quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Portugueses compram menos aparelhos elétricos, há mais reparação e menos reciclagem





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As vendas de equipamentos elétricos e eletrónicos cairam 12% até setembro, apesar da subida nos televisores, telemóveis e brinquedos, e os portugueses optam mais pela reparação e reduzem a colocação para reciclagem, afirmou hoje um responsável do setor.
O diretor geral da Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos (Amb3E) explicou à agência Lusa Lusa que a recolha deste tipo de equipamentos para reciclagem tem caído devido ao comportamento dos consumidores, mas também por causa da vandalização dos aparelhos colocados nos locais da entidade, os Eletrões.
«Se compararmos o número de equipamentos elétricos e eletrónicos vendidos entre setembro de 2011 e o mesmo mês de 2012, verifica-se um decréscimo de 12%», disse Jorge Vicente.
No entanto, «regista-se um aumento na venda de televisões, telemóveis, brinquedos, com subidas acima de 10%, a par de grandes reduções em equipamentos como caixas de distribuição de dinheiro, com menos quase 50%, nas ferramentos elétricas, com uma descida de 40%, e nos grandes eletrodomésticos, de 20%», apontou o responsável.
Jorge Vicente especificou que, «nomeadamente nos grandes domésticos, as pessoas pensam duas vezes antes de substituir e a reparação, como no setor automóvel, começa a aumentar significativamente".
A reciclagem é afetada "porque há um circuito paralelo que leva a que sejam vandalizados alguns equipamentos» devido ao valor dos materiais e para serem retiradas peças, depois encaminhadas para o circuito paralelo de reparação de grandes eletrodomésticos, referiu.
Já em maio, Jorge Vicente tinha denunciado o crescimento da recolha «ilegal» de eletrodomésticos que já não funcionam para a obtenção de metais como cobre, vendidos depois em «circuitos paralelos».
A situação comporta riscos ambientais e está a preocupar os gestores de resíduos autorizados, que pedem mais fiscalização da parte das autoridades com competências, como a Inspeção Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT).
Até setembro, o número de equipamentos colocados para reciclagem nos pontos Eletrão apresentou «reduções significativas» a par com o aumento significativo dos casos de vandalismo.
O exemplo apontado é dos frigoríficos e era comum o roubo do compressor por causa do cobre mas, atualmente, estes equipamentos chegam às unidades de tratamento «descascados» e o exterior metálico é retirado devido à valorização do material no mercado.
Também os televisores são vandalizados para lhes ser retirada a bobine de cobre do cone do cinescópio e o exterior de plástico.

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