Associação empresarial acompanha discussões oficiais e side events da COP 18, que acontece de 26 de novembro a 7 de dezembro
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
(CEBDS) participa da 18.º Conferência das Partes (COP) da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na
sigla em Inglês), que acontece até 7 de dezembro, em Doha, no Qatar. A
delegação do Conselho é formada por executivos e profissionais da
Votorantim, Banco do Brasil, Itaú, Braskem, Cemig, EDP e Ecofrotas.
“Para o setor empresarial brasileiro, a COP é importante para entender
as discussões que estão começando este ano e vão até 2015 e que
definirão possíveis metas obrigatórias de redução de emissão de CO2 para
o Brasil”, diz Marina Grossi, presidente do CEBDS.
Assim como o governo brasileiro, a associação empresarial que lidera os
esforços do setor empresarial para a implementação do desenvolvimento
sustentável no país se posiciona a favor da revisão e do aprofundamento
das metas de redução de emissão, bem como de um segundo período de
compromissos entre 2013 e 2020, com o maior número possível de países
com metas de redução de emissão. O CEBDS apoia também um acordo pós-2020
mais abrangente, com a entrada dos BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e
Rússia) e dos EUA.
Como o Brasil foi o primeiro dos BASIC a trazer metas voluntárias –
redução de 36,1% a 38,9% das emissões potenciais do país em 2020 – uma
das questões de maior importância para o setor empresarial brasileiro é o
que será negociado na Plataforma Durban para o pós-2020, já que as
metas obrigatórias de redução das emissões afetam diretamente o
planejamento estratégico das companhias.
“Houve poucos avanços em questões fundamentais desde o fim da COP-17,
em Durban, como por exemplo se vai até 2017 ou 2020, se haverá alteração
para os países que já têm metas de redução, se alguns países vão deixar
de ser signatários (Japão, Canadá, Rússia e Austrália ameaçam sair do
Protocolo de Kyoto) e se haverá mudanças no MDL (Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo), devido ao preço insustentável do carbono no
mercado internacional”, explica Fernando Malta, coordenador da Câmara
Temática de Energia e Mudanças Climáticas do CEBDS, que estará em Doha
acompanhando as discussões oficiais e os side events da Conferência.
Outro ponto relevante que estará em discussão no Qatar é o princípio
das responsabilidades comuns, mas diferenciadas para os países.
“Defendemos que as metas considerem o nível de desenvolvimento do Brasil
em relação aos demais países e as responsabilidades históricas do total
de emissões de cada país”, afirma Malta.
Também estará na pauta da COP-18 o Fundo Climático Verde, criado em
2009, mas que até hoje não alcançou os resultados pretendidos e tem
metas agressivas de acumular 20 bilhões de dólares até 2020 e depois 100
bilhões de dólares por ano para mitigação e adaptação às mudanças
climáticas. “Pouco foi acordado até o momento: não foram definidos a
origem, o destino, a gestão e os critérios para o investimento dos
recursos”, diz Malta.
No dia 4 de dezembro, o CEBDS vai lançar publicação com os resultados
do Programa de Gestão de Carbono na Cadeia de Valor, que sensibilizou
para as mudanças climáticas e capacitou para a produção do inventário de
emissões dos Gases do Efeito Estufa (GEE) 32 fornecedores da Vale,
Votorantim, Banco do Brasil e Itaú. Desse total, 22 já apresentaram
inventários de emissão de GEE total ou parcialmente às empresas
participantes, o que aponta que o projeto teve um aproveitamento de 70%
dos fornecedores capacitados.
Sobre o CEBDS:
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
(CEBDS) é uma associação civil que lidera os esforços do setor
empresarial para a implementação do desenvolvimento sustentável no
Brasil, com efetiva articulação junto aos governos, empresas e sociedade
civil. Fundada em 1997, reúne hoje 76 expressivos grupos empresariais
do país, com faturamento de cerca de 40% do PIB e responsáveis por mais
de 1 milhão de empregos diretos. Representa no Brasil o World Business
Council for Sustainable Development (WSBCD), organização global que
conta com uma rede de mais de 60 conselhos nacionais e regionais em 36
países. O CEBDS é integrante da Comissão de Políticas de Desenvolvimento
Sustentável e Agenda 21; do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético;
do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas; do Fórum Carioca de Mudanças
Climáticas, do Comitê Gestor do Plano Nacional de Consumo Sustentável e
do Conselho Mundial da Água.
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