quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Empresas apresentam ações ambientais em debate do Instituto Millenium sobre economia verde

Suzano adota metodologia pioneira de mapeamento de GEE e Natura reduz 218 mil toneladas de carbono em seis anos. Programa da Ambev economiza 6,5 milhões de litros de água/mês.
Falar sobre desenvolvimento sustentável já não é novidade. Mas, para Suzano, Natura e Ambev, o assunto recebe atenção mais que especial e foi totalmente incorporado ao negócio dessas empresas. Nesta quarta-feira (31/10), no evento “Economia Verde: exemplos de empresas orientadas para a sustentabilidade”, elas apresentaram cases que mostram como alinhar sustentabilidade e metas financeiras em suas atividades. O debate foi promovido pelo Instituto Millenium na Fecomercio-SP.
Na abertura do evento, o professor José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio-SP, comentou que as empresas não estão restritas a determinações legais e políticas governamentais para trabalhar sustentabilidade. “O espaço que existe agora é ‘de baixo para cima’ e muitas empresas já estão dando o exemplo”, disse, lembrando ações ambientalmente corretas realizadas recentemente por companhias privadas.
Alexandre Di Ciero, gerente executivo de sustentabilidade da Suzano, abriu o painel de cases, moderado pelo cientista político e especialista do Instituto Millenium, Eduardo Viola. Di Ciero falou sobre como uma empresa de papel e celulose trabalha com as questões ambientais em toda sua cadeia produtiva, especialmente com o grande crescimento da empresa nos últimos cinco anos. “Criamos um Plano Diretor de Sustentabilidade com sete eixos prioritários e 32 orientadores estratégicos para nosso negócio”, explicou. Entre as diversas ações, destaca-se a Pegada de Carbono, um verdadeiro mapeamento de todas as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), emitidos durante o ciclo de vida dos seus produtos. A Suzano Papel e Celulose foi primeira no mundo e na América Latina a calcular a Pegada de Carbono baseada na metodologia PAS 2050. “Isso pode não ser um diferencial competitivo hoje em dia, mas com certeza vai ser”, pontuou Di Ciero.
A diretora de sustentabilidade da Natura, Denise Alves, começou sua apresentação reforçando que a empresa inova desde sua criação. “A Natura foi criada no início da década de 70, usando insumos naturais em sua produção, quando ainda não se pensava nesse assunto. Na década de 80, lançamos produtos com refil, uma verdadeira inovação de mercado. Já década de 90, colocamos o tema sustentabilidade definitivamente no core business da Natura”, explicou. Denise também ressaltou o forte crescimento da empresa e o resulatdo das ações de redução de impactos ambientais. “Tivemos um crescimento enorme a partir de 2006 e conseguimos reduzir 218 mil toneladas de carbono nos últimos seis anos, o que significa, aproximadamente, um ano em cinco anos de emissões da empresa”, falou Denise.
A Ambev foi representada por Ricardo Amorim, gerente de comunicação, e Mércia Cristina Guimarães, especialista de meio ambiente da companhia. Segundo Amorim, a sustentabilidade é tratada com o mesmo rigor que as metas financeiras da Ambev. “Temos metas também para a área de sustentabilidade”, disse. Eles apresentaram o Movimento Cyan, lançado em 2010 para cuidar da água do planeta, e o Banco Cyan, uma espécie de “programa de milhagem” que oferece desconto em lojas parceiras para quem economiza água. “É um programa que premia o ‘não consumo’ e já gera uma economia de água da ordem de 6,5 milhões de litros por mês”, afirmou Amorim.
No debate final, todos concordaram que um dos grandes aprendizados em levar o desenvolvimento sustentável para o cotidiano das empresas é que nada é possível sem o comprometimento da alta gestão. “Sem eles, não tem jeito”, reforçou Denise Alves.

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