quarta-feira, 14 de setembro de 2016

FAO defende maior papel dos oceanos para projetos de economia verde

 

 - A aquicultura e a pesca estão a firmar-se com um força de transformação das economias africanas. Mas, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mais precisa ser feito para aliviar os impactos da mudança climática e da pesca ilegal nos oceanos e em comunidades costeiras.
Em encontro esta quinta-feira nas Ilhas Maurícias, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, afirmou que oceanos saudáveis e produtivos ajudam a combater a pobreza rural.
Graziano da Silva participa da Conferência Ministerial de África sobre Economias Oceánicas e Mudança Climática. O encontro quer identificar oportunidades de aumentar a habilidade do continente para construir economias resilientes ao clima.
A FAO acredita ainda que a mudança pode ajudar a melhorar a nutrição, promover segurança alimentar e alcançar o objetivo da Fome Zero.
Segundo a agência, os países africanos estão cada vez mais reconhecendo a necessidade de diversificar suas atividades económicas baseadas na terra para explorar a facilidade que muitas nações têm por sua proximidade ao mar. Mas para Graziano da Silva, a mudança climática é um factor de incerteza nessa equação.
As comunidades costeiras estão a ser afetadas pela combinação do aquecimento dos oceanos, aumento do nível do mar e eventos extremos climáticos. E também pela acidificação do oceano e da intrusão salina.
A FAO ressaltou ainda os impactos desproporcionais sobre os chamados pequenos Estados-ilha, que travam uma verdadeira batalha por sobrevivência. Nesses países, as populações são mais dependentes dos recursos naturais e menos capazes de se adaptar às mudanças climáticas.
A agência da ONU mencionou o desafio da pesca ilegal e de todos os problemas causados aos oceanos e aos recursos marinhos pela atividade. Todos os anos, governos perdem bilhões de dólares em receita por causa deste tipo de crime.
Atualmente, 13 dos 34 países-ilhas fazem parte de um acordo da FAO de proteção e mitigação. Deste total, nove são africanos. O chefe da agência pediu a todos os governos que tomem providências imediatas para implementar o tratado.
Em meados de setembro, a Conferência "Nossos Oceanos", realizada em Washington, nos Estados Unidos, deverá debater o tema.
Nos últimos 50 anos, a produção de peixe aumentou de 10 quilos para 19 quilos por pessoa por ano. Calcula-se que a atividade económica global dos oceanos esteja entre US$ 3 e 5 trilhões.
Esta é uma via também de destaque para o mercado global: 90 por cento do volume global são feitos por vias marítimas, e mais de 30% do óleo e do gás são extraídos em alto mar.

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