quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Professor de Mogi é escolhido para ir aos EUA com projeto para deficientes


 Programa de Leandro Luque ajuda pessoas com dificuldades na fala.

Vinte crianças da Apae da cidade usam o sistema há quatro meses.

Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano, com  Um professor da Fatec de Mogi das Cruzes está entre os selecionados para participar de um programa do governo dos Estados Unidos que promove ações empreendedoras. Leandro Luque teve a ideia de desenvolver um programa de comunicação alternativa para ajudar quem tem dificuldade de fala. O sistema "dá voz" para quem não consegue se expressar. Por meio dele, quem tem problemas com a coordenação motora pode indicar o que quer. A ideia já é utilizada na Apae da cidade.
No começo do ano o pesquisador Leandro Luque inscreveu esse trabalho na Iniciativa Jovens Líderes das Américas (Ylai), programa criado pelso Estados Unidos para ampliar as oportunidades de novos empreendedores e inovadores da sociedade civil na América Latina e no Caribe. Ele foi selecionado entre 4 mil candidatos de 36 países diferentes. Todos enviaram projetos na área de empreendedorismo social e comercial.
 
“É um programa patrocinado pelo Departamento de Estado do Governo Americano e eles procuram fomentar o empreendedorismo na América Latina e Caribe. No início, é submetido o plano de negócios, na área comercial ou social, e depois é feita uma seleção desses planos de negócios. Informaram quem foram os selecionados e foi feita uma entrevista.”
Leandro tem 34 anos e dá aula de Programação e Desenvolvimento de Tecnologias na Fatec deMogi das Cruzes. “Em muitas faculdades os professores apenas dão aulas. Aqui na Fatec o professor tem a oportunidade de desenvolver pesquisa, se afastando por um tempo das aulas. Isso foi o que viabilizou a minha participação.”
Inclusão social sempre foi um desafio para o professor e pesquisador que busca ferramentas pra facilitar a vida daqueles que tÊm algum tipo de limitação. “Eu percebi isso com um aluno cego, que não conseguia participar das aulas e isso acabou fomentando a ideia de criar alguma solução para a inclusão”, completa o professor.
Em outubro Leandro vai para os Estados Unidos fazer um curso e apresentar um plano de negócios para investidores. “A expectativa é conseguir investimentos para desenvolver tecnologia em Mogi e fazer acontecer.
Aplicação na Apae de Mogi
Há quatro meses, 20 crianças com diferentes problemas de fala da Apae da cidade, estão usando o aplicativo para ajudar a se expressarem. O programa de comunicação alternativa traz, com imagens, todas as informações para facilitar o dia a dia dos alunos: o que ele gosta de comer, quem são as pessoas da família, cumprimentos de "bom dia" e até se ele está com frio ou feliz. O aluno só precisa clicar em um ícone. “Muitas das nossas crianças têm dificuldade na fala. Elas conseguem compreender, mas não conseguem expressar de uma forma muito translúcida o que estão sentindo. Então, esse aplicativo, traz a voz que eles precisam”, explica a coordenadora das fonoaudiólogas da Apae, Fernanda Diniz de Oliveira Campos.
As fonoaudiólogas da Apae já usavam programas parecidos, mas por serem americanos, eles limitavam algumas ações e não traziam muitos detalhes da realidade brasileira. Desde que este aplicativo começou a ser usado, ele facilitou a interação das crianças com outros alunos, terapeutas e familiares. “O sorriso que isso traz para elas, para nós, já é a maior recompensa”, completa Fernanda.
O aplicativo também foi pensado para as crianças com dificuldades motoras. É possível utilizar não somente com o toque na tela. Algumas janelas são selecionadas automaticamente. “Através desse programa nós conseguimos uma programação particular e individual para a criança. Vamos a partir das dificuldades e facilidades de cada um”, conta a fonoaudióloga Josiane Cassola Silva Campos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário