domingo, 26 de dezembro de 2010

MACROZONEAMENTO AMAZÕNICO

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou nesta quarta-feira (1º/12) decreto que institui o Macrozoneamento Econômico-Ecológico da Amazônia Legal (MacroZEE). Na ocasião, foram entregues títulos de Concessão de Direito Real de Uso a comunidades tradicionais. A cerimônia foi realizada pela manhã, no Palácio do Planalto.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Macrozoneamento Econômico-Ecológico é um instrumento fundamental para o planejamento e a gestão ambiental e territorial estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente, com vistas à promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável na região amazônica. O objetivo do documento é promover a transição do padrão econômico atual para um modelo de desenvolvimento sustentável na região, contemplando diferentes realidades e prioridades do território amazônico. O texto aborda os desafios desta transição e indica estratégias de diferentes setores da economia, como o energético e mineral, e o planejamento integrado de infraestrutura e de logística. O documento também aborda temas como os territórios rural e urbano, proteção da biodiversidade e dos recursos hídricos, agricultura e mudanças climáticas na Amazônia.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, no MacroZEE é reconhecida a importância de se ampliar o número de hidrelétricas no país. Pelo documento, o planejamento de uma obra é vinculado a um projeto de desenvolvimento da região. Na construção de uma hidrelétrica, por exemplo, deve ser contemplada a instalação de hidrovias, fazendo-se uso múltiplo dos recursos hídricos, além de se destinar recursos e a própria energia gerada nos processos de produção locais.

Pelo MacroZEE, a Amazônia foi dividida em dez unidades territoriais, em função da diversidade da região. Cada uma dessas unidades foi nomeada com a principal estratégia elaborada para a promoção do seu desenvolvimento. O Macrozoneamento também busca superar o padrão tradicional de expansão da fronteira agropecuária, apresentando outras formas de uso do território e dos recursos naturais, tais como a adoção de novas tecnologias, recuperação de áreas degradadas, sistemas de gestão de manejo e implementação de sistemas agroflorestais. O MacroZEE já começa a ser implementado com o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que integra lavoura, pecuária e florestas, em um processo sustentável de produção.

A importância da manutenção da floresta em pé e dos bens e serviços ambientais produzidos por áreas protegidas são reconhecidas no MacroZEE. A Amazônia tem mais de 40% de áreas protegidas, entre unidades de conservação e reservas indígenas. Dentre os serviços ambientais da floresta está a regulação do clima, reciclagem de nutrientes no solo e a manutenção do regime hídrico.


Entrega de contratos de concessão de uso
Durante a cerimônia, foram entregues contratos de concessão de direito real de uso (CCDRU) a 2.584 famílias residentes em seis reservas extrativistas e em uma floresta nacional. Com o documento, os moradores ganham oficialmente o direito de explorar de forma sustentável os recursos naturais dessas unidades de conservação. Os CCDRUs abrangem as reservas extrativistas Rio Ouro Preto (176 famílias), Barreiro das Antas (12 famílias), Rio Cautário (14 famílias), todas em Rondônia; Pirajubaé (21 famílias), em Santa Catarina; Prainha do Canto Verde (350 famílias), no Ceará; e Canavieiras (2 mil famílias), na Bahia, além da Floresta Nacional São Francisco (12 famílias), no Acre. Com a iniciativa, sobe para mais de 29 mil o número de famílias beneficiadas pelo governo, desde 2003, com contratos de concessão de uso. Ao todo, já são 25 contratos em 23 unidades de conservação federais, totalizando 1,6 milhão de hectares. As unidades são geridas pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.

Ainda na solenidade, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) firmaram com o Ministério do Meio Ambiente quatro CCDRUs, repassando ao ICMBio a gestão oficial do território de quatro unidades de conservação, em um total de 1,4 milhão de hectares. Foram contemplados o Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha (10.923 ha), no litoral de Pernambuco; a Reserva Biológica de Uatumã (519.803 ha), no Amazonas; a Floresta Nacional Santa Rosa do Purus (231.555 ha), no Acre; e o Parque Nacional do Juruena (713 mil ha), entre o Mato Grosso e Amazonas

FOGÕES ECOEFICIENTES

O projeto Fogões Ecoeficientes, implementado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis (IDER) em parceria com o Governo do Estado do Ceará, venceu o 15º Prêmio Ford de Conservação Ambiental na Categoria Negócios em Conservação, uma iniciativa da empresa Ford destinada a encorajar projetos de proteção à natureza e à biodiversidade, assim como aqueles ligados ao uso sustentado de recursos naturais no Brasil.



A Cerimônia de premiação foi realizada em São Paulo, no dia 7 de dezembro de 2010, quando também foram premiadas as categorias Conquista Individual, Meio Ambiente nas Escolas, Fornecedor e Distribuidor. Jorgdieter Anhalt, diretor do IDER e Joaquim Cartaxo, Secretário das Cidades do Governo do Estado do Ceará, receberam o prêmio em nome do projeto.

Nos últimos 14 anos, a Ford premiou 65 personalidades e entidades dedicadas às causas ambientais, somando cerca de 1,8 mil projetos inscritos, provenientes de todas as regiões do Brasil.

"Para o IDER, trata-se de um prêmio muito importante já que representa o reconhecimento de uma empresa que valoriza a responsabilidade social e amplia seu olhar até o campo, até a área rural que muitas vezes não é lembrada", destacou Sulamita Holanda, diretora do IDER.

O projeto Fogões Ecoeficientes substitui primitivos fogões a lenha por modelos mais eficientes, que consomem até 40% menos lenha, contribuindo assim para diminuir o desmatamento e a desertificação da caatinga. Os fogões aprimorados também eliminam a fumaça - causadora de infecções respiratórias - do ambiente doméstico, influenciando positivamente a saúde das famílias envolvidas.

Atualmente já existem em torno de 17 mil fogões eficientes distribuídos por comunidades ao longo de 65 municípios cearenses e outros nove mil estão previstos para instalação através de um novo convênio com o governo.

Durante 2010, o projeto que já beneficiou mais de 60 mil cearenses, recebeu o Premio Planeta Casa da revista Casa Cláudia e o terceiro lugar do Premio Finep de Inovação na categoria Tecnologia Social, Região Nordeste.

NORDESTE SUSTENTÁVEL

Na cerimônia organizada para apresentar um balanço dos oito anos de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o saldo entre erros e acertos da gestão dele pode ser medido pelo alto índice de aprovação popular. Lula agradeceu aos ministros que passaram pelo governo ao longo dos últimos oito anos, inclusive os que deixaram as pastas em “momentos difíceis”. “Podem ficar certos de que, quando eu descer aquela rampa [do Palácio do Planalto], cada partícula das coisas que conquistamos terá tido a participação de cada um de vocês”

Ao citar ações dos oito anos de mandato, Lula destacou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que, segundo ele, transformou o país em um canteiro de obras, movimentou setores da economia que estavam parados e distribuiu obras de infraestrutura para regiões que estavam fora do eixo de desenvolvimento, como o Norte e o Nordeste.

“O Nordeste, que que só recebia atenção no período da seca, hoje é o berço de novas refinarias, estaleiros e grandes obras de infraestrutura, como a transposição do [Rio] São Francisco. O mesmo [ocorre] na Região Norte, onde estão em construção algumas das maiores, mais modernas e sustentáveis usinas hidrelétricas do mundo”, disse o presidente em discurso.

Lula ainda exaltou a queda do ritmo de desmatamento na Amazônia, a criação de áreas protegidas e o programa de biodiesel como ações do Brasil para cumprir compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa assumidos internacionalmente.

Ao fazer um balanço das áreas de educação, ciência e tecnologia, Lula citou a criação de 14 universidades federais e 214 escolas técnicas nos últimos oito anos e a entrada de 750 mil jovens no ensino superior por meio das bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni). “Hoje, centenas de milhares de jovens negros, índios e pobres estão sendo os primeiro membros de suas famílias a contar com diploma universitário”.

Lula disse que termina o segundo mandato deixando o Brasil com o pré-sal, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Fomos os últimos a entrar e os primeiros a sair da crise [financeira internacional]. E, se depender da dona Dilma [Rousseff, presidenta eleita] e do seu Guido [Mantega, ministro da Fazenda], chegaremos a ser a quinta economia do mundo em 2016, para ganhar a primeira medalha de ouro logo na abertura das Olimpíadas”.

PESCADORES VERDES

Pescadores da Colônia Z32, situada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no Médio Solimões, comemoram o resultado da despesca do pirarucu produzido de forma manejada. O balanço da despesca na colônia, feito pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Governo do Amazonas (ADS), somou 126 toneladas de peixes, o que vai render à cooperativa, formada por 525 pescadores, cerca de R$ 724,5 mil.

O projeto de manejo de lagos e rios das reservas de desenvolvimento sustentável (RDS) do Amazonas é uma das ações do Programa Zona Franca Verde. Por meio dele, os pescadores recebem apoio técnico durante toda a fase da cadeia produtiva até a comercialização do produto, feita por intermédio da ADS.

Desde a criação do programa Zona Franca Verde, os pescadores vem conseguindo agregar valor ao preço do pirarucu manejado. Este ano, o produto está sendo comercializado a R$ 5,75 o quilo, um aumento de 130%, em seis anos. Em 2004, o quilo custava R$ 2,50.

O papel da ADS é atuar como interlocutora da negociação visando valorizar quem está na base da cadeia, os produtores. O destino do pescado comprado e beneficiado pelo frigorífico Friolins será o grupo Pão de Açúcar. O mais importante é que a comercialização é feita direta com os pescadores, sem o atravessador,” completa o diretor da ADS Valdelino Cavalcante.

A despesca do pirarucu começou na segunda quinzena de novembro e encerrou semana passada. De acordo com Valdelino Cavalcante, das três mil unidades autorizadas pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os pescadores da Colônia Z32 coletaram 2.920 peixes comercializados para o Frigorífico Friolins, com sede em Manacapuru. Cada peixe teve peso médio de 43,5 quilos, totalizando 126 toneladas.

Na avaliação de Valdelino, a valorização do pescado é resultado concreto do Programa Zona Franca Verde, que tem como fundamento principal a geração de emprego e renda a partir dos recursos naturais existentes no Estado do Amazonas, com sustentabilidade ambiental. “Mostra que estamos no caminho certo com o desenvolvimento de um modelo econômico onde os habitantes do interior de nosso Estado podem ser bem sucedidos sem saírem do seu município, de sua localidade, evitando o êxodo rural e contribuindo para a qualidade de vida deles”, declarou.

“Antes, os pescadores tinham autorização do Ibama mas não tinham a garantia de comercialização. Em 2004, o Estado realizou a primeira compra do peixe, na época compramos 53 toneladas, contando com a participação de 240 pescadores. Com o sucesso desta parceria, esperamos que no próximo ano tenhamos um aumento de 25% na quantidade de peixe capturado, melhorando a renda e qualidade de vida dos beneficiados”, declarou Valdelino.

O presidente da Colônia de pescadores Z32, Luiz Gonzaga Medeiros de Matos, define a pesca manejada como uma festa para todos os envolvidos. “O resultado de um trabalho feito por nós mesmos, mantendo o estoque de peixe. Além de ser um momento de encontro para a realização da atividade. O resultado é muito satisfatório para todos nós”.

Os 525 pescadores atuam em uma área de 38 quilômetros, que engloba 37 lagos dentro do município de Maraã. “A parceria com o Governo do Estado foi de extrema importância para nós. E mais ainda com a chegada do Pão de Açúcar que visitou a área, e tem interesse em dar uma dinâmica a este produto”, finalizou o presidente da associação.

ESTADO DE ISRAEL VERDE

Pensar e agir de maneira "verde", não é assim tão complicado quanto possa parecer a princípio. E pensar e agir de maneira "verde" pode de maneira efetiva minimizar muitos dos problemas enfrentados hoje pelos centros urbanos mundo afora.

