Os
microempreendedores individuais ainda encontram grandes dificuldades
para conseguir crédito no Brasil. Apesar da sua legalização em 2009,
trabalhadores informais e até profissionais da área de saúde que almejam
abrir consultórios, clínicas ou laboratórios, mas que ainda necessitam
de recursos financeiros para isso, esbarram na burocracia e nas altas
taxas dos bancos. Neste cenário, o cooperativismo de crédito surge como
uma ferramenta importante por oferecer diversas opções de produtos e
serviços, como cartões de crédito e seguros, com taxas e juros
reduzidos, e garante acesso a recursos financeiros para empréstimo e
investimento, com condições vantajosas em relação ao mercado.
Apesar de oferecer os mesmos produtos oferecidos pelos bancos
comerciais, as cooperativas de crédito se diferenciam pelo fato de
prestarem serviço aos seus associados, que também são sócios, de forma
ética, transparente e lucrativa. Além disso, o associado tem um retorno
financeiro no final de cada ano, proporcional ao que foi movimentado,
como explica o presidente do Sicoob Credmed, cooperativa de crédito
exclusiva para os profissionais de nível superior da área de saúde da
Bahia, Augusto Holmer: “Existe um lucro inicial do pagar menos: menores
taxas para empréstimos, financiamentos e menores tarifas que aquelas
praticadas no mercado e oferecidas de maneira linear aos associados -
diferentemente dos bancos que, numa mesma linha, pode ter tarifas
completamente diferentes a depender do cliente”.
Com todas essas vantagens, o cooperativismo de crédito vem crescendo a
cada ano. Até o final de 2013, existiam 1.154 cooperativas de crédito no
Brasil, sendo 39 na Bahia. O Sicoob, que é um dos maiores sistemas,
opera no Estado com 17 cooperativas e uma Central. Essas cooperativas
foram responsáveis pelo crescimento de 19,62% em depósitos no ano
passado, na Bahia, em comparação com 2012, superando as demais
instituições financeiras que apresentaram um aumento de 2,39%. Quanto às
operações de crédito, elevaram suas carteiras em 12,81%, contra 5,80%
dos bancos privados. Nos ativos totais, as cooperativas chegaram aos
15,74%, o que corresponde a mais de 740 milhões. Com isso, a
consolidação e expansão no atendimento proporcionou uma elevação de
70,90% em sobras em comparação com 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário