Durante encontro na capital irlandesa Dublin, a Comissão de Banda Larga
para o Desenvolvimento Digital, vinculada à ONU, pediu à comunidade
internacional para que reconhecesse o potencial de transformação das
conexões de alta velocidade e garantisse sua disseminação pelas áreas
inclusas nos chamados “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” da
agenda de desenvolvimento pós-2015.
A Comissão também pediu aos governos e órgãos financeiros internacionais a remoção das atuais barreiras ao investimento.
Mundialmente, quase 95% dos investimentos em infraestrutura de
telecomunicações vêm do setor privado, de modo que mais incentivos são
fundamentais para que as redes acompanhem o crescimento exponencial de
usuários.
Conexão global
Nas 200 maiores cidades do planeta, a previsão para o número de
aparelhos conectados à Internet é de um crescimento de 400 aparelhos por
quilômetro quadrado (atualmente) para 13 mil aparelhos/km2 em 2016.
Estabelecida em 2010, a Comissão de Banda Larga foca em estratégias que
ampliem a disponibilidade e barateiem os custos da banda larga no
mundo, com ênfase também na aceleração do cumprimento das oito metas dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
“O velho sonho de eliminar a pobreza humana pode estar ao nosso
alcance, na forma de redes de banda larga que estimulem os países a
ocupar um lugar na economia global, superando barreiras como geografia,
idioma e limitações de recursos naturais”, disse Denis O’Brien,
presidente do Grupo Digicel e um dos fundadores da Comissão.
“Em Ruanda, adotamos um modelo de acesso baseado em uma parceria entre
os setores público e privado”, disse Paul Kagame, presidente da Ruanda.
“Isso permitiu que a Internet tivesse grande peso no progresso que fizemos rumo aos Objetivos do Milênio”.
Através da parceria, a Ruanda atualmente desenvolve uma rede nacional de cobertura telefônica 4G.
Nações em desenvolvimentos: vorazes por conexão
Atualmente, aparelhos móveis são a categoria que mais cresce entre as
tecnologias de informação, com o número de assinaturas para celular
praticamente igualando o de pessoas no mundo: 7 bilhões, das quais 2,7
são usuários ativos de Internet.
Assinaturas para banda larga móvel passam de 2,1 bilhões, três vezes mais que as conexões de banda larga fixa (700 milhões).
A parte mais encorajadora é que o grosso do progresso se deu no mundo
em desenvolvimento, responsável por 90% dos novos acessos a celulares no
mundo e por 82% dos novos acessos à Internet desde o início de 2010.
“Isso significa 820 milhões de novos internautas e 2 bilhões de novos
assinantes de banda larga nos países em desenvolvimento em apenas quatro
anos”, comemora o secretário-geral da União Internacional de
Telecomunicações (ITU), Hamadoun Touré.
Planos e estímulos: a banda larga pode salvar o planeta?
Em março de 2013, durante encontro na Cidade do México, um quinto
objetivo foi adicionado, exigindo “igualdade de gênero no acesso à banda
larga até 2020”.
“A banda larga, ao abrir novas possibilidades de criação e difusão do
conhecimento, pode acelerar até mesmo o crescimento inclusivo e
sustentável”, afirmou a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
“Mas isso não acontecerá por conta própria, pois requer força de vontade e liderança. Daí a importância da Comissão.”
Situação brasileira
Em setembro de 2013, após encontro em Nova York, a Comissão de Banda
Larga publicou a segunda edição do relatório “A Situação da Banda Larga
em 2013 – Universalizando o Acesso”, um documento que divulga o acesso
comparado de cada país à Internet (a versão em inglês pode ser conferida
clicando aqui).
No ranking, o Brasil ocupava a 72ª posição entre 183 países quanto às
assinaturas de banda larga fixa (9,2% da população, contra 41,9% da
líder Suíça).
Em relação às assinaturas para banda larga móvel, o país avança para a
44ª posição, com 36,6% (comparado a 123,3% de Singapura, líder no
quesito).
O país obtém sua melhor colocação (25º) quanto à porcentagem de
habitantes com acesso à Internet, com 45,4% da população conectada,
enquanto a líder Coreia do Sul ostenta uma cobertura quase universal de
97,4% para seus mais de 50 milhões de habitantes (para comparação, o
segundo colocado – Catar – apresenta cobertura de 88,1% para 2 milhões
de habitantes).(ONU)
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