É antes uma questão de inteligência consigo mesmo, porque vai trazer conforto, saúde e sustentabilidade para o seu dia-a-dia.

Em Israel, empresas e cientistas desenvolvem produtos e pesquisas voltadas para o desenvolvimento sustentável na agricultura, na geração de energia e na redução e reaproveitamento de materiais descartáveis, até com geração de empregos. Controle biológico de pragas na lavoura, reciclagem de lixo, energia eólica e carro elétrico, estão na pauta do país.

Lixo reciclado pode criar mais empregos
Um estudo israelense revelou que cada mil toneladas de lixo reciclado poderá gerar cinco empregos adicionais na indústria de tratamento de resíduos. O estudo resultou de uma mesa redonda realizada pela Fundação Friedrich Ebert Stiftung em Herzliya Pituach, Israel. Depois de analisar os custos do armazenamento de resíduos em aterros sanitários, os autores do estudo, Roei Levy e Hagar Tzameret Karcher, mostraram que a indústria tradicional de armazenamento de resíduos israelense emprega 14,66 pessoas a cada mil toneladas de lixo; se esse material fosse reciclado, seriam acrescentados ao mercado 5,44 postos de trabalho por 1.000 toneladas, fazendo o montante de postos de trabalho subir para 20,1 pessoas por tonelada.

Os pesquisadores do estudo também calcularam a relação custo/benefício da reciclagem de certos materiais. A reciclagem de plástico e vidro, por exemplo, ainda não são rentáveis; mas a do papel renderia o equivalente a R$ 70,00/ton.e a dos metais R$ 45,00/ton. A média geral de lucro de material reciclado foi de R$ 2,73/ton. “Este estudo é fundamental para nos mostrar quantos empregos estão disponíveis na área de tratamento de resíduos”, disse Galit Cohen, do Ministério de Proteção Ambiental.
(http://www.jpost.com/HealthAndSci-Tech/ScienceAndEnvironment/Article.aspx?id=195795)

Dispositivo para melhorar desempenho de geradores de energia eólica
Uma empresa israelense está desenvolvendo um dispositivo de baixo custo para potencializar a indústria de energia eólica em todo o mundo. Trata-se um mecanismo denominado SpiDAR, que consegue captar a velocidade dos ventos segundos antes de eles atingirem as lâminas dos geradores, permitindo que as turbinas ajustem a direção e a velocidade com maior precisão. O dispositivo está sendo desenvolvido pela Pentalum Technologies, de Rehovot (sul de Tel Aviv). O SpiDAR deverá substituir as tecnologias hoje utilizadas por geradores de energia eólica para monitorar remotamente as condições do vento.

A velocidade do vento e os padrões direcionais variam muito, mesmo dentro de áreas pequenas, com impacto significativo sobre o desempenho das turbinas que geram energia. É por isso ferramentas de precisão são fundamentais para determinar o local de um parque eólico e assegurando uma óptima produção.

A tecnologia da Pentalum utiliza sofisticados sensores de vento controlados por um computador central. “O dispositivo é leve e muito fácil de ser operado por uma única pessoa no solo. Você pode colocar vários no seu terreno e receber medições de até 200 metros”, diz Gil Shamai, vice-presidente Pentalum para o desenvolvimento empresarial.(http://www.israel21c.org/201011188521/environment/knowing-which-way-the-wind-blows)

Insetos estéreis combatem praga em cítricos
Um projeto desenvolvido em Israel substitui pesticidas pelo uso de insetos estéreis como método de combate às pragas em plantação de cítricos. O acasalamento desses insetos, colocados em quantidade superior aos machos normais, produz ovos estéreis, o que leva à redução progressiva da praga. O projeto é uma parceria entre o Ministério da Agricultura de Israel, a Associação de Produtores de Cítricos da região do Besor (Negev) e a empresa de controle de pragas Bio-Fly.

“Graças aos subsídios, o agricultor não vai gastar mais do que pagaria pelo uso de métodos químicos”, diz o dr. Gal Yaakobi, diretor do projeto. “Com o tempo, essa técnica terá êxito e o preço cairá significativamente, podendo dispensar os subsídios.” Para o dr. Yaakobi, os agricultores da região de Besor estão liderando um processo que aposta no futuro ecológico e economicamente viável da agricultura.
(http://www.haaretz.com/print-edition/news/israeli-oranges-have-a-new-ally-against-pests-pests-1.326180)

Carro elétrico será lançado em Israel em 2011
O consórcio Better Place planeja lançar oficialmente o carro elétrico em Israel no dia 1º de outubro de 2011, em conjunto com a Renault. A montadora francesa iniciou, na Turquia, em junho, a produção do modelo elétrico conhecido como Fluence. Já foram produzidas 660 unidades, destinadas a dez programas-piloto em todo o mundo. Testado nas condições adversas das temperaturas de verão em Israel e no Sul da Espanha, o modelo superou as expectativas. Estudos mostram que o preço do Fluence elétrico, sem os custos da bateria, equivale ao preço do modelo Fluence a diesel. A Better Place deve comprar 115 mil carros elétricos da Renault.
(http://www.globes.co.il/serveen/globes/docview.asp?did=1000606775)

PESQUISA SOBRE SUSTENTABILIDADE

A Série Sustentabilidade (editora Blucher) é composta por dez livros em que renomados pesquisadores brasileiros explicam do ponto de vista científico o conceito de sustentabilidade – ou desenvolvimento sustentável – em suas áreas de especialidade.

No volume 1, os pesquisadores do Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Daniel Joseph Hogan – que faleceu em abril de 2010 –, Eduardo Marandola Jr. e Ricardo Ojima abordam o tema “População e ambiente: desafios à sustentabilidade”. Já o volume 2 trata da “Segurança e alimento” e o 3 discute “Espécies e ecossistemas”.

Completam a coleção o volume 4, escrito por Goldemberg e que enfoca o tema “Energia e desenvolvimento sustentável”, e volumes sobre “O desafio da sustentabilidade na construção civil”, “Metrópoles e o desafio urbano frente ao meio ambiente”, “Sustentabilidade dos oceanos”, “Espaço”, “Antártida e as mudanças globais: um desafio para a humanidade” e “Energia nuclear e sustentabilidade”.

“Os livros reúnem monografias escritas por cientistas que tentam explicar o que precisa ser feito em cada uma das áreas abrangidas pela série para que se possa ter efetivamente a sustentabilidade”, disse Goldemberg à Agência FAPESP.

De acordo com o cientista, o conceito correto de sustentabilidade é o “desenvolvimento econômico e social duradouro que utiliza um conjunto de atividades não predatórias, como aumentar a produção de alimentos sem destruir as florestas”. Mas, na opinião dele, o conceito está sendo utilizado gratuitamente e interpretado de maneira incorreta.

“Os economistas consideram que desenvolvimento econômico sustentável é aquele que não reduz nunca, como um crescimento do PIB de 5% ao ano. Mas uma economia como a China pode crescer 9% ao ano e produzir danos ambientais importantes ao utilizar uma enorme quantidade de carvão e se tornar, no período de 15 anos, o maior emissor mundial de carbono, por exemplo”, disse Goldemberg, um dos mais conhecidos cientistas brasileiros que ganhou em outubro o Prêmio de Ciência de Trieste Ernesto Illy.

O conceito de desenvolvimento sustentável tem origem na década de 1970, quando foi lançado o relatório Os limites do crescimento, elaborado por uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), por solicitação do Clube de Roma, grupo de intelectuais que se reúne desde 1968 para discutir assuntos diversos.

O relatório analisou as consequências do rápido crescimento da população mundial sobre os recursos naturais em relação à produção dos alimentos. O argumento da publicação, que ficou conhecida como “Relatório do Clube de Roma”, era que a população mundial, a industrialização, a poluição e o esgotamento dos recursos naturais aumentavam exponencialmente, enquanto a disponibilidade dos recursos aumentaria linearmente. Em vista disso, somente mudanças drásticas no estilo de vida da população mundial permitiriam evitar um colapso da civilização.

Em reação a essa visão pessimista, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou em 1983 uma comissão, presidida pela então primeira-ministra da Noruega, Gro Brundtland, para analisar o problema.

A solução proposta pelo relatório final da Comissão Brundtland, publicado em 1987, foi recomendar um padrão de uso de recursos naturais que atendesse às necessidades da humanidade, preservando o meio ambiente de modo que futuras gerações também pudessem atender suas necessidades.

“Essa é uma visão mais otimista do que a do Clube de Roma e foi recebida entusiasticamente”, disse Goldemberg. Como consequência da Comissão Brundtland, foi adotada nas Convenções do Clima e da Biodiversidade, realizadas em 1992 no Rio de Janeiro, a “Agenda 21”, que trouxe recomendações abrangentes sobre o novo tipo de desenvolvimento sustentável. O documento teve uma enorme influência no mundo em todas as áreas e reforçou o movimento ambientalista.

Mensagem otimista

O desmatamento da Amazônia representa o maior problema de sustentabilidade ambiental do Brasil na atualidade, segundo Goldemberg. “A destruição da Floresta Amazônica estava ocorrendo de uma forma tão rápida nos últimos anos que havia a preocupação de que a região se transformasse em uma savana, o que modificaria todo o regime hídrico do Brasil e provocaria sérias mudanças climáticas”, disse.

“Aparentemente, o ritmo do desmatamento da Amazônia está diminuindo, mas ainda é grande. Atualmente se desmatam 5 mil km² por ano, o que é uma área equivalente à do Estado de São Paulo”, comparou.

Já em relação à energia, o principal obstáculo apontado pelo cientista é o petróleo, que, à exceção do Brasil, que recentemente descobriu reservas na camada do pré-sal, está acabando no mundo e é preciso pensar em fontes alternativas ao recurso energético. “No caso do petróleo, as alternativas existem e são renováveis”, afirmou.

Segundo Goldemberg, apesar dos grandes desafios enfrentados hoje para evitar um crescimento populacional sem controle e uma industrialização predatória, em que a ênfase seja apenas o crescimento econômico, a mensagem dos livros da Série Sustentabilidade é otimista.

“Tem gente que acha que estamos na rota da desgraça e que já ultrapassamos a capacidade de suporte da Terra. Mas, se tomarmos cuidado e as medidas necessárias, ainda é possível ter desenvolvimento sustentável”, disse.

CONTA SOCIAL

A comunidade de Vigário Geral ganhou de presente um novo espaço de integração social — a Sala Corpo Nestlé, no Centro Cultural Waly Salomão, patrocinada pela Nestlé Brasil. Parceria com o Grupo Cultural AfroReggae, o espaço tem aulas de dança e ensaios de grupos de teatro, beneficiando crianças e jovens. A ação está alinhada ao conceito de Criação de Valor Compartilhado — plataforma mundial de responsabilidade social da empresa de alimentos, com o objetivo de aliar o desenvolvimento sustentável dos negócios à geração de valor para as comunidades onde a companhia está presente.

A Fundação Nestlé Brasil é responsável pelo gerenciamento do investimento social feito pela Nestlé no País. A estratégia de apoio está focada em projetos dentro dos temas ‘Nutrição’, ‘Desenvolvimento Rural’ e a ‘Água’. Entre as ações, os programas: ‘Nestlé Faz Bem Nutrir’ — que leva educação alimentar a crianças e jovens, de 5 a 14 anos, de comunidades de baixa renda —; o ‘Nestlé Faz Bem Cuidar’, que dissemina conceitos de preservação do meio ambiente, e o ‘Nestlé Faz Bem Saber’, para o desenvolvimento do homem do campo.

´PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Governo de Pernambuco assinaram hoje o contrato de empréstimo do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo do Estado (PRODETUR Nacional Pernambuco). Este é o segundo empréstimo assinado pelo BID com um Estado no contexto do Prodetur Nacional.

O programa tem o valor total de US$ 125 milhões, sendo US$ 75 milhões correspondentes a recursos do Banco. O objetivo do PRODETUR Pernambuco é contribuir para o aumento do emprego e da renda geradas pelo setor, mediante a consolidação do turismo de sol e praia e a diversificação geográfica e temática da oferta turística do Estado.

