quinta-feira, 16 de abril de 2015

Prefeito de Santos defende desenvolvimento sustentável do Porto

 


Santos e o Porto dividem uma história. Lado a lado, cresceram a ponto de, hoje, estarem em patamares elevados de desenvolvimento e progresso. Enquanto a Cidade é a melhor, entre as maiores, para se viver no Brasil, o complexo marítimo é o mais importante da América Latina. Nesse cenário, a necessidade de se relacionarem torna-se o grande desafio enfrentado pelas duas.
Quase dois terços (65%) da arrecadação de impostos de Santos são provenientes das operações portuárias — sejam as realizadas na Margem Direita do complexo, que fica na região insular do Município, sejam as ocorridas na parte da Margem Esquerda localizada na Área Continental da Cidade. O valor é elevado e, anualmente, tem ultrapassado os R$ 264 milhões, revertidos em investimentos aos munícipes.
“Vivemos um bom momento, mas a relação está em constante aprofundamento”, afirma o prefeito Paulo Alexandre Barbosa. Ele destaca “a importância que o Porto tem para a Cidade e vice-versa”, reconhecendo que o complexo marítimo é um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento econômico e pela geração de empregos em Santos.
Mas quando o assunto é a qualidade de vida dos munícipes, a preocupação vem à tona. Para Paulo Alexandre, o fato de os dois lados manterem um diálogo constante e sem ruídos tem sido decisivo para evitar possíveis transtornos. A cultura do lucro é tão importante quanto a responsabilidade social, lembra. “Prova disso é a questão dos grãos na Ponta da Praia, cujos problemas foram reduzidos drasticamente”, afirma o prefeito, referindo-se à emissão de pó e ao forte cheiro causados pela movimentação de cargas nas proximidades do bairro residencial, o que levou as empresas responsáveis a adotar medidas para diminuir essa poluição.
Se a questão da Ponta da Praia foi um stress para o Porto e a Cidade, o Porto Valongo — projeto de reestruturação do antigo cais localizado na região do Valongo, integrando-o ao Centro Histórico — é onde a relação entre eles se fortalece, acredita o prefeito. O empreendimento prevê a recuperação dessa área, para a implantação de um complexo de lazer, turismo e negócios no local. A iniciativa, na visão da Administração Municipal, elevará a um novo “degrau” a parceria entre o Município e o cais santista.
O Porto-Valongo é desenvolvido a partir de uma parceria entre a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária), a Secretaria de Portos da Presidência da República e a Prefeitura. Ele prevê a restauração dos armazéns 1 a 8 e do seu trecho de cais, que serão ocupados por museus, restaurantes, centros comerciais, um hotel e até uma marina.
Atualmente, o projeto Porto Valongo aguarda uma definição da Codesp sobre a construção da passagem rodoviária subterrânea a ser implantada em frente aos armazéns do Valongo, denominada Mergulhão. A obra é necessária para garantir o acesso da população às futuras instalações turísticas e de lazer e retirar o tráfego de caminhões e carros da área (os veículos vão transitar pelo subsolo). Mas seu custo ultrapassou o previsto pelo Governo Federal, o que levou a Docas a ter de redefinir seu projeto, buscando barateá-lo.

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