quinta-feira, 16 de julho de 2015

Pesquisa mostra que 97% do brasileiro tende a praticar consumo consciente

 

 


Já a segunda edição da pesquisa O Consumo Consciente no Brasil, conduzida pela Shopper Experience (com a participação de clientes secretos da empresa, nas principais capitais do país), mostra que 97% dos brasileiros creditam ao consumidor a responsabilidade por práticas associadas ao tema. Em 2014, esse índice era de 64%. A pesquisa conta, ainda, com um ranking das marcas que, na percepção do consumidor, melhor representam o consumo consciente - seja pelo processo de produção, seja pela condução dos negócios e relacionamento com os clientes. Nestlé, Coca-Cola, Ypê, Natura, Electrolux, Samsung, Volkswagen, Walmart, Hering, Pão de Açúcar, Ultrafarma, McDonald´s, Leroy Merlin, Americanas e TAM ocupam as primeiras posições do ranking segmentado.
A pesquisa mapeou não apenas a percepção que o consumidor tem sobre o seu papel nesse contexto, como o envolvimento de empresas e do governo no tema. As crises econômica e hídrica são apontadas pelos pesquisadores como responsáveis por essa ?nova? reflexão sobre o consumo.
Coordenada por Stella Kochen Susskind, o estudo mapeou os atributos apontados pelos consumidores e gestores de marcas como relevantes e alinhados ao tema. Concluído em junho de 2015, o estudo contou com 1.285 entrevistas de clientes secretos, que responderam um questionário estruturado - composto por questões múltiplas e únicas. Na base da pesquisa, homens e mulheres com idades entre 21 anos e 65 anos; classes A, B e C, moradores das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Entre os entrevistados, 58% são casados/moram com outras pessoas; 33% solteiros; e 9% não declararam.
A pesquisa traz, também, um ranking com as empresas que mais representam o consumo consciente nas categorias alimentos, refrigerantes, limpeza para casa, higiene pessoal e perfumaria, eletrodomésticos, eletrônicos, carros nacionais, varejo eletro, varejo moda, supermercados, hipermercados, farmácia, fast food, varejo materiais de construção, loja virtual e companhias aéreas.
Para Stella, a pesquisa foi inspirada em relatos dos 80 mil clientes secretos da Shopper Experience:
- Nos últimos dois anos, temos recebido inúmeros relatos de clientes secretos que demonstram o peso do consumo consciente na decisão de compra. São consumidores que optam por marcas alinhadas a uma postura socialmente correta, mesmo que tenham que pagar mais por isso. A preocupação se acentuou em todas as classes sociais e faixas etárias, sobretudo em São Paulo e no Rio, no auge da crise hídrica. No comparativo da edição 2014 e 2015 vemos claramente esse aumento na percepção de que o consumidor pode e deve ser o protagonista do consumo consciente.
Stella Kochen Susskind acrescenta que questões como economia de energia elétrica e de água aparecem no topo do ranking das práticas associadas ao consumo consciente.
Na avaliação dos entrevistados, 97% apontam o próprio consumidor como o principal responsável por práticas que envolvem o consumo consciente - no que tange os âmbitos ambientais, econômicos e sociais. Segundo a coordenadora da pesquisa, em 2014, esse protagonismo do consumidor foi apontado por 64% dos entrevistados.
- Temos aqui uma clara evolução da percepção de que o brasileiro se coloca, hoje, em condição de ditar novas regras no consumo; assume para si a responsabilidade de mudar o comportamento. Estamos diante de um protagonismo que não existia há 10 anos - afirma.
Entre os demais responsáveis pelo consumo consciente: 92% apontaram o Governo; 91% as empresas multinacionais; 88% as empresas brasileiras; 87% as organizações internacionais; 87% as ONGs; 84% os países ricos; e 71% os países pobres.
Stella chama a atenção para esse crédito aos países pobres:
- Em 2014, 28% dos entrevistados apontaram que os países pobres eram os principais responsáveis por promover a bandeira do consumo consciente; este ano, essa percepção é compartilhada por 71% dos entrevistados. A tradução desse número está nesse nível de protagonismo alcançado pelo brasileiro; essa percepção de que é parte da solução dos problemas - analisa.
Ao apontarem, via respostas múltiplas, quais são as práticas associadas ao consumo consciente no âmbito ambiental, 99% e 98% dos entrevistados, respectivamente, apontam a economia de energia elétrica e o não-desperdício de água. Em 2014, os índices sobre o tema eram, respectivamente, 59% e 64%. Entre outras práticas, destaque para reciclagem e separação do lixo (95%); comprar produtos de empresas que respeitam o meio ambiente (94%); comprar produtos orgânicos ou de material reciclado (90%); evitar o descarte de comida (87%); optar por caronas quando usar o carro (86%); utilizar bicicleta ao invés do carro (83%); utilizar transporte público ao invés do carro (81%); e não consumir produtos testados em animais (70%). No comparativo de 2014-2015, o maior crescimento ocorreu na prática ?comprar produtos orgânicos ou de material reciclado? - de 43% para 90%.
Na questão ?práticas associadas ao consumo consciente no âmbito econômico?, 97% dos entrevistados apontaram alocação consciente do orçamento familiar; 95% uso consciente do crédito; 94% não acúmulo/controle de dívidas; 94% poupar parte dos ganhos; 83% pedir nota fiscal; 69% fazer previdência privada. Em 2014, os resultados foram respectivamente: 48%, 49%, 49%, 48%, 37% e 24%. O maior índice de crescimento ocorreu na prática de alocação consciente do orçamento familiar.
No âmbito social, as práticas mais valorizadas são: doar roupas/bens não-utilizados para instituições de caridade (97%); evitar comprar produtos de empresas envolvidas em casos de exploração infantil/trabalho em locais não adequados (94%); realizar trabalho voluntário (88%); participar de algum projeto social (84%); e doar dinheiro para instituições de caridade (62%).
Ao analisarem quais são as práticas conduzidas por empresas associadas ao consumo consciente no âmbito ambiental, os entrevistados apontaram: adoção de práticas de redução de resíduos poluentes (98%); reciclagem de lixo (98%); programas e iniciativas de redução de impacto ambiental (97%); utilização de materiais recicláveis nos produtos/embalagens (97%); utiliza papel reciclado/ecológico para impressões (96%); investimento em inovações baseadas na sustentabilidade (96%); controle do material consumido (94%); manejo sustentável de insumos naturais no ambiente de trabalho (93%); e não realização de testes com produtos em animais (79%).
No âmbito econômico, as práticas mais valorizadas são: realização de programas de educação financeira para o consumidor (91%); programas de capacitação socioambiental (90%); operações e campanhas sazonais (relacionadas à prática de consumo consciente) (89%); doação de dados referentes à gestão responsável no meio ambiente/relatório de sustentabilidade (88%); e doações a fundações filantrópicas (68%).
No âmbito social, as práticas de empresas mais valorizadas pelo consumidor são: se envolver em causas/organizações internas com fins ecológicos ou foco na educação e saúde públicas (93%); educar/informar o consumidor a respeito de um modo de vida mais sustentável (93%); patrocínio/apoio a projetos e causas sociais (92%); e ações de disciplina para combater qualquer tipo de discriminação (90%).

