sábado, 14 de abril de 2012

banco do povo de ribeirao preto faz 12 anos na cidade

Com menor juro do mercado, 0,5% ao mês, e empréstimos que variam de R$ 5 mil para pessoas físicas e até R$ 7 mil para jurídicas, o Banco do Povo começou a atuar em Ribeirão Preto há 12 anos com a finalidade exclusiva de gerar desenvolvimento econômico, emprego e renda ao município. No entanto, esta movimentação econômica tomou forte impulso nos últimos três anos. No total, foram R$ 3,5 milhões em empréstimos em apenas três anos contra R$ 6 milhões feitos em oito anos (de 2000 a 2008).

Segundo levantamento dos agentes de crédito do Banco do Povo, só no mês de março os valores triplicaram, resultado histórico jamais alcançado.

“Enquanto a pessoa física pode realizar empréstimos de R$ 5 mil, o valor para pessoa jurídica chega a R$ 7 mil, para isto o incentivo da prefeitura, ao criar a Sala do da Sala do Empreendedor Individual, em fevereiro de 2010, foi fator decisivo para estes resultados”, destaca Sandra Kioko Takarashi, gerente da unidade do Banco do Povo em Ribeirão Preto.

De acordo com Adriana França, fiscal fazendária da Secretaria Municipal da Fazenda, o número de empreendedores cresceu. “Foi um crescimento de 3.500%, passando de 273 empreendedores individuais formalizados no início de 2010, para 1.381 mil até abril de 2012.”

Em um momento que o país passa por uma estabilidade em abertura de empresas, Ribeirão Preto se destaca. Houve um crescimento de 30% em abertura de empresas no município, incluído MEIs.

“A prefeitura oferece muitas facilidades hoje para o empreendedorismo em Ribeirão Preto. Temos o Posto de Atendimento nos Bairros, o Programa Comece Legal, Empresa Fácil Ribeirão além do Banco do Povo oferecer empréstimo a juros de mensais de 0,5%”, fala Francisco Sérgio Naline, secretário da Fazenda.


Proprietário há 3 anos de uma empresa de bordados eletrônicos no centro da cidade, Aureliano Pereira formou-se em administração de empresas e buscou um ramo de atuação. Encontrou no mercado têxtil a resposta. Buscou empréstimos para comprar o maquinário necessário a juros altos.

“Um dia fui visitar um cliente e peguei um folheto do Banco do Povo que constava a informação de que os juros eram apenas 0,5%. Não acreditei muito e fui pessoalmente lá. Fui muito bem recebido pelos agentes de crédito que confirmaram o índice da taxa de juros e na hora fechei um contrato com eles. Com este empréstimo investi na minha empresa”, diz.

Assim como Pereira, o casal Sebastião e Joana Dárc Corrêa Cortez, buscou primeiramente o MEI para tirar as dúvidas sobre micro empresa e legalizaram seu pequeno negócio, uma sorveteria no bairro Parque São Sebastião. “Com juros tão baixos, procuramos o Banco do Povo e investimos o empréstimo na aquisição de máquina para a fabricação de sorvete, esta ferramenta contribuiu e muito para o crescimento das vendas”, conta Joana.

Fique por dentro

O Banco do Povo faz empréstimos para pequenas empresas e pessoas que trabalham por conta própria e varia R$ 5 mil a R$ 10 mil para pessoas físicas e R$ 7,5 mil a R$ 15 mil para pessoas jurídicas. Também financia capital de giro, investimento fixo, bem como conserto de veículos, máquinas e equipamentos, publicidade e divulgação do empreendimento.

Os prazos vão de 1 a 36 meses, dependendo também dos pré-requisitos, se é o primeiro empréstimo, se é pessoa física ou jurídica. O Tomador e o Avalista não podem ter restrições no SCPC/Serasa. Os juros são de apenas 0,5% ao mês e mais nada.

Os empreendedores que desejarem tomar empréstimo do BPP precisam estar produzindo no município há mais de seis meses e residir ou ter negócio há mais de dois anos na cidade.

O Banco do Povo em Ribeirão Preto, gerenciado pela Coderp, atende no Poupatempo, localizado no Novo Shopping, na avenida Presidente Kennedy, 1.500, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados das 9h às 15h, junto ao setor Prefeitura de Ribeirão Preto. Mais informações podem ser conferidas no site www.poupatempo.sp.gov.br ou solicitadas pelo Disque Poupatempo pelo 0800.772.36.33.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A maioria dos municípios do Interior enfrenta graves problemas para solucionar a destinação de seus resíduos

A maioria dos municípios do Interior enfrenta graves problemas para solucionar a destinação de seus resíduos sólidos - o lixo de cada dia produzido nas casas e empresas. No ano em que o Brasil promove a conferência Rio + 20, e as práticas de sustentatibilidade tendem a ser mais discutidas no mundo todo, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) abre espaço para o tema. Amanhã, por exemplo, o desafio do gerenciamento de resíduos sólidos será debatido em São Paulo, com representantes da Holanda, país considerado referência mundial no tema. O evento será realizado na sede da entidade, na Avenida Paulista.

