quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Faturamento de cooperativas exportadoras cresce 23% em 2012


 
 


No ano em que o dólar voltou ao patamar de R$ 2, cooperativas registraram queda no volume de exportações. Ainda assim, o câmbio favorável representou alta de 23% no faturamento. Hoje, os cooperados representam menos de 1% do mercado de exportação brasileiro - mas planejam expandir suas vendas e preveem retomar o crescimento em 2013.

A balança comercial das cooperativas chegou ao final de outubro apresentando saldo positivo, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de US$ 4,8 milhões. De janeiro a outubro, as exportações do setor alcançaram um total de US$ 4,9 milhões, crescimento de 23% em relação ao ano passado. Esse é o segundo melhor resultado desde 2006. O volume, no entanto, é 2,7% mais baixo na comparação com o mesmo período de 2011.

Analista de ramos e mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marco Olívio Morato explica que o novo cenário está amparado em dois pilares: o primeiro deles dá conta das más condições climáticas no sul do Brasil durante o ano, o que acabou afetando principalmente a suinocultura, setor com o qual as cooperativas têm forte ligação. "Essas áreas agregam muitos produtos, o que acabou interferindo nas exportações. Tivemos aumento da demanda por commodidites como milho, trigo e soja, usados em rações animais. Como as cooperativas estão comprometidas com vários elos da cadeia, a produção foi absorvida pelo mercado interno", diz. O volume disponível para venda a compradores estrangeiros acabou diminuindo, refletindo no balanço final. Por outro lado, o aumento no faturamento se explica pela alta do dólar, que beneficiou toda a cadeia de exportação. "Em 2011, tivemos a moeda americana a uma média de R$ 1,67. Esse ano, ela já subiu 26%", compara.

Volume de exportações deve voltar a subir em 2013
China e Estados Unidos estão no topo da lista de mercados em que as cooperativas atuam, com 14,6% e 14,4% da parcela de exportações, respectivamente. Mas o setor aposta também em parcerias alternativas, como Emirados Árabes, Alemanha, Japão, Holanda e Argélia, Arábia Saudita e Egito, que têm trazido mais tranquilidade para os cooperados em tempo de crise principalmente nas potências europeias. "Já faz tempo que as cooperativas estão inseridas nesses lugares, o que se deve ao fato de que a demanda na Europa e nos Estados Unidos já estava estabilizada, então foi necessário buscar outras opções", diz.

Morato explica que conflitos do norte da África têm diminuído a presença das cooperativas brasileiras na região. "Perdemos um pouco o fôlego por conta da tensão política na Síria, por exemplo", afirma. O analista da OCB acredita que tão logo os conflitos cessem, as parcerias devem ser retomadas. Para o próximo ano, a expectativa é de retomada do crescimento também em volume de exportações. "Se não tivermos nenhuma intempérie climática que atrapalhe a produção, esperamos avançar. Torcemos também pela estabilização do preço das commodities", destaca. De acordo com Morato, a previsão é de que o setor registre crescimento entre 5% e 8%.

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