Empresas e governo debatem a viabilidade de medidas implementadas e futuras.
É possível medir sustentabilidade? Essa foi a primeira pergunta
da plenária sobre economia verde do Sustentável 2012, congresso
promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS). Empresas, governo e CEBDS defenderam que sim, é
possível, falaram sobre os indicadores disponíveis, mas ressaltaram a
importância de se avançar nestes indicadores, incorporando valores que
hoje ainda não fazem parte dos cálculos de produção e gestão.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, falou da
importância do setor privado, considerado essencial para a implementação
da sustentabilidade e considerou este um avanço da Rio+20 em relação à
Rio92. “Há um desafio pós-conferência, que é de ação, de sair do
discurso para os compromissos. Temos que ter um pragmatismo. Vamos
discutir, no fundo, a geopolítica de desenvolvimento dos países. Vai
ganhar quem tiver a capacidade de inovar. Para isso, deve haver um
debate econômico, se, de fato, o desenvolvimento verde assumirá o
protagonismo”, afirmou a ministra.
Para o presidente do Santander, Marcial Angel Portela Alvarez, é
possível mensurar a sustentabilidade, mas ainda é necessário
homogeneizar as medidas em diferentes países. A presidente do CEBDS,
Marina Grossi, acrescenta que o desafio é embutir os custos relativos às
ações nos meios social e ambiental no preço final dos produtos e
serviços prestados.
“A sustentabilidade é uma tendência que já se consolidou, mas, de
fato, o custo real ainda não existe. Essa é uma questão em que a gente
precisa avançar muito”, argumentou Marina, ressaltando que é preciso
alterar a medida de performance das empresas para além da financeira.
A iniciativa privada depende da medição da sustentabilidade, de
acordo com a diretora do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da
Vale, Gianne Zimmer. “As metas das empresas têm que estar muito
concretas. O grande desafio para a Rio+20 é a mensuração do social.”
A ministra Izabella ainda destacou que é preciso medir os
benefícios da sustentabilidade para a sociedade. “É preciso discutir o
acesso (da população à sustentabilidade). Há gente neste país que não
tem acesso à energia. Temos que falar de eficiência. E também da
qualidade do que está sendo consumido. A ambição de mudar tem que ser
compactuada com a sociedade.”
O embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que, desde a Eco92,
empresas conseguiram demonstrar aos governos que podem ser mais ousados
na regulamentação e que este será um diferencial na Rio+20.
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