Esta será a primeira vez que a ministra da Infra-estrutura e do Meio Ambiente da Holanda, Melanie Schultz van Haegen-Maas Geesteranus, visitará o Brasil. Ela fará a abertura do evento ao lado do secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, e de toda a cúpula da Fiesp. A ministra chegará acompanhada por especialistas em gerenciamento, representantes de empresas de reciclagem e especialistas da universidade TU Delft, que desenvolvem soluções tecnológicas.

Ao longo do dia serão tratados temas como responsabilidade pós-consumo de resíduos de embalagens, de eletroeletrônicos, gerenciamento de resíduos pelos municípios e geração de energia.

O tema interessa às administrações municipais e gestores públicos que lidam com o meio ambiente, especialmente em relação ao destino do lixo, desafio presente na maioria das cidades paulistas. Segundo os organizadores, será uma oportunidade para assimilar a trajetória holandesa, evitando-se erros comuns que ocorrem na implantação de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos. A Holanda recicla 80% de seus resíduos, 16% são incinerados e de 3 a 4% apenas seguem para aterros sanitários.

Avanços

Segundo os técnicos da Fiesp, desde 1970 há investimento na Holanda em soluções ambientais eficientes e novas tecnologias em função do seu pequeno tamanho e de condições geográficas específicas. "Isso só foi possível com a implantação de um projeto nacional, com o envolvimento dos diversos setores da sociedade, e forte educação ambiental. Houve preocupação com a arquitetura de um produto sustentável, atendendo a padrões rigorosos, reaproveitamento no final do ciclo, além de estímulos econômicos", afirma o presidente da entidade, Paulo Skaf.

Nas regiões

A utilização dos resíduos sólidos urbanos como fonte de energia renovável deverá ser uma opção inevitável no futuro, pois elimina os efeitos adversos de sua disposição direta no solo. No caso de São Paulo, isso se aplica especialmente às regiões metropolitanas, onde o volume de resíduos gerado é muito elevado e a disponibilidade de áreas é quase inexistente. Mas a tendência, devido ao crescimento populacional e interiorização das indústrias, é o problema desafiar também as demais regiões.

Energia renovável

Em agosto de 2010 foi aprovada no Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada em dezembro do mesmo ano e que ajudará a estruturar os serviços de saneamento. O objetivo da lei é incentivar a reciclagem de materiais, disciplinar o manejo de resíduos e determinar o destino do lixo remanescente.

A lei também criou a logística reversa, com o fim de reaproveitar os produtos utilizados. É, na verdade, o "caminho de volta", que obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a realizarem o recolhimento de baterias, eletroeletrônicos, embalagens, agrotóxicos, óleos lubrificantes e tudo o mais que possa prejudicar a saúde humana, devendo ser devolvido pelo consumidor ao comerciante, e deste até a origem para o devido encaminhamento à reciclagem.

Responsabilidade

Com isso, a responsabilidade atual de coleta, que era só municipal, passa a ser compartilhada com o fabricante, distribuidor, comerciante e usuário. Depois que o modelo for devidamente implantado, os municípios serão obrigados a fazer a coleta seletiva e mandar para o aterro sanitário só o que não for passível de reciclagem ou reutilização - o chamado rejeito. Os municípios que não o fizerem, até 2014, deixarão de receber repasses de verbas do governo.

Segundo dados do PNAD 2009, no Brasil 88,6% da população conta com serviço de coleta de lixo em suas residências. Já em São Paulo, este número sobe para 98,9%.

RECICLAGEM DE SACOLAS PLÁSTICAS

O polietileno usado em sacolas plásticas pode ser reaproveitado para a produção de um material muito mais valioso do que o próprio material original: fibras de carbono.

As fibras de carbono estão entre os materiais mais "high-tech" da atualidade, presentes em carros de corrida, equipamentos esportivos, aviões e sondas espaciais.

As sacolas plásticas, por outro lado, estão sendo banidas porque não são recicladas adequadamente, ainda que não exista ainda um substituto ambientalmente vantajoso para elas.

Amit Naskar e seus colegas do Laboratório Oak Ridge, nos Estados Unidos, desenvolveram um processo que não apenas permite a utilização do polietileno para a fabricação de fibras de carbono, como também possibilita ajustar o produto final para aplicações específicas.

"Acreditamos que nossos resultados trarão para a indústria uma técnica flexível para fabricar fibras tecnologicamente inovadoras em inúmeras configurações, de aglomerados de fibras a não-tecidos de fibra de carbono," disse Naskar.

Sulfonação

O novo processo, que está em processo de patenteamento, é descrito como uma "combinação de tecelagem multicomponente de fibras com uma técnica de sulfonação".

O produto final pode ter seu contorno superficial, assim como o diâmetro de cada filamento, ajustado com precisão durante o processo de fabricação - a precisão dessa manipulação alcança a escala dos nanômetros.

Outra possibilidade é a fabricação de materiais porosos, adequados para filtragem, catálise e colheita eletroquímica de energia.

"Nós mergulhamos o aglomerado de fibras em um ácido contendo um banho químico, onde ele reage e forma uma fibra negra que não irá se fundir novamente. É essa reação de sulfonação que transforma as fibras do plástico em uma forma não fundível," explica Naskar.

