terça-feira, 8 de março de 2016

Olimpíadas podem promover desenvolvimento sustentável e deixar legado positivo, destaca chefe da ONU

 

“Muito frequentemente, pessoas são deslocadas para abrir caminho para (a construção de) instalações que são usadas por um breve e reluzente momento e, em seguida, são abandonadas para acumular poeira”, afirmou. Corrupção e falta de transparência também foram citadas como problemas.
 
Nesta terça-feira (16), o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, destacou a importância das Olimpíadas e de outros megaeventos esportivos, como a Copa do Mundo, para a promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo. Segundo o dirigente máximo da ONU, além de inspirar e unir os povos pelo mundo, competições internacionais podem deixar heranças positivas de infraestrutura e crescimento econômico, caso sejam bem planejadas.
“Muito frequentemente, pessoas são deslocadas para abrir caminho para (a construção de) instalações que são usadas por um breve e reluzente momento e, em seguida, são abandonadas para acumular poeira”, afirmou Ban Ki-moon. Para o chefe da ONU, os países anfitriões e os patrocinadores devem se esforçar para construir legados duradouros e amplamente compartilhados pelos integrantes das sociedades que sediam as competições.
Ban Ki-moon acredita que, trabalhando em parceria com governos e comunidades locais, os megaeventos devem unir sua preparação específica a projetos e objetivos mais amplos, envolvendo a melhoria das cidades, o estímulo ao crescimento e ao emprego, bem como a promoção da acessibilidade para pessoas com deficiência. Com planejamento, disse Ban, tais competições podem levar a avanços sociais, a oportunidades de educação e à proteção do meio ambiente.
“O lema olímpico é ‘mais alto, mais rápido, mais forte’. Vamos trabalhar juntos para garantir que o lema para todos os futuros megaeventos esportivos também seja: mais limpo, mais verde e mais sustentável”, disse o secretário-geral. Apesar das oportunidades de desenvolvimento trazidas pelos diferentes jogos internacionais, “isso não vai acontecer por conta própria”, alertou o chefe da ONU, que enfatizou a necessidade de coordenar iniciativas.
“Nossa meta tem que ser colher os benefícios de tais eventos ao mesmo tempo em que limitamos a pegada de carbono, asseguramos os direitos dos trabalhadores, garantimos a transparência e combatemos a corrupção que tão recorrentemente acompanha os esforços nos quais montantes enormes de dinheiro estão envolvidos”, explicou o dirigente.
Ban Ki-moon expressou sua esperança de que os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e também os Jogos Paralímpicos, promovam a sustentabilidade e a solidariedade.
O chefe da ONU lembrou ainda do reestabelecimento do conceito de Trégua Olímpica, fruto de uma parceria entre as Nações Unidas e o Comitê Olímpico Internacional. Durante as competições, combatentes em regiões de conflito no mundo concordam ou, pelo menos, deverão concordar em cessar as hostilidades até o fim dos Jogos. “Eu convoco todas as partes beligerantes a respeitar a Trégua Olímpica”, afirmou Ban Ki-moon.

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