sábado, 27 de maio de 2017

Itália doará ‘Azeite para a Paz’ para turistas durante G7

 

A iniciativa, patrocinada pelo produtor de azeite italiano Manfredi Barbera, é realizada em colaboração com o Consorzio della Filiera Olivicola (COFIOL) e o Livre Consórcio Municipal.   
O objetivo do projeto é promover uma cultura de paz e integração através da distribuição de um produto único no seu gênero.   
O “Azeite para a Paz” é produzido a partir de diversas variedades de azeitonas sicilianas como a Cerasuola, Biancolilla e de mais de 381 tipos nacionais e internacionais cultivados e colhidos no campo experimental da província de Enna, que acolhe praticamente todas as oliveiras presentes no mundo.   
O projeto também visa ser uma evidência concreta de como a biodiversidade e a integração podem produzir harmoniosamente um azeite. “Esa foi uma ideia que veio a nós antes da Expo. Não havia melhor ocasião para apresentar o azeite como um protudo para integração”, afirmou Barbera.   
A cúpula do G7 reunirá os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, além da anfitriã e da União Europeia.

Startup de ex-aluno é selecionada em programa de economia criativa


 


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Realizar exames oftalmológicos a partir de um aparelho celular é uma realidade no Brasil, graças a uma solução lançada pela Phelcom Technologies, empresa assistida pela Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, de Ribeirão Preto (SP). A startup é responsável pela criação da SRC – Smart Retinal Camera, uma nova geração de retinógrafos portáteis, e foi uma das 12 empresas brasileiras selecionadas pela Samsung para participar da segunda edição do Programa de Promoção da Economia Criativa.
Flávio Pascoal Vieira, sócio da empresa e mestre em Engenharia Elétrica da USP, explica que o retinógrafo é um dispositivo oftalmológico que captura imagens do fundo do olho para diagnóstico médico.  “Os aparelhos oftalmológicos têm custo elevado, o que faz com que as pequenas cidades não contem com serviços de oftalmologia. Hoje, 4,7 mil municípios brasileiros não possuem esse tipo de serviço, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o que gera uma demanda grande por exames simples”, explica.
“A portabilidade é uma das inovações que a Phelcom apresenta com a SRC. Com o retinógrafo portátil, é possível realizar exames em comunidades mais remotas ou carentes, que têm acesso limitado a esse tipo de exame”, enfatiza Vieira. A tecnologia desenvolvida pela startup é portátil e poder ser acoplada a smartphones, gerando imagens panorâmicas automáticas de alta resolução da retina.
“Trata-se de uma inovação segura para o paciente. As funcionalidades básicas do equipamento foram comprovadas por meio da aquisição de imagens da retina de um simulador de olho humano. É uma tecnologia indicada para o uso, por exemplo, em crianças, acamados e pessoas com mobilidade reduzida, que também pode ser adotada por profissionais com limitada capacidade de investimento ou espaço físico reduzido em suas clínicas”, ressalta.

Economia Criativa

Com a participação no Programa de Promoção da Economia Criativa da Samsung-Anprotec, a Phelcom recebeu aporte de R$ 200 mil, além de suporte técnico de profissionais da Samsung e acesso a mentores de mercado para o aprimoramento da tecnologia. “Para cada caso, as contrapartidas foram negociadas com a Samsung de acordo com as oportunidades que despertaram interesse na multinacional”, explica Vieira. O programa é uma parceria com a Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e CCEI (Centro Coreano de Economia Criativa e Inovação).
Além do aporte recebido, a startup também recebe apoio da Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, integrante do programa. “O objetivo é incentivar a cultura do empreendedorismo inovador e a geração de negócios de alto impacto. A empresa tem acesso à estrutura física da incubadora e recebe apoio para o desenvolvimento de seu negócio, mentorias e treinamentos baseados no Modelo Coreano de Cultura de Economia Criativa, desenvolvido pelo CCEI”, explica Saulo Rodrigues, gerente da Supera Incubadora.

Supera Parque

O Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto é resultado de uma parceria entre  Fipase, USP, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e está instalado no campus da USP local. O parque abriga a Supera Incubadora de Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (Piso), além do Supera Centro de Negócios.
Ao todo, são 59 empresas instaladas no Parque: 40 delas na Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, 14 empreendimentos no Centro de Negócios e cinco na aceleradora SEVNA Seed.

Vila Madalena vai ter moeda para estimular economia criativa



Será lançada, na próxima semana, a moeda da Vila Madalena, com o objetivo de estimular o desenvolvimento local - quem usar essa moeda terá descontos em lojas, bares, restaurantes, galerias, casas de shows, salões de beleza e até coworkings.
Entre as associadas da moeda da Vila estão:  Simultânea, Doces de Laura, Florinda, Armazém da Cidade, Salão Luxo, Livraria da Vila, Tupi or not Tupi, Raw Burger,  Ochá, Choque Cultural, Avatim, Deli Paris, Bitaca, entre outros.
A iniciativa é do VilaMundo - o site da Vila Madalena do Catraca Livre -  em parceria com "As Coisas Mais Criativas do Mundo".
A moeda da Vila faz parte do projeto, implementado pelo Catraca Livre, para melhor seu entorno, batizado de "arranjo criativo local" para estimular a economia criativa e o acesso à cultura.  Com esse arranjo, surgiu, por exemplo, o Parque da Vila Madalena, cujo centro é o Beco do Batman, com a ofertas de shows gratuitos.
Para encontrar uma marca para esse projeto,  estão sendo convidados designers, publicitários e ilustradores para criar a marca da Vila Madalena.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Presidente de Moçambique cético sobre objetivos de desenvolvimento sustentável

 




