Criação de um índice global de desenvolvimento sustentável, que
permita a abertura de mercados para países que adotam práticas
ambientais corretas, além de um fundo internacional para financiamento e
difusão de tecnologia que contribua para o desenvolvimento agrícola e
pecuário com respeito ao meio ambiente. Essas são duas das propostas do
setor agropecuário para a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável – Rio+20. “O Brasil, que produz comida de
qualidade e barata, ocupando apenas 27,7% do seu território, tem
autoridade moral para, na Rio+20, defender novas propostas que garantam o
crescimento sustentável da produção mundial”, afirma a presidente da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia
Abreu.
Nesta segunda-feira (18/06), no Espaço AgroBrasil, no Píer
Mauá, a senadora Kátia Abreu detalhou o documento de posicionamento do
setor para a Rio+20, consolidado pela Confederação a partir de
contribuições obtidas em três grandes debates, que reuniram lideranças
rurais, técnicos, produtores, universidades e instituições do
agronegócio em março e abril deste ano.
A presidente da CNA
explica que, a partir da criação do índice global de desenvolvimento, os
países que produzem de forma sustentável poderão obter remunerações
mais adequadas para manejo e comercialização de seus produtos, premiando
os serviços ambientais gerados. “A idéia é dar viabilidade econômica ao
processo, inserindo socialmente maior número de produtores, para
permitir a superação da pobreza”, afirma. A erradicação da pobreza, um
dos temas centrais da Rio+20, depende, no caso das áreas rurais do
Brasil, de políticas que garantam o acesso a tecnologias, sementes,
crédito, capacitação e extensão rural, especialmente nas classes mais
pobres. “Aumentar a classe C no campo ajudará a produzir mais alimentos
e, paralelamente, a erradicar a pobreza”, afirma a senadora Kátia Abreu.
Tecnologia
e inovação, economia verde, trabalho decente e meio ambiente são os
temas que norteiam o documento apresentado, nesta segunda-feira, pela
CNA na Rio+20. Todos esses tópicos têm como pano de fundo o compromisso
dos produtores rurais com a ampliação da oferta de alimentos e a
preservação ambiental, que, no Brasil, é de 61% em todos os biomas. Ao
detalhar o documento elaborado pelo setor agropecuário, a senadora Kátia
Abreu ressalta que a expansão da agricultura brasileira não depende,
exclusivamente, da abertura de novas áreas e que, além de ter vegetação
nativa nas propriedades privadas, o Brasil possui, como diferencial, uma
extensa área de pastagens – 158,7 milhões de hectares –, além de áreas
degradadas que podem ser recuperadas. “Com o uso de tecnologia e a
recuperação de áreas degradadas, o Brasil poderá liberar até 70 milhões
de hectares, nos próximos anos, para produzir cerca de 400 milhões de
toneladas de grãos e fibras”, afirma.
Para a presidente da CNA,
também é tema prioritário no debate da Rio+20 a preservação dos recursos
hídricos. Neste sentido, defende a criação de um conceito mundial de
Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens dos rios, proposta
que tem sido apresentada pela CNA, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA) e pela Agência Nacional de Águas (ANA) em fóruns
internacionais e que será tema de debate no Espaço AgroBrasil. Neste
sentido, a entidade propõe que os governos implementem ações de
saneamento básico urbano, de modo a evitar a poluição dos recursos
hídricos, garantindo assim a qualidade da água ao consumo e à produção
de alimentos.
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