"Neste ponto, as moléculas plásticas se ligam, e não irão fundir ou fluir com novo aquecimento. A temperaturas muito altas, essa fibra retém a maior parte do carbono, enquanto a maior parte dos outros componentes volatiliza em diferentes compostos ou gases," complementa.

Ao falar sobre as aplicações possíveis do material reciclado, o pesquisador é lacônico: "as possibilidades são virtualmente ilimitadas"

MATO GROSSO DÁ PRIORIDADE AO ASFALTO DE BORRACHA

Tramita na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 82/2012, que determina que todos os programas de asfaltamento e recapeamento de rodovias priorizem a utilização do asfalto borracha, popular asfalto ecológico. A medida visa proteger o meio ambiente, pois obriga o reaproveitamento de pneus usados, que antes eram descartados na natureza, servindo de criadouro de mosquitos e de outros agentes infecciosos. No meio ambiente esse tipo de material demora até 600 anos para decompor.

Pesquisas comprovam as inúmeras vantagens dessa nova modalidade nas estradas. O material dobra o tempo de vida útil do asfalto nas rodovias; diminui ruídos causados pelo contato dos veículos com o chão; reduz a sensibilidade e variação térmica; é mais resistente ao fluxo de cargas e melhora a aderência do pneu ao pavimento.

De autoria do presidente da AL/MT, deputado José Riva (PSD), a proposta será apreciada pela Comissão de Meio Ambiente nos próximos dias. Um dos artigos determina que o poder público priorizará e dará condições tecnológicas para a produção e aplicação do asfalto ecológico, bem como criará mecanismos para a coleta específica de pneus e outros produtos correlatos que possam ser reciclados para esse fim.

O asfalto borracha já vem sendo utilizado em alguns estados e é feito a partir da mistura do látex em pó com cimento asfáltico de petróleo (CAP). A Agência Nacional de Petróleo (ANP) estima que a cada ano cerca de 15 milhões de pneus usados são descartados irregularmente em depósitos e terrenos baldios em todo o país.

Riva argumenta que mesmo sendo 20% a 30% mais caro que o asfalto comum, é preciso considerar dois aspectos importantes no de borracha. Primeiro, destaca, que a difusão da técnica aumentará o número de fabricantes, baixando o custo da produção. No segundo aspecto, com maior durabilidade, aumenta também a relação custo-benefício.

“Dessa forma, pretendemos que Mato Grosso siga o exemplo de estados como São Paulo e Minas Gerais e de países como Estados Unidos, Alemanha, Canadá, África do Sul, China e Portugal, que já aderiram a essa técnica”, destaca o parlamentar. Considera que o projeto atende às intenções governamentais e sociais, de proporcionar o desenvolvimento estadual de maneira sustentável e ecologicamente correto, tornando mais barato os projetos de obras públicas.

RECICLAGEM - No processo de reciclagem de pneus, a borracha vira asfalto, o aço volta para a siderúrgica e a fibra segue para as indústrias têxteis. Cada tonelada de asfalto borracha tem, em média, 180 quilos de pneus na sua composição.

VALE A PENA VER À MARGEM DO LIXO

O documentário “À Margem do Lixo”, do cineasta carioca Evaldo Mocarzel, entra em cartaz nesta sexta-feira, 13, no Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis.

Entre os meses de abril e maio, 1109 cineclubes de 700 cidades do Brasil também vão exibir o filme que tem distribuição da Raiz Produções. O longa-metragem tem apoio do Programa Petrobras Cultural para seu lançamento. “À Margem do Lixo” mostra a rotina de vida dos catadores de papel e materiais recicláveis na cidade de São Paulo.

Transitando pela cidade, o filme mostra a articulação política da categoria, especialmente em torno do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), e a importância deles na preservação do meio ambiente. Trata-se da terceira parte de uma tetralogia iniciada com “À Margem da Imagem”, que recebeu 19 prêmios em festivais no Brasil e no exterior, e “À Margem do Concreto”, que recebeu o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular no Festival de Brasília. “O documentário tenta focalizar a indústria da reciclagem a partir do catador. O Brasil é líder mundial da reciclagem de alumínio. 87% do alumínio produzido é reciclado”, explica o diretor Evaldo Mocarzel. E acrescenta: “A lucratividade desta indústria é sustentada de muitas maneiras pela economia informal e pela miséria destes catadores”, finaliza.

“À Margem do Lixo” foi produzido em 2008, tem 84 minutos e será distribuído aos cineclubes filiados ao Conselho Nacional de Cineclubes (entidade da sociedade civil que representa os cineclubes do País) e contemplados do Programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura (ação que disponibiliza por meio de editais, equipamentos de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista, atendendo prioritariamente periferias de grandes centros urbanos e municípios em vulnerabilidade social), com exibição gratuita.

economia solidária ajuda no desenvolvimento regional

Destinado a famílias que já estejam inseridas em algum tipo de processo produtivo, bem como aquelas que buscam empreender para melhorar sua renda, o programa Economia Solidária beneficiará cerca de cinco mil pessoas em 41 municípios. Com recursos na ordem de R$ 2 milhões, a ação visa o fortalecimento ou criação de 100 grupos de Economia Solidária, contemplando mil famílias nos territórios de Cocais, Entre Rios, Carnaubais, Vale do Rio Canindé e Vale do Rio Guaribas. No entanto, o benefício se estenderá a pelo menos cinco mil pessoas.