O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alertou que os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS’s) correm o risco de não conseguirem, até 2030, alterarem o cenário de pobreza, fome e desigualdades no mundo.
No discurso que proferiu no Palácio da Família Real, em Haia, na Holanda, na audiência concedida pelo Rei Willem Alexander, no último dia da visita oficial de três dias, Nyusi disse ser necessário tomar-se medidas para se reverter o cenário sob pena de o fenómeno se alastrar pelo mundo.
“A Holanda está entre os países que lideram os esforços que levaram a adopção dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável que assumem a missão de moldar o mundo para melhor. Não obstante a sua nobreza e premência, estes objectivos correm o risco de não conseguirem, até 2030, alterarem o cenário de pobreza, fome e desigualdades nas nossas sociedades”, disse.
““Precisamos de tomar medidas decisivas e eficazes, incluindo a previsibilidade das actividades propostas””, sublinhou.
Na ocasião, em que se fazia acompanhar pela sua esposa, a primeira-dama Isaura Nyusi, e vários membros do governo, o Chefe do Estado sublinhou que esta realidade não deve ser permitida porque tem o potencial de se alastrar para além das fronteiras nacionais e continentais, ameaçando a paz e segurança internacionais.
“Por isso, este é o momento de agir e a Holanda têm constituído um bom exemplo a seguir por parte de todos os nossos amigos e parceiros”, realçou.
Citou a meta 13 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, que se refere a necessidade da tomada de medidas para mitigar o impacto das mudanças climáticas, frisando que ‘ trata-se de uma meta tão relevante para Moçambique que de forma cíclica vive efeitos gritantes de calamidades naturais, provocando morte, deslocação de populações, destruição de infra-estruturas económicas e sociais’.

Preocupações ambientais mas não só

Nyusi disse ser grande preocupação construir própria capacidade de gestão ambiental com enfoque para a água face as crescentes inundações e estiagem.
“As calamidades naturais deixam patente que, tal como o direito a liberdade e auto-determinação, o direito de não ser pobre e de não ser vulnerável é também um direito humano universal a ser defendido”, frisou.
O estadista moçambicano reuniu-se também com a rainha, primeiro-ministro, Mark Rutte, com a comunidade moçambicana residente na Bélgica, Holanda e Luxemburgo, e participou numa mesa redonda sobre suplementos alimentares, fortificação alimentar `a larga escala e fornecimento, demanda de vegetais, para alem de visitar um polo de processamento de sementes.

receita sustentáveis

  

Receitas sustentáveis: apesar de muita gente ainda torcer o nariz quando o assunto é comer o que restou no dia anterior, esse é um dos atos mais necessários. Aposte em propostas que deixem os mesmos ingredientes mais apetitosos. Por exemplo, o frango refogado de ontem, pode virar um escondidinho. O arroz “fundo de panela” se transforma em deliciosos bolinhos de arroz.
Compre produtos próximos ao vencimento: o NDays cria a ponte entre consumidor em busca boas ofertas e o estabelecimento que têm artigos prestes a passar da validade. A ferramenta é bem prática: o comerciante se cadastra e expõe suas mercadorias. Após o registro, o cliente escolhe o que deseja no catálogo e recebe a entrega, que é feita em até quatro horas.
Faça listas: nada de colocar no carrinho tudo o que vê pela frente. Antes de sair, confira o que realmente está em falta no armário e geladeira. Assim você leva para casa só o que for necessário. Outra dica é comparecer com mais frequência ao armazém. Não adianta obter frutas, legumes e verduras para um mês todo, já que em pouco tempo estarão inutilizadas.
Conservar é a nova moda: hoje em dia é possível congelar praticamente tudo. Basta higienizar, secar e guardar os mantimentos à vaco ou em uma vasilha bem fechada. Frutas, folhas e verduras duram até três meses, enquanto carnes e frangos crus aguentam um ano. Já os peixes magros suportam oito meses, enquanto os gordos apenas quatro. Não se esqueça de etiquetar com a data de congelamento para não perder o controle.
Criatividade na cozinha: utilize todas as partes do que for comestível, até as menos convencionais. Algumas alternativas são bem fáceis: cascas do abacaxi se tornam em doce caseiro ou suco refrescante; quando assadas, as sementes de abóbora rendem petiscos incríveis; talos de beterraba batidos no liquidificador e misturados com ricota resultam em um patê sensacional.
Sobre a NDays
A NDays é uma plataforma que intermedia comerciantes que precisam vender com urgência e pessoas que buscam itens de consumo imediato e bons preços. Por meio dessa ideia inovadora o e-commerce conecta empresas e consumidores e, ajuda a combater o desperdício. Saiba mais: www.ndays.com.br

Santa Catarina: cooperativas faturaram R$ 19,9 bilhões em 2016


 

No ramo agropecuário são 69.325 cooperados, distribuídos em 52 cooperativas em todo o estado 
As 52 cooperativas agropecuárias de Santa Catarina encerraram 2016 com receita de R$ 19,9 bilhões, o que corresponde a 63% do movimento econômico de todo o sistema cooperativista do estado. De acordo com a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), o cooperativismo catarinense cresceu 15% no ano passado, faturando mais de R$ 31,5 bilhões.

As cooperativas são grandes aliadas da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca na operacionalização e divulgação de programas de fomento agropecuário. Um dos exemplos dessa parceria de sucesso é o Programa Terra-Boa, que combina o apoio do Governo do Estado para aquisição de calcário, sementes de milho, kit forrageiras e kit apicultura, com a presença das cooperativas nos municípios, que fazem a distribuição desses produtos aos agricultores. “Essa parceria já beneficiou milhares de produtores rurais catarinenses e continuamos trabalhando juntos para aumentar a produtividade e a competitividade da agricultura familiar catarinense”, diz o secretário Moacir Sopelsa.

Sopelsa lembra ainda a importância do cooperativismo para o fortalecimento da agricultura catarinense, unindo os produtores e organizando as cadeias produtivas. “O agronegócio catarinense é reconhecido nacional e internacionalmente por sua excelência, e o sistema cooperativista, com certeza, contribuiu muito para alcançarmos esse status. Nosso agronegócio é formado basicamente por agricultores familiares, que encontram nas cooperativas o apoio necessário para transformar suas propriedades em negócios rentáveis, gerando riqueza e qualidade de vida no campo”.

Crescimento do setor

Ao todo, Santa Catarina conta com 265 cooperativas, atuando nos ramos agropecuário, saúde, crédito, consumo, infraestrutura, transporte, trabalho, produção, habitacional, mineral, especial e educacional, que reúnem 2,9 milhões de associados e mantêm 58 mil empregos diretos. O presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, destaca que em 2016 o setor investiu principalmente na base produtiva, na diversificação de produtos e serviços e na qualificação de colaboradores, dirigentes e associados. “As cooperativas ignoraram a recessão de 2015 e 2016 e continuaram crescendo, com foco no mercado e aperfeiçoamento constante da gestão”.

