domingo, 26 de dezembro de 2010

PESCADORES VERDES

Pescadores da Colônia Z32, situada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no Médio Solimões, comemoram o resultado da despesca do pirarucu produzido de forma manejada. O balanço da despesca na colônia, feito pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Governo do Amazonas (ADS), somou 126 toneladas de peixes, o que vai render à cooperativa, formada por 525 pescadores, cerca de R$ 724,5 mil.

O projeto de manejo de lagos e rios das reservas de desenvolvimento sustentável (RDS) do Amazonas é uma das ações do Programa Zona Franca Verde. Por meio dele, os pescadores recebem apoio técnico durante toda a fase da cadeia produtiva até a comercialização do produto, feita por intermédio da ADS.

Desde a criação do programa Zona Franca Verde, os pescadores vem conseguindo agregar valor ao preço do pirarucu manejado. Este ano, o produto está sendo comercializado a R$ 5,75 o quilo, um aumento de 130%, em seis anos. Em 2004, o quilo custava R$ 2,50.

O papel da ADS é atuar como interlocutora da negociação visando valorizar quem está na base da cadeia, os produtores. O destino do pescado comprado e beneficiado pelo frigorífico Friolins será o grupo Pão de Açúcar. O mais importante é que a comercialização é feita direta com os pescadores, sem o atravessador,” completa o diretor da ADS Valdelino Cavalcante.

A despesca do pirarucu começou na segunda quinzena de novembro e encerrou semana passada. De acordo com Valdelino Cavalcante, das três mil unidades autorizadas pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os pescadores da Colônia Z32 coletaram 2.920 peixes comercializados para o Frigorífico Friolins, com sede em Manacapuru. Cada peixe teve peso médio de 43,5 quilos, totalizando 126 toneladas.

Na avaliação de Valdelino, a valorização do pescado é resultado concreto do Programa Zona Franca Verde, que tem como fundamento principal a geração de emprego e renda a partir dos recursos naturais existentes no Estado do Amazonas, com sustentabilidade ambiental. “Mostra que estamos no caminho certo com o desenvolvimento de um modelo econômico onde os habitantes do interior de nosso Estado podem ser bem sucedidos sem saírem do seu município, de sua localidade, evitando o êxodo rural e contribuindo para a qualidade de vida deles”, declarou.

“Antes, os pescadores tinham autorização do Ibama mas não tinham a garantia de comercialização. Em 2004, o Estado realizou a primeira compra do peixe, na época compramos 53 toneladas, contando com a participação de 240 pescadores. Com o sucesso desta parceria, esperamos que no próximo ano tenhamos um aumento de 25% na quantidade de peixe capturado, melhorando a renda e qualidade de vida dos beneficiados”, declarou Valdelino.

O presidente da Colônia de pescadores Z32, Luiz Gonzaga Medeiros de Matos, define a pesca manejada como uma festa para todos os envolvidos. “O resultado de um trabalho feito por nós mesmos, mantendo o estoque de peixe. Além de ser um momento de encontro para a realização da atividade. O resultado é muito satisfatório para todos nós”.

Os 525 pescadores atuam em uma área de 38 quilômetros, que engloba 37 lagos dentro do município de Maraã. “A parceria com o Governo do Estado foi de extrema importância para nós. E mais ainda com a chegada do Pão de Açúcar que visitou a área, e tem interesse em dar uma dinâmica a este produto”, finalizou o presidente da associação.