Segundo Rosângela Sousa, diretora de Segurança Alimentar da Sasc, o projeto também tem como meta a instalação de cinco Centros de Economia Solidária, bem como seis Casas de produção de Polpas de Frutas. Atualmente, a diretoria de Segurança Alimentar está em processo de contratação do instrutor que irá ser responsável pela capacitação dos vinte agentes de economia solidária responsáveis pelo desenvolvimento das ações nos municípios.

“Já recebemos as demandas dos municípios, além disso, os locais onde deverão ser instalados os centros de economia solidária já foram inspecionados, aguardando apenas a abertura de processo licitatório para os três que já foram definidos”, ressalta Rosângela Sousa, ao comentar que os centros serão fontes de informação e apoio para as famílias que precisam de orientação, assessoria técnica ou mesmo incentivo financeiro para a concretização de seu negócio.

Através do programa Economia Solidária, a Sasc pretende inserir as famílias em algum tipo de atividade produtiva, potencializando as experiências que já estão sendo desenvolvidas nos municípios, tais como artesanato, apicultura, horta, dentre outras. “Buscamos incentivar as famílias para que estas gerem renda coletiva, oferecendo a estas noções de gestão a fim de que possam se autopromover”, explica Rosângela Sousa.

O projeto foi idealizado pela Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc) e foi aprovado no Ministério do Trabalho e Emprego e atende a proposta de um dos eixos principais do Mais Viver, que é a inclusão produtiva, através do qual viabiliza-se a oportunidade de geração de renda e consequente mudança na condição social do indivíduo.

cooxupé comemora 80 anos

Evento também comemora os 55 anos da mineira Cooxupé, a maior cooperativa de café do mundo.

Celebração será no dia 12 de abril (quinta-feira), para autoridades, convidados e imprensa. Entidade, que tem sede em Guaxupé/MG, comemora 80 anos de cooperativismo em atividades de recebimento, processamento e comercialização de café

São 12 mil cooperados, aproximadamente 1900 colaboradores recebendo café produzido em mais de 200 municípios brasileiros. Em 80 anos, a Cooxupé construiu uma história de parcerias sólidas e de grande comprometimento com seus cooperados. Em 2012, a entidade completa 80 anos de cooperativismo e, entre as atividades haverá uma celebração realizada em conjunto com a BM&FBovespa, a quarta maior bolsa do mundo em valor de mercado, a segunda maior das Américas e a líder na América Latina.

Com atuação principal nas regiões Sul de Minas, Alto Paranaíba (cerrado mineiro) e Vale do Rio Pardo (no Estado de São Paulo), a Cooxupé fechou o ano de 2011 com um faturamento de R$ 3 bilhões, com crescimento de 68% em relação ao ano anterior. Composta, em sua maioria, por pequenos agricultores responsáveis por uma produção ente 50 e 500 sacas de café, a Cooxupé bateu recordes e liderou rankings brasileiros em 2011, entre eles o de maior exportação da commodity da história do país. “Nossos 80 anos de experiência em cooperativismo tem nos levado a uma série de decisões estrategicamente corretas. Hoje conseguimos avaliar o mercado e antecipar tendências”, afirma o Presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa.

Perfil -A história da Cooxupé teve início em 1932 com a fundação da Cooperativa de Crédito Agrícola, transformada em 1957 em Cooperativa de Cafeicultores com atividades de recebimento, processamento e comercialização de café. As exportações tiveram início em 1959 (com o primeiro embarque direto de café).

Atualmente, além de 12 mil cooperados e 1900 colaboradores, a Cooxupé conta com 16 unidades e 6 escritórios avançados, que prestam assistência técnica, promovem eventos específicos se aproximando dos cooperados e também operam como centros de comercialização e negócios, atendendo as necessidades de cada produtor individualmente.

Dos 12 mil cooperados, cerca de 97% são pequenos e médios produtores.

COOOPERATIVISMO DÁ MUITO EMPREGO

O cooperativismo tem se consolidado como fonte de renda e inserção social a um universo cada vez maior de pessoas. Os indicadores do Sistema OCB confirmam essa tendência. Em 2011, o total de associados às cooperativas ligadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) passou dos 10 milhões, registrando um crescimento de 11% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados cerca de 9 milhões.

Seguindo essa mesma linha, também foi observado crescimento no quadro de empregados, que fechou o último período em 296 mil, 9,3% a mais do que em 2010. Os dados fazem parte de um estudo da Gerência de Monitoramento e Desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).

O número de cooperativas ficou em 6.586, representando um decréscimo de 1% no comparativo a 2010. Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, essa redução mostra um caminho natural, de busca por maior competitividade no mercado. “As cooperativas se juntam, seja por fusão ou incorporação, para ter maior escala e, assim, ganharem mais espaço e ampliarem seus negócios. Em consequência disso, observa-se uma evolução significativa no total de associados e de empregados, ou seja, na força de trabalho”, diz.

