sábado, 1 de dezembro de 2012

Indústria de reciclagem de plástico a trabalhar muito abaixo da sua capacidade

O aprovisionamento de material é a principal dificuldade com que se debate a indústria de reciclagem de plástico em Portugal, que utiliza apenas 50 por cento da capacidade instalada. É uma das conclusões do estudo “Caracterização e Enquadramento Estratégico da Actividade de Reciclagem de Plásticos em Portugal”, promovido pela Plastval, que foi apresentado esta sexta-feira, em Lisboa.
«O sector está a trabalhar largamente abaixo do seu potencial», salientou Nuno Aguiar, Gestor Operacional da Plastval, durante a apresentação do estudo, realizado no último ano e meio, para o qual foram auscultadas 17 empresas, que representam cerca de 80 por cento da capacidade instalada no mercado (136 480 toneladas/ano). «A capacidade instalada é suficiente para suportar, pelo menos, uma duplicação das taxas de reciclagem», conclui o estudo. A meta europeia fixada para 2011, e que Portugal cumpriu, era a reciclagem de 22,5 por cento do total de embalagens de plástico colocadas no mercado.
Actualmente, quinze por cento dos materiais reciclados pela indústria são importados, o que significa que «estamos a trabalhar para as metas dos países de onde estes materiais são originários», observou ainda o gestor.
Por outro lado, mais de 60 por cento dos materiais que seguem para reciclagem são provenientes da Sociedade Ponto Verde, o que confere à indústria uma capacidade de negociação «praticamente nula» no diálogo com os fornecedores. A jusante, a elevada volatilidade dos preços num mercado em que os reciclados competem directamente com as matérias-primas virgens, dão pouca margem de manobra à indústria para se manter sustentável.
Rui Toscano, presidente da Plastval, sublinhou justamente a dificuldade das empresas em trabalhar num ambiente destes, sem deixar de apontar caminhos para o futuro que passam pela integração com outras actividades, a eficiência e a inovação. «É a maneira de se poder ganhar alguma competitividade», observou o responsável da sociedade, criada em 1996 por um conjunto de indústrias representativas do sector do plástico, na sequência Directiva Embalagens.
Apesar das dificuldades, as 17 empresas envolvidas no estudo foram responsáveis, em 2010, por um volume de negócios de 28,5 milhões de euros.

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