Este é o oitavo ano consecutivo de crescimento no setor cooperativista do estado e a expansão se deu também no número de associados, chegando a 2,9 milhões de pessoas. Levando em conta as famílias cooperadas, a Ocesc estima que metade da população catarinense esteja vinculada ao cooperativismo. Só no ramo agropecuário são 69.325 cooperados, distribuídos em 52 cooperativas em todo o estado.

Outro dado importante divulgado pela Ocesc é o crescimento na participação de jovens e mulheres no cooperativismo. Quase meio milhão de jovens de até 25 anos se associaram às cooperativas em 2016, 67% a mais do que no ano anterior. Os jovens já respondem por 23% do total de associados e as mulheres por 37%. São 784,5 mil mulheres cooperativistas, um crescimento de 12% em comparação com 2015.


No último ano, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/SC), vinculado a Ocesc, investiu R$ 21,3 milhões em ações de formação profissional, promoção social e outras atividades. Um total de 1.909 eventos, que atenderam 125.533 pessoas – entre associados, empregados e dirigentes de cooperativas.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Relatório de Sustentabilidade da Embraco mostra reciclagem de 5.656 toneladas de aço

 
 

 















O programa Nat.Genius da Embraco, multinacional fabricante de compressores e soluções para a refrigeração, reciclou 5.656 toneladas de aço em 2 anos. O volume daria para produzir 4 mil automóveis; e mais 3 mil toneladas de ferro suficiente para erguer 42% da Torre Eiffel.

Os dados do programa reconhecido pela Fundação Ellen MacArthur, dos anos de 2015 e 2016, estão no Relatório de Sustentabilidade da Embraco apresentado pela empresa nesta terça-feira, dia 23 de maio.
A companhia também relata a reciclagem de 10,6 mil toneladas de materiais com zero resíduo industrial no aterro; 7 mil toneladas de CO2 a menos emitidas à natureza e mais de 35 mil pessoas beneficiadas por projetos sociais.

O relatório traz informações sobre ações e impactos gerados para a empresa e para a comunidade, reforça o compromisso da Embraco com o Pacto Global, renovado a cada ano, e contempla os objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Estão registrados a estratégia e os passos que guiam a companhia globalmente rumo a 2020, pautados pelo desenvolvimento de produtos e cadeia de valor sustentável por meio de pessoas engajadas.

A vice-presidente de Sustentabilidade, Recursos Humanos e Comunicação da Embraco, Ursula Angeli, considera que “a sustentabilidade vai além do desenvolvimento de soluções inteligentes e está presente em toda a cadeia de valor. Na nossa visão, relações e processos também precisam ser sustentáveis e acreditamos no nosso potencial de transformar realidades nas comunidades que vivem no entorno das nossas plantas e escritórios em todo o mundo”.

Impactos socioambientais

A Embraco contribui em outros elos da cadeia para diminuir os impactos socioambientais. No último biênio, a companhia consolidou o Programa de Excelência de Fornecedores, que oferece workshops e trabalhos multidisciplinares para melhorar a performance da cadeia, alinhado à metodologia do World Class Manufacturing (WCM), que visa a excelência operacional.

A empresa também promove o Dia do Fornecedor, um evento global de relacionamento que visa engajar e reconhecer esse público. Entre 2015 e 2016, mais de 160 fornecedores participaram dos eventos realizados na China, Brasil, Eslováquia e México, e puderam discutir temas relevantes, como a eficiência no uso de recursos naturais, utilização de refrigerantes naturais e o desenvolvimento de produtos cada vez mais sustentáveis. Neste dia, as melhores empresas do ano são premiadas levando em consideração critérios como qualidade, cooperação, logística e sustentabilidade.

Produto e inovação

Segundo o relatório, atualmente a Embraco possui capacidade anual de produção de 40 milhões de unidades de compressores, tecnologia responsável pela preservação de 1/5 dos alimentos consumidos em todo o mundo. A empresa conta com 47 laboratórios de pesquisa, em quatro continentes, responsáveis pelo desenvolvimento e lançamento de soluções focadas em eficiência energética, uso de refrigerantes naturais – que possuem contribuição quase nula para o aquecimento global quando comparados a outros fluídos -, redução de custos e otimização de espaços (miniaturização).

A companhia investe de 3% a 4% de sua receita líquida em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para transformar tecnologia em inovação. “É isto que nos desafia a ir além e nos mantém como referência global no mercado de refrigeração”, diz Luis Felipe Dau, CEO da Embraco. O relatório, inclusive, mostra que 59% da receita da companhia dos últimos 5 anos vêm de soluções inovadoras lançadas somente neste mesmo período.

Intensificamos a transformação cultural da companhia com objetivo de nos tornarmos ainda mais simples, inovadores e centrados em nossos clientes. Nossa missão é oferecer soluções inovadoras para uma melhor qualidade de vida. Temos orgulho do caminho que percorremos até aqui e isso só foi possível porque contamos com um time engajado de altíssimo calibre, referência na indústria”, finaliza Dau.

Eficiência energética

O Relatório de Sustentabilidade traz informações sobre os compressores Fullmotion, que consomem 40% menos de energia se comparados a tecnologias convencionais, e o Wisemotion, único compressor sem de óleo do mercado, com 20% a mais de eficiência energética em relação aos compressores mais eficientes, ocupando menos espaço, facilitando a logística e conservação dos alimentos. Se forem somados os compressores Fullmotion vendidos nos últimos dez anos, a economia de energia equivalente a nove bilhões de KWh seria suficiente para abastecer a Croácia durante seis meses ou o Estado de Santa Catarina por quatro meses.

Poupar energia é uma preocupação constante na fabricação dos produtos da Embraco. A implementação do WCM, especialmente do Pilar de Energia, impulsionou iniciativas de eficiência energética em todas as plantas. Só na unidade de compressores de Joinville (SC), houve a redução de 11% no consumo de energia elétrica entre 2015 e ano passado. O WCM busca, ainda, atingir zero acidentes, zero perdas e zero defeitos.


Reuso


Em 2015, a planta Brasil zerou o envio de resíduos industriais para o aterro, uma demonstração de que a companhia está no caminho para cumprir a meta de zerar o envio de resíduos para aterros das fábricas de compressores até 2018 e da fundição até 2022. No ano passado, a empresa gerou 116.200 t de resíduos globalmente. Desse total, 86,3% foram reciclados e 13,4% foram destinados para aterros sanitários.

