quarta-feira, 13 de junho de 2012

UE quer compromissos credíveis e irreversíveis na Rio+20




A União Europeia vai bater-se “até ao último minuto” para conseguir “compromissos credíveis” e "irreversíveis" na conferência sobre desenvolvimento sustentável, Rio+20, que começa hoje. Mas o comissário do Ambiente admite que será difícil.
Em conferência de imprensa esta tarde em Bruxelas, o líder da delegação da Comissão Europeia na Rio+20, que contará com cerca de 50 pessoas, Janez Potocnik, não escondeu as dificuldades e os riscos de fracasso desta conferência, 20 anos depois da original, a Cimeira da Terra.

“Não temos nenhuma garantia de acordo”, reconheceu. “As pré-negociações organizadas em Nova Iorque não permitiram avançar o suficiente. Esperam-nos dias difíceis”, lamentou. A 2 de Junho, na última etapa negocial das negociações informais sobre o texto de acordo que os líderes mundiais deverão assinar a 22 de Junho, os delegados estavam de acordo apenas em 70 dos 329 parágrafos, ou seja, em 21% do texto.

Ainda assim, Janez Potocnik disse estar “optimista”, lembrando que desde a primeira cimeira em 1992 o mundo fez muitos progressos, se bem que insuficientes. “Milhões ainda passam fome todos os dias. Se continuarmos a consumir recursos a este ritmo, em 2050 precisaremos do equivalente a dois planetas para nos sustentar e as aspirações de muitos a uma melhor qualidade de vida nunca serão satisfeitas”, acrescentou.

Em termos simples, Janez Potocnik considera que o tema central da Rio+20, a “economia verde”, é “a nossa estratégia de sobrevivência”. “Precisamos mudar a forma como crescemos e criar uma nova estrutura circular, onde nada se desperdice.”

Da Rio+20, a Comissão Europeia quer que saía “algo irreversível e que tenha um impacto real nas nossas vidas”. Mais concretamente, a União Europeia sugeriu metas e objectivos para cinco “pilares da vida”: água, oceanos, solos e ecossistemas, energia sustentável e eficiência de recursos.

Uma das propostas que Bruxelas gostaria de ver aprovada no Rio+20 seria o "acordo de grandes empresas privadas para passarem a incluir a sustentabilidade nos seus relatórios anuais, ou então, para explicarem por que não o fazem", disse o comissário.

Além de Janez Potocnik, outros três comissários vão participar na conferência Rio+20: Connie Herdegaard (Alterações Climáticas), Dacian Ciolos (Agricultura) e Andris Piebalgs (Desenvolvimento). O presidente da Comissão Europeia, José Durão Manuel Barroso, prevê juntar-se aos dirigentes políticos no Rio.

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável dá hoje o seu pontapé de partida. Mais de 50 mil pessoas são esperadas no Rio de Janeiro. Delegações de 176 país e cerca de 130 chefes de Estado e de Governo retornam às negociações, primeiro numa sessão preliminar entre hoje e sexta-feira, e depois na conferência propriamente dita, de 20 a 22. Dezenas de eventos paralelos vão mobilizar empresas, organizações governamentais, autarquias e cidadãos.
  

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