sábado, 27 de agosto de 2011

RIO DE JANEIRO VAI LEVAR SANEAMENTO BÁSICO AS FAVELAS .

As ações para tornar o Rio de Janeiro mais sustentável até a realização das Olimpíadas, em 2016, vão abranger também as comunidades da cidade. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta segunda-feira(8) que até o final de agosto o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio formalizarão acordo para levar saneamento às favelas da cidade.

A implantação do saneamento começará pelas que já contam com UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora). Segundo Minc, o programa terá recursos do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental), de aproximadamente R$ 100 milhões por ano.

Pelo acordo, a Prefeitura do Rio vai se comprometer a fazer as ligações das casas com a rede de esgotamento sanitário da Cedae. Caberá à Secretaria de Estado do Ambiente financiar a instalação dos troncos coletores e à Cedae a operação e a manutenção das redes de esgotos.

“Essa proposta era defendida pelo então prefeito Cesar Maia, mas não foi levada adiante. Isso é fundamental para a viabilização do Pacto pelo Saneamento, que tem a meta de dobrar a coleta e o tratamento de esgoto e erradicar todos os lixões até 2014”, afirmou Minc, ao participar do Fórum Rio Cidade Sede.

Além de Minc, participaram do fórum, na parte da manhã, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o vice-prefeito e secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, o ambientalista e presidente do Projeto Grael, Axel Grael, e o presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro, economista Sérgio Besserman.

Investimentos ambientais

Minc também falou sobre os investimentos e as ações ambientais em curso no estado, destacando a recuperação ambiental da Barra da Tijuca/Jacarepaguá e da Baía de Guanabara. O secretário afirmou que já foram investidos na região da Barra e de Jacarepaguá cerca de R$ 550 milhões na implantação do emissário submarino, de estação de tratamento e de redes coletoras de esgoto.

“Com isso, garantimos o saneamento de 85% da Barra, 65% do Recreio e 15% de Jacarepaguá. Além disso, já aprovamos R$ 650 milhões para concluir a ligação das redes de esgotamento sanitário desses bairros, assegurando o saneamento total da região. Também temos meta de dragar 3 milhões de metros cúbicos de material das lagoas e ampliar o píer da Barra, intervenções que deverão custar R$ 400 milhões, e que dependem de recursos da União”, afirmou Minc.

O secretário também destacou que o Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais (Prove) contribui para a despoluição da Baía de Guanabara, cenário para as competições de vela das Olimpíadas de 2016. Ele ressaltou que, por esse programa, já foram coletados no ano passado seis milhões de litros de óleo de cozinha usado.

“Seis milhões de litros de óleo de cozinha usado deixaram de ser despejados nos ralos, gerando menos contaminação para a Baía de Guanabara. Vamos trabalhar muito para atingir a meta de coletar 12 milhões de litros desse resíduo até 2016. Esse produto vai se transformar em combustível e matéria prima para fabricação de sabão pastoso. Além disso, nos próximos dias, vamos fechar um acordo com a Petrobras, na qual ela vai destinar R$ 1 bilhão para investir na melhoria de suas próprias operações industriais a fim de diminuir a poluição industrial, como por exemplo, em equipamentos para captação de enxofre e no tratamento de seus efluentes”, completou o secretário.

Na abertura do fórum, o prefeito Eduardo Paes falou sobre os investimentos no município, destacando que os Jogos Olímpicos serão uma oportunidade para o Rio atrair novos investimentos, promover a imagem da cidade e antecipar investimentos de infraestrutura. Segundo ele, os recursos em projetos de infraestrutura chegam a R$ 2,6 bilhões.

O prefeito falou das principais intervenções que estão sendo realizadas na cidade, como a implantação dos BRTs: o Transoeste (Jardim Oceânico – Campo Grande/Santa Cruz) e o Transcarioca (Barra – Aeroporto Internacional Tom Jobim); o Transolímpico (Barra-Deodoro), a ser feito em parceria público privada (PPP); e o Transbrasil, que será no eixo da Avenida Brasil. “Não há dúvida de que o grande legado das Olimpíadas se dará no setor de transporte”, disse.

Ao falar sobre a economia global e a sustentabilidade, o presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Rio, o economista Sérgio Besserman, destacou que o mundo pode virar a página da recessão econômica ao investir em economia verde. “Investir em mercado de carbono, em ações que levem os países a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa são caminhos que podem reverter esse quadro”, afirmou