A iniciativa vai estruturar três pólos turísticos. O primeiro no litoral pernambucano buscando diversificar a oferta e proporcionar a melhoria da qualidade do turismo de sol e praia na região, ampliando a carteira de produtos. Os outros dois pólos apresentam uma proposta voltada ao ecoturismo, turismo rural e cultural no Vale do São Francisco e Agreste valorizando o interior pernambucano.

As ações de apoio ao programa também vão contribuir para aumentar a inserção competitiva dos produtos turísticos no mercado nacional e internacional, além de promover o desenvolvimento local de forma sustentável e apoiar a recuperação e a adequação da infraestrutura e da preservação dos recursos naturais e culturais de Pernambuco.

O contrato foi assinado pelo Governador do Estado, Eduardo Henrique Accioly Campos e o Representante do BID no Brasil, Fernando Carrillo-Flórez. A cerimônia aconteceu na Representação do BID em Brasília e contou com a presença do Ministro de Estado do Turismo, Luiz Eduardo Pereira Barretto; do Diretor do Departamento de Programas Regionais de Desenvolvimento, Edimar Gomes da Silva; do Coordenador de Programa PRODETUR Nacional, Daniel Pires Vieira; do Secretário de Estado de Turismo de Pernambuco, Paulo Câmara; da Secretária Executiva de Programas de Desenvolvimento do Turismo de Pernambuco, Juliana Leão; e da Procuradora da Fazenda Nacional, Fabíola Saldanha.

Na ocasião, o Representante do BID ressaltou a excelente relação de cooperação com o Estado de Pernambuco na área do turismo, fruto de longa colaboração que se iniciou em 1994 com a implementação do PRODETUR NE I e II, apoio do BID de US$ 30,7 milhões e de US$ 25 milhões, respectivamente.

O Governador Eduardo Campos, destacou a importância da experiência adquirida com o Prodetur Nordeste e disse que o Estado continuará investindo, tanto no litoral norte quanto no litoral sul. Para o Ministro Luiz Barretto, o PRODETUR representa uma importante parceria histórica, que aproveita as experiências anteriores nessa nova fase, de âmbito nacional. O Ministro destacou ainda a importância de se vincular as ações do PRODETUR .

O PRODETUR Nacional foi concebido com o apoio do BID como um “programa guarda-chuva” que compreende operações de crédito estaduais ou municipais. A proposta é contribuir para o fortalecimento da capacidade de competição dos destinos turísticos do país, consolidando a política nacional de turismo, por meio da gestão pública descentralizada e cooperativa.

As linhas de ação do PRODETUR incluem desenvolvimento de produto turístico; comercialização turística; infraestrutura e serviços básicos; gestão ambiental; e fortalecimento institucional. Além da operação que foi contratada hoje, existem até o momento 2 operações já assinadas e 11 operações com cartas consultas aprovadas em diferentes fases de preparação com o BID no âmbito do programa.

BOAS PRÁTICAS

O resultado da pesquisa Sustentabilidade Aqui e Agora, divulgada em São Paulo, no final de novembro, realizada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com a rede Walmart Brasil, com a colaboração da Agência Envolverde e da Synovate Research, nas cidades de Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro, apresentam dados importantes sobre a sustentabilidade.

A ideia pesquisa surgiu, num primeiro momento, para analisar como consumidor vem reagindo frente à campanha para redução do uso de sacolas plásticas. 69% dos participantes afirmaram que carregariam suas compras em sacos ou sacolas de outro material, caso as plásticas deixassem de existir. Com relação às demais perguntas, as respostas confirmam que: o cidadão comum está mais preocupado em conhecer os temas da sustentabilidade do que propriamente em mudanças de comportamento. O brasileiro exibe "preocupação" com a causa ambiental, mas não pensa que seja o principal problema do bairro, da cidade ou do País.

A pesquisa também mostrou hábitos em transformação: 45% já evitaram jogar no lixo comum produtos tóxicos ou que agridam o meio ambiente; 41% consertaram algum produto quebrado para prolongar sua vida útil; e 31% deixaram de comprar algum produto por informações contidas no rótulo. No âmbito empresarial, um dos fatores limitantes da sustentabilidade tem sido justamente a falta de mecanismos de mercado que premiem ou punam os produtos e os comportamentos das empresas. Com isso, o consumidor não consegue diferenciar uma empresa responsável de outra que não está preocupada com os impactos da sua atividade, deixando assim de elevar seu padrão de exigência. O Instituto Ethos de Empresas de Responsabilidade Social alerta sobre essa consciência superficial do consumidor. Por isso, torna-se urgente que empresas mais engajadas no movimento de responsabilidade social criem referências para que o mercado e a sociedade possam diferenciá-las, elevando-se o nível de exigência em relação às demais isso, torna-se urgente que empresas mais engajadas no movimento de responsabilidade social criem referências para que o mercado e a sociedade possam diferenciá-las, elevando-se o nível de exigência em relação às demais.

PET de cana de açúcar

Apesar de ainda não estar enquadrada no Índice de Estabilidade Social (ISE) nem no Índice Carbono Eficiente (ICO2), a Coca-Cola Brasil é um grande exemplo de empresa que investe em sustentabilidade. Em março deste ano, a empresa lançou uma garrafa de PET feita a partir da cana-de-açúcar, chamada de PlantBottle, a primeira cuja composição conta parcialmente com material de origem vegetal.

O plástico à base de etanol de cana-de-açúcar substituiu parte do petróleo como insumo da nova embalagem, o que reduz em até 20% as emissões de gás carbônico (CO2) e impulsiona o setor sucroenergético brasileiro.

A marca deu o primeiro passo rumo à garrafa sustentável do futuro e torna-se pioneira no lançamento da PlantBottle na América Latina. Trata-se de uma embalagem revolucionária, por ter origem parcialmente vegetal -30% de sua composição são à base da planta-, a novidade reduzirá a dependência da empresa dos recursos não renováveis.

Sem mudança de propriedades químicas, cor, peso ou aparência em relação ao PET (politereftalato de etileno) convencional, a PlantBottle é 100% reciclável e entra na cadeia de reaproveitamento de materiais consolidada no País desde sua chegada ao mercado.

"Houve uma grande mobilização e investimentos para chegarmos à fórmula da PlantBottle, e, com seu lançamento, confirmamos novamente nossa posição de vanguarda na inovação de embalagens. Ao substituir parte do petróleo usado na fabricação do PET por etanol de cana-de-açúcar, um recurso absolutamente renovável e abundante no País, a Coca-Cola Brasil inaugura uma nova era de embalagens plásticas", afirma Xiemar Zarazúa, presidente da empresa no Brasil.

"O Brasil é um dos primeiros mercados a adotar a PlantBottle, e acreditamos que, com isso, a Coca-Cola Brasil e seus fabricantes incentivam as demais indústrias a tomar medidas semelhantes. Vale destacar que todas as embalagens PlantBottle do mundo serão feitas com base no etanol brasileiro. "Esta é mais uma importante iniciativa de sustentabilidade que a Coca-Cola Brasil abraça", arremata Marco Simões, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da empresa.



Operação para 2013

A Braskem permanece no ISE da Bovespa pelo sexto ano consecutivo. "O nosso objetivo é nos tornarmos líder da química sustentável mundial, buscando novos processos de produção e formas de atuar de modo preservar o meio ambiente, promovendo o desenvolvimento da sociedade e criando um ambiente econômico confortável para todos os envolvidos no processo", informa Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem. Para tanto, Soto enumera os objetivos criados pela empresa para atingir tal finalidade: se tornar referência global em segurança química, ter a menor emissão de GEE e de eficiência energética do mundo entre as indústrias químicas, se manter como referência global em eficiência hídrica, ser o maior fabricante mundial de produtos baseados em matéria-prima renovável, contribuir para a reciclagem mecânica e energética dos plásticos pós-consumo e ser reconhecido como um importante agende de desenvolvimento humano. Uma das conquistas da Braskem no que diz respeito à matéria-prima de origem renovável é o plástico verde, feito de cana-de-açúcar. Recentemente, anunciou a conclusão da etapa conceitual do projeto da nova planta de propeno verde, que servirá de matéria-prima para o polipropileno verde, que deve começar a operar em 2013.

LIVRO PARA INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL

O governo lança hoje o "Livro Azul" da ciência e tecnologia, que traz um diagnóstico da inovação no Brasil e propostas para orientar futuras políticas públicas.

A ideia é que o documento faça parte do "PAC da ciência" --o próximo plano plurianual do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia), de 2011 a 2014, na gestão de Aloizio Mercadante.

A espinha dorsal dessa edição são as inovações voltadas para o desenvolvimento sustentável e para a preservação ambiental.

"Precisamos atacar as tecnologias estratégicas, por exemplo, para a Amazônia", disse o físico Luiz Davidovich, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele coordenou a 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, que aconteceu em maio e cujas discussões deram origem ao livro.

"Isso significa explorar alternativas que não sejam a indústria madeireira ou a pecuária, como os fitoterápicos", completou Davidovich.

Outra área considerada promissora no país é a bioenergia que, de acordo com a publicação, pode gerar crescimento e criar empregos.

O "Livro Azul" considera que, com tecnologia, é possível aumentar a produção de etanol sem expandir a área de cultivo de cana. Frisa ainda a necessidade de investimento em pesquisa na área.

"Também temos de trabalhar com biomassa e energia nuclear, áreas em que não estamos ainda muito bem situados", analisou o físico.

REVOLUÇÃO

Deixando de lado a ciência propriamente dita, o "Livro Azul" ressalta a necessidade do que chamou de uma "revolução na educação". A meta é simples: essencialmente universalizar a educação básica de qualidade.

Isso porque os projetos previstos para as próximas décadas requerem um grande número de profissionais. "A formação dessas pessoas pressupõe educação de qualidade para todos os brasileiros", concluiu Davidovich.

O "Livro Azul" dá continuidade ao livros "Verde" e "Branco", publicados antes e depois da 2ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada em 2001.

RONDÔNIA

A Comissão da Amazônia aprovou nesta quarta-feira (1) o Projeto de Decreto Legislativo nº 2719/10 da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, que cede ao Estado de Rondônia, imóvel da União com área de 51.856,071 hectares, situado no município de Porto Velho, destinado à regularização da Floresta Estadual de Desenvolvimento Sustentado Rio Madeira B.

Segundo o relator da matéria deputado Eduardo Valverde (PT/RO) a questão da cessão desse imóvel da União à Rondônia remonta a 1992, quando o Estado, no âmbito de um contrato de empréstimo junto ao Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), assumiu o compromisso de implementar o Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia(PLANAFLORO).

Conforme explicou o parlamentar, pelo PLANAFLORO, o Governo de Rondônia comprometeu-se a criar um conjunto de unidades de conservação, dentre as quais a Floresta Estadual de Rendimento Sustentável Rio Madeira B, que foi criada pelo Decreto Estadual nº 7.600, de 8 de outubro de 1996. Em contrapartida, o Governo Federal assumiu o compromisso de fazer a cessão ao Estado de Rondônia do imóvel da União sobre o qual foi criada a Floresta Estadual, imóvel este que estava sob a guarda do INCRA para fins de reforma agrária.

“O desenvolvimento social e econômico da Amazônia está hoje, mais do que nunca, intimamente associado ao uso sustentável da floresta amazônica. Os imperativos de conservação da biodiversidade e de manutenção dos estoques de carbono, em função do aquecimento global, transformaram a manutenção da floresta em pé em uma questão que interessa à defesa da nação. Por outro lado, gerar emprego e renda para a população amazônica segue sendo uma questão fundamental para o bem-estar, a segurança e o futuro do País”, ressaltou.

Para o relator, não há dúvida de que a Floresta Estadual deverá desempenhar um papel importante no desenvolvimento da economia florestal do Estado de Rondônia, bem como a geração de emprego e renda para a população local, em bases sustentáveis.