Brasileiro gasta quase R$ 6,5 bi em consertos por ano, aponta Fecomércio-SP
Em 2014, os brasileiros gastaram mais de R$ 6,5 bilhões em consertos e reparos de aproximadamente 40 tipos de produtos domésticos. Todas as camadas sociais recorreram ao serviço em diferentes níveis, sendo que a classe E desembolsou, por conserto, quase R$ 36, enquanto a classe A gastou, no total, R$ 393.
Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo e foram estimados com base em informações da Pesquisa de Orçamento Familiares (POF), do IBGE.
De acordo com a assessoria econômica da Federação, nos países de economia desenvolvida, em que a renda per capita é elevada, estes serviços possuem alto nível de sofisticação e, consequentemente, um valor muito elevado. Em muitos casos, o preço de um restauro chega a ser equivalente ao do produto novo, disponível nas lojas. Já no Brasil, que possui renda per capita bem inferior aos dos países desenvolvidos, esse hábito se tornou comum, segundo os economistas, justamente pela grande procura e por possuir um custo mais acessível.
Ainda de acordo com a entidade, como os efeitos da crise têm causado forte impacto no poder de compra dos consumidores - que cada vez mais sofrem com a alta dos preços - a tendência é de que, para driblar a dificuldade em adquirir um novo item doméstico, as pessoas acabem optando pelo reparo. Entre os mais procurados estão os consertos de móveis (R$ 1,4 bilhão); televisores (R$ 1,0 bilhão); e geladeiras (R$ 860 milhões).
Segundo o estudo, se comparado com itens de alimentação, o gasto anual de R$ 476 milhões da classe E foi 6% maior do que as despesas totais com macarrão e 21% a mais do que foi desembolsado na compra de tomates.

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