Nesse contexto, o ramo crédito se destaca, apresentando o maior contingente de associados, com crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Em 2011, o segmento chegou a 4,7 milhões de cooperados. Já em 2010, eram 4 milhões. Em seguida, aparecem os ramos consumo, com 2,7 milhões e 18% de aumento, e agropecuário, chegando próximo de 1 milhão, com 3% de expansão.

Regiões

Quando avaliada a quantidade de cooperativas, a região Sudeste aparece em primeiro lugar, com 2.349 empreendimentos e crescimento de 3% no comparativo ao ano anterior. Em seguida, está o Nordeste, com 1.738 e 1% de aumento. A região Sul aparece em terceiro lugar, com 1.050, mesmo tendo registrado 14% de diminuição no total de sociedades cooperativas no comparativo com 2010.

No tocante à relação de cooperados, o quadro muda um pouco. O Sudeste continua na primeira posição, com 4,7 milhões e 36% de expansão. Nesse caso, a região Sul ocupa o segundo lugar, com praticamente 4 milhões de associados e 15% de aumento. O Centro-Oeste aparece na terceira posição, com 644 mil e 10% de crescimento.

E quanto à geração de empregos diretos, a realidade é outra. A região Sul é a que tem maior quadro de colaboradores – 152 mil e 10% de expansão, e a Sudeste, figura em segundo, com 94 mil e 13% de crescimento. Também nesse item, o Centro-Oeste ocupa a terceira colocação, com 21 mil empregados e 20% de aumento no período.

Estados

O Estado de São Paulo é o que tem mais cooperativas registradas no Sistema OCB - 932. Minas Gerais e Bahia aparecem em seguida, praticamente empatados, com 785 e 783, respectivamente, no ano.

No total de cooperados, destacam-se os estados de São Paulo (3,4 milhões), Rio Grande do Sul (1,9 milhões) e Santa Catarina (1,2 milhões). Já no de empregados, quem lidera é o Paraná (64,9 mil), seguido do Rio Grande do Sul (48,7 mil) e de São Paulo (48,5 mil).

Perspectivas

Com base nos dados históricos, é possível fazer, estatisticamente, uma previsão do comportamento desses indicadores para os próximos cinco anos. A estimativa é de que o número de cooperativas registradas no Sistema OCB permaneça estabilizado. Já o total de cooperados, segue uma linha ascendente e constante, prevendo chegar, também até este ano, a 12 milhões. Seguindo a mesma metodologia, espera-se que o Sistema ofereça, até 2016, 353 mil empregos.

Sistema OCB

É composto pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), além de 26 organizações estaduais e uma localizada no Distrito Federal.

LÍDERES DO COOPERATIVISMO FALRAM COM MINISTRO DA AGRICULTURA

Líderes do cooperativismo brasileiro apresentaram nesta terça-feira (10), ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, propostas de políticas públicas importantes para o desenvolvimento do setor e da agropecuária nacional, em especial neste que é o Ano Internacional das Cooperativas.

As medidas foram detalhadas pelo presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, e representantes de oito unidades estaduais do sistema, mostrando a realidade das cinco regiões do país. O superintendente da OCB, Renato Nobile, também participou da audiência realizada na sede do ministério, em Brasília (DF).

Ao falar sobre as demandas comuns a todos os estados, Freitas elegeu quatro pontos considerados prioritários pelo setor cooperativista para a continuidade da produção. Segundo ele, é preciso trabalhar em uma política de garantia de renda para os produtores rurais brasileiros.

“Estamos falando em preços mínimos justos, um seguro rural que realmente cumpra com eficiência a sua função e possa auxiliar o homem do campo em incidentes climáticos, por exemplo”, disse.

A inclusão das cooperativas como legítimas beneficiárias do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foi outra questão apontada como determinante. Hoje, apenas os associados, como pessoa física, podem participar e ter acesso aos recursos.

“Pela natureza societária das cooperativas, elas não têm acesso à diversidade de recursos como outras empresas. Por isso, precisam ser contempladas em outras políticas”, comentou o presidente da OCB.

Freitas também destacou a importância de se ter financiamento de capital de giro que contemple pelo menos 30% da movimentação das cooperativas, e que seja uma linha robusta, com taxas menores. “Essa é uma necessidade latente, e as cooperativas não têm a capacidade para arcar com esses custos na velocidade que precisam”, enfatizou.

Nesse contexto, o dirigente ressaltou ainda a necessidade de alavancar a capitalização das cooperativas de crédito, para que as mesmas possam continuar atuando na disponibilização do crédito rural. “Só em 2011, por exemplo, elas responderam por 14% do crédito rural”, disse.

Estavam presentes os presidentes das organizações estaduais do Rio Grande do Sul, Vergilio Perius; do Paraná, João Paulo Koslovski; de Minas Gerais, Ronaldo Scucato; de Goiás, Haroldo Max; do Mato Grosso do Sul, Celso Régis; do Ceará, João Nicédio Nogueira; e do Amazonas, Petrúcio Magalhães Júnior, e, representando a unidade de São Paulo, o presidente da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Ismael Perina Júnior. Também participaram da reunião, o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Rui Polidoro, e o coordenador da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Odacir Zonta.

