sábado, 14 de março de 2015

Economia Criativa: Secel-MT e Mato Grosso Criativo retomarão ações no quilombo de Mata Cavalo

   
 
   
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 Dando continuidade às ações de diálogo com as lideranças do quilombo de Mata Cavalo para a identificação de demandas, a Secretaria Cultura, Esporte e Lazer do Mato Grosso, por meio do Mato Grosso Criativo (MT Criativo) visitará a comunidade de Mata Cavalo no mês de abril. Esta será a segunda visita do MT Criativo à comunidade, onde pretende desenvolver um projeto voltado ao turismo cultural, valorizando a produção local como atrativo turístico, e gerando renda na região.


Inicialmente, será feita sensibilização e mapeamento das comunidades por meio de rodas de conversa, a partir da qual será definida a linha de ação que balizará os trabalhos, buscando atender às demandas encontradas. Algumas das propostas são oferecer capacitações e consultorias com o auxilio da UFMT e do Instituto Histórico do Instituto Histórico do Patrimônio Artístico e Cultural (Iphan) e elaborar uma rota turística e cultural, entre outras ações.


No mapeamento inicial, o objetivo é descobrir os diferentes fazeres e saberes da comunidade, identificando os patrimônios material e imaterial. O assunto foi tratado em uma reunião promovida pela coordenação de Articulação do MT Criativo com as lideranças quilombolas, na última quinta (5), com a presença do secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, Leandro Carvalho. Ele ressaltou as dificuldades enfrentadas pela pasta no momento, o que não garantirá soluções imediatas às demandas, mas citou como avanço a criação da Gerência de Povos Tradicionais na nova estrutura da Secel-MT, algo inédito na pasta. Essa gerência terá o objetivo de dialogar com as lideranças em busca de soluções para suas demandas.


O secretário se comprometeu a levar ao governador Pedro Taques as reivindicações dos quilombolas quanto à regularização fundiária, destacando o interesse que o mesmo tem pelo tema e pela comunidade de Mata Cavalo.


Ele também lembrou que a comunidade de Mata Cavalo está inclusa no projeto do Arranjo Produtivo Local da Economia Criativa do Vale do Rio Cuiabá, que tem como meta diagnosticar as potencialidades regionais geradoras de receita que fomentam a economia criativa para, em seguida, traçar um planejamento estratégico com foco no fortalecimento dos envolvidos na cadeia produtiva local. “Não é de um dia para o outro que vamos fazer estas mudanças, mas elas vão acontecer, pois quando se vai para o rumo, a coisa acontece. Nosso objetivo é ter um relacionamento sério e direto com a comunidade. Vamos procurar trabalhar de forma transversal junto a outras secretarias, criar infraestrutura para que as ações em favor dos povos tradicionais aconteçam como política de Estado”.


Para Ana Maria de Arruda, uma das principais lideranças da comunidade, a ação é bem vinda por apresentar alternativas reais de mudança para a comunidade. “É interessante, pois precisamos de um centro cultural onde a gente possa demonstrar nossos produtos, produzimos muito e não temos onde nem os meios de mostrar este material”, finaliza.


A reunião contou com cerca de 20 lideranças quilombolas, onde foram apresentadas algumas das principais demandas da comunidade, bem como feitas algumas propostas de encaminhamento para o início do levantamento na comunidade. A principal delas foi  geração de trabalho e renda.


Também participaram da reunião a coordenadora do Iphan, Marina Lacerda, e a Professora Dra. Sônia Regina Lourenço, do Departamento de Ciências Humanas e Sociais da UFMT, que integram a equipe de estudo e ação junto ao quilombo.


Na ocasião, a professora Sônia Regina apresentou aos quilombolas o resumo de um projeto de pesquisa e mapeamento desenvolvido por ela junto à comunidade do quilombo de Lagoinha de Cima, no município de Chapada dos Guimarães, onde obteve importantes resultados quanto ao reconhecimento das práticas culturais do quilombo. Ela ressaltou a importância de manter as práticas do Quilombo o mais inalterada possível, não procurando adequá-las ao gosto do turista, mas sim valorizando e respeitando o que se tem.


Ela destacou também a importância dos desdobramentos gerados por este tipo de ação, que fomentam outros órgãos na elaboração de políticas públicas e favorecem a criação de canais de diálogo entre a comunidade e os entes responsáveis por estas políticas.


“Muita coisa da realidade quilombola não está na aparência, o que o turista vai ver? Reconhecer o patrimônio imaterial é reconhecer que há vida no quilombo, que sua história não se resume à luta pela terra”.
Estiveram presentes na reunião as lideranças Ana Maria de Arruda, Berenice do Espírito Santo, Arlete Pereira, Airton Conceição de Arruda, Adrianny de Arruda, Ivone Arruda Abreu, Elizeu da Silva, Carlos Roberto Caetano (representando o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial), Zulmira Maria Lúcia, Leonice Rosa da Silva, Manoel Pedro Figueiredo, Maria Judith de Barros, Lúcia Francisca de Barros, Lorize Domingos, Nayara Leite das Neves, Sônia Regina Lourenço, entre outras.

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