quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Entidades unem esforços para incentivar cooperativismo estudantil, no PR



A cultura cooperativista em Sunchales, município na província de Santa Fé, na Argentina, com cerca de 25 mil habitantes, já virou ‘marca registrada’. A cidade é conhecida, e reconhecida por lei, como a capital nacional do cooperativismo naquele país.

Além da existência de cooperativas, em vários segmentos econômicos, é bastante forte a presença de cooperativas de estudantes, no território vizinho ao Brasil, já que a experiência de cooperar é estimulada na escola, com crianças e jovens.

O modelo desenvolvido na cidade que ‘respira’ cooperativismo inspirou entidades paranaenses a firmarem um protocolo de intenções para incentivar, da mesma forma, o cooperativismo estudantil no Estado. A ideia é sensibilizar e fortalecer o interesse comum em estimular a cultura da cooperação entre os estudantes, a fim de oferecer mais condições de desenvolvimento econômico e sustentável.

Para chegar ao objetivo, na última quarta-feira, dia 31, dirigentes do Sebrae/PR, do Sistema Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar)/Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Paraná (Sescoop/PR), do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), do Instituto Sicoob e Sancor Seguros do Brasil, cooperativa com sede em Sunchales, assinaram um termo de parceria.

O protocolo prevê apoio na execução de ações para implantar o Programa Cooperjovem, adotado pelo Sescoop e realizado para fomentar o cooperativismo por meio da escola, e, ainda, elaborar uma metodologia para a criação de cooperativas de estudantes nos municípios paranaenses de Imbaú, Carlópolis e Bom Sucesso do Sul.

As três cidades foram escolhidas pela necessidade de buscar estratégias para o desenvolvimento econômico e humano, e por fazerem parte do Programa Cidade Cooperativa, do Sebrae/PR. Realizada com o apoio de entidades parceiras, a iniciativa visa transformar territórios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), por meio do incentivo às micro e pequenas empresas e ao empreendedorismo.

O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson Nogaroli, reforçou que as cooperativas instaladas no Paraná são responsáveis por uma fatia importante do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.

“Essa parceria é importante porque vamos continuar divulgando o cooperativismo e a cultura da cooperação, o que ajuda a mostrar como o cooperativismo é importante para o empreendedorismo. Uma metodologia que ensine alunos, na escola, os conceitos do cooperativismo será fundamental para criar condições para o desenvolvimento econômico”, avaliou Nogaroli.

O presidente do Sistema Ocepar-Sescoop/PR, João Paulo Koslovski, definiu a parceria como um “casamento”. “Esse projeto terá um trabalho importante. Sabemos que, para melhorar o cooperativismo, é preciso investir na base. E a base são os jovens. É importante, também, levar o cooperativismo não só para a criação de novas cooperativas, mas a cooperação para a vida. Que haja humanização, porque cooperativismo é ser solidário”, observou Koslovski.

Hugo Anacabe, responsável pela área de negócios internacionais dos projetos Sancor Seguros do Brasil, explica que Sunchales passou por um processo de recuperação de crescimento, nos últimos anos, graças à forte cultura cooperativista, que é incentivada já na infância e juventude.

“Há 17 cooperativas de estudantes nas escolas da cidade e por uma iniciativa dos jovens, criou-se uma fundação, um instituto terciário com base universitária para a preparação de profissionais. Com isso, os jovens permaneceram na cidade para estudar e, também, passaram a identificar oportunidades de trabalho nas demais cooperativas existentes. Isso criou um ciclo virtuoso em Sunchales, já que os jovens não precisam migrar para outros centros para estudar e trabalhar”, conta Hugo Anacabe, que ingressou em uma cooperativa escolar aos oito anos de idade.

Ainda de acordo com ele, a cidade com aproximadamente 25 mil habitantes tem 60 mil cooperados. “Essa cifra é interessante e isso só é possível porque as pessoas são cooperadas a mais de uma cooperativa”, explicou.

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