COOPERATIVISMO MODERNIZA ÁREA RURAL

As empresas cooperativistas passam por um processo de aglutinação, por meio de fusões e aquisições, no Brasil. O movimento é capitaneado pelo setor agropecuário, de acordo com a Organização Brasileira das Cooperativas (OCB). Outra tendência do modelo, no campo, é a industrialização: cooperados paranaenses devem investir R$ 1,1 bilhão em projetos de agroindústria e armazenagem ao longo deste ano.

De um total de R$ 1,3 bilhão, em investimentos previstos para 2012, 85% estão empenhados para a construção de silos, moinhos e frigoríficos, além da execução de compras e ampliações da área industrial, segundo a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), que reuniu sua assembleia na semana passada e elaborou a estimativa.

"A armazenagem é o grande demandador de investimentos das cooperativas", afirma o gerente do campo técnico-econômico da Ocepar, Flávio Turra. São R$ 486 milhões em aportes que, basicamente, vão para a construção de silos graneleiros, ampliando a capacidade dos armazéns gerais do Paraná para 28,5 milhões de toneladas estáticas - hoje, o estado é capaz de armazenar 27 milhões, a granel.

Com isso, as safras ganham um novo suporte - insuficiente, até então -, a indústria recebe apoio logístico e a segregação de grãos avança, o que importa particularmente para a cultura do trigo, que está chamando a atenção dos cooperados paranaenses.

"Até nos surpreendeu quando fizemos o levantamento, pois o trigo passou a liderar os investimentos", afirma Turra, explicando que os triticultores buscam liquidez financeira por meio do processo de industrialização, ou seja, com a construção de moinhos para transformar o próprio grão em farinha.

Em se tratando de pecuária, os investimentos empenhados somam R$ 275 milhões e envolvem a aquisição de um abatedouro de aves no Município de Ubiratan, a construção de dois frigoríficos em São João e Mandaguari, ampliações de plantas industriais e compra de maquinário.

Dados fornecidos pela Ocepar mostram que, no ano passado, a movimentação do sistema cooperativista paranaense (estimado em R$ 32 bilhões) teve alta de 21%, em comparação ao faturamento obtido em 2010. As 240 cooperativas que integram a organização congregam 745 mil cooperados e geram 65 mil empregos diretos (dos quais 36,2% são mulheres). O impulso no processo de industrialização irá gerar pelo menos cinco mil empregos diretos, garante a Ocepar.

"A evolução do modelo cooperativista no setor rural é bem marcada pelo processo de agroindustrialização, com o qual a cooperativa agrega mais valor a seu produto e atrai mais funcionários", analisa o superintendente da OCB, Renato Nóbile.

Aglutinar-se

Mas este não é, segundo o representante, o único processo pelo qual passam as cooperativas do setor agropecuário, que lideram, com 1.523 empresas, o modelo cooperativista no Brasil.

Uma tendência (já em curso) do mercado da cooperação é o que Nóbile prefere chamar de "aglutinação": a quantidade de cooperativas decresce em todos os setores desde 2008 - quando eram 7.682 -, chegando a 6.586 empresas no ano passado, de acordo com panorama divulgado pela OCB na última semana. O movimento é explicado por fusões e aquisições.

"Nesse processo, o que mais salta aos olhos são as cooperativas agropecuárias, no campo, e as do ramo de crédito, na cidade", analisa Nóbile (Leia mais na página B1). "Essa tendência [da aglutinação] provoca queda do número de cooperativas, mas crescimento do número de cooperados e de empregados", observa.

Em 2008, as cooperativas empregavam 239 mil pessoas no Brasil. Já no ano passado, eram 296 mil trabalhadores. O número de cooperados também cresceu, no mesmo período, de 7,8 mil para mais de dez mil. Entre todos os setores dentro do modelo cooperativista, o agropecuário é o que mais mobiliza mão de obra: 943 mil cooperados e 155,8 mil empregados em atividade em 2011, de acordo com a OCB.

Eficiência, gestão

Para Nóbile, a aglutinação do modelo, por meio de fusões e aquisições, impulsiona a eficiência de gestão, o profissionalismo e a governança das cooperativas. "Ganha-se em escala e redução de custos", diz ele. "A aglutinação sempre foi um tabu, mas tem evoluído muito bem e favorecido as cooperativas", observa, ao pontuar que, no caso dessas empresas, a concentração não deve ter os efeitos negativos do mercado, por assim dizer, concorrencial.

"O modelo cooperativista é bem pulverizado. Por conta disso, a concentração é muito menos prejudicial. O impacto não é o mesmo que causam os grandes conglomerados", garante Nóbile. O representante pontua que "esse processo é ímpar" e lembra que "a ONU [Organização das Nações Unidas] reconheceu 2012 como o ano internacional do cooperativismo".

COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO BRASIL

Diante de um cenário de debate sobre a necessidade de redução do spread bancário - diferença entre o custo de captação e aplicação - no sistema bancário brasileiro, as cooperativas de crédito sobressaem ao fechar 2011 com R$ 86,5 bilhões em ativos, acréscimo de 25,8% ante 2010, o que representa um total 8,7% superior às demais instituições financeiras. De acordo com os representantes da Organização das Cooperativas de Crédito (OCB) e do Sescoop-SP, a função está na inclusão bancária e regulação das taxas de juros, já que o objetivo não está no lucro.


