com muitas novidades para os clientes”.

Responsabilidade solidária

O Programa Crediamigo foi criado desde 1997 no Brasil, mas sua implantação na Paraíba só aconteceu um ano depois. Para conseguir o empréstimo é necessário se engajar em um grupo solidário, ou seja, um grupo de amigos. A participação pode ser de três a 30 pessoas em um mesmo grupo, e todos precisam ter seu próprio negócio.

A gerente Estadual de Microfinanças, Francisca Castanha, diz que cada grupo solidário é acompanhado por assessores que orientam e participam do crescimento individual dos empreendedores. "Nossa missão é transformar os empreendimentos com reflexo na qualidade de vida das pessoas. O diferencial está no acompanhamento feito pelos assessores e no despertar do cliente para uma vida melhor. Temos uma grande responsabilidade já que trabalhamos com os sonhos das pessoas."

Para Marcone Soares, que trabalhava como cobrador de ônibus e há cinco anos resolveu montar seu próprio negócio, o Crediamigo foi o apoio que faltava. Ele serve de exemplo para muitos negociantes da localidade. “Eu e três amigos conseguimos mudar nossas vidas e já ampliamos nossos negócios. Também estamos movimentando a economia do nosso bairro gerando trabalho dentro da periferia. Hoje servimos de exemplo para todos”.

Marcone abriu uma pizzaria no bairro dos Funcionários, em João Pessoa, e hoje emprega oito funcionários no seu estabelecimento. Ele acredita que as oportunidades aparecem na vida, e com trabalho podemos reescrever nossa história com sucesso. “Tive uma oportunidade e soube aproveitar. Hoje ajudo minha família. Antes eles me ajudavam até a fazer minha feira. Acreditar no trabalho e sonhar muda a nossa vida, além de nos fazer gerar oportunidades de trabalho dentro do nosso próprio bairro”.

No município de Santa Rita, algumas pessoas estão conseguindo montar seus negócios através do Crediamigo. Uma dessas pessoas é Dona Maria Nazaré que há dois anos pegou um empréstimo escondido de seu marido e conseguiu aos poucos montar sua loja. Hoje seu marido saiu do emprego e passou a trabalhar com a esposa no estabelecimento. Toda a renda familiar é retirada do negócio. “Gosto muito do meu estabelecimento. Vendo muito bem e consigo sustentar minha casa e criar meus dois filhos”

Maria Mariano, Marcone Soares e Maria Nazaré hoje podem reescrever suas histórias. Mas não podem esquecer que nada disso seria possível sem muito trabalho, vontade de vencer e a união de todos. Acreditar num sonho não basta, é preciso buscar meios para realizá-lo com garra, muito trabalho e equilíbrio financeiro para superar as adversidades que por ventura apareçam pelo o caminho. “Tem que ter o pé no chão. Hoje só quero prosseguir com o que tenho, com saúde para trabalhar e nada mais”, comentou Maria Mariano.

PACIFICAÇÃO NS FAVELAS CARIOCAS FAVORECE O EMPREENDORISMO

A pacificação do complexo de favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, além de aumentar a segurança nas comunidades, ampliou as possibilidades de quem deseja fazer negócios. De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário, Marcelo Henrique da Costa, desde a ocupação pelas forças policiais, 300 pequenos empreendedores locais já se formalizaram ou estão com o processo de legalização em andamento.

A prefeitura estima que existam na região aproximadamente 7 mil negócios de diversos ramos, dos quais 95% são informais.

De acordo com o secretário, com a saída do poder paralelo, o empreendedorismo encontra espaço para se consolidar. O conjunto de favelas está ocupado pelo Exército desde o fim de novembro. A área era dominada por uma facção criminosa responsável pelo tráfico de drogas.

“A violência, tanto do narcotráfico quanto das milícias, asfixia o empreendedorismo, a vontade de empreender e as possibilidades de fazê-lo. A partir do momento em que o território passa a fazer parte da cidade, várias situações começam a mudar. Algumas delas só serão sentidas daqui a alguns anos, mas outras já são percebidas de imediato e uma delas é a chegada de cursos de capacitação e a formalização de micro e pequenos empreendimentos”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Somente no fim de semana posterior à ocupação das favelas, quando a prefeitura levou à comunidade o Projeto Empresa Bacana, 111 empreendedores que trabalhavam na informalidade puderam se registrar gratuitamente para formalizar seus negócios, tornando-se microempreendedores individuais.

O secretário Marcelo Henrique da Costa destacou as vantagens para o empreendedor que legaliza seu negócio. “Quando isso acontece, o empreendedor passa a ter garantidos seus direitos trabalhistas, tem acesso ao crédito mais barato e pode ampliar seus negócios”, acrescentou.

Esses benefícios já estão sendo percebidos pela pequena empreendedora Clarice Eugênia, de 30 anos. Ela, que vende de porta em porta bijuterias e cosméticos às vizinhas, conseguiu formalizar seu negócio durante a visita do Empresa Bacana e agora espera reduzir os custos para comprar mercadorias e ampliar os lucros.

“Como estou formalizada, pude pedir uma máquina de cartão de crédito que, com certeza, vai me permitir aumentar o número de clientes. Hoje só posso vender a prazo para clientes cadastradas, com nome no meu caderninho. Além disso, como agora tenho CNPJ [Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica], vou poder comprar as mercadorias direto dos fabricantes e ter um custo pelo menos 50% menor”, contou ela, que já havia participado de cursos de capacitação em pequenos negócios do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário informou, ainda, que estuda implantar no local um centro comercial para escoamento das mercadorias da economia popular