domingo, 13 de julho de 2014

Inquérito Economia verde é mais importante que reindustrialização em Portugal

 

Um inquérito da Faculdade de Ciências a 3.000 portugueses revelou que a economia verde é mais importante do que a reindustrialização, embora esta tenha maior peso em Portugal do que no resto da União Europeia.
Economia
Entre os portugueses que responderam, online, ao inquérito, 79% consideram a economia verde muito importante, enquanto 42% defende que a reindustrialização é muito relevante. Mas, a reindustrialização tem mais peso para Portugal - com 67% a referir ser muito importante - do que para a UE (36%).
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As principais razões para a aposta na reindustrialização prendem-se com fatores económicos como o emprego (63%) e o crescimento económico (59%), mas também com a inovação e desenvolvimento tecnológico (42%) ou o respeito pelo ambiente no processo de produção (37%).
O projeto UE - Estudo de Opinião: Sustentabilidade e Uso Eficiente dos Recursos, desenvolvido em Portugal pela Faculdade de Ciências (FC), da Universidade de Lisboa (UL), integrou um inquérito para chegar aos públicos-alvo escolhidos: professores e alunos do ensino secundário, comunidade académica (estudantes e professores) e cidadãos em geral.
O objetivo é conhecer a opinião dos europeus sobre sustentabilidade e uso eficiente de recursos, reindustrialização e economia verde, sustentabilidade energética e educação sobre o mar, sensibilizar para a relevância dos temas e estimular para uma participação ativa dos cidadãos, sobretudo em torno da Estratégia Europeia 20-20.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do trabalho, José Manuel Pinto Paixão, da FC-UL, fez questão de chamar a atenção para o facto de os resultados obtidos serem "indicadores", porque se dirigem somente a inquiridos com acesso a computador.
Os portugueses justificam a necessidade de desenvolver a economia verde com fatores ambientais e de equidade e escolhem a promoção da utilização eficiente dos recursos (83%), a ajuda a prevenir as alterações climáticas e a degradação ambiental do planeta (79%) e a contribuição para uma distribuição mais justa dos recursos (57%), segundo os resultados do trabalho.
Quanto às barreiras à reindustrialização em Portugal as opiniões referem os impostos elevados (para 46% dos inquiridos), o excesso de burocracia (44%), as dificuldades de acesso a financiamento por parte das empresas (42%) ou a falta de continuidade das políticas, com as consequentes alterações frequentes nas regras (38%).
A economia verde enfrenta dificuldades como a falta de vontade política para tomar as decisões necessárias (57%) ou a dependência dos combustíveis fósseis (40%), mas 37% dos inquiridos defendem que as empresas não estão interessadas em mudar a sua forma de atuar e 35% salienta a falta de harmonização internacional das regras éticas, ambientais e sociais.
As metas para redução das emissões de gases com efeito de estufa, o aumento da eficiência energética e crescimento da percentagem de energia renovável foram alvo de perguntas e cada uma delas recolheu mais de 70% de respostas com "muito importante", com destaque para os seus impactos na qualidade de vida (96%), na criação de emprego (75%) e na competitividade europeia (73%).
Os resultados do trabalho são hoje apresentados a deputados na Assembleia da República.

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