De toda a água que a Embraco global consumiu em 2016, 27% foi reutilizada. O destaque fica para as plantas de compressores do Brasil, China e México.

Outra importante iniciativa relacionada à sustentabilidade é o programa Nat.Genius, que transformou o processo de logística reversa de resíduos eletroeletrônicos e passou a reciclar diversas linhas de produtos, colaborando, assim, para a gestão dos resíduos da empresa e de outros clientes no Brasil, Europa e América do Norte. Em dois anos, segundo o relatório,


Comunidades e pessoas

Inúmeros projetos e atividades voluntárias nas comunidades do Brasil, China, Eslováquia, Itália e México já contribuíram para o bem-estar de mais de 35 mil pessoas. Só o Prêmio Embraco de Ecologia, realizado desde 1992 em escolas de Joinville, já recebeu 823 projetos em suas 24 edições, dos quais 106 foram selecionados e implantados com o patrocínio da empresa. Com mais de 100 mil pessoas beneficiadas, foi classificado entre as boas práticas do Pacto Global, da ONU.

No último biênio, foram realizadas cerca de cinco mil horas de trabalho voluntário com o apoio de mais de 500 colaboradores em eventos como o Global Volunteer Day (Prove um Dia Diferente). Além disso, a companhia conta com a Associação Desportiva da Embraco, localizada em Joinville, que é aberta todos os dias à comunidade, um convite à prática de atividades e ao lazer.

O Boticário troca embalagens vazias da marca por maquiagens novas


 

O Boticário vai trocar embalagens vazias de seus produtos por itens de maquiagem nas lojas físicas da marca. A ação faz parte do programa de reciclagem da indústria, o Boti Recicla, que tem como proposta orientar as pessoas e incentivá-las a fazer o descarte correto dos resíduos.
Para fazer a troca, os consumidores precisam se cadastrar no site da promoção (botirecicla.com.br) e, depois, entregar a embalagem vazia em uma loja. Ao fazer o cadastro, o participante escolhe o ponto de venda no qual prefere fazer a troca e verifica a disponibilidade dos produtos de maquiagem das marcas Intense e MakeB.
O cadastro também garante um voucher de desconto de até 20% na compra de produtos na linha Intense.
A promoção é válida até 26 de maio, apenas nas lojas físicas, ou enquanto durarem os estoques. O cadastro pode ser feito exclusivamente pelo site. O consumidor irá receber na troca apenas um item por CPF cadastrado.
A empresa já mantém um programa de logística de embalagens. Em qualquer época do ano, as lojas físicas recebem frascos, cartuchos, potes e outros recipientes das quatro marcas do Grupo Boticário (O Boticário, quem disse, Berenice?, The Beauty Box e Eudora).
Todas as embalagens vazias recolhidas são enviadas a cooperativas de coletores de material reciclável homologadas pela indústria.

sábado, 20 de maio de 2017

Economia compartilhada: jovens questionam necessidade de possuir carro

 

Entre as gerações Y e Z, 62% consideram dispensável possuir um veículo no futuro

A indústria automotiva, em especial a nacional, tem um grande desafio para garantir sua sustentabilidade diante das mudanças de comportamento dos consumidores estimuladas pelas novas tecnologias. É o que mostra a mais recente edição do Global Automotive Consumer Study: Future of Automotive Technologies, elaborado pela Deloitte em 17 países.
O levantamento mostra, por exemplo, que, dentre os brasileiros que utilizam serviços de veículos compartilhados para se locomover, 55% questionam a necessidade de ter seus próprios carros. Essa tendência é ainda mais evidente quando considerada apenas a opinião dos mais jovens, que pertencem às chamadas gerações Y e Z: 62% deles consideram dispensável possuir um veículo no futuro.
“A pesquisa apurou que a maioria dos brasileiros (64%) afirma nunca, ou quase nunca, utilizar serviços de compartilhamento de veículos. Isso é compreensível, já que nosso País é muito grande e esses serviços só estão disponíveis nos grandes centros urbanos. Mas é interessante perceber que 43% dos jovens que participaram do estudo utilizam esse serviço pelo menos uma vez por semana”, afirma Reynaldo Saad, sócio-líder da área de Bens de Consumo e Produtos Industriais da Deloitte Brasil.
“Nossos jovens estão cada vez mais inclinados a abrir mão de ter a propriedade de um carro, preferindo vivenciar esse movimento do compartilhamento, o que é um indicativo muito importante da tendência futura de consumo. Cabe à indústria automotiva acompanhar muito de perto essa nova realidade”, acrescenta o executivo da Deloitte.
Outro item relevante apurado pelo estudo, e que também deve estar no radar dos gestores da indústria automotiva, é o recuo na disposição do brasileiro de investir em recursos tecnológicos embarcados nos veículos. De acordo com o levantamento de 2014, os consumidores que participaram daquela edição afirmaram que poderiam gastar até R$ 5.951 em média para contar com determinados equipamentos tecnológicos em seus veículos. Essa pretensão de gasto caiu para a média de R$ 1.995 no estudo de 2016.
De acordo com Carlos Ayub, sócio da Deloitte especializado em Indústria Automotiva, além da crise financeira, que naturalmente afeta a disponibilidade para gastar do brasileiro, o consumidor hoje conta com novos recursos tecnológicos em seus próprios smartphones, que servem para complementar e facilitar sua experiência ao conduzir um veículo.
“Afinal, por que o consumidor vai pagar mais por um avançado sistema multimídia automotivo se ele já tem vários recursos disponíveis gratuitamente em seu celular, e que facilmente podem ser usados em veículos?”, questiona Ayub. “Cabe à indústria se adequar a essa realidade criada pelas tecnologias móveis e permitir que os novos automóveis facilitem a conexão para valorizar a experiência dos consumidores, que estão cada vez mais cautelosos no momento de gastar seu dinheiro. Firmar parcerias e oferecer serviços agregados ao produto também devem ser soluções que permitirão à indústria automobilística atrair clientes”, complementa ele.

Impactos causados pela redução de áreas naturais no Brasil

 

 


Recentemente, o governo federal propôs a redução de mais de 1 milhão de hectares da área de unidades de conservação (UCs), que inclui áreas do Pará, na Amazônia, e de outras regiões do Brasil.