Valverde disse ainda, que a Floresta está de acordo com o Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de Rondônia, e foi criada no contexto de acordos envolvendo o Governo Federal e instituições de financiamento multilaterais.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

CANCÚN

Um informe dos Amigos da Terra Internacional, lançado neste primeiro dia da COP 16 (29/11) mostra que projetos florestais perigosos estão sendo estabelecidos em países com florestas tropicais, julgando de antemão os resultados da inclusão do tema do desmatamento nas negociações sobre o clima realizadas pela ONU.

"REDD: as Realidades em Branco e Preto” revela que novos projetos que estão sendo aprontados na expectativa de um acordo sobre a “Redução de Emissões do Desmatamento em Países em Desenvolvimento” (REDD) podem causar mais danos do que benefícios.

Estudos de caso realizados por grupos membros dos Amigos da Terra em vários países mostram, conforme o divulgado, que os Povos Indígenas e comunidades locais estão sendo marginalizados no desenvolvimento destes esquemas. Enquanto as comunidades são prejudicadas, as corporações e grandes investidores tentam arrancar vultosos retornos financeiros. Grandes corporações transnacionais incluindo a BP, Shell e empresas de energia estão se afiando para REDD como uma nova oportunidade de negócios.

Muitos dos projetos e a maioria das propostas nas negociações da ONU relacionam REDD aos mercados de carbono, o que iria multiplicar ainda mais os riscos de depender das oscilações dos preços e dos mercados de carbono. Os Amigos da Terra explicam que, em essência, isto iria permitir a privatização das florestas para gerar créditos de carbono de modo que países ricos e industrializados pudessem comprar seu direito de poluir.

Além disso, estes projetos piloto e uma fraca definição de floresta utilizada pela ONU poderia permitir a continuidade da extração madeireira e a substituição de florestas antigas e nativas por plantações industriais de árvores.

O coordenador do programa de Justiça Climática do Amigos da Terra Internacional Joseph Zacune disse que, "os governos estão promovendo propostas perigosas para as florestas através das negociações sobre clima da ONU que colocam em risco as comunidades e o meio ambiente. Estes estudos de caso mostram que há uma corrida dos investidores corporativos para lucrar com esquemas florestais que não irão fazer nada para reduzir emissões e ainda poderiam prejudicar as comunidades locai

ATERRO SANITÁRIO

Hoje, dia 21/12, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (SEMAD), e a Anglo American, Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil assinam com prefeitos de oito municípios mineiros e dois fluminenses o Termo de Cooperação para implantação de um aterro sanitário de uso coletivo.

O encontro para assinatura do documento será às 11 horas, na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na Cidade Administrativa, prédio Minas, 2ª andar, sala 7.

O consórcio tem como finalidade desenvolver a gestão integrada de resíduos sólidos urbanos e a implantação e operação de um aterro sanitário coletivo para atender à população que vive em 10 municípios da região das Bacias do Rio Paraíba do Sul e do Rio Doce. São eles: Divino, Pedra Bonita, Fervedouro, Carangola, Faria Lemos, Pedra Dourada, Tombos e Santa Margarida, em Minas Gerais; e os municípios fluminenses Natividade e Porciúncula.

O aterro atenderá cerca de 106 mil habitantes e processará, em 25 anos, mais de 1 milhão de metros cúbicos de resíduos sólidos urbanos. O consórcio integra o Programa Minas Sem Lixões que busca a correta destinação dos resíduos sólidos no estado. “Esse consórcio de saneamento ambiental configura, hoje, como o maior projeto ambiental da região do Vale do Rio Carangola,” afirma o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho.

A Anglo American tem o papel de fomentadora e mediadora desse projeto. A empresa está implantando o mineroduto na região, que compõe o Projeto Minas-Rio, em fase de obras e licenciamento ambiental e custeou o estudo conceitual para a implantação do aterro sanitário e avalia investir em outras etapas do empreendimento. “O projeto do aterro sanitário está totalmente alinhado com a política socioambiental da Anglo American que é focado no desenvolvimento de ações sustentáveis. Esse é um projeto bem estruturado, que iremos implantar e será gerenciado pelos municípios. Ele tem uma identificação tão grande com a Anglo American que podemos estudar parcerias para desenvolver o mesmo trabalho com prefeituras de outros municípios onde o mineroduto está sendo implantado”, afirma Maurício Martins, gerente de Desenvolvimento Social da Anglo American, unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil.

Situação dos municípios hoje
Os municípios envolvidos processam seus resíduos sólidos urbanos em lixões ou aterros controlados. De acordo com o consultor contratado pela Anglo American para desenvolver o estudo conceitual, João Carlos Bissoli Loque, os lixões são a forma mais inadequada de dispor os resíduos sólidos. “Há consequências graves como contaminação do solo e da água e poluição do ar, proliferação de organismos vetores de doenças, presença de catadores em condições subumanas e degradação da paisagem natural”, explica.
“O aterro sanitário é a solução ambiental mais adequada para o processamento de resíduos sólidos urbanos, pois são dispostos de forma ambientalmente mais adequada, com impermeabilização do solo, sistema de drenagem e tratamento de líquidos e gases originados pela decomposição dos resíduos”, completa.
Em 2001, o Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) determinou que todos os municípios mineiros, que ainda utilizavam os lixões, deveriam buscar outras alternativas técnicas e devidamente regularizadas para destinação final dos resíduos sólidos urbanos gerados. Essa determinação tem sido gerenciada junto aos municípios pela FEAM, no âmbito do Programa Minas sem Lixões e, as maiores justificativas de não atendimento expressas.

FUNDO SOCIOAMBIENTAL

A Caixa Econômica Federal acaba de lançar o Fundo Socioambiental (FSA CAIXA), que, por meio de recursos correspondentes a até 2% do lucro da empresa, apoiará financeiramente projetos e investimentos de caráter social e ambiental. O objetivo é consolidar e ampliar a atuação do banco no incentivo a ações que promovam o desenvolvimento sustentável.




No primeiro ano, o FSA CAIXA apoiará projetos nas seguintes linhas temáticas: cidades sustentáveis, proteção da biodiversidade do cerrado e caatinga, desenvolvimento local sustentável e cidadania inclusiva com geração de trabalho e renda. A diretriz do fundo é apoiar ações estruturantes vinculadas às áreas de atuação da CAIXA que sejam promotoras da cidadania e dotadas de potencial de reaplicabilidade.

O aporte do FSA CAIXA também poderá ser associado a doações e repasses de outros fundos de entidades nacionais e internacionais interessados em fomentar atividades e projetos socioambientais em parceria com a CAIXA.



Para a presidenta Maria Fernanda Ramos Coelho, a atuação da CAIXA em relação às questões sociais e ambientais é algo inerente à sua vocação. Segundo ela, “no ano em que o banco completa 150 anos, o Fundo Socioambiental da CAIXA é mais um passo importante na consolidação de sua responsabilidade socioempresarial, o que permite intensificar a contribuição da empresa para a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável”.

MIZUMO SUSTENTÁVEL

A Mizumo - unidade de negócios do Grupo Jacto, especializada no fornecimento de sistemas compactos para tratamento de esgoto doméstico -, apoia as causas defendidas pelo Green Building Council Brasil (GBC Brasil), uma organização não governamental (ONG) que surgiu para auxiliar no desenvolvimento da indústria da construção sustentável no país.

As soluções da Mizumo possibilitam que toda água proveniente de pias, chuveiros, máquina de lavar e vasos sanitários seja tratada e possa ser reutilizada para fins não potáveis ou devolvida sem riscos à natureza. Por isso, atendem construtoras e empreendimentos com diferenciais ecológicos, que almejam obter o sistema de certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design) - atualmente o mais aceito mundialmente para orientação, mensuração e certificação de construções sustentáveis, os chamados Green Buildings. O GBC Brasil trabalha na interpretação e adaptação desta ferramenta para o mercado nacional.

Os membros do GBC Brasil apoiam as causas defendidas pela ONG relacionadas à promoção da construção sustentável no país, que atua no oferecimento de serviços e soluções voltadas aos princípios de eficiência ambiental - como os da Mizumo, que se tornou referência nacional em desenvolver sistemas compactos personalizados, automatizados, com garantias, custos operacionais menores, se comparados a outras tecnologias de tratamento de esgoto disponíveis atualmente, e equipe interna própria e capacitada para prestar os serviços de pós-venda.

"Todo empreendimento que segue os requisitos do certificado LEED® foi concebido e desenvolvido de forma sustentável, beneficiando as pessoas e o meio ambiente. Ao apoiar o trabalho do GBC Brasil, fortalecemos o desenvolvimento da construção sustentável no país, que tende a crescer nos próximos anos, e ampliamos a conscientização da sociedade e, sobretudo, dos setores privado e público sobre a importância de adotar soluções que possam melhorar o ambiente em que vivemos. Esse é o nosso propósito", declara Giovani Toledo, Gestor da Unidade de Negócios Mizumo.

Pesquisa aponta tendências

De acordo com a pesquisa "Tendências da Sustentabilidade na Construção Brasileira 2010", que foi realizada pelas empresas CTE (especializada em consultoria no setor da construção civil) e CriActive (especializada em pesquisa mercadológica no segmento da construção civil), com o patrocínio da Mizumo e de outras grandes indústrias do país, a sustentabilidade assume um papel cada vez mais importante para as empresas do setor da construção, já sendo pauta de discussões estratégicas nos seus corpos diretivos.

De um total de 104 empresas entrevistadas, 82% afirma que a sustentabilidade deve ser considerada como um valor estratégico; 32% das empresas dizem incorporar a sustentabilidade em suas metas e políticas de remuneração; 14% declaram destinar recursos a projetos relacionados ao tema; e apenas 16% publicam relatórios de sustentabilidade, abordando o tripé econômico, ambiental e social. "É notável o aumento da conscientização de representantes do governo, de empresários e cidadãos comuns no que diz respeito a este tema e algumas ações pontuais já são colocadas em prática. Mas, precisamos aumentar essas ações e, ao unirmos forças com o GBC Brasil, lutamos para que todas as intenção sejam realmente implantadas e funcionem efetivamente", conclui o executivo da Mizumo.

Perfil Mizumo

Criada em 2001, a Mizumo tem como propósito melhorar o ambiente em que vivemos e prover soluções tecnológicas que possam tratar e reaproveitar efluentes. É referência em sistemas compactos de tratamento de esgoto sanitário e diferencia-se por oferecer soluções ambientais customizadas, que integram produtos, serviços e tecnologia, adequados a cada tipo de cliente.

Seu parque fabril está instalado num terreno de 10 mil m2, com área construída equivalente a 5 mil m2, localizado em Pompeia, cidade do interior de São Paulo. Conta com 110 funcionários diretos, além dos departamentos de apoio corporativos, e prioriza o crescimento sustentado, com investimentos feitos somente com recursos próprios. A Mizumo possui um Sistema de Gestão da Qualidade em conformidade com os requisitos da NBR ISO 9001:2008.

Em 2010, investirá na pesquisa, desenvolvimento e aquisição de novas tecnologias, visando aumentar o portfólio de produtos e serviços, e na criação de postos avançados de atendimento pós-venda em regiões estratégicas. Para este ano, a expectativa é de que o faturamento registre um crescimento 40% superior ao atingido em 2009.

A Mizumo é uma unidade de negócios do Grupo Jacto, fundado em 1948 e composto por empresas que atuam nos ramos agrícola, de transporte, equipamentos para limpeza (alta pressão), transformação de plástico, ferramentaria, fundição, veículos elétricos e meio ambiente. O grupo é 100% nacional, porém reconhecido mundialmente pela sua solidez e por promover o desenvolvimento sustentável em todos os seus setores de atuação.

