sábado, 1 de dezembro de 2012

Brasil já conta com 81 bancos comunitários que melhoram a vida em localidades carentes



   






O Brasil já conta com 81 bancos comunitários, criados para fomentar a economia de comunidades carentes, graças ao apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs), como são formalmente conhecidos, dão suporte às populações desfavorecidas e destacam-se pela prática da Economia Solidária, voltada para o combate à extrema pobreza no país.
Do total de bancos comunitários em funcionamento, 20 mantêm correspondência para recebimento de contas e realização de pequenas operações bancárias. A atuação mais relevante das instituições solidárias, no entanto, é a concessão de crédito às populações carentes, permitindo assim uma dinamização da economia a partir das microfinanças dos correntistas. Os recursos totais movimentados pelos BCDs já superam R$ 21 milhões, com o benefício de que esses recursos permanecem dentro dos limites das comunidades locais.
A iniciativa permite melhorar a vida das pessoas que moram na comunidade atendida, pois amplia as possibilidades de trabalho, renda e profissionais, aquecendo a economia local e proporcionando o desenvolvimento da região, explica Fabíola Castro, chefe da Sessão da Economia Solidária da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE/MG).
O mais recente banco comunitário foi instalado há duas semanas em Esmeraldas, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A exemplo do BCD de Esmeraldas, os bancos comunitários se apoiam em uma série de dinâmicas locais para expandir a renda da população dos locais onde atuam. O interesse pelos BCDs é maior em comunidades rurais, em favelas e bairros de periferia das grandes cidades, além de territórios isolados, como os da região Amazônica e áreas de quilombolas.
Como instituições de fomento, os bancos comunitários operam com fundo de crédito solidário, moeda social, apoio a feiras de produtores e como correspondentes bancários de instituições públicas federais.
Microfinanças
Graças à moeda social, aceita apenas nas trocas comerciais locais, os moradores conseguem fazer com que o dinheiro circule e permaneça na própria comunidade. É esse princípio das finanças solidárias que leva as economias carentes a se fortalecerem, criando oportunidades de negócio e de investimentos.
A Esmeralda, moeda local do BCD de Esmeradas, deverá produzir efeito semelhante, espera Fabíola Castro. A ideia é que aumente o dinheiro circulante na comunidade, fazendo com que os moradores deem preferência às compras no comércio local, em vez de se deslocarem para outros municípios.
Ao se preocuparem com o território ao qual pertencem seja uma comunidade, um bairro ou um pequeno município , os bancos comunitários procuram financiar e orientar a construção de empreendimentos produtivos, de prestação de serviços e de consumo no próprio território. O maior objetivo e compromisso é a construção de redes locais de Economia Solidária mediante a articulação de produtores, prestadores de serviços e consumidores locais, define o coordenador-geral de Comércio Justo e Crédito da Senaes, Haroldo Mendonça.
Educação financeira
Adicionalmente aos ganhos econômicos, as populações atendidas pelos bancos comunitários contam com o benefício da educação financeira. O contato mais próximo com os correntistas faz dessas instituições uma ferramenta de acesso aos serviços bancários. Como instrumentos que visam superar a segregação e exclusão de parcela importante de cidadãos brasileiros, os BCDs integram o Plano Brasil Sem Miséria, do governo federal.
Os bancos comunitários são inspirados no conceito de microcrédito, criado pelo indiano Muhammad Yunus que, por isso, ganhou o Nobel da Paz em 2006. A ideia é simples, mas revolucionária: os moradores de baixa renda, que não têm acesso aos financiamentos de bancos tradicionais, podem pegar empréstimos sem juros. O empréstimo é feito em uma moeda local e que equivale ao Real. Esse dinheiro é aceito em estabelecimentos do bairro, como mercado, açougue, cabeleireiro e drogaria. Assim, os recursos circulam na própria comunidade, fazem crescer a economia local e acabam fomentando novos empreendedores na região.

Nenhum comentário:

Postar um comentário