A mudança, que já foi aprovada por uma comissão mista de deputados e senadores, acontece por meio de uma ferramenta ágil e destinada apenas a assuntos urgentes: as medidas provisórias. No último dia 16 de maio, a MP 756 foi aprovada pela Câmara dos Deputados, que autoriza a mudança de categoria de parques nacionais e de florestas nacionais e os transforma em áreas de preservação ambiental (APAs), cujas restrições para exploração são menores.

A proposta atinge uma região que sofre com o desmatamento há anos. Apesar da redução do índice histórico de desmatamentos na Amazônia, em 2016 ainda foram registrados 8 mil km² pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – área equivalente a quase uma vez e meia o Distrito Federal, que tem 5,7 mil km². As consequências dessas ações não afetam somente quem vive perto das florestas, mas abrange todo o País, de Norte a Sul, sem contar o impacto causado na fauna, na flora e nos serviços ambientais daquelas áreas reduzidas pela proposta.


A falta ou excesso de chuva no Brasil é influenciada pela Amazônia. É na Amazônia que são formados os rios aéreos ou voadores, que são massas de ar carregadas de vapor d’água. A floresta amazônica atrai a umidade evaporada pelo oceano e cria correntes de ar que transportam essa umidade em direção ao Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. De acordo com o biólogo e diretor da Permian Brasil, Fábio Olmos, existem diversos estudos que mostram que a segurança hídrica nacional depende da Amazônia. "Tanto os centros urbanos como o campo, a região mais povoada do País ou a mais remota, dependem dos serviços ambientais fornecidos pela floresta e outros ecossistemas naturais. Isso sem nem mencionar a questão das emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento, que intensificam a mudança global do clima", afirma ele, que também é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.

Conservação da natureza não está na lista da maioria dos governantes. Parece ser uma triste verdade. As recentes mudanças anunciadas pelo governo brasileiro demonstram que as regras atendem aos interesses de poucos e não a vontade de muitos. No Pará, os limites do Parque Nacional do Rio Novo, Parque Nacional do Jamanxim e da Área de Proteção Ambiental do Tapajós correm sérios riscos de serem alterados. Essas últimas mudanças aconteceram por meio das Medidas Provisórias 756 (aprovada pela Câmara dos Deputados na terça, 16 de maio) e 758, que, além do Pará, também propõe alteração na área do Parque Nacional de São Joaquim, em Santa Catarina.

Não estamos reduzindo o desmatamento. Por cerca de 10 anos, até a celebração do Acordo de Paris na Conferência de dezembro de 2015 (COP21), a redução de desmatamentos na Amazônia era destaque global ano após ano: a taxa anual foi reduzida em 83% e oscilou entre 5 a 6 mil km²/ano até 2015. Em 2016, no entanto, os desmatamentos medidos pelo sistema PRODES do INPE registraram quase 8 mil km² na região. Entre as causas, pode-se apontar tanto as reduções orçamentárias dos órgãos ambientais reguladores, como mudanças do Código Florestal Brasileiro, em 2012, que anistiaram desmatamentos ilegais do passado, encorajando o descumprimento da lei.

O Brasil é um país que não cumpre acordos internacionais. O Acordo de Paris foi assinado em 2015 por dezenas de países que se comprometeram a parar e reduzir o aquecimento global e suas consequências. O ideal é que as nações signatárias promovam mudanças para que o aumento não supere 1,5°C. O Brasil foi protagonista nas negociações que concretizaram o pacto e se comprometeu a reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025, 43% até 2030 em relação às emissões de 2005, e zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. Ou seja, até lá, o Brasil está dizendo que continuará tendo desmatamento ilegal na Amazônia; e, quanto aos demais Biomas, o compromisso brasileiro não traz metas específicas. De acordo com o climatologista Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, com as constantes reduções de áreas protegidas e o aumento do desmatamento, dificilmente chegaremos à meta de desmatamento zero, que já era desafiadora. "A relação entre o desmatamento, a floresta e o clima é real e nos afeta diariamente. Não podemos perder o trem da história, pois o custo será o futuro de nossa e das próximas gerações", analisa Nobre.

O clima do planeta está esquentando. A temperatura média do planeta está aumentando e isso é perigoso! Dados divulgados pela Nasa, agência espacial americana, e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), em janeiro deste ano, confirmam que a temperatura do planeta bateu recordes pelo terceiro ano consecutivo. Em 2016, o planeta estava 0,99 grau Celsius mais quente que a média do século XX. Há grande consenso científico de que a maior parte do aquecimento observado nos últimos 60 anos é devido ao aumento da concentração de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), decorrente da emissão de combustíveis fósseis, do desmatamento, entre outros. Quanto menos áreas naturais tivermos, pior ficará a situação.

Quando uma floresta é derrubada, as outras regiões também são afetadas. Além do impacto no regime de chuvas, as florestas também atuam como reguladores do clima, proteção de rios e das espécies que vivem nelas, entre muitos outros fatores. O recente surto de febre amarela que alarmou o Brasil é consequência do desmatamento da Mata Atlântica, por exemplo.

Pecuária é uma das atividades mais poluentes. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançou o relatório Estado das Florestas do Mundo 2016 e concluiu que, no Brasil, mais de 80% do desmatamento está ligado à conversão de terras em terrenos de pasto. Além disso, o relatório analítico do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa) do Observatório do Clima mostra que as emissões diretas e indiretas do agronegócio representam dois terços das emissões brasileiras de gases de efeito estufa.

Medidas provisórias deveriam ser usadas com mais cautela[/b. Na hora de mudar ou propor normas, o governo tem três caminhos possíveis: as medidas provisórias (MPs), os decretos e os projetos de lei. Os decretos podem ser feitos apenas pelo presidente, governadores e prefeitos para determinadas leis. Os projetos de lei são a maneira mais tradicional e "certa" de se propor uma mudança, mas também são mais lentas e burocráticas. É aí que surgem as MPs, que devem ser usadas apenas em casos relevantes e urgentes e quem define isso é o presidente da República. Uma medida precisa ser aprovada em no máximo 120 dias e tem força de lei imediata. Usar uma MP para alterar a área de uma unidade de conservação, por exemplo, é uma distorção grave da lei, de acordo com o advogado especializado em causas ambientais, Marcelo Dantas, que é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza. "Se as alterações sugeridas na Amazônia são urgentes a ponto de pedir uma medida provisória, certamente elas atendem a interesses específicos e que divergem da opinião da população. Essa manobra foi feita para driblar a burocracia e reduzir a resistência na aprovação", explica.