BABAÇU SUSTENTÁVEL

qualidade de vida e trazer uma nova forma de desenvolvimento sustentável para a comunidade do Joana D’arc I, zona Rural de Porto Velho, essa é uma das propostas fundamentais do projeto equilíbrio do meio ambiente com manejo da cadeia produtiva do babaçu, coordenado pela ONG Raiz Nativa em parceria com a Fundação Banco do Brasil e ASPROELI (Associação dos Produtores e Produtoras Rurais entre Linhas).
Neste ultimo sábado a inauguração oficial do projeto, trouxe uma nova perspectiva de vida para os moradores do Joana D’arc I, pois com a fabricação de produtos oriundos do manejo do babaçu, a renda dos moradores da comunidade pode aumentar até um salário mínimo, dinheiro que vai cair muito bem em um local que passa por tantas dificuldades de acessos básicos.
Estiveram presentes na inauguração do projeto representantes de diversos setores públicos e privados, como o SEBRAE (Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário), SEMA (Secretária Municipal do Meio Ambiente), SEMAGRIC (Secretária Municipal de Agricultura) e EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural).
De acordo com a Coordenadora Geral da ONG Raiz Nativa, a bióloga Elizabete Ribeiro Rodrigues, o principal vetor de partida para esse projeto é a interação com a comunidade que respondeu positivamente e participou ativamente de sua implantação.
“È muito bom quando percebemos que a comunidade está engajada em um projeto dessa magnitude, pois apenas com a participação em conjunto de todos é que podemos conseguir chegar a um ponto de bem comum”, afirmou Elisabete Ribeiro.
Segundo Elias Correa, diretor da Raiz Nativa, antes da implantação do projeto dentro da comunidade, o babaçu era desperdiçado.
“A comunidade estava desperdiçando um recurso que hoje pode ser revertido em benefícios para todos, com as aulas de manejo e coleta do babaçu, uma nova consciência sócio-ambiental está começando a ser demonstrada pelos agricultores”, afirmou Elias Correa.
Dentro da região do assentamento Joana D’arc I, existe cerca de 60 hectares da planta, que agora pode ser transformada em uma produção de até vinte mil litros de óleo de babaçu, além da fabricação de bio-jóias, produto muito valorizado principalmente na Europa

DESERTICAÇÃO NA PARAÍBA

Ministério da Agricultura quer reverter áreas degradadas pela desertificação na ParaíbaO quadro atual é desalentador e preocupante: quase 72% dos solos agricultáveis na Paraíba estão em estado de desertificação. Para tentar reverter a situação, a Superintendência Federal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado (SFA-PB), através de sua Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário (DPDAG), pretende agora mobilizar os produtores paraibanos.

Segundo Adalberto Soares,engenheiro agrônomo, lotado no DPDAG da SFA-PB e um dos participantes do curso “Uso, manejo e conservação do solo e da água, com ênfase no controle da desertificação no semi-árido brasileiro”, ocorrido entre os dias 14 e 16, nos municípios de Campina Grande e Lagoa Seca (PB), a preocupação com questão dos solos foi reacendida em meio aos 30 técnicos da Emater- PB que participaram do curso.

“Agora queremos dar continuidade a esse tipo de conscientização junto aos produtores”, diz Soares. Ele ressalta que a falta de conhecimento de práticas de conservação de solos por parte da maioria de produtores rurais no cultivo de culturas anuais como milho, feijão e plantas perenes como pomares em terrenos com declividades acentuadas, uso de agrotóxicos e implementos agrícolas inadequados são fatores, dentre outros, que mais contribuem para os processos de degradação dos solos na Paraíba, aliados ao manejo incorreto da pecuária extensiva.

Soares diz que não há solução em curto prazo. “É preciso conscientizar os produtores”. A situação da maioria dos solos na Paraíba foi classificada pelo Ministério do Meio Ambiente, quanto aos riscos de desertificação, como grave (14,76%) ou muito grave (57,06%). O curso da semana passada teve como objetivo capacitar profissionais de Assistência Técnica e Extensão Rural para atuar na difusão de tecnologias e de sistemas produtivos sustentáveis voltados para a recuperação de áreas degradadas e sua reincorporação ao processo produtivo, reduzindo os impactos ambientais.

Foram capacitados cerca de 40 técnicos, incluindo o pessoal da Emater-PB, que atuarão como multiplicadores das práticas de conservação do solo junto aos agricultores paraibanos. “Tendo em vista a gravidade das condições dos solos da Paraíba, a nossa ideia é levar as ações práticas do curso a todas as regiões do Estado”, afirma o pesquisador Odilon Reny Ribeiro, chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Algodão e um dos coordenadores do curso.

Reny informa que , além do curso, devem ser capacitados, nos próximos meses, cerca de 120 produtores. Os técnicos da Embrapa e da SFA-PB pretendem elaborar um manual técnico de boas práticas de manejo e conservação de solo e água.

Durante o evento foram abordados assuntos como o plano de ação nacional de controle da desertificação e diagnóstico socioeconômico e ambiental dos núcleos de desertificação; Importância do uso de práticas conservacionistas de solo e de água para o desenvolvimento sustentável na agropecuária; Composição, origem e formação do solo; Causas do desgaste e empobrecimento do solo; Erosão; Conservação e melhoramento do solo e práticas de controle da erosão (nivelamento, plantio em nível, faixas de retenção, terraceamento) e Controle de voçorocas.

Em Lagoa Seca, no campo experimental da Emepa-PB, foi feito um exercício prático de diagnóstico do perfil do solo. Os participantes também conheceram aspectos da relação solo-paisagem, além do planejamento do uso e a instalação de práticas conservacionistas com culturas anuais e perenes.

O curso foi promovido pela SFA-PB e pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pela Embrapa Algodão e Embrapa Solos, com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), do Instituto Nacional do Semi-árido (INSA) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba .

A atividade agropecuária concentra-se basicamente na Zona Semi-árida do Estado da Paraíba, onde estão 80% do rebanhos de suínos, ovinos, caprinos e asininos; 67% do rebanho bovino; 78% da produção de leite; 90% do algodão; 80% do feijão; e 75% da produção de sisal. Nessas áreas, tem-se verificado um processo acelerado de degradação, principalmente, nas microrregiões do Curimataú Ocidental, Cariri Oriental e Cariri Ocidental, Seridó e Sertão. Na região do Brejo Paraibano, a expansão do cultivo da cana-de-açúcar e da pecuária extensiva tem acelerado o processo erosivo, aumentando a evaporação, provocando alterações climáticas conhecidas como “agrestização” do Brejo e assoreamento das várzeas. Nas Mesorregiões do Agreste da Borborema e do Sertão, verifica-se um processo de erosão dos solos utilizados na agricultura irrigada.

NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS

Há cinco anos, a produção de plantas medicinais tornou-se a principal fonte de renda da família da agricultora familiar Roseli Eurich, 49 anos. Na propriedade de 21 hectares, localizada em Arvoredo, há oito quilômetros de Turvo, no Paraná, Roseli, seu marido Sidney e seu filho Max Gustavo cultivam alcachofra, melissa, alecrim, capim limão, orégano e tomilho. No primeiro ano de atividade, a família obteve uma renda mensal média de R$ 90,00. Cinco anos depois, passou para R$ 1,2 mil. “Na época da melissa, tiramos entre R$ 3 mil e R$ 4 mil durante três a quatro meses”, destaca. Na propriedade, também são produzidos alimentos para autoconsumo, como feijão, milho, ovos e legumes.

Uma das características da propriedade da família Eurich é a sustentabilidade. Toda a produção é agroecológica, com certificação orgânica pela Ecocert. Roseli lembra que a propriedade conta com 70% de cobertura vegetal. Como permite agregar valor em um pequeno espaço de 1 hectare, o cultivo de plantas medicinais também contribui para a preservação da mata. E a diversidade de culturas assegura, em caso de mau tempo, como geadas, opções de comercialização.

A produção de plantas medicinais na região de Turvo está amparada na estruturação dos processos de comercialização e assistência técnica. A comercialização é feita por meio da Cooperativa de Produtos Agroecológicos, Artesanais e Florestais de Turvo (Coopaflora), fundada pelos próprios produtores e que conta com 86 associados. Desde 2005, o Instituto Agroflorestal Bernardo Hakvoot (IAF) desenvolve atividades de assistência técnica para estruturar a produção agroecológica de plantas medicinais, condimentares e aromáticas, e a formação de sistemas agroflorestais. Atualmente, 160 famílias agricultoras são atendidas pelo IAF nos municípios de Turvo, Boa Ventura de São Roque e Iretama, no Paraná.

Engenheiro agrônomo da entidade, Douglas Dias de Almeida destaca que os produtos são comercializados para indústrias de cosméticos, fármacos e chás. “As plantas são desidratadas, ou seja, é vendida a matéria-prima”, explica, destacando que são cultivadas espécies como alcachofra, alfazema, camomila, carqueja, manjerona, menta, pata de vaca, alecrim, calêndula, capim limão, cavalinha, espinheira santa, melissa, poejo, funcho, entre outras. A produção tem certificação que atesta a responsabilidade ambiental e social dos agricultores.

A força do Paraná

O Paraná é responsável por 90% da produção brasileira de plantas medicinais. São 15 mil toneladas/ano, retiradas de uma área de três mil hectares, com a participação de 1.100 agricultores familiares na atividade. O restante da produção vem do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo.

O Estado possui tradição no cultivo de plantas medicinais. Há mais de um século, a cultura de camomila foi introduzida pelos imigrantes europeus na Região Metropolitana de Curitiba. O cultivo comercial passou a ser estruturada há 40 anos, tornando uma alternativa de renda para o período de inverno. Hoje, 19 espécies ocupam hoje 92,5% da área destinada ao cultivo de espécies medicinais, aromáticas e condimentares no Paraná. A camomila, cujo mercado cresce de 5% a 10% ao ano, tem grande expressão pelo valor econômico-social e o número de produtores envolvidos.

O técnico da Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná (Emater-PR), Cirino Corrêa Júnior, explica que, em geral, os agricultores familiares cultivam e vendem a planta seca (a erva) para indústrias de alimentos(chás, condimentos), laboratórios (produção de fitoterápicos) e grandes atacadistas de São Paulo. Estima-se que o volume de plantas coletadas represente três mil toneladas, cujo Valor Bruto da Produção (VBP) é de R$ 5 milhões. “Em 2009, a atividade de cultivo e coleta de plantas medicinais, aromáticas, e condimentares totalizou, no estado, R$ 35 milhões”, compara Cirino.

O incentivo à estruturação da cadeia produtiva de plantas medicinais e à formação de agentes e lideranças da agricultura familiar no Paraná conta com o suporte de entidades como a associação sem fins lucrativos Produtores Associados para o Desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis (Sustentec), criada em 2003, que tem parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Apoiados pela Sustentec, os agricultores familiares criaram a Cooperativa Gran Lago - Cooperativa de Produtores Orgânicos, com 24 cooperados distribuídos em cinco municípios do Oeste do Paraná (Vera Cruz do Oeste, São Pedro do Iguaçu, São José das Palmeiras e Diamante d´Oeste). Em 2009, foram destinados aproximadamente dez hectares para a produção de plantas medicinais como alcachofra, alfavaca folha, alecrim, carqueja, calêndula, capim cidreira, cavalinha chapéu de couro, cidrozinho, hortelã, melissa e poejo.

Para agregar valor à produção de espécies medicinais e fomentar arranjos produtivos locais, foi criada, na cidade de Pato Bragado (PR), a Unidade de Produção de Extratos, com capacidade de produção de extrato seco de 32 toneladas/mês, fornecendo extratos de plantas e atendendo a indústria alimentícia e farmacêutica. Além disso, a cooperativa conta com cinco estufas de produção de mudas de plantas medicinais instaladas nos municípios de Ramilândia, Mercedes, Vera Cruz do Oeste, São Pedro do Iguaçu e Diamante d’Oeste.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Sustentec, Euclides Lara Cardoso Júnior, no atual estágio do projeto os agricultores cultivam e comercializam a granel e na forma de chá (rasura) para os programas de segurança nutricional. “O processo de industrialização está sendo implantado, e a Unidade de Produção de Extratos opera de forma experimental”, explica.

