quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Durão Barroso diz que crise é oportunidade para desenvolvimento sustentável de Angola

 
 
O ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, defendeu esta terça-feira, em Luanda, que a crise que Angola vive, devido à quebra das receitas petrolíferas, deve ser vista como uma "oportunidade" para criar um "desenvolvimento mais sustentável" no país.
O também antigo primeiro-ministro português falava à margem da conferência "Angola nos próximos 10 anos: Oportunidades e Desafios", que serviu de apresentação da revista Forbes Angola, cujos direitos foram adquiridos pela empresária angolana Isabel dos Santos.

"Se é verdade que o crescimento pode ser mais baixo do que foi no passado, o desenvolvimento pode até ser mais elevado. Eu acho que esta é a melhor ocasião para a diversificação da economia de Angola", afirmou Durão Barroso, referindo-se à crise que a quebra da cotação internacional do barril de crude tem provocado nas finanças e no crescimento angolano.

As receitas fiscais angolanas com a exportação de petróleo tinham, até 2014, um peso de mais de 70 por cento do total, mas, segundo o Governo, deverão descer este ano para 36,5%, devido à situação internacional no sector.

"Espero que a actual conjuntura seja vista como uma oportunidade para um desenvolvimento mais sustentável, para um desenvolvimento não apenas de crescimento económico apoiado num sector, mas um verdadeiro desenvolvimento económico, social, educacional e cultural", apontou Barroso.

Recordou que "continuará a ser importantíssima a exploração de petróleo e das matérias-primas extraordinárias de que Angola dispõe", mas que a aposta deve agora centrar-se, também, na agricultura, indústria e na criação de pequenas e médias empresas angolanas.

Assim como o investimento na educação angolana, nos recursos humanos e "o progressivo alargamento da classe média", angolana, criando dessa forma "mais hipóteses de consumo e de crescimento".

"Eu lembro-me de ver este país, a que estou tão ligado, completamente destruído, momentos terríveis, e Angola pôs-se de pé. Angola tem, pois, condições, de vontade, de resiliência, de resistência, capazes de ultrapassar as atuais dificuldades. Tenho sinceramente uma grande confiança no futuro de Angola", concluiu Durão Barroso, que era secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação quando foram assinados os acordos de paz de Bicesse que conduziram à realização das primeiras eleições em Angola, em 1992.

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