Florestas e áreas de preservação podem gerar emprego e renda. Acreditar que desmatamento e danos ambientais estão ligados ao desenvolvimento é um pensamento, no mínimo, atrasado. Carlos Eduardo Young, economista e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, defende o conceito de economia verde: uma prática que estimula atividades associadas à preservação ambiental, uso eficiente de recursos e inclusão social. "As atividades ‘verdes’ tendem a ser mais intensivas em mão de obra e em produtos manufaturados com maior conteúdo de inovação", explica.

O desmatamento das áreas naturais induz a mais violência no campo. Há no Brasil uma tradição de que, se for estabelecido um uso produtivo da terra, é possível ter direito à sua posse. Nesse ponto de vista, a taxa de desmatamento tende a aumentar e dar a oportunidade para que grileiros reclamem para si o direito à posse; e o resultado: violência. De acordo com o artigo "Direitos de Propriedade, Desmatamento e Violência: Problemas para o Desenvolvimento da Amazônia", publicado em 2014, nos municípios onde há mais desmatamento, a taxa de homicídios também é maior. Para o pesquisador Carlos Eduardo Young, que é membro da Rede de Especialistas e um dos autores do artigo, "há inúmeros estudos que apontam como o processo de desmatamento é acompanhado por atos de violência, que vão do conflito entre posseiros e grileiros, até a expulsão dos antigos moradores da floresta. Casos, ainda, que podem resultar em homicídio", explica.

Negócios que investem em sustentabilidade têm crescimento



A sustentabilidade está em alta: um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceira com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), revela que 10% das carteiras dos bancos brasileiros já correspondem a empresas que colocam as preocupações socioambientais entre as prioridades. O reconhecimento desse compromisso nos negócios, que pode ser aferido com certificações internacionais também cresce. Dados do Inmetro de abril deste ano mostram que Santa Catarina já ocupa o quinto lugar entre os Estados brasileiros cujas empresas possuem certificação ambiental. São 83 no total. O líder nesse quesito é São Paulo, com 892 companhias registradas.
Para o economista Eduardo Alvares Beskow, pesquisador do Observatório de Sustentabilidade e Governança da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as empresas só têm a ganhar agregando o conceito de sustentabilidade às marcas. O especialista lista vários fatores que comprovam a tese. O primeiro é de que existem fundos de investimento que só aplicam seus recursos em empresas que possuem relatório de sustentabilidade, respeitam as diretrizes para a preservação ambiental, utilizem energias renováveis etc. Nesse sentido, as companhias que queiram atrair novos capitais, já começariam com vantagens.
O segundo ponto observado pelo economista é o custo. Investir na utilização de menos água e energia, em matéria-prima reutilizada, e na redução da distância do transporte de mercadorias significa uma redução significativa nos gastos da empresa. E a razão mais importante para que os empreendedores se sintam impulsionados a abrir um negócio sustentável, sem dúvida, é o investimento a curto e longo prazo no bem-estar global.
É fundamental, no entanto, ressaltar que o termo sustentável não está atrelado apenas à natureza. A questão social, muitas vezes, passa despercebida. Doutora em Direito Ambiental pela UFSC, Fernanda Medeiros resume o conceito de sustentabilidade aplicado ao empreendedorismo como a busca constante entre o crescimento econômico e o devido cumprimento das normas de proteção do ambiente e do respeito ao trabalhador. 
Modelos que inspiram
Estar de acordo com as normais ambientais e sociais também não garante a lucratividade. Para quem ainda não abriu o próprio negócio, o economista Eduardo Beskow recomenda a pesquisa de modelos de empresas que já realizam ações sustentáveis na fabricação de produtos ou na prestação de serviços e a adaptação dessas ações para as suas novas empresas.
– Diversos negócios podem ser rentáveis e sustentáveis. Qualquer atividade de produção orgânica, que utilize os recursos locais e que esteja de acordo com a legislação ambiental, fornecerá um produto saudável, inovador, além de contribuir com a saúde e a qualidade de vida das pessoas – sugere Beskow.
Garimpo no lixo que vira matéria-prima de design
Guilherme Almeida trabalhava em um dos maiores escritórios de design de São Paulo há cerca de um ano. Cansado do ritmo da metrópole e das pressões da profissão de publicitário, optou por abrir mão do alto salário, mudar para Florianópolis com a família e abrir o próprio negócio. Gastou cerca de R$ 10 mil em ferramentas para construir uma oficina no mesmo terreno da casa onde vive e retomou uma paixão antiga: a de criar produtos juntando técnicas de marcenaria e design. Assim, nasceu a Less.
Além do trabalho nas peças ser feito de forma artesanal, o diferencial da marca é o uso de matéria-prima reutilizada, como garrafas de vidro e peças de madeira encontradas em depósitos de reciclagem ou mesmo no lixo. O ofício de Almeida consiste em garimpar bons materiais nas ruas para a base das peças e transformá-los, de forma minuciosa, em porta-discos, luminárias, relógios e posters.
Para o empresário paulista, a proposta sustentável da Less reflete a preocupação de manter a coerência entre o negócio e o jeito com que leva a vida pessoal.
– O meu dia a dia é sustentável. Eu me preocupo em separar o lixo que produzo em casa, em economizar água e energia. A minha empresa não daria certo se não fosse coerente com o meu estilo de vida, observa o empreendedor.
A Less vende cerca de 40 peças por mês para todo o Brasil e algumas encomendas são negadas porque a empresa não dá conta da demanda. Por isso, entre as metas imediatas do empresário está a contratação de funcionários.
O gaúcho Paulo Rodriguez, o cearense Márcio Holanda e a portuguesa Ana Ruivo também escolheram Florianópolis para empreender na área sustentável. A dupla de brasileiros deu início à Baixo Impacto Arquitetura em 2006, com o foco em desenvolver empreendimentos ecológicos e bioconstruções em lotes urbanos, rurais, sítios, condomínios e ecovilas. Surpresos com o aumento significativo da busca por construções verdes a partir de 2012, convidaram a arquiteta estrangeira para fazer parte da equipe durante um projeto da Organização das Nações Unidas (ONU) em São Tomé e Príncipe, na África, onde atuaram juntos.
Mesmo com a questão da sustentabilidade em alta, o trio lembra que muitos clientes procuravam a empresa com o intuito de construir ou reformar segundo o padrão convencional.
– No início, tínhamos que fazer todo um trabalho de convencimento dos clientes, sugerindo técnicas simples como captação de água da chuva, saneamento ecológico, coberturas ajardinadas. Aos poucos, sentimos que já temos uma clientela que nos procura especificamente para construções mais sustentáveis, comenta a sócia Ana Ruivo.
Expansão orgânica
Por mais que a crise econômica tenha afetado a construção civil, ela não freou os planos dos arquitetos de expandir o negócio. A maior parte dos clientes procura a empresa para a construção de residências, mas os projetos de escolas, centros culturais e empreendimentos turísticos estão a todo vapor. Outro aspecto que comprova o sucesso da empresa é a quantidade de clientes fora de Santa Catarina. A Baixo Impacto Arquitetura já desenvolve seus projetos no Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e, mais recentemente, no Ceará.
Em relação aos custos, o trio de empreendedores esclarece que as construções sustentáveis costumam ser mais baratas que as convencionais. Mesmo que o valor de investimento não seja o grande atrativo de clientes no primeiro momento, acaba sendo quando a conta é feita no longo prazo. Ana Ruivo garante que a empresa busca o aproveitamento dos recursos energéticos naturais. No futuro, isso significa não só economia para a natureza, mas para o bolso.
O que é a economia verde?
O conceito de economia verde foi criado a partir de encontros internacionais como a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Eco 92, realizada no Rio de Janeiro. O termo significa, em linhas gerais, o alinhamento entre o meio ambiente e a economia. Ou seja, entende que o desenvolvimento dos países deve ser baseado na baixa emissão de carbono, na eficiência da utilização dos recursos e na inclusão social.

