segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Cooperativas buscam manter clientes com novos serviços


 
O sistema de cooperativas de crédito no Brasil está buscando ampliar o número de serviços oferecidos para tirar seus associados dos grandes bancos. A avaliação dos representantes do setor é que grande parte dos cooperados quer ter produtos como seguros e cartões em suas cooperativas, mas buscam os bancos comerciais por falta de oferta.

"Os bancos comerciais oferecem todos os tipos de produtos, o sistema de cooperativa está correndo atrás desse movimento. Com isso aumentamos a fidelidade do cooperado e evitamos que ele procure tanto os bancos comerciais", afirmou o diretor de tecnologia da informação do Sistema Cooperativo de Crédito do Brasil (Sicoob), Ricardo Antônio.

A mais recente iniciativa nesse sentido foi anunciada na última terça-feira quando o Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) oficializou a entrada no mercado de aquirência em parceria com a First Data. A operação será iniciada com a aceitação de cartões das principais bandeiras do mercado, como MasterCard e Visa, além das próprias do setor como o Cabal. A intenção é aceitar novas bandeiras nos próximos anos.

"A parceria vem incrementar os negócios das cooperativas, que poderão oferecer aos seus associados uma nova solução em serviços financeiros. Essa iniciativa reforça o desenvolvimento do cooperativismo financeiro no país", ressalta Marco Aurélio Almada, diretor-presidente do Bancoob, em nota à imprensa.

O Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) também tem buscado a ampliação da oferta de produtos e serviços aos cooperados. Em nota, o diretor executivo de Produtos e Negócios do Banco Cooperativo Sicredi, Edson Nassar, afirmou que "o relacionamento é um dos nossos (do Sicredi) maiores diferenciais. Por isso, valoriza o conhecimento e proximidade para oferecer soluções que cooperam com o momento de vida de cada associado".

O Sicredi já está presente no mercado segurador brasileiro e fechou o primeiro semestre do ano passado com um total de R$ 299,1 milhões em prêmios, o que representa uma alta de 31% frente ao mesmo período de 2012. Eles oferecem ainda cartões de crédito e débito que tiveram crescimento de 8,57% na comparação de junho de 2013 com o mesmo período de 2012, totalizando 1,9 milhão de plásticos.

Outra área em que as cooperativas têm atuado com bastante força são as operações financeiras pela internet e por celulares com acesso à rede. O Sicoob, por exemplo, já oferece um serviço em que cooperados podem contratar empréstimos pelo internet banking sem a necessidade de comparecer à agência.

O número de contas ativas de pessoas jurídicas que usam o office banking cresceu 95,24% na comparação do primeiro trimestre de 2012 com igual período do ano passado no Sicoob. No mesmo período, o número de pessoas físicas que utilizam o mobile banking (serviço pelo celular) teve crescimento de 120,87%.

"As pessoas estão usando cada vez mais a internet para realizar operações financeiras e por isso não podíamos ficar de fora desse mercado. Desde o começo do ano passado, por exemplo, nossos associados podem acessar a linha de antecipação de recebíveis pela internet com aprovação automática. O associado não precisa se deslocar para buscar recursos. Isso é um grande diferencial competitivo", afirmou Ricardo.

As cooperativas têm lançado também campanhas para ampliar a base de cooperados. No Brasil, 5,8 milhões de pessoas participam do sistema, o que equivale a quase 3% da população. O índice é muito baixo na comparação a países como a França (39,1%), Estados Unidos (30,3%), Canadá (29,7%), Alemanha (23,1%) e China (16,4%).

A expectativa das cooperativas com todas essas inciativas é aumentar o total de capital que circula pelo sistema. Assim como os bancos o setor faz parte do sistema financeiro e, portanto, está sujeito às regras estabelecidas em Basileia. Dessa forma, o total de crédito disponível que pode ser ofertado como empréstimo depende do patrimônio líquido da instituição. Com mais recursos, os volumes de empréstimos para os cooperados poderia subir evitando, assim, perder clientes para os grandes bancos.

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