Até fevereiro, o saldo de empréstimos concedidos para pessoas físicas por meio de cooperativas de crédito totalizou R$ 32,956 bilhões, crescimento de 24,5% em 12 meses, segundo dados do Banco Central. Mas no acumulado total, em 2011, o estoque de financiamentos concedidos atingiu R$ 37,8 bilhões, alta de 25% na comparação com 2010.


No que se refere ao total de ativos, o segmento acumulou até dezembro do último ano R$ 86 bilhões, com a entrada de R$ 17,8 bilhões em recursos financeiros, enquanto em 2010 os ingressos somaram R$ 15,9 bilhões. Em depósitos, o saldo ficou em R$ 38,1 bilhões, alta de 26,3%, enquanto o sistema financeiro nacional apresentou expansão de 14,1% no mesmo período. Já em patrimônio líquido, as cooperativas somaram R$ 15,9 bilhões em 2011, contra R$ 13,1 bilhões do ano anterior, o que representa um acréscimo de 20,6%.


Questionado sobre o papel das cooperativas de crédito para estímulo da economia, o gerente do ramo Crédito da OCB, Sílvio Giusti, explica que a função, também estimulada pelo Banco Central, está na regulação, além da inclusão bancária. "As cooperativas servem como reguladores de preço com taxas mais atrativas e, assim, o banco tem a pressão de fazer com que as taxas caiam. Quanto maior for a participação, maior será a eficiência de promover a queda."


No entanto, a média de participação no Brasil ainda é pequena, de 2% do sistema financeiro nacional ante outros países, como a Alemanha, que detém até 30%, ou a França, na qual 43% do crédito estão nas cooperativas. "Apesar do crescimento acima do do mercado, estamos expandindo em torno de 2%. Mas temos o objetivo a perseguir de 10%, porque o nosso papel é de desconcentrar o mercado com alternativas para a sociedade", ressalta Giusti.


O consultor do ramo de crédito do Sescoop-SP, Gil Agrela, concorda: "No interior de São Paulo, as cooperativas têm um poder de regular o mercado com força muito maior. Em certas cidades a movimentação é superior do que em agências de banco".


Outro ponto a ser destacado em 2011, segundo o gerente do ramo Crédito da OCB, Sílvio Giusti, foi a entrada de novos associados: 700 mil, para 5,8 milhões. Giusti explica que o conceito garante o crescimento, no qual a relação é de dono e não cliente.


Presente em 45% dos municípios brasileiros, há 4,8 mil pontos que somam cooperativas e postos de atendimento cooperativo (PACs), saindo da marca de 4,5 mil em dezembro de 2010. Do total de PACs -3,159 mil-, 354 novos foram implantados no último ano. "Este foi o melhor desempenho dos últimos seis anos e permite a inclusão financeira das classes C,D e E, além de manter a característica que não visa ao lucro, com o objetivo de atender o quadro social com taxas de juros mais justas", diz o gerente da OCB.


As cooperativas de crédito são instituições financeiras reguladas e fiscalizadas pelo Banco Central, e o consultor do ramo de crédito do Sescoop-SP explica que as instituições devem ser vinculadas a algum segmento ou de livre admissão, também chamadas de cooperativas abertas. No último caso, a legislação permite a atuação livre somente com patrimônio líquido de mais de R$ 25 milhões, caso contrário fica restrito ao limite máximo de população por município.


Na Grande São Paulo, Agrela revela que mais de 80% são ligadas a alguma empresa, como do Grupo Pão de Açúcar, que concentra 68 mil associados. "Mas de 2003 para cá têm crescido muito as de empresários, que basta ter um CNPJ para participar."


Outra tendência observada no estado e Região Sudeste, também repetida na Sul, está na consolidação das cooperativas. "Há um incentivo do BC para a aglutinação de cooperativas para aumentar a eficiência e reduzir custos." Essa convergência deve continuar em 2012 junto com a expansão da área de atuação. "Hoje estamos em 52% dos municípios e trabalhamos para chegar mais próximo dos cooperados", pontua o consultor do Sescoop-SP.

COOPERATIVISMO NA ZONA DA MATA

Em menos de dois anos de fundação, a Cooperativa dos Produtores de Cana (COAF) demonstra viabilidade econômica e ainda se tornou uma espécie de reguladora de preços na área de insumos para o cultivo de cana na região. O desempenho da COAF, que é gerida pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), chamou a atenção do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop-PE). A entidade recém-criada dos produtores já está classificada entre as principais cooperativas pernambucanas no ranking da Sescoop-PE.

De acordo com o presidente da Sescoop-PE, Malaquias Ancelmo, a cooperativa dos produtores de cana apresentou um dos melhores faturamentos das relacionadas no segmento agropecuário do estado. Anualmente, em abril, a Sescoop, que tem 228 cooperativas associadas de nove segmentos econômicos, congregando mais de 150 mil pessoas, apresenta o ranking das melhores cooperativas pernambucanas. “Ainda não fechamos a classificação, mas, seguramente, a COAF está entre as principais do setor no exercício 2011”, diz.