Green Rio 2017 movimenta R$ 10 milhões para economia verde

 

A Marina da Glória recebeu entre os dias 11 e 13 de maio a 6ª edição do Green Rio, evento de economia verde e do setor orgânico, reconhecido como plataforma para negócios sustentáveis. Os cerca de 70 expositores comprometidos com alimentação e produção sustentável e bioeconomia receberam mais de 3 mil visitantes. A feira somou um volume de R$ 10 milhões para o setor, volume 20% maior que o alcançado com as rodadas de negócios de 2016.
Neste ano, o tema central do evento foi a bioeconomia, que movimenta no mercado mundial 2 trilhões de euros e gera cerca de 22 milhões de empregos. O grande destaque ficou por conta das conferências com palestrantes internacionais e brasileiros que aconteceram ao longo do evento. No primeiro dia, o francês Jean Luc Anesel, presidente do maior cluster de cosméticos da União Europeia, Cosmetic Valley, apresentou ao público o conceito de Cosmetopeia, que tem o objetivo de criar um registro completo de todas as plantas e conhecimentos tradicionais utilizados para fins cosméticos.
No segundo dia, houve muita discussão sobre bioeconomia e os desafios para os produtores rurais e também foi apresentado um panorama do setor na América Latina e Caribe. Já o Sebrae mostrou as iniciativas de bioeconomia que estão apoiando em todo o país. Também entrou em pauta o empreendedorismo jovem. A organizadora do evento, Maria Beatriz Costa, aproveitou para lembrar que o Green Rio estava com um espaço dedicado para startup de bioeconomia, que entre outros produtos estava apresentando uma prancha de stand up paddle, produzida com garrafas pet.
Cerca de 200 pessoas lotaram a plateia no último dia de evento para prestigiar a apresentação de uma delegação vinda diretamente da Alemanha, que precedia um workshop para discutir potenciais parcerias entre os dois países no cenário da bioeconomia, com destaque para Florestas, Orgânicos, Biomassa e Bioenergia.
Muito simpáticos, os alemães começaram se desculpando pelos 7 a 1 que eliminou o Brasil da última Copa do Mundo e afirmaram que o Brasil vai retribuir no futuro. A delegação, liderada pelo diretor de bioeconomia e florestas do Ministério da Agricultura da Alemanha, Clemens Neumann, explicou que o conceito de bioeconomia para eles é transversal, vai além do setor econômico. Os projetos envolvem governo, consumidores, parceiros e setor privado. Para implementação da estratégia intitulada "Bioeconomia 2030", o governo federal alemão disponibilizou 2,4 bilhões de euros para a pesquisa. E o Brasil é visto como um parceiro importante para a cooperação internacional em educação e pesquisa.
Beatriz também fez referência ao placar do jogo na Copa do Mundo, mas para fazer uma analogia com a questão da bioeconomia nos dois países. "Em vez de retribuir o resultado, vamos jogar juntos esse jogo. Assim teremos um grande campeão", disse.
A última palestra foi dedicada à Alimentação Saudável. Entre os participantes estava o ator Marcos Palmeira, dono de uma fazenda que produz e vende alimentos orgânicos. Ele garantiu: "se as escolas onde estudam os filhos de produtores agrícolas comprassem os alimentos desses pais já seria um ganho enorme para todos", conta. O dinamarquês Bent Mikkelsen contou que na Dinamarca eles fazem uma ligação entre o hábito alimentar e o aprendizado. Deu o exemplo de um aplicativo que remete a um Pokemon Go, em que as crianças brincam de caçar alimentos saudáveis. "O importante é criar o hábito", explicou.
No primeiro dia, em parceria com a Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (ABBA), com a presença de compradores internacionais. No segundo dia, em parceria com Rio Alimentação Sustentável e caterings que participarão dos Jogos Olímpicos. E no terceiro dia, em parceria com o programa Sebrae no Pódio que capacitou pequenas e médias empresas para o fornecimento dos Jogos 2016.Segundo Maria Beatriz Martins Costa, coordenadora do Green Rio, as rodadas somarão um volume de R$ 8 milhões para o setor, volume 30% maior que o alcançado em 2015.
Sobre o Green Rio
O Green Rio teve sua primeira edição em 2012, quando foi um side-event da Rio+20. Ao longo desses cinco anos, o evento se firmou como plataforma de negócios sustentáveis que reúne expositores, palestrantes e representantes da economia verde e do setor orgânico. Em rodadas de negócios, o Green Rio já movimentou até hoje em suas quatro edições mais de R$ 8 milhões.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Tchizé dos Santos apela em Londres ao apoio à indústria criativa africana