Inclusão da agricultura familiar

Em 2006, foi assinado decreto que criou a Política Nacional de Plantas Medicinais, como parte das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social. Isto possibilitou a criação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNMF), que tem como objetivos melhorar o acesso da população a plantas medicinais e fitoterápicos, a inclusão social e regional, o desenvolvimento industrial e tecnológico, a promoção da segurança alimentar e nutricional, o uso sustentável da biodiversidade brasileira e a valorização e preservação do conhecimento tradicional associado das comunidades e povos tradicionais. O Comitê Nacional do PNMF é composto por 26 integrantes, entidades vinculadas aos ministérios e representantes da sociedade civil.

Entre as ações realizadas estão a capacitação, em vários estados, de recursos humanos, em especial de técnicos de assistência técnica e extensão rural e agricultores sobre manejo de plantas medicinais, incentivo à pesquisa, desenvolvimento tecnológico de inovações apropriadas à agricultura familiar, para manejo e produção/cultivo de plantas medicinais e incentivo à cadeia produtiva. Em 2010, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), lançou uma Chamada de Projetos para a contratação de projetos na área de plantas medicinais e fitoterápicos, que selecionou o Instituto Agroflorestal Bernardo Hakvoot (IAF) e a entidade Produtores Associados para Desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis (Sustentec). Os projetos selecionados vão desenvolver, nos próximos 18 meses, ações voltadas para estruturar e fortalecer redes de negócios sustentáveis de plantas medicinais com foco no arranjo produtivo local e a promoção de geração de renda e agregação de valor.

Fitocosméticos

Em Buriti de Goiáis (GO), no Centro-Oeste, uma importante iniciativa é desenvolvida há três anos por uma associação de mulheres agricultoras e extrativistas para fortalecer a organização comunitária e a assistência técnica na elaboração de projetos e desenvolvimento de produtos cosméticos com o aproveitamento da palmeira gueroba (Syagrus oleracea). O projeto envolve diretamente um grupo de 13 mulheres que integram a Associação dos Ipês e indiretamente 120 famílias de agricultores da região, que coletam os frutos da gueroba de seus pastos para vender à Associação. Atualmente, a entidade participa do projeto de capacitação e gestão em rede para o fortalecimento dos empreendimentos socioeconômicos familiares do Cerrado, apoiado pela SAF/MDA, e desenvolve a cadeia de aproveitamento da Gueroba. A iniciativa recebe a assistência da Articulação Pacari, rede formada por grupos comunitários que trabalham com plantas medicinais do Cerrado em Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Goiás.

A coordenadora técnica da Articulação Pacari, Lourdes Cardozo Laureano, explica que dos frutos da gueroba utilizam-se as amêndoas para a extração de óleo vegetal, para o preparo de cosméticos. O óleo é envasado e enviado para a uma fábrica terceirizada de cosméticos, para que possam ser elaboradas as formulações cosméticas (sabonete, loção e óleo de massagem corporal). “O produto cosmético terceirizado é comercializado na associação, na comunidade, em vendas de porta em porta e em feiras regionais ou nacionais, como a Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária”, diz Lourdes. O sub-produto torta da farinha da amêndoa serve para preparar doces ou para alimentação animal. A casca do fruto é transofrmada em cinzas, utilizadas no preparo de sabões e sabonetes.

Na mini-agroindústria da Associação, o grupo de mulheres agricultoras garante um reforço na renda familiar com o beneficiamento (quebra, retirada da amêndoa e extração do óleo). Uma das formas buscadas pela entidade para alcançar a sustentabilidade do grupo é o trabalho feito em conjunto com a Articulação Pacari para a busca de mercados que valorizem o conceito da marca: produtos oriundos da agricultura familiar e do agroextrativismo sustentável dos recursos do Cerrado. A Associação dos Ipês já participa da Central do Cerrado (rede de comercialização de produtos do Cerrado) e, recentemente, a Rede Pacari foi selecionada para participar do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário.

Produção

Existem quatro estágios de produção e utilização das plantas medicinais. O primeiro é com o uso de plantas medicinais ‘in natura’, meio mais tradicional no qual o cultivo ocorre no fundo do quintal, em pequenas hortas ou vasos e colhem as plantas para fazer chá. O segundo estágio é o da planta seca, no qual a produção e o uso pode ser tanto para consumo familiar como para comercialização. Com a aprovação da política de fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), estima-se que a demanda será maior para estes produtos e, consequentemente, o fornecimento de matéria prima será maior por associações ou núcleos de agricultores familiares.

No terceiro estágio há a produção e utilização de tinturas e extrato seco, o que requer maior investimento e mais capacitação, mas, também, pode possibilitar uma importante oportunidade para agricultores familiares. O extrato seco padronizado é insumo para farmácias de manipulação e indústrias de medicamentos fitoterápicos. O quarto estágio é o medicamente fitoterápico propriamente dito, que requer alto valor de investimento desde a sua implantação. Contudo, também pode ser uma oportunidade para a agricultura familiar no fornecimento de insumos para as indústrias.

SUS

Segundo o Ministério da Saúde, a partir de 2010, os postos de saúde poderão oferecer fármacos produzidos à base de alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, isoflavona da soja e unha de gato. Com isso, o número de fitoterápicos financiados pelo SUS passa de dois para oito. Os novos produtos – preparados a partir de plantas medicinais – são indicados para o tratamento de problemas como prisão de ventre, inflamações, artrite reumatóide e sintomas do climatério.

NEGÓCIOS SUSTENT

INDICADOR SUSTENTÁVEL

A Assembleia Legislativa do Estado (AL) criou um índice para medir o desenvolvimento dos 141 municípios mato-grossenses. Na prática, o Índice de Desenvolvimento Social Municipal (IDS-M) segue a mesma metodologia do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano -, ao mensurar resultados obtidos pela educação, renda e expectativa de vida para traçar uma escala de qualidade em cada cidade. A novidade do índice mato-grossense, segundo a AL, está na inclusão do desenvolvimento sustentável em meio aos outros três critérios.

Apresentado ontem à tarde, o índice causou polêmica. É que os deputados pretendem utilizar o IDS-M para distribuir os repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com escala que varia de zero a um, quanto mais próximo de zero, - o que indica que o município está sob péssimas condições de vida -, maior seria o valor do ICMS repassado.

O presidente da Assembleia, Mário Savi, reconhece que terá problemas, caso o índice realmente oriente os repasses do imposto. “Vamos ter problemas porque nenhum município quer perder recurso”, salienta. Mas admite que é necessária a distribuição equilibrada dos recursos. “Tem município que não está nem conseguindo dar contrapartida nos projetos de obras por falta de recursos”, enfatiza Savi.

No ranking entre os 141 municípios, Alto Taquari, distante a 479 quilômetros de Cuiabá, aparece no topo da lista com IDS-M de 0,690. A cidade apresentou ótimos resultados em renda, saúde e ecologia. Alto Taquari tem 10 mil habitantes e o quarto IDH de Mato Grosso. O município foi o que recebeu, por exemplo, mais recursos do Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Estado (Fundeic).

Cidades localizadas na fronteira agrícola mato-grossense como Primavera do Leste (0,674), Rondonópolis (0,673), Lucas do Rio Verde (0,664), Sorriso (0,659) e Sapezal (0,657) também apresentaram bons resultados. Na última colocação aparece Novo Santo Antônio (0,367).

CUIABÁ - A maior surpresa ocorreu com a capital do Estado. Comparando IDH realizado em 2000 com o IDS-M, Cuiabá despencou da 3ª colocação para a 81ª, apresentando IDS-M de 0,509. A Capital ficou atrás de municípios “nanicos” como Araguainha (0,532), União do Sul (0,532) e Várzea Grande (0,563) (ver quadro).

Segundo o sociólogo Maurício Munhoz, responsável pela criação do IDS-M, a Capital ficou com índice abaixo do esperado devido à péssima distribuição de renda e no quesito ambiental. Entre os anos de 2008 e 2009, satélites acompanhados na Operação Arco de Fogo, do Inpe, detectaram 265 focos de incêndio na cidade. A reportagem esteve na prefeitura e procurou os secretários de Governo, Comunicação e Meio Ambiente para comentar o índice cuiabano, mas ninguém foi encontrado. A AL vai se reunir com a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) para verificar a melhor forma de utilização do novo índice.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

NEUTRALIZAÇÃO DE CARBONO

Unimed Cuiabá e o Programa de Ação Social da Cooperativa (PróUnim) realizaram, o plantio simbólico da primeira de 2.557 árvores para neutralizar a emissão anual de 355 toneladas de gás carbônico por parte da Singular. “É uma parceria muito importante para a Unimed Cuiabá. Ela reforça nosso trabalho de preservação do Meio Ambiente e o papel da Cooperativa em melhorar a qualidade de vida da comunidade em que está inserida”, destacou o presidente da Unimed Cuiabá. O plantio foi realizado na comunidade Barranco Alto, em Santo Antônio de Leverger, a 35km da Capital.

A iniciativa da Cooperativa, a primeira Unimed do sistema a buscar a neutralização completa de suas emissões de carbono, foi viabilizada pelo Projeto Verde Rio, do Instituto Ação Verde (IAV). A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) pretende recuperar 100% da mata ciliar de todos os rios do Estado. “Como vim de uma família ribeirinha, assim que tomamos conhecimento desta intenção, decidimos abraçar esta causa. Meu mais profundo desejo é que este trabalho se solidifique e se amplie, para deixarmos um mundo melhor para as futuras gerações”, salientou a presidente do PróUnim, Maria Alice Thommen Pereira.

Além do plantio, o Conselho de Administração da Unimed Cuiabá e do PróUnim conheceram o viveiro do IAV, localizado na mesma comunidade. O espaço já possui 80 mil mudas prontas e tem a capacidade de produzir cerca de meio milhão de árvores de 43 das 62 espécies nativas catalogadas, como Ipê, Itaúba, Ingá, Pitomba e Paineira.

“Este trabalho não pertence mais ao Instituto, mas sim às empresas parceiras, como a Unimed Cuiabá. Temos um desafio imenso para realizar, sobretudo na conscientização dos ribeirinhos. Estamos muito satisfeitos com essa relação com o PróUnim, que empresta sua credibilidade ao projeto”, afirmou o superintendente do IAV, Paulo Borges.

O Diretor Executivo da Unimed Cuiabá e Vice-presidente do PróUnim, Paulo Brustolin, ressaltou a reputação alcançada pela Singular, de excelência em gestão e Responsabilidade Social. “Queremos mostrar que, sim, é possível transformar o nosso Estado com um trabalho sério, de grandes empresas e entidades, criando a sinergia necessária para alcançarmos êxito”. Presente ao evento, o Secretário Extraordinário de Apoio e Acompanhamento a Políticas Fundiárias e Ambientais de Mato Grosso, Vicente Falcão, concordou. “Que mais empresas venham para este projeto e consolidem a transformação que já iniciamos aqui em Mato Grosso”.

FUSÃO DE COOPERATIVAS NO MATO GROSSO

O sistema de cooperativa Sicredi anunciou a fusão de duas de suas maiores operadoras financeiras do Estado para ampliar o capital e atuar na região metropolitana de Cuiabá. Com a união da Sicredi Centro Norte-MT e Sicredi Sudoeste-MT, a Capital e Várzea Grande passarão a ter até 2015 cerca de 40 mil associados em 15 pontos de atendimentos e R$ 200 milhões em depósitos e R$ 400 milhões em operações de crédito. O fortalecimento e ampliação dos recursos financeiros contam com a parceria de entidades empresariais e do agronegócio.

A intenção é trazer para a região metropolitana parte dos rendimentos das operações obtidas principalmente no mercado agrícola, onde é maior a atuação das cooperativas do Sicredi. O presidente do Sicredi Mato Grosso, João Spenthof diz que o principal objetivo desta iniciativa é fomentar a economia com oferta de crédito e garantir aos associados mais rendimentos. "Seja com a redução de taxas nas operações ou com maior divisão dos lucros no fim do ano".

