terça-feira, 31 de maio de 2011

cooperativas apontam sacolas retornáveis como um opção segura

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), entidade que representa o setor nacionalmente, aposta no crescimento de cooperativas que produzem sacolas retornáveis. Ainda não há dados específicos, mas a expectativa é que as cooperativas deste segmento se expandam vertiginosamente, por conta da tendência de consumo sustentável e o fadado fim das sacolinhas plásticas nos supermercados.


“Não só vão aumentar as cooperativas de ecobags, mas este nicho abre espaço, ainda, para o crescimento de cooperativas de reciclagem, trazendo emprego, renda e transformando um resíduo em insumo. O consumo consciente está aí, e é essencial para o mundo”, declara Marco Olívio, analista de mercado da OCB.


Segundo Olívio, São Paulo é o Estado que mais tem avançado nas ações de sustentabilidade. “A tendência, no entanto, é que aumentem as leis municipais vetando as sacolas plásticas. É um tipo de lei em que todo mundo ganha”, salienta Olívio.


Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou um protocolo de intenções com a Associação Paulista de Supermercados (Apas). As sacolas plásticas devem ser totalmente substituídas até janeiro de 2012 no Estado.


“Não se trata de uma guerra com a indústria plástica, mas sim um processo educativo da sociedade. Hoje há um mau uso das sacolas plásticas”, diz o vice-presidente da Apas e diretor de comunicação, Orlando Morando.


Associação investe em campanha - A Associação Paulista de Supermercados (Apas), diz seu presidente Orlando Morando, já deu o estopim da campanha de conscientização para eliminar as sacolas plásticas dos supermercados do Estado. A meta é, a partir de novembro, não disponibilizar mais as sacolas plásticas e oferecer nas lojas a sacola biodegradável, que será vendida por R$ 0,19 a unidade.


“Já estamos fazendo propaganda sonora nos supermercados, colocando faixas e distribuindo panfletos”, informa Morando. “Algumas redes que têm cartão próprio vão dar pontuação para quem levar sua própria sacola (ou caixa de papelão ou outra alternativa para levar os produtos para casa). E o governo vai fazer campanhas nas escolas e nos meios de comunicação”, adianta.


Morando diz que, para a campanha dar certo, é fundamental que o consumidor mude seus hábitos e abrace a causa sustentável. A cidade de Jundiaí, que aboliu totalmente as sacolas plásticas por meio de um projeto piloto nacional envolvendo a Apas e a Prefeitura, atualmente deixa de usar, segundo Morando, 80 toneladas de sacolas plásticas por mês.


“A nossa campanha tem adesão total”, assegura Morando, fazendo menção ao empresariado do setor. “Em Jundiaí, quando foi desencadeada a campanha, um supermercado não quis participar. Conclusão: caiu o faturamento dele e foi visto como um comerciante anti-ambiental. A preocupação com o meio ambiente é a pauta do século”, expõe.


Microempresa dobrou produção- Em agosto de 2009, o casal Estela e Luís Alves decidiu largar o ramo de confecção de roupas de bebês para investir na produção das ecobags, as sacolas retornáveis. Com empréstimo do Banco do Povo, compraram três máquinas e criaram a microempresa Na Sacola, que fica na Lapa, Zona Oeste. Estela é designer e bola os desenhos, totalmente originais.


Alves, ano passado, fez um corpo a corpo, para divulgar seus produtos em supermercados, sem sucesso. Neste ano, os mesmos empresários estão procurando as ecobags, dobrando a produção. Já são três mil sacolas confeccionadas. “A procura deve aumentar mais”, diz Alves.


Com o aumento das vendas, o microempresário já vislumbra aumentar a oficina e contratar outro funcionário. Hoje, trabalham ele, a mulher e uma pessoa contratada. A Na Sacola também produz bolsas e bolsas de praia. Os produtos estão no site www.sacolaecobag.com.br.