Leanna Archer começou vendendo produtos para cabelos feitos em casa quando tinha apenas oito anos
Muitos acreditam que crianças
não fazem muito além de jogar videogame, assistir televisão ou ir para a
escola. Mas, no artigo abaixo, jovens empreendedores de vários países
explicam como começaram no mundo dos negócios.
Leanna Archer - a rainha dos produtos para cabelo
Leanna Archer, de Nova York,
começou vendendo produtos para cabelos feitos em casa quando tinha
apenas oito anos. Atualmente, a companhia Leanna's Inc. chega a vender
até US$ 500 mil (cerca de R$ 1,2 milhão) por ano. O primeiro produto foi
baseado em uma receita de sua bisavó haitiana.
"Eu conhecia tanta gente que
queria usar os mesmos produtos que eu estava usando no meu cabelo e isto
me deu a ideia de fazer propaganda do produto", disse Leanna. Ela
passou a distribuir amostras grátis para conhecidos.
"Depois que eles usaram e
gostaram, vieram me perguntar: 'Quer saber, tenho US$ 20 (R$ 48), quanto
daquele produto posso comprar?' E foi daí que veio a ideia do negócio",
afirmou. Ela começou a misturar os ingredientes no porão da casa,
sozinha. Agora são oito pessoas envolvidas e Leanna espera expandir o
negócio e sair do porão de casa ainda em 2014. Um dos grandes desafios
de Leanna é ser levada a sério.
"Quando fui ficando mais
velha, as pessoas começaram a perceber que isto não era só uma fase, era
algo em que eu estava trabalhando e desenvolvendo e eu era a força
motriz por trás disso."
Leanna Archer agora tem 18
anos e estuda ciência política na universidade. Ela quer que outros
jovens saibam que "tudo parece ser impossível até ser feito". "Se você
descobrir algo que desperta sua paixão, vá atrás", recomendou.
Anshul Samar - gênio da química
Anshul Samar tinha 12 anos
quando teve a ideia de transformar o aprendizado de química em algo mais
divertido. Nos dois anos seguintes, o estudante da Califórnia
desenvolveu um jogo de cartas, chamado "Elementeo", sobre os elementos
da tabela periódica.
O jogo começou a ser vendido
quando Samar tinha 14 anos. Inicialmente ele fez 5 mil jogos, que
esgotaram rapidamente. Desde então, ele produziu uma versão atualizada e
já desenvolveu a versão em aplicativo para o jogo. "Desde o começo quis
transformar (o jogo) em algo grande", disse.
Aos 13 anos, Samar sofria de
uma doença pulmonar rara, mas isto não o atrapalhou. "Enquanto eu estava
na cama, perdi muitas aulas. Aquele foi o tempo que usei para
desenvolver o 'Elementeo'." Quando era criança ele sentiu que não tinha
nada a perder.
"Mesmo se algo não der certo,
você ainda tem seu skate na garagem e a escola para ir no dia seguinte,
as coisas simplesmente continuam", afirmou. O criador do jogo contou
que teve muito apoio da comunidade.
"Teve um grupo que me deu uma
pequena verba de US$ 500 (cerca de R$ 1,2 mil). Esta realmente foi a
minha inspiração. Alguém de fora disse 'Ei, mesmo se você for só um
garoto, nós acreditamos em sua paixão e acreditamos na sua ideia'",
afirmou. Samar agora cursa a Universidade de Stanford.
"O estudo é minha primeira
prioridade e sempre foi. Coisas como o 'Elementeo' são apenas diversão e
o aprendizado tende a se equilibrar (com todo o resto)", disse.
Ludwick Marishane - hora do banho
Quando o sul-africano
Ludwick Marishane tinha 17 anos, teve a ideia do DryBath, um gel de
limpeza para substituir água e sabão. Ele passou os últimos seis anos
desenvolvendo o produto e conseguiu dinheiro participando de competições
no setor de negócios. Agora o gel está à venda e Marishane já ganhou
outros prêmios com o produto. "Você precisa pensar nas pessoas que tomam
banho de balde. Este é o banho que me manteve limpo e é a forma pela
qual quase metade do mundo se limpa", disse.
"A água (no balde) fica cheia
de espuma, portanto fica muito difícil enxaguar. Você precisa se
ajoelhar, é um jeito muito indigno de se limpar", afirmou. Mas, segundo
Marishane, o DryBath muda isso: basta espalhar o gel no corpo e
esfregar. "Se você estiver muito sujo, com lama, poeira na pele, você
pode limpar com um pano úmido e estará limpo."
Marishane conta que seu pai o
ensinou a ficar mais resistente às críticas e reações negativas ao
produto. "Todas as vezes que tentei fazer algo, foi ele quem me deu as
respostas mais críticas. Aprendi desde muito cedo a não levar as reações
para o lado pessoal, principalmente se forem negativas. Apenas aceitar o
que é, trabalhar e melhorar", afirmou.
Ilwad Elman - empreendedora social
Ilwad Elman nasceu na
Somália e passou a infância no Canadá. A família foi para o país depois
que o pai foi assassinado, quando Ilwad tinha apenas três anos. Quando
tinha 19 anos, Ilwad decidiu voltar para Mogadíscio.
"Havia apenas quatro bairros
controlados pelo governo. O resto tinha sido tomado pelo (grupo
terrorista) al-Shabab, então os tiroteios estavam literalmente no meu
quintal", disse.
Ilwad se transformou em uma
empreendedora social trabalhando com a mãe para estabelecer a Sister
Somalia, uma organização que fornece aconselhamento, serviços médicos,
educação e ajuda para iniciar negócios, principalmente para mulheres que
sofreram algum tipo de violência sexual.
Ela afirma que ajudou 1,6 mil
mulheres a estabelecerem seus negócios, incluindo lojas, empresas de
encomendas e companhias de importação de alimentos. Ilwan afirma que
também ajudou muitos ex-combatentes a começarem uma nova vida.
"Foi muito difícil para
algumas pessoas ver uma jovem em uma posição de liderança... Algumas
pessoas até abandonaram reuniões só porque não conseguiam lidar com a
ideia de uma jovem tentando passar esta mensagem", disse. "Há vida além
das balas... as pessoas são muito empreendedoras, são muito motivadas e
há oportunidade para mudança", disse.
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