O governador Silval Barbosa (PMDB) ressalta a importância da inovação pela maior disponibilidade de crédito e garante a possibilidade de que o Sicredi passe a operar linhas de financiamentos do governo estadual em virtude do fortalecimento e ampliação dos ativos. Para exemplificar, Barbosa colocou a regularização ambiental nas áreas de assentamento e de agricultura familiar como uma possível parceria entre e Estado e banco para o financiamento dessas ações. "Este ano vamos perder R$ 250 milhões em função de irregularidades em assentamentos. O Sicredi pode ser um parceiro neste desafio do governo na concessão de crédito às famílias".

O diretor da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat), Manuel Gomes, diz que é uma oportunidade a mais para os micro e pequenos empresários. "Aumenta o leque de opções e ainda oferece taxas mais competitivas e divisão dos lucros entre os associados".

O secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, afirma que os maiores beneficiados serão as micros e pequenas empresas que com a Copa de 2014 terão que ampliar e diversificar os serviços e produtos.

O Sicredi está presente em 104 municípios em Mato Grosso em outubro ultrapassou R$ 1,6 bilhão em recursos administrados entre operações e R$ 2 bilhões em créditos concedidos.

UM ACORDO DE COOPERATIVAS COM APEX E FUNDAÇÃO ODERBRECHT

Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a Fundação Odebrecht assinaram ontem, em Brasília, um acordo de cooperação técnica que irá beneficiar cooperativas de produtores agrícolas da região do baixo sul do Estado da Bahia por meio de ações de sensibilização, capacitação, promoção e inteligência comercial, além da atração de parceiros internacionais.

O objetivo do Acordo é dar apoio técnico para que as cooperativas da região consigam se inserir no mercado externo ou, em alguns casos, ampliar suas vendas ao exterior.

Representantes da Apex vêm levantando informações sobre a produção do baixo sul da Bahia desde março deste ano e já fizeram um trabalho de análise dos produtos para exportação e de levantamento de dados de inteligência comercial para identificar os mercados em que essa produção teria mais condições de venda e agregação de valor.

Foram selecionados os mercados do Canadá, da França, da Alemanha e dos Estados Unidos, países que tradicionalmente valorizam mercadorias produzidas a partir dos conceitos de sustentabilidade e comércio justo.

"Temos o desafio de fazer com que os produtores consigam exportar. Mas, mais do que produtos, estaremos exportando um sonho. O trabalho feito pela fundação com essas cooperativas é impressionante: pessoas que tinham renda de R$ 100 ou R$ 200 por mês hoje conseguem R$ 1,5 mil. Os filhos e netos dos agricultores, que tinham abandonado a região em direção às capitais, agora estão retornando", afirmou Alessandro Teixeira, presidente da Apex Brasil, durante o evento de assinatura do Acordo.

Maurício Medeiros, presidente executivo da Fundação Odebrecht, ressaltou a importância do acordo para a região. "O objetivo do nosso trabalho é fazer que com que a região rural seja atrativa para o nosso povo, para os investidores e até para os turistas internacionais, que poderão vir ao país para fazer agroecoturismo. Com esse acordo, queremos mostrar essa nova cara do Brasil ao mundo", comentou.

Para Medeiros, é possível trabalhar com produtos de alta qualidade e atingir nichos de mercado nacionais e internacionais que valorizam produtos elaborados com responsabilidade social e ambiental. Também participou do evento de assinatura do acordo o presidente da Fundação Odebrecht, Norberto Odebrecht.

O acordo, inicialmente, beneficiará três cooperativas que reúnem 924 famílias da zona rural. Num primeiro momento, estão sendo trabalhados no exterior o palmito de pupunha e o artesanato de palha de piaçava. Outros produtos agrícolas, como farinha de mandioca e cravo-da-índia, serão incluídos no trabalho conjunto de agora em diante. A sustentabilidade social e ambiental será destaque na estratégia de internacionalização das mercadorias.

Para a presidente da cooperativa de produtores rurais de presidente Tancredo Neves (Coopatan) - especializados em farinha de mandioca -, Elineide Correia, o acordo estimulará os produtores a plantar mais e investir em novas tecnologias, gerando mais renda para as famílias.

"Este novo passo é a prova de que vale a pena acreditar nos nossos esforços", afirmou.

Atualmente, a cooperativa produz 125 toneladas de farinha e possui em estoque 350 toneladas, que pretende comercializar com a abertura de novos mercados.

"Para nós, isso representa um sonho de vários anos, que agora irá se tornar realidade. Nós, que trabalhamos a vida inteira com artesanato na região, víamos nossos produtos jogados, desvalorizados. Agora, nos capacitamos e temos qualidade para exportação", comentou Creuza Amorim, presidente da Cooprap.

As cooperativas participantes se engajaram em projetos setoriais integrados de promoção de exportações e participaram, pela primeira vez, neste ano, de eventos internacionais.

O palmito de pupunha produzido na região foi apresentado nas feiras Fancy Food, em junho nos Estados Unidos, e no Sial (Salón International de L'Alimentation) na França, em outubro, com excelentes resultados. Os produtores também participaram das ações de marketing da Apex na Fórmula Indy durante a corrida do Canadá.

COAMO 40 ANOS

Com a presença de autoridades políticas municipais e estaduais, policiais, cooperados e funcionários, a programação teve início na sede da cooperativa, às 7h30 com um café da manhã, servido simultaneamente em todas as unidades, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Após o café foi feito o lançamento do livro ‘Coamo 40 anos”, que resgata a história da empresa. O evento reuniu em média 500 pessoas.


Também pela manhã foi celebrado culto ecumênico pelo padre Ademar Issi e pastor Arnildo Klumb para autoridades e convidados. Ainda, os 79 associados fundadores receberam homenagem do engenheiro agrônomo e diretor presidente da cooperativa, José Aroldo Gallassini. A programação foi encerrada à tarde, com almoço no salão social da Associação Recreativa dos Funcionários da Coamo (Arcam).


De acordo com Gallassini, o momento é de emoção. Ele explica que a Coamo é um projeto que nasceu do sonho de agricultores e que continua forte, colaborando para o desenvolvimento do cooperativismo e do agronegócio nacional, em busca de um país melhor para as futuras gerações.


“Estamos muito gratos. Quando se vê todas essas pessoas que acreditaram na Coamo e vemos onde a cooperativa chegou nos dá uma alegria muito grande. O nosso trabalho é sério e muito honesto com os clientes, fornecedores, cooperados e funcionários”, resumiu Gallassini.


O governador do Estado, Olando Pessuti, que esteve ontem em Campo Mourão, para participar das comemorações, afirmou que a cooperativa é símbolo para o Brasil. “Fico muito feliz de estar participando deste momento tão importante. A Coamo é reconhecida não só aqui no país mas em todo o mundo. Isso é motivo de muito orgulho para nós paranaenses.”

Para o secretário Estadual da Agricultura, Erikson Camargo Chandoha, que também acompanhou as comemorações, a história da Coamo relata a evolução e sucesso da cooperativa. “A Coamo tem um sucesso que não foi criado apenas em função de plantar, colher e comercializar, mas sim de uma empresa organizada que presta assistência técnica, fornece insumos e se preocupa de verdade com o cooperado.”


O secretário observa que os produtos industrializados da cooperativa é um dos seus principais diferenciais. “Os alimentos Coamo são reconhecidos nacionalmente e internacionalmente. Vendemos matéria prima. Com isso agregamos valores e a renda chega diretamente a quem mais precisa, aos agricultores”, disse.


Chandoha acrescenta que a estruturação da Coamo em três estados do país faz com que 20% da produção do Paraná sejam produtos oriundos da cooperativa. Nacionalmente, diz ele, a Coamo representa em 8% a produção de grãos. O secretário destaca também o lado social da cooperativa. “A Coamo se preocupa ainda com a formação de jovens empreendedores no agronegócio. É uma cooperativa que se preocupa com o futuro”, completou.


Para o prefeito de Campo Mourão, Nelson Tureck, a Coamo consolidou o progresso do município. Conforme ele, a cooperativa serve até mesmo de referência quando se busca recursos para a cidade. “São quarenta anos de história e sucesso que a Coamo trouxe para Campo Mourão. São vários os benefícios, vários os empregos e várias as famílias que vivem graças a esta cooperativa. Campo Mourão agradece de coração de ter uma empresa como

COOPERATIVISMO NO ESPÍRITO SANTO

Cada ano que passa, o principal lema das cooperativas - relacionado à união em prol de um bem comum - vem conquistando mais força e fincando sua bandeira no cenário do desenvolvimento econômico das cidades onde estão sediadas. No fim das contas isso significa crescimento tanto para o Estado, como para os cooperados.


Prova disso é a presença de 14 cooperativas no ranking das 200 maiores empresas do Espírito Santo em 2009, feito pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), baseado na receita operacional bruta contabilizada no Estado ano passado. Foram seis a mais do que em 2008. Um aumento de quase 50% em apenas um ano. E é no interior do Estado que elas têm feito a diferença.


Na região Sul, quatro cooperativas entraram no ranking. São elas: Selita, Unimed Sul Capixaba, Sicoob Sul Serrano e Sicoob Sul. Somadas, as receitas das cooperativas sulinas chegaram a cifra de quase R$345 milhões, e apresentaram um crescimento médio de 24% de 2008 para 2009.


O destaque da região ficou com a Cooperativa de Laticínios Selita, que subiu 23 posições no ranking e teve um aumento de 55% em relação a 2008, passando o faturamento de quase R$117 para mais de R$181 milhões de um ano para outro.


Para o presidente da Selita, José Onofre Lopes, o posicionamento da cooperativa é o resultado de um planejamento colocado em prática há mais de 10 anos. "Conseguimos mostrar que as cooperativas estão ganhando espaço e tornando-se peça fundamental para a economia do Espírito Santo".


Igualdade


José Onofre também destaca a importância da cooperativa para os pequenos produtores rurais. "Hoje, 75% dos nossos cooperados vivem no campo e ganham menos de um salário mínimo.


A Selita é um meio que os permite continuar na roça e manter suas famílias e competindo em igualdade com outros produtores, alguns bem maiores do que eles".


Já o presidente da Unimed Sul Capixaba - a segunda do Sul no ranking das maiores - Pedro Scarpi, a gestão cooperativista é o meio mais eficaz de promover inserção social e econômica, pois abre espaço para pessoas de todos os níveis socioeconômicos. "É a única forma de gerar emprego e renda de forma sustentável", avalia.


O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) no Espírito Santo, Estherio Colnago, acredita que o grande diferencial do sistema cooperativista está na filosofia de crescimento conjunto.


"A boa notícia é que essa participação econômica no Espírito Santo vem aumentando - entre 15 e 20% anualmente - e chega atrelada ao desenvolvimento sustentável e social, gerando empregos e distribuindo a renda de forma igualitária, e fazendo com que a riqueza circule dentro das comunidades nas quais elas estão inseridas".

COOPERATIVA DE BORDEIRAS DO CERRADO

Encarando a cooperativa como uma empresa, o ponto de partida é a autogestão e, que as empresas só se autogestionam e cumprem com seus objetivos quando passam a desfrutar da possibilidade de ter quase todos os associados pensando e repensando continuamente os rumos, os processos organizacionais e sociais do empreendimento, atendendo as necessidades dos mercados, com preço, qualidade e efetividade.

O planejamento surge como uma ferramenta capaz de prover uma cooperativa de mecanismos de fortalecimento de seus princípios básicos e, ao mesmo tempo, orientá-la para a ação, envolvendo a gestão de pessoas, o desenvolvimento de competências e habilidades, motivação, construção de cultura e liderança compartilhada. Essas orientações são possíveis á medida que permitem que uma cooperativa adquira capacitação de convergir os esforços dos associados para ações que possam tornar seus produtos e serviços atraentes para o mercado alvo, de forma diferenciada, através da vantagem competitiva que permite a efetividade da organização e o seu desenvolvimento com sustentabilidade.