 A deputada e empresária Welwitschia dos Santos foi uma das convidadas da 16.ª Cimeira da London Business School sobre África, realizada no sábado na capital inglesa.
Convidada a falar no painel “Maximizando a indústria criativa africana”, Tchizé dos Santos, como também é conhecida a empresária do ramo da comunicação e dos “media”, falou do potencial da indústria angolana e preconizou soluções que contribuam para a criação e o desenvolvimento de mercados criativos que criem riqueza e, com isso, ajudem a melhorar as condições de vida das populações.
“Em tão pouco tempo, Angola foi capaz de mostrar vários casos de sucesso que têm contagiado o mundo positivamente”, sublinhou Tchizé dos Santos, acrescentando: “mas é necessário fazermos mais, é necessário continuarmos a investir, é necessário aproveitarmos melhor o potencial dos nossos criativos”. A empresária apontou a ficção nacional como uma das áreas que alcançou “conquistas únicas” no mundo. “Temos top models a desfilar e a fazerem campanhas por renomadas marcas. A nossa música, as nossas danças fazem sucesso pelo mundo. Há muito ainda por explorar e por dar a conhecer, mas já vimos que é possível. Precisamos apenas de mais oportunidades, de profissionalizar e de apostar comercialmente em novos mercados”, disse a empresária.
Tchizé dos Santos disse que os africanos, e os angolanos em particular, são por natureza muito criativos e precisam apenas de mais oportunidades. “Não seremos melhores enquanto o mundo for um palco de oportunidades dominado em exclusivo por um grupo pequeno de países. Os africanos são povos muito talentosos e criativos, com uma cultura riquíssima de ritmos, sabores, contrastes e emoções que devem ser conhecidos e partilhados por todos. Precisamos apenas de mais oportunidades”, disse Welwitschia dos Santos.
A cimeira da London Business School é um dos mais renomados fóruns de abordagem e definição de perspectivas inovadoras e integradas para a recomendação de políticas para o futuro de África, juntando delegados e oradores de prestígio.

Lisboa se aventura nos mares da tecnologia e da indústria criativa

 

O vento a favor tem soprado com tanta força que a cidade já virou sede do maior encontro europeu de tecnologia, empreendedorismo e inovação

Criado em 2010, o WebSummit sempre ocorreu na Irlanda. No ano passado, o organizador visitou Portugal, gostou do que viu e decidiu que as três edições seguintes já seriam realizadas no país
 

Esqueça qualquer traço da melancolia e da saudade tradicionalmente atribuídas a Portugal. Lisboa, a capital do país, é alegre, criativa e se destaca como uma das principais cidades da Europa para quem quer empreender, inovar e viver numa autêntica aldeia global. Ligados fisicamente ao mundo por uma malha aérea que se estende para além do continente europeu e chega à África, à América do Norte e do Sul e até a algumas regiões da Ásia, os lisboetas replicam a ousadia dos grandes navegadores do passado e se arriscam com tudo nos mares digitais e da indústria criativa.
O vento a favor tem soprado com tanta força que a cidade já virou sede do maior encontro europeu de tecnologia, empreendedorismo e inovação e, este mês, a emissora de TV CNN voltou a elegê-la capital mais cool do continente – a primeira vez foi em 2014.
As razões elencadas pelo canal para conceder o título a Lisboa, e preterir concorrentes mais robustos como Londres, Paris, Madri e Berlim, estão a olhos nus para quem vive e visita a cidade: a gastronomia experimental, o design moderno, a arte, os castelos, as praias e, claro, a vida noturna. “Lisboa é uma cidade cosmopolita”, diz a restauradora alagoana Marta Tavares, que há 22 anos deixou o Recife para morar em Portugal. “Tem uma noite agitadíssima e aqui você encontra gente de todo o mundo, o italiano, o francês, o paquistanês, o indiano, o chinês, o japonês, uma grande diversidade cultural”, completa.

 

Noite agitada, mar com ondas gigantescas, diversidade cultural e boa infraestrutura tecnológica foram também os motivos que levaram o irlandês Paddy Cosgrave a transferir para Lisboa a sede do WebSummit, evento de três dias que reuniu em novembro cerca de 50 mil dos mais importantes profissionais de tecnologia e empreendedorismo do mundo.

WebSummit

Criado em 2010, o encontro sempre ocorreu na capital irlandesa, Dublin. No ano passado, o organizador visitou Portugal, gostou do que viu e decidiu que as três edições seguintes já seriam realizadas no país, a começar pela de 2016. Calcula-se que evento injetou € 200 milhões, cerca de R$ 666 milhões, na economia local. "O impacto poderá ser analisado dentro de cinco a 10 anos do ponto de vista de como ajuda as empresas portuguesas", disse Cosgrave no discurso de encerramento.

Além das características culturais da cidade, iniciativas institucionais, sejam estatais ou privadas, também tem alimentado a cena empreendedora em Portugal, principalmente depois que a crise econômica levou cerca de um milhão de desempregados a deixar o país, a maioria jovens recém-formados, e a abertura de novos negócios na área criativa foi uma das únicas opões oferecidas a quem não conseguiu arredar o pé.
Tem surgido, então, um ecossistema composto por investidores, incubadoras, espaços colaborativos e programas de aceleração. Espaços para abrigar as iniciativas não faltam, e criatividade para tocá-las também. A LX Factory é o exemplo mais explícito.
Desativada há anos, a Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense teve sua sede de 23 mil m² transformada por uma emprea de investimento imobiliário em uma das principais áreas de empreendedorismo, lazer e entretenimento de Lisboa. O complexo de edifícios, construído na metade do século 19, nem chegou a ser reformado.
Mantém as características de um espaço fabril, inclusive com máquinas. Mas para onde se olha é possível ver um negócio, seja um restaurante no antigo armazém de ferramentas, uma agência de publicidade moderna no andar de escritórios ou uma livraria numa galpão gigante, com direito a café em meio à estrutura de um maquinário com mais de cinco metros de altura.
Os negócios da LX Factory são diversos e se retroalimentam. Os cafés e restaurantes são frequentados pelos visitantes, mas também pelos funcionários e empreendedores das outras empresas e muitas prestam serviço ou trabalham em parceria com os vizinhos. Nos fins de semana, o espaço se abre para os turistas e moradores da cidade, com feiras, exposições, espetáculos musicais e o que mais os operários do mundo criativos conseguirem imaginar e fazer.