quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Cooperativas de crédito vão contar com fundo garantidor de depósitos



 



As cooperativas de crédito vão contar, a partir do próximo ano, com um fundo garantidor de depósitos, que servirá também para ajudar as instituições que estejam em dificuldades financeiras. O Banco Central divulgou ontem as regras do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). A entidade terá o mesmo formato da instituição criada em 1995 para garantir os depósitos dos correntistas de bancos, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
A cobertura oferecida para os depósitos será de R$ 70 mil por pessoa, o mesmo valor do seguro que já existe para os clientes de bancos. Hoje, há seis milhões de pessoas que fazem parte dessas instituições, que representam pouco mais de 2% dos ativos totais do sistema financeiro nacional.
O novo fundo deve contar, inicialmente, com até R$ 400 milhões e entrar em operação até a metade do próximo ano. A maior parte desse dinheiro virá dos cerca de dez fundos garantidores que foram criados ao longo dos anos por entidades que reúnem cooperativas, que devem entrar com R$ 300 milhões.
Também haverá recursos de taxas referentes a cheques sem fundos, que, pela legislação, são destinadas aos fundos garantidores. As cooperativas também vão contribuir com um porcentual mensal, como já fazem os bancos, algo equivalente a 0,15% ao ano sobre os valores segurados.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, Sidnei Correa Marques, afirmou que a criação do fundo já estava prevista na lei desde 2009 e não está relacionada à saúde financeira dessas entidades. As cooperativas têm hoje capital correspondente a 27% dos seus empréstimos, acima dos 17% dos bancos e do mínimo de 11% exigido pelo BC. "As cooperativas estão bem capitalizadas, com alavancagem pequena e elevado índice de capitalização", afirmou o diretor durante o IV Fórum Sobre Inclusão Financeira do BC. "Temos hoje 65 instituições em liquidação e apenas cinco são cooperativas, e muito pequenas."
O diretor afirmou ainda que o fundo vai ajudar no crescimento desse segmento do sistema financeiro, ao estimular operações entre os cooperados. "O fundo vai estimular as operações entre os cooperados e colaborar para redução das taxas de empréstimos, pois haverá mais competição", afirmou.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou o limite de endividamento para microempreendedores em operações de microcrédito produtivo orientado de R$ 20 mil para R$ 40 mil. O juro dos empréstimos continua limitado a 4% ao mês.
O conselho também aprovou resolução que define o conceito de microcrédito, que terá um teto de R$ 67.750,00 no caso de operações com juros livres. O valor será reajustado anualmente com base no crescimento do PIB per capta. O chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, afirmou que a criação de um critério vai permitir saber qual o valor dessas operações no País. "É uma norma para efeito de classificação, porque hoje no Brasil não se sabe quanto existe de microcrédito", afirmou Odilon. "Essa situação de transparência é importante para nós. O foco é saber onde o crédito está sendo dado por essa metodologia e qual o efeito disso."

Nenhum comentário:

Postar um comentário