terça-feira, 1 de abril de 2014

Banda larga pode impulsionar desenvolvimento sustentável entre nações, diz comissão da ONU

 

 
 
Durante encontro na capital irlandesa Dublin, a Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Digital, vinculada à ONU, pediu à comunidade internacional para que reconhecesse o potencial de transformação das conexões de alta velocidade e garantisse sua disseminação pelas áreas inclusas nos chamados “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” da agenda de desenvolvimento pós-2015.
 
A Comissão também pediu aos governos e órgãos financeiros internacionais a remoção das atuais barreiras ao investimento.
 
Mundialmente, quase 95% dos investimentos em infraestrutura de telecomunicações vêm do setor privado, de modo que mais incentivos são fundamentais para que as redes acompanhem o crescimento exponencial de usuários.
 
Conexão global
 
Nas 200 maiores cidades do planeta, a previsão para o número de aparelhos conectados à Internet é de um crescimento de 400 aparelhos por quilômetro quadrado (atualmente) para 13 mil aparelhos/km2 em 2016.
 
Estabelecida em 2010, a Comissão de Banda Larga foca em estratégias que ampliem a disponibilidade e barateiem os custos da banda larga no mundo, com ênfase também na aceleração do cumprimento das oito metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
 
“O velho sonho de eliminar a pobreza humana pode estar ao nosso alcance, na forma de redes de banda larga que estimulem os países a ocupar um lugar na economia global, superando barreiras como geografia, idioma e limitações de recursos naturais”, disse Denis O’Brien, presidente do Grupo Digicel e um dos fundadores da Comissão.
 
“Em Ruanda, adotamos um modelo de acesso baseado em uma parceria entre os setores público e privado”, disse Paul Kagame, presidente da Ruanda.
 
“Isso permitiu que a Internet tivesse grande peso no progresso que fizemos rumo aos Objetivos do Milênio”.
 
Através da parceria, a Ruanda atualmente desenvolve uma rede nacional de cobertura telefônica 4G.
 
Nações em desenvolvimentos: vorazes por conexão
 
Atualmente, aparelhos móveis são a categoria que mais cresce entre as tecnologias de informação, com o número de assinaturas para celular praticamente igualando o de pessoas no mundo: 7 bilhões, das quais 2,7 são usuários ativos de Internet.
 
Assinaturas para banda larga móvel passam de 2,1 bilhões, três vezes mais que as conexões de banda larga fixa (700 milhões).
 
A parte mais encorajadora é que o grosso do progresso se deu no mundo em desenvolvimento, responsável por 90% dos novos acessos a celulares no mundo e por 82% dos novos acessos à Internet desde o início de 2010.
 
“Isso significa 820 milhões de novos internautas e 2 bilhões de novos assinantes de banda larga nos países em desenvolvimento em apenas quatro anos”, comemora o secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (ITU), Hamadoun Touré.
 
Planos e estímulos: a banda larga pode salvar o planeta?
 
Em março de 2013, durante encontro na Cidade do México, um quinto objetivo foi adicionado, exigindo “igualdade de gênero no acesso à banda larga até 2020”.
 
“A banda larga, ao abrir novas possibilidades de criação e difusão do conhecimento, pode acelerar até mesmo o crescimento inclusivo e sustentável”, afirmou a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
 
“Mas isso não acontecerá por conta própria, pois requer força de vontade e liderança. Daí a importância da Comissão.”
 
Situação brasileira
 
Em setembro de 2013, após encontro em Nova York, a Comissão de Banda Larga publicou a segunda edição do relatório “A Situação da Banda Larga em 2013 – Universalizando o Acesso”, um documento que divulga o acesso comparado de cada país à Internet (a versão em inglês pode ser conferida clicando aqui).
 
No ranking, o Brasil ocupava a 72ª posição entre 183 países quanto às assinaturas de banda larga fixa (9,2% da população, contra 41,9% da líder Suíça).
 
Em relação às assinaturas para banda larga móvel, o país avança para a 44ª posição, com 36,6% (comparado a 123,3% de Singapura, líder no quesito).
 
O país obtém sua melhor colocação (25º) quanto à porcentagem de habitantes com acesso à Internet, com 45,4% da população conectada, enquanto a líder Coreia do Sul ostenta uma cobertura quase universal de 97,4% para seus mais de 50 milhões de habitantes (para comparação, o segundo colocado – Catar – apresenta cobertura de 88,1% para 2 milhões de habitantes).(ONU)

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