Ele acrescenta dizendo que a cooperativa dos produtores de cana é uma forma moderna na atividade econômica rural. “Ela é sem fins lucrativos, logo, o excedente retorna para os cooperativados, garantindo renda e desenvolvimento social para a região da Zona da Mata”, conta. O dirigente revela ainda que a COAF tem se tornado um regulador de preços dos insumos. “No mínimo ajuda a segurar os preços a favor do pequeno fornecedor”, afirma. A cooperativa compra insumos em grande quantidade nas empresas da área, garantindo um melhor preço e assim, comercializa-os de maneira mais acessíveis aos produtores associados. Além de Pernambuco, a COAF já negocia com produtores dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas.

Os produtores de cana, principalmente os pequenos agricultores, começaram também a perceber a força do cooperativismo no segmento através da COAF. “A quantidade de cooperativados aumentou em quase 100% desde quando a entidade foi criada em abril de 2010”, revela o gerente comercial, Hermano Wanderley. Ele informa que cerca de 80% dos associados são de pequenos produtores e eles conseguem uma economia de até 15% na hora da compra de insumos na cooperativa. O crescimento da COAF também foi sentido no respectivo faturamento. Ele quase triplicou de um ano para o outro.

aumenta o cooeperativismo no estado do Amazonas

O número de cooperativas no Estado do Amazonas aumenta a cada ano e os problemas de gestão dessas cooperativas têm demandado enorme esforço do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP/AM), no sentido de tentar minimizar os efeitos dos mesmos.


Pensando nisso, foi-se criando o projeto de Monitoramento das Cooperativas do Estado do Amazonas (MONITOCOOP) que pretende iniciar um acompanhamento específico, com capacitação “in-loco”, em 10 cooperativas piloto no Amazonas, no ramo agropecuário, transporte, trabalho e de produção.


O trabalho será feito através do Programa de Acompanhamento da Gestão Cooperativista I (IAGC I), utilizando os instrumentos de acompanhamento e monitoramento do Instrumento de Acompanhamento da Gestão Cooperativista I (IAGC I), no intuito de organizar e padronizar a gestão das cooperativas, tornando-as competitivas a partir das melhorias de processos.


A primeira avaliada foi a Cooperativa Mista e Agropecuária de Manacapuru (Comapem), que contou com o apoio da analista de monitoramento do Sescoop Nacional, Guilianna Fardini, que esteve na cidade de Manaus no período de 02 a 05 de abril deste ano, para capacitar os dois funcionários da OCB/SESCOOP-AM, de maneira a entenderem como aplicar o instrumento dentro do projeto, com o intuito das cooperativas trabalharem de forma adequada.


O projeto começou no mês de abril e estará em campo no prazo de cinco meses, atendendo na cidade de Manaus e também no interior do Amazonas. A meta é alcançar todas as cooperativas do Estado e ter uma cultura de gestão organizacional.


De acordo com o coordenador que já acompanha o primeiro projeto, Ailton Silva Ribeiro, com o acompanhamento será possível fazer a análise experimental de todas as dez cooperativas piloto que irão participar.


“Há um tempo atrás o SESCOOP não exigia tais documentos que hoje é preciso para a cooperativa ter o certificado de regularidade. Pensando nisso, nós fizemos esse projeto, analisando primeiramente essas 10 cooperativas, para estudar os problemas que elas tem, e assim, poderem receber esse certificado. Deixando-as com a documentação regular. O programa não é um fiscalizador, pois só tende a ajudar as cooperativas, mostrando o que não esta nos conformes de acordo com as exigências do SESCOOP”, explicou Ailton.


A analista de Monitoramento do Sescoop Nacional, Guilianna Fardini, conta que em 2001 havia sido aprovada a Diretriz Nacional de Monitoramento desenvolvida pelo SESCOOP, e essa diretriz foi reservada para o programa de Desenvolvimento e Monitoramento de Gestão das Cooperativas. Agora está na fase de implantação do primeiro programa de acompanhamento de gestão cooperativista 1, que tem o objetivo principal garantir a conformidade legal das cooperativas.


“Estamos aqui com o SESCOOP-Amazonas, repassando e orientado como utilizar o instrumento de aplicação desse programa. E fazemos esse trabalho com cooperativas parceiras que se disponibilizam a fornecer os documentos, em contrapartida recebe o retorno que é a avaliação da conformidade legal dela, juntamente com o plano de melhorias em cima do que é identificado de irregular”, disse a analista.


Com a documentação toda regulamentada, as cooperativas podem ainda participar de programas que contribuam com o seu desenvolvimento, desde que estas estejam nos padrões adequados com o Sistema da OCB.


“Existem várias situações entre as cooperativas a serem analisadas. Muitas das vezes os dirigentes das cooperativas não tem nem ideia dos erros por confiar no contador, ou achar que o negócio esta dando certo, ou até mesmo percebem que existe muita coisa a ser corrigida. Com a análise desse programa MOOTOCOOP que é totalmente gratuito, esses erros podem ser corrigidos. Pois as cooperativas tem o direito a partir do momento que elas são registradas pelo SESCOOP, sendo acompanhadas por uma assessoria de gestão. E o resulto ainda mais positivo é que esse programa começa a criar uma cultura de gestão econômica financeira por indicador, o que é um início para uma atividade de gestão”, concluiu Giulianna.