Gastar algumas horas para ganhar mais tempo, pois as mudanças são constantes e rápidas. A prática do planejamento nos ajuda a manter o foco no nosso horizonte. A visão, para 2011/2012, “é consolidar a Bordana como uma cooperativa estruturada dentro de seus princípios básicos e que atenda as demandas educacionais, financeiras e culturais do seu quadro social.

Ainda que a Cooperativa vai participar da II Feira e Congresso de Ongs Brasileiras em São Paulo, o IAC/Bordana será a única instituição de Goiás presente na feira.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

GUERRA FISCAL

Guerra fiscal pode ser conceituada como a exacerbação de práticas competitivas entre entes de uma mesma federação em busca de investimentos privados. Benesses fiscais atrativas incentivariam a migração de determinados agentes privados, os quais, segundo postulados econômicos clássicos, sempre tendem a buscar o menor custo produtivo e, consequentemente, maior lucro[1]. Para atrair investimentos aos seus respectivos estados, os governos infranacionais (como estados ou municípios) oferecem aos contribuintes determinados benefícios fiscais, como créditos especiais de ICMS ou empréstimos subsidiados de longo prazo. No Brasil exite também a guerra fiscal entre municípios, utilizando-se, na maior parte das vezes, benefícios relativos ao ISS (imposto sobre Serviços).

Apesar de ser bom para o contribuinte, na prática, a guerra fiscal entre os estados provoca distorções na arrecadação do ICMS, pois os estados exportadores, indiretamente, transferem parte do ônus dos incentivos praticados para os estados importadores dos produtos e serviços tributados.

Mas o contribuinte também pode ser vítima desta guerra: o adquirente de bens ou serviços, oriundos de outro estado, quando o remetente usufrui de incentivo fiscal no estado de origem, pode sofrer sanções do seu estado, como, por exemplo, restrições do direito ao crédito do ICMS.

[editar] Prós e Contras
Grandes metrópoles têm enorme potencial de atração de indústrias e serviços por conta do baixo custo logístico, da mão-de-obra abundante e diversidade do mercado consumidor.

A Guerra Fiscal é um instrumento utilizado por estados mais pobres e distantes de grandes centros urbanos para atrair investimentos e evitar que haja esvaziamento econômico. Os descontos no ICMS muitas vezes superam os custos de logística de recebimento de matéria-prima e entrega de produtos manufaturados.

Outro fator preponderante é a mão-de-obra, que por falta de diversidade de empregadores tende a aceitar salários e benfícios menos atraentes que os trabalhadores de grandes centros, geralmente mais sindicalizados. Regiões de baixa ou recente industrialização têm menos vínculos com a atividade sindical.

A dispersão social também é analisada principalmente na questão beneficiária. Além de desonerar o empregador com custos de deslocamentos, muitas vezes sendo necessário que o funcionário se desloque por vários quilômetros tomando até duas conduções, em cidades menores eles podem ir a pé, diminuindo consideravelmente atrasos e faltas, o que influi positivamente na lucratividade.

O preço do terreno onde é instalada a planta industrial tende a ser menor do que em grandes metrópoles, possibiltando a indústria se instalar em um perímetro maior e concentrar diversas atividades dentro de um mesmo espaço, sem que haja gastos de transporte de material e mão-de-obra entre diversas unidades de uma mesma empresa.

ECONOMIA SOLIDÁRIA FORTALECIDA

Na reunião plenária do Conselho Nacional de Economia Solidária, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da economia solidária no país.

"Não apenas consolidamos políticas para a economia solidária como conseguimos motivar estados e municípios a criar e ampliar suas políticas para a atividade. Em 2003, apenas quatro governos estaduais e algumas dezenas de prefeituras tinham políticas de economia solidária. Hoje já são 18 estados e centenas de municípios", afirmou.

Aos participantes da plenária, Lula afirmou que neste ano quer levar a presidenta eleita, Dilma Rousseff, para o encontro de fim de ano que costuma ter com catadores de papel. "Este é meu último ano e se, Deus quiser, levarei Dilma para passar o bastão para ela lá", disse Lula.

Durante a plenária, o presidente Lula assinou dois decretos. Um deles disciplina o funcionamento do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares (Proninc). Por meio de parceria entre o governo e instituições de ensino superior, o Proninc buscará desenvolver e fortalecer processos de incubação de empreendimentos econômicos solidários com foco na geração de trabalho e renda.

"Temos 100 universidades no Brasil com incubadoras e estudantes apoiando pessoas pobres das cooperativas populares pelo Brasil inteiro que se incorporaram à economia solidária. E as universidades têm benefício nisso porque muito se aprende ao interagir diretamente com o povo brasileiro", disse o secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Paul Singer.

O outro decreto institui o Sistema Nacional do Comércio Justo e Solidário, um conjunto de parâmetros para execução de políticas públicas relacionadas à promoção da economia solidária e do comércio justo. Um dos objetivos do sistema é apoiar o processo de educação para o consumo com vistas à adoção de hábitos sustentáveis e à organização dos consumidores para a compra de produtos e serviços de comércio justo e solidário.

O Conselho Nacional de Economia Solidária foi criado em 2003 e é formado por representantes do governo e de entidades que atuam em prol da economia solidária, que é definida como um conjunto de novas práticas de produção e consumo que priorizam o trabalho coletivo e o desenvolvimento local.

AGRICULTURA FAMILIAR ENFRENTA AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Na abertura das atividades da XIV Reunião Especializada sobre a Agricultura Familiar no Mercosul (REAF), nesta segunda-feira (15), em Brasília (DF), o Grupo Temático de Gênero abordou os arranjos produtivos e as políticas públicas voltadas às trabalhadoras rurais nos países do bloco.

A coordenadora internacional da Marcha das Mulheres, Miriam Nobre, abriu o seminário “Organização Produtiva das Mulheres Rurais”, abordando a importância de pensar a produção do ponto de vista das mulheres. “Se por um lado há a economia de mercado, há também a economia de cuidado. As relações entre economia feminista, economia camponesa e economia solidária lidam com esta produção e reprodução sustentável e com mais visibilidade às trabalhadoras rurais”.

Miriam Nobre ressaltou o papel da sociedade civil para garantir os avanços e conquistas de direitos e ressalvou os avanços obtidos nas políticas públicas no Brasil. “Parte da economia rural, sobretudo o trabalho das mulheres, tem pouca visibilidade tanto nas políticas publicas como na economia geral nos assentamentos e nas comunidades. Então, temos continuar promovendo apoio não só para dar maior visibilidade mas para garantir a parte produtiva como na parte reprodutiva, a qual a mulher tem papel central”.

A consultora da Assessoria Especial de Gênero, Raça e Etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Aegre/MDA), Patrícia Mourão, apresentou os resultados da pesquisa Mapeamento da Economia Solidária, realizada nos anos de 2005 e 2007 em parceria com o Ministério do Trabalho, através da Secretaria Nacional de Apoio à Economia Solidária, que a participação feminina em cooperativas, associações e entidades coletivas nas zonas rurais brasileiras.

Foram identificados 21.858 empreendimentos de economia solidária em 2.274 municípios, envolvendo cerca de um milhão de pessoas, das quais 37% mulheres e 48% trabalhadores e trabalhadoras rurais, que representam apenas 8% das 9.403 associações. Na pesquisa foram ainda ressaltados aspectos como a maior informalidade dos grupos de mulheres, o menor valor agregado das cooperativas e associações produtoras de mulheres, Patrícia Mourão aponta que entre os principais desafios estão: criar maior autonomia às mulheres; superar limitações e disponibilidade para cuidados com as crianças e interferência dos maridos; visibilizar a contribuição das mulheres na economia; qualificar o processo de gestão, produção e comercialização; ampliar o acesso às políticas públicas e; diversificar produção com maior valor agregado. Patrícia ressalta o avanço de políticas públicas voltadas para a organização produtiva como o Pronaf Mulher, a Assistência Técnica e Extensão rural pra mulheres trabalhadoras rurais e os editais de organização produtiva.

A XIV REAF
Criada em 2004, a REAF é um espaço de diálogo regional voltado à promoção do fortalecimento institucional e da construção conjunta de políticas públicas para a agricultura familiar e a facilitação do comércio de seus produtos na região. A Reunião também incorpora a construção de uma visão solidária e complementar de integração comercial e prioriza o trabalho conjunto entre governos e organizações sociais representativas da agricultura familiar.

A programação da XIV REAF prossegue até esta sexta-feira (19) no Centro de Convenções Brasil XXI, em Brasília (DF). Além de representantes dos governos e da sociedade civil dos Estados Membros e Associados do Mercosul, participam observadores de governos do continente africano.

TURISMO SOLIDÁRIO

Você já ouviu falar sobre turismo solidário, com base comunitária, ou de conservação? Trata-se de uma linha alternativa que trabalha a valorização da cultura, da dignidade humana e do meio ambiente. Busca a inserção de grupos ligados à economia popular - onde o lucro não é o objetivo principal - nas cadeias turísticas usuais. Parece um conceito utópico, mas pode virar realidade em breve no litoral pernambucano através de um projeto da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) que acaba de receber sinal verde do Ministério do Turismo. É o Portoturismo-Ecosol, programa que irá oferecer auxílio técnico para cinco grupos ligados ao turismo e a economia popular solidária em Porto de Galinhas.


Artesãs da Pastoral da Criança formam um dos cinco grupos apoiados pelo projeto PortoTurismo-Ecosol da Rural Foto: Jadson Fonseca/Divulgação ´O turismo em Porto não existiria sem os jangadeiros, os artesãos, os pescadores, os bugueiros, os guias#enfim, a rede turística de lá não se resume aos grandes resorts ou hotéis. Existe toda uma gama de pequenos serviços que precisam ser valorizados e profissionalizados para o fortalecimento da própria comunidade. E é este o objetivo deste trabalho, o de ajudar na organização destes grupos para que eles tenho voz e espaço no trade local`, explicou o agrônomo Jadson Fonseca, um dos responsáveis técnicos pelo projeto. Para chegar aos grupos escolhidos, Jadson, o turismólogo João Paulo e os professores Paulo de Jesus e Cirdes Moreira, que coordenam o programa, passaram um ano entrevistando representantes de várias redes produtoras da região.

O resultado apontou cinco grupos: os dos ambulantes de confecções e alimentos, as artesãs da Pastoral da Criança, as Pescadoras de Aratu de Maracaípe e o grupo informal de condutores de turismo da região. ´Tentamos encaixar no projeto organizações já existentes, mas que se sentiam excluídas do roteiro turístico de Porto de Galinhas`, disse o agrônomo. Estes grupos receberão auxílio para melhoramento de gestão, design de peças, divulgação de produtos e comercialização.

´Nossa ideia é que cada grupo seja formalizado, crie sua marca registrada e se torne competitivo dentro do trade turístico do litoral de Ipojuca, dominado pelos grandes hotéis e comerciantes`, comentou o turismólogo João Paulo Silva. Segundo ele, algumas das organizações escolhidas já revelaram, durante a pesquisa prévia, produtos com potencial de exploração. ´No caso das mulheres da Pastoral da Criança, apenas elas fazem chaveiros da Galinha característica da praia. Já o grupo das pescadoras da Aratu de Maracaípe dão um verdadeiro espetáculo na hora da pesca, com cantigas típicas para chamar os caranguejos. Isto interessa os turistas porque é exclusivo desta região`.

Para Regiane Sabino, coordenadora da Pastoral das Crianças de Porto, a iniciativa pode ajudar o grupo a competir com as empresas locais. ´Esperamos que o projeto nos ajude na formação de um layout único para as peças, de uma logomarca e, consequentemente, de maior competitividade no mercado. Queremos que o turista leve uma peça exclusiva quando vier a Porto`, completou. O programa está apoiando outros projetos naBahia, Alagoas, Tocantins, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso.