O
vice-presidente da República, Manuel Vicente, declarou nesta
sexta-feira, em Luanda, que o empreendedorismo em Angola tem papel
crucial no desenvolvimento sustentável do país, incentivando a mudanças
na forma de fazer negócios por via do fomento de inovação,
competitividade e melhoria da produtividade das empresas.
Manuel
Vicente discursava na abertura do 1º Fórum Nacional de Jovens
Empreendedores, que visa, entre outros, debater a importância de
empreendedores na construção de uma sociedade economicamente consistente
e auto-sustentada.
Afirmou
que o Executivo colocou no topo das suas prioridades a necessidade de
uma estruturada formação de quadros, que contribuam para o
desenvolvimento sustentado de Angola, de modo que o empreendedor
angolano possa acompanhar, a par e passo, as exigências de um mundo com
sistemas produtivos cada vez mais complexos, bem como a sofisticação do
mercado financeiro.
Apelou
a dedicação dos jovens para participarem no Programa Nacional de
Formação de Quadros, de modo a explorarem as possibilidades que se
possam oferecer no domínio das empresas vocacionadas para a formação
técnica e profissional.
Lembrou
que o Executivo, com a criação do programa “Angola 25”, da qual
resultou a aprovação da Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas
(MPME), lançou a plataforma para o crescimento dinâmico do sector
empresarial privado.
Referiu-se
a um conjunto de acções que visam operacionalizar a Lei das MPME,
provendo financiamento, facilitar a concessão de apoios, a
desburocratização dos processos de regulamentação e requisitos de
licenciamento, incentivando a geração de novos negócios.
O
governante sublinhou que apesar dos esforços do Executivo, a economia
angolana continua fortemente dependente do exterior por incapacidade de o
sector produtivo satisfazer cabalmente as necessidades do consumo
interno.
Salientou
que em 2011 foi registada uma despesa de importação cifrada em 17 mil
milhões de dólares (cerca de 1.700 mil milhões de Kwanzas) em produtos
manufacturados, máquinas, material e equipamento de construção,
automóveis, alimentos, entre outros.
Tendo
em conta este quadro, o vice-presidente da República apelou aos
empreendedores nacionais que contemplem, de forma proactiva, o seu meio
circundante, para identificação de oportunidade de negócios e tirem
proveito de todos os programas implementados pelo Estado.
Entre
os programas apontou o “Balcão Único do Empreendedor”, “Angola Invest”,
“Fundo de Risco” e o “Crédito Agrícola de Campanha”. “São muitos os
negócios que se podem realizar quer na área do comércio, quer na
indústria, quer na construção civil, mormente actividades de manutenção e
conservação de estradas, construção de habitação social, com recurso a
meios locais, inclusive”, alertou.
Referiu-se
também a negócios de fácil constituição, mas com retornos financeiros
atraente, bem com a promoção de programas de escoamento de produtos
agro-pecuários, no quadro da projecção do agro-negócio nacional,
associado ao relançamento dos caminhos-de-ferro e outras vias de
comunicação.
Manuel
Vicente disse que esta natureza de negócio dinamizará a economia
nacional, permitindo a angariação de receitas para os produtores rurais,
resultando na melhoria das condições de vida das regiões produtoras, no
aumento da produção industrial de equipamentos, fertilizantes e
pesticidas, na maior distribuição da produção local, na diminuição das
importações de alimentos, criação de empregos directos e indirectos, bem
como no apoio ao combate à fome e a pobreza.
Augurou
que negócios estruturantes sejam desenvolvidos nas 618 comunas do país,
com base na extensa diversidade de necessidades dos mais variados
pontos geográficos, e que surjam iniciativas locais, com base nos
recursos e realidades específicas, promovendo também uma maior e mais
efectiva integração do sector informal na economia formal.
Informou
que o executivo tem criados programas coerentes e sustentáveis para
facilitar a vida profissional do empreendedor angolano e espera o
reforço do papel interventivo do empresário nacional, o aumento da
produção e a melhoria da distribuição da riqueza nacional.
Afirmou
ainda que a realização deste Fórum de Jovens Empreendedores, reunindo
participantes das todas as províncias, transmite o desejo comum de
crescimento económico e social, provando que “há complementaridade entre
o Executivo e a classe empresarial, e que a parceria entre ambos é
indispensável, para que Angola cresça de forma harmoniosa e
sustentável”.
Encorajou
as mulheres angolanas, dentro do seu meio e capacidades, a promoverem
projectos empresariais que contribuam para a melhoria da sua vida e dos
seus familiares.
O
Fórum tem um painel sobre “políticas e estratégia de fomento e
desenvolvimento do empreendedorismo” e outro sobre “plano de
implementação de programas de fomento e suporte aos empreendedores”.
Foram
convidados oradores como os ministros da Economia, Abraão Gourgel, da
Agricultura e Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro Canga, das
Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José de Carvalho, e o
presidente do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento de
Angola, Paixão Franco.
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