quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FORTALEZA COMUNITÁRIA

. Apoiar comunidades de baixa renda do Ceará, contribuindo para o desenvolvimento sócio-econômico. Esse é o objetivo do Projeto Energia Social, que trabalha fortalecendo a identidade dos grupos produtivos. Criado pela Coelce e com parceria das Instituições Tear Comunitário e Whitehurst Consultoria, nos próximos dias 6 e 7, as comunidades envolvidas vão participar do I Encontrão dos Grupos Produtivos, na Casa José de Alencar, no Bairro Messejana, na Capital.

Grupos do interior, da Região Metropolitana e de Fortaleza vão se reunir para trocar experiências e discutir sobre os temas que são tratados em cada localidade. De acordo com a presidente do Tear Comunitário, Marluce Borges da Silva, serão debatidos com os integrantes seis assuntos: identidade e atitude empreendedora; economia solidária e rede; autogestão; mercado e comércio justo; e ética. "Temos com os grupos encontros regulares para trabalhar a identidade, a economia solidária, a comercialização e mostrar como é importante estarem unidos dentro de uma rede".

Dentre os produtos confeccionados várias tipologias de artesanato, roupas, peças fabricadas em uma marcenaria comunitária. "Cada um traz o que produz, é uma forma de intercâmbio", disse ela. No primeiro dia, sábado, será realizado um círculo de culturas, enquanto que, no domingo, serão dadas oficinas sobre produção e comercialização e gestão.

Marluce explicou que o Projeto Energia Social foi criado pela Coelce em 2008, mas foi neste ano que o Tear Comunitário passou a dar apoio, trabalhando o fortalecimento e a identidade dos grupos. "E a Coelce, junto com Whitehurst Consultoria, quer trabalhar, também, o produto, aperfeiçoando a peças fabricadas, analisando a sua qualidade para que se torne competitivo e de fácil comercialização".

Ao todo, participam do projeto 22 grupos. Devem participar do encontro 18 comunidades, uma média de 120 pessoas. "De cada comunidade devem vir entre quatro e seis pessoas", informou Marluce. Ela adianta que, no próximo ano, entre os meses de janeiro e fevereiro, está prevista uma feira de economia solidária. "Atualmente, são vendidos nas próprias comunidades e feiras locais".

As metas são: desenvolver a organização, a qualidade dos produtos e a capacidade de produção, a habilidade/competência para a comercialização e para o estabelecimento de parcerias a partir de redes; gerar desenvolvimento econômico possibilitando processos de mudança na qualidade de vida; fomentar ações segundo a realidade de cada grupo.

As comunidades que fazem parte do projeto são: no interior, Itapipoca, Trapiá Sobral, Limoeiro do Norte, Crato e Cascavel; Região Metropolitana, Pacatuba e Pacajus; em Fortaleza, Coacú, Novo Oriente, Guajerú, Alves de Lima, Dom Helder, Serviluz, Rosalina, Itaoca, Vila Velha, Planalto Vitória, João Paulo II, Autran Nunes, Parque Água Fria, Pici. Cada uma desenvolve um tipo de trabalho, existe fabricação de bolsa com palha de buriti; serigrafia e costura; marcenaria; plantas medicinais; papel reciclado; mosaico; pach work; argila; artesanato; renda com bilro, rechilier; e serviço de alimentação.

O Tear Comunitário é uma Organização Não Governamental (ONG) que trabalha no fortalecimento da identidade cultural e das relações. Mantém parceria com a Escola de Psicodrama Matriz Criativa. "Sempre buscamos trabalhar na perspectiva de sustentabilidade", afirmou Marluce Borges. Os grupos que recebem apoio são, predominantemente, de baixa renda, em vulnerabilidade social e precisam de acompanhamento sistemático.