O Indicador de Registro de
Inadimplentes do consumidor, medido pela Boa Vista Serviços,
administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), ficou
em 3,5% no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2012.
Ainda que o índice tenha aumentado em relação ao comparativo entre 2012 e
2011, quando estava em -1,7%, a alta está longe de alcançar o índice de
inadimplência registrado entre julho e setembro de 2011 e de 2010, de
25,1%.
Segundo
o diretor de Marketing, Inovação e Sustentabilidade, Fernando Cosenza,
existem sinais claros de estabilidade na inadimplência. “Essa tendência é
o resultado do endurecimento dos critérios de concessão de crédito, que
aconteceu após o pico de inadimplência em 2011.”
Nos
últimos meses, o que também tem ajudado a manter o índice foram os
primeiros sinais da inflação e a interrupção da melhora contínua na
renda brasileira e no mercado de trabalho. “As famílias sentiram no
bolso e estão mais cautelosas, sobretudo, com o crédito.”
Consumo mais consciente
Cosenza
também acredita que, além destes fatores, os consumidores estão mais
conscientes em relação ao uso desenfreado do crédito, que resulta na
inadimplência. “Percebemos que mais pessoas utilizam o crédito, mas ele
não compromete mais a renda do trabalhador.”
Isso
pode ser constatado no Indicador de Demanda por Crédito do Consumidor,
também medido pela Boa Vista, que apresentou 1,6% no 3º trimestre de
2013, ante o mesmo período de 2012. Entre 2012 e 2011, este índice
estava em 5,6% e, em 2010, 9,7%. “Não é uma cautela de uma crise, mas os
consumidores estão mais atentos ao endividamento.”
O
brasileiro também está mais confiante em relação ao pagamento das
dívidas. No trimestre encerrado em setembro, 100% dos inadimplentes
afirmaram que podem quitar as dívidas atuais e vencidas. “É a primeira
vez que isso acontece. O consumidor está mais maduro em relação ao uso
do crédito e a próxima safra de concessões de crédito tende a um
equilíbrio maior, o que deve ajudar a manter a inadimplência.”
Compras de fim de ano
Ainda
de acordo com Cosenza, as compras de fim de ano devem apresentar um
leve aumento, mas os brasileiros utilizarão menos o crédito. “O
movimento será um pouco melhor no comércio que em 2